Os Caçadores: A Última Guerra escrita por Gustavo Ganark


Capítulo 44
Exposição


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Parte 1: Exposição

Estava de noite em Leonor. Todos os caçadores estavam na cobertura do Seed, tomando suco e comendo alguns doces. Era sábado e a noite seria longa de alegria, se Elisa não estivesse aparecido com o corpo repleto de chamas e assustado toda aquela gente. Roman estava escondida atrás de um sofá onde não tinha ninguém. Ela não tinha seguido as ordens de William, colocando o segredo do ex-casal em jogo.

Com todos olhando assustados para ela, Elisa deixou o fogo de seu corpo desaparecer para gritar com a boca cheia de desespero e medo:

— William!! Socorro!!

William engoliu sua bebida azul secamente e se aproximou daquela moça desesperada em silêncio, olhando para Fernanda – que o encarava tipo “quem é essa piranha? ”.

— Quem é você? – perguntou ele, curioso e receoso ao mesmo tempo.

— Preciso de sua ajuda! Seu filho está em perigo! – gritou ela, fazendo com que todos os caçadores (inclusive eu, que cuspi todo o bolinho de chocolate pra fora de surpresa) ficassem o encarando tipo “você é pai? ”.  

— Gente! Gente! Não fiquem me olhando assim. Eu posso explicar. – pediu ele, pedindo com que todos parassem de cochichar.

Fernanda, coitada, com a taça de suco na mão, aproximou-se de William e deu um tapa na cara:

— Eu não acredito que você não me contou isso. Isso tem a ver com aquela mulher que estava falando com você? – perguntou ela e que, por coincidência, fez com que Roman aparecesse na hora.

— O que tem meu filho? – perguntou Roman à Elisa, preocupada.

Fernanda encarou Roman e ficou de coração partido diante a traição. William tentou segurar a pobre garota traída, mas não conseguiu. Fernanda saiu aos prantos dali.

Elisa interrompeu a cena toda, implorando para todas as pessoas que ali estavam:

— Salvem Zero! Alguém o capturou e eu não sei o que eles querem, mas sei que ele está em perigo.

— Ele está bem? A doença dele... – comentou Roman, pedindo uma continuação.

— Ele está curado. Ele foi transformado em uma espada de diamante e quando ela foi quebrada a sua doença de envelhecimento sumiu.

Eu fiquei tipo... eu precisei intervir:

— Espera, gente! – eu gritei. – Aquela espada que a gente foi atrás na época da Darcy era na verdade o filho do Will? Como isso é possível? Quem fez isso com ele?

Elisa, furiosa, gritou comigo:

— Cala a sua boca e pergunte isso para ele quando você e sua guilda o salvar! Cada segundo que passa eu sinto que a sua vida está em risco.

Roman, sendo encarada com maus olhos por todos, também sentiu:

— Eu sinto ele vivo, mas ele está com medo. Estão torturando ele... devemos nos apressar antes que alguém faça alguma coisa com ele. Elisa. Eu irei com você.

Roman ficou ao lado de Elisa. A minha invocada, Fairy, que estava pesada de tanto comer, também se aproximou de Elisa, confirmando que iria atrás do filho de William. Lari, Faaram, Sagan e Taylor fizeram a mesma coisa.

— Eu também irei, mas antes preciso ir atrás de Fernanda. Eu devo uma explicação à ela.

Todos concordaram e William pulou prédio a baixo, imaginando a gravidade mais estável para um pouso seguro.

Parte 2: Arrependimento

Fernanda estava em um beco ao lado do Seed. Ao seu redor folhas de jornal voavam e mendigos passavam a cada instante em frente ao beco. Uma escuridão salva por uma luz fraca de um poste ao seu lado. Nele ela estava apoiada com os braços, chorando:

— Fernanda. Eu sinto muito. Queria ter te contado, mas eu não saberia explicar tudo corretamente. – tentou Will se desculpar, mas a mão pesada de Fernanda acertou a cara dele mais uma vez.

— Eu acabei de fazer 18 anos e já estou sofrendo de amor. Você tem noção disso? Uma vez eu te perguntei se escondia algo de mim e você disse que não.

William lembrou do restaurante e retrucou:

— Como pode falar de mentir sendo que tem algo para me contar. E aquele papel que você ia me mostrar? Onde ele está? Cadê a Fernanda que cobra sinceridade de mim?

Sem palavras, ela deu as costas para Will e saiu andando, ignorando-o completamente:

— Você é mais velho que eu, mas uma verdadeira criança.

— Para de andar, Nandinha! Por favor! Estou arrependido. Não precisa estar assim.

Fernanda se ajoelhou no chão, rendendo-se as lágrimas e pegando no bolso o envelope amassado que tinha seu segredo:

— Você acha que estou assim por causa de você ter um filho? Eu tenho uma voz na minha cabeça que me perturba sempre e nem por isso sou perfeita. É sobre o que eu tenho para te contar.

William ficou um pouco aliviado por saber que não era o único culpado do estado emocional de Fernanda e quando se aproximou dela seu corpo gelou. Uma grande pressão mágica o derrubou no chão:

— O que está acontecendo? Que... Que magia é essa? De quem é? Eu não consigo respirar.

Fernanda, quase imóvel diante um portal negro que se abriu repentinamente em sua frente, jogou o envelope no chão e em seguida foi sugada. O portal, após levar Fernanda, desapareceu e misteriosamente a memória dele foi substituída no cérebro de William. Para Will, a Nandinha (ui!) se desculpou pelo fato de ter saído da festa daquele jeito e disse ter entendido a situação dele e de seu filho, também indo embora para descansar. Uma memória falsa que substituiu a da briga e de Fernanda sendo levada:

— Eu vou lá com os outros, agora. Amanhã eu falo com a Fernanda. – comentou ele para si mesmo, dando um super salto e indo direto para cobertura.

O envelope ficou na rua e com a força de uma leve brisa ele foi levado para um bueiro, sendo perdido naquela imensidão de sujeira subterrânea.

Parte 3: Trancafiado

Com uma mordaça na boca, amarrado num cano de metal e dentro de uma cela anti-magia, Zero acordou sem camisa e com vários cortes em seu peito. Realmente, como sua mãe tinha sentido, ele foi torturado, mas a dor tinha sumido. Era forte, determinado e queria sair dali, apenas isso.

Maju, com sua postura elegante e ereta, chegou na frente da cela e encarou o peitoral bem formado do seu prisioneiro:

— Você é muito bonito, sabia? - Zero gemeu de nervoso, mas nenhuma palavra saiu de sua boca. Estava amordaçado.  – Me desculpa por ter colocado isso em sua boca, mas acontece que a existem magias que são executadas apenas com palavras. Apesar que essa cela não permite magia alguma... bom, eu vou tirar isso de você.

Maju levantou o dedo indicador e a mordaça desapareceu, deixando Zero gritar:

— Socorro! Socorro! Tirem-me daqui! Alguém me ajude!! Mãe... pai...

— Mãe? Pai? Um baita homem gostoso desse pedindo pelos pais. Realmente você tem um cérebro fraco. Você envelheceu mais fisicamente. A sua doença não desenvolveu tanto teu cérebro assim.

— Quem disse que eu estou chamando por eles? Apenas estou sentindo que eles estão vindo para cá.

Com um belo sorriso, ela criticou:

— Para de ser tonto. Esse é o plano. Eu deixei com que Elisa fugisse, dosando minha magia em você.

— Sua magia não funciona em mim. Não senti nada em meu corpo. Apenas foi uma oportunidade para deixar Elisa escapar.

Maju pensou e não queria admitir, mas sentiu que Zero não tinha sido afetado. Entretanto, mentiu para não sair por baixo:

— Você está errado. Eu sinto quando alguém é afetado pela Purpleman.

— Purpleman?

— Sim. – respondeu Maju. – É o nome da minha magia. A pessoa fica sujeita a todos os meus comandos, mas não posso mais falar com você. A pessoa que me lidera já já estará na cidade e vou precisar recepciona-la. Isso se o que você disse for verdade. Os caçadores já já estarão em Hermoni e eu vou precisar de... com quem estou falando? Até mais.

Maju estalou os dedos e as luzes daquele corredor com várias celas se apagaram. Um grito de Zero ecoou até que ela saísse por completo daquele local imundo.


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Notas finais do capítulo

Até mais!



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