Os Caçadores: A Última Guerra escrita por Gustavo Ganark


Capítulo 8
Sujeira


Notas iniciais do capítulo

BOA LEITURA!



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Blue se sentou, pegou uma flor e começou a arrancar suas pétalas. Tranquilo, ele olhou para Jade (que estava estranhando a atitude do seu inimigo tão calmo) e provocou:

— Você diz que seu deus odeia a paz. Como alguém odeia aquilo que ela mais teve?

— Como assim? O que você está falando?

— Esquece! Está vendo o que eu estou fazendo com essas pétalas? Estou arrancando todas. Essa é minha magia. Eu amo a natureza e quando eu destruo algo dela, eu fico absurdamente forte. Tão forte que quando eu estalar os meus dedos, você não terá mais seu braço esquerdo.

Jade riu:

— Há! Há! Há! Que blefe mais escroto é esse! Ninguém é capaz de... – Ela foi interrompida quando Blue estalou os dedos e seu braço esquerdo explodiu. O sangue manchou todas as folhas que tinham naquele chão e sujou o rosto de Blue, o deixando irritado.

Jade começou a gritar absurdamente. Seu braço tinha acabado de explodir e o buraco que tinha em seu ombro não parava de manar sangue. Ela, desesperada, arrancou um pedaço de pano (de seu sobretudo mesmo) e conseguiu colocar no ombro. Como tinha evacuado muito sangue de seu corpo, ela estava fraca, mas ainda conseguia lutar:

— Está doendo muito? Está! Você acabou de arrancar meu braço esquerdo, mas eu ainda consigo lutar e ainda assim vou conseguir te mostrar o poder de um Yambakka.

Blue, confiante, e ainda sentado, retrucou:

— Eu nem me levantei. Sentado, tranquilo e sem fazer esforço algum eu consegui arrancar um de seus braços. Será que eu consigo fazer a mesma coisa com o seu coração se eu levar essa luta mais sério?

Jade arregalou os olhos e começou a ficar zonza. Ela começou a sentir um poder bruto saindo de Blue:

— Que poder é esse? O que é você? Quem é você?

Blue se levantou, com os olhos fechados e sorridente:

— Eu sou um Versiano! Agora, faço partes dos caçadores. Isso faz de mim um Caçador Versiano. E se você acha que eu sou humano, não sou. Sou um alienígena? Não. Uma maldição, como você diz ser os Yambakkas? Também não! Vou falar o que sou? Não agora. Meus planos estão longe de serem executados. Ninguém precisa saber quem sou eu. Na verdade, precisa sim! Os Yambakkas precisam conhecer aquele que matou uma de suas ‘’maldições’’ de forma brutal e grotesca! Você não quer conhecer o verdadeiro poder de um Versiano, quer? Creio que não. Vamos acabar logo com essa luta.

Blue saltou em direção a ela, mas Jade desviou e tento um contra-ataque. Seu único braço estava segurando dois machados ao mesmo tempo. Uma dádiva, meus caros. Imagina o quão difícil deve ser segurar dois machados com uma mão só?

Jade arremessou um machado contra o pescoço de Blue. O objetivo era acertá-lo, mas ele fez o machado desviar e voltar contra Jade. Toma! Seu braço esquerdo também foi arrancado e mais sangue ainda sujou aquele lugar. Um verdadeiro mar de sangue. Tudo isso feito em mais plena tranquilidade de Blue. Quem era ele? Que poder todo era esse?

— Eu já disse, Jade! Você não quer ver o verdadeiro poder de um Versiano. Eu quero que você se renda. Tua vida não vai mais ser a mesma sem seus dois braços. Não é verdade? Ah! Não foi você que fez meu amigo perder o movimento das duas pernas? Nada mais justo você perder o mesmo que ele perdeu. Na minha opinião viver sem dois braços é pior do que sem as duas pernas. É mais difícil de se adaptar.

Sem poder estancar aquele tanto de sangue que saia de seu braço, Jade – chorando desesperadamente de dor – gritou:

— Quem é você?!! Você é um monstro!! Você é um monstro!!!!

Blue se aproximou de Jade, ajoelhando-se e tocando em seu rosto:

— Creio que não há mais tempo de eu salvar a sua pele. Até lá você morreu esgotada de sangue. Desculpa por exagerar, mas eu quero que todos os Yambakkas ficam sabendo que isso não é nem um décimo do meu poder. Ah! Se você encontrar esse tal Deus Menor quando morrer, fala para ele me fazer uma visita. Quero ver quem é o melhor deus aqui!

Jade começou a vibrar. Seu corpo começou a estremecer e Blue deu as costas. Ela começou a gritar cada vez mais alto de dor e seu corpo todo explodiu. Ossos voaram por toda a parte e todas aquelas árvores em volta ficaram marcadas com o sangue de uma maga criminosa violentada e morta brutalmente.

Blue olhou para trás, viu tudo o que fez e pensou:

“Mas que merda! Olha a sujeira que eu fiz! Preciso dar um jeito de limpar isso antes que alguém veja. Se os caçadores descobrem isso, eles me prendem, mesmo eu facilitando um pouco a batalha para eles. Preciso agora encontrar os outros Yambakkas e fazer o mesmo com eles. Ah! Merda! Eu deveria ter forçado ela a me dizer o esconderijo deles. Bosta! Falhei! ”

                                                                               ---x---

— Merda! Merda! Eu devia ter matado ela antes! Fiquei sabendo que Jade falhou na missão de exterminar Blue. – Ganster gritou com Zabara. Ambos membros da Yambakka.

Ganster e Zabara eram magos de fogo. Ambos bem talentosos e com poder muito grande. Eles estavam andando pelo centro da cidade vizinha à minha.

Ah! Na minha cidade tinha mudado muita coisa. Até o nome da cidade mudou: Sprigan. A minha cidade se chamava Sprigan, e a que Ganster e Zabara estavam, chamava-se Lorimía.

Voltando aos dois, eles estavam procurando por um outro mago da Yambakka: Sleepy.

Sleepy também estava andando e encontrou os dois de sua guilda:

— O que fazem por aqui?

Apressada, Zabara respondeu:

— Jade foi morta!! Brutalmente morta!

Ele arregalou os olhos e sua mão se fechou sozinha, enfurecida:

— Quem matou ela? Andem! Dizem-me! Quem... matou... JADE?

Nervosos, os dois responderam o mesmo nome: Blue. Enfurecido, Sleepy começou a andar em direção oposta aos dois:

— Aonde você está indo, Sleepy? – Perguntou Ganster, colocando as mãos no ombro de Sleepy.

— Vou me vingar! Não era para isso ter acontecido! Eu disse à Yambe que era eu quem deveria enfrenta-lo! Eu disse dela o seu verdadeiro poder e ele me coloca a maga mais fraca da guilda para enfrentar o mais forte dos caçadores.

Confusos, Zabara e Ganster encararam um ao outro.

Eles desconheciam o poder de Blue. Yambe tinha dito que ele era um fracote invocado por outro fracote. Se o mago criador é fraco, seu “criado” também é. E vice-versa.

— Blue não é quem vocês viram no relatório. Desde que eu vi sua foto no relatório algo me veio em mente. Eu senti, de alguma forma, o seu verdadeiro poder. Por isso deixei o portfólio cair no chão. Não consegui olhar aquele rosto. Ele é um... deixa para lá! Quero que vocês dois encontrem o livro do mago criador dele e rasguem a página. Anark é fraco, então não tem necessidade de dar um fim ao livro. Afinal, ele também está paraplégico e isso é uma vantagem para vocês dois.

Ambos concordaram, mas uma dúvida veio à tona:

— Quem de nós deve procurar por esse livro?

Sleepy olhou para trás e respondeu:

— Os dois! Vão os dois atrás desse livro e rasguem a página de Blue. Depois disso nós vamos atacar os Caçadores e pôr fim a cidade de Sprigan. Nome idiota! Sprigan.

Os dois desapareceram em um jato de fogo e Sleepy continuou andando rumo à Sprigan:

— Você vai se arrepender de ter matado a minha irmã, Blue! Vamos ver quem é o melhor deus aqui!


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Notas finais do capítulo

Até mais e futuras boas leituras.