Os Caçadores: A Última Guerra escrita por Gustavo Ganark


Capítulo 35
Cinzas


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo de hoje! Boa leitura, leitores.



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Parte 1: As Vozes

Eu estava furioso! Pedi para que Fairy matasse Trista, que chorava feito uma criança que quebrou um prato e se arrependeu para não apanhar da mamãe.

— Eu juro! Eu não quis matá-la! – gritou Trista, fazendo com que eu ficasse mais nervoso.

Fairy estava se comovendo, acenando para eu calar a boca:

— Deixe ele falar, Anark. Quer que eu lute? Então não se intrometa senão você vai ficar sem o movimento dos seus braços também.

Eita, grosseria! Eu queria vingança, mas tinha que deixar Fairy liberada para lutar. Se ela quis escutar Trista, o que eu ia fazer?

— As vozes em minha cabeça! Elas me perturbam!

— Vozes? – perguntou Fairy, lembrando-se do mesmo “probleminha” de Fernanda.

— Ela me guia! Eu não consigo parar de fazer o que ela manda! Minha cabeça dói! – gritava Trista enquanto ajoelhado no chão, tremendo de dor. – Elas estão mandando eu matar vocês dois. Eu não quero isso, mas não tenho escolha.

— O que são essas vozes? De quem são essas vozes?

Trista mudou completamente sua personalidade, respondendo:

— Quando eu matar vocês dois e essa guerra acabar, o mundo vai saber de quem eu estou falando.

Fairy pegou o seu cajado e se defendeu de um soco que Trista deu. Tamanha força que mesmo tentando segurar o impacto se mantendo firme no chão, Fairy deu uma deslizada para trás.

Eu pensei: “Porra! Que força é essa?!”, mas não podia fazer nada além de torcer por Fairy! Afinal, aquele cara matou Malena e eu sempre achei ela muito forte. Eu não sabia o que esperar de Trista, já que sua magia ainda era uma incógnita e nem de Fairy, pelo mesmo motivo.

— Lute contra as vozes, rapaz! Seja livre e faça o que você quer fazer. – Fairy tentou convencer o inimigo a se render, mas sem sucesso. Trista acumulou um Chi verde em seu corpo e o materializou em uma enorme esfera de energia.

— Eu dissipei as propriedades mágicas de meu corpo. É isso que eu faço: dissipar as coisas. Fazê-las desaparecer! Sumam!

Trista arremessou aquela bola em cima da gente. Eu fui pego por Fairy, que abriu suas asas e voou para bem alto, conseguindo escapar por pouco daquela explosão energética.

— Anark! Ele pode dissipar as coisas. Eu acho que... – ela não conseguiu terminar de falar, mas o que ela quis dizer que Trista faria, ele o fez. Mesmo em voo, as asas de Fairy foram dissipadas e nós dois caímos de cara no chão.

Eu, por sorte, caí em cima de Fairy, que tinha batido a cabeça e desmaiado. PRONTO! Era o meu fim. Eu sem poder me mexer com a única “arma” também debilitada. Eu vi a morte na minha frente, mas ela foi afugentada por um milagre: mesmo inconsciente, Fairy me curou da coluna e eu conseguia sentir as minhas pernas novamente.

Parte 2: Das Cinzas Ao Fogo

Eu estava curado e Trista estava cagando para isso. As vozes em sua cabeça pediam a minha morte. Então eu tinha que me manter focado em vencer aquela batalha.

— Nossa. Essa mulher realmente é poderosa. Mesmo inconsciente ela pode fazer essas coisas. Vou dissipar ela inteirinha.

Eu dei uma gargalhadinha e peguei aquilo que eu estava com tanta saudade. MEU LIVRO DE COISAS DE OUTRA DIMENSÃO! A coisa ia ficar interessante. Eu tinha surpresas. Coisas que eu prometi a mim mesmo usar apenas quando eu tiver o movimento de minhas pernas recuperado. Voilá!

Com meu livro em mão, eu mordi o meu dedo. Eu estudei enquanto estava no hospital um pouco sobre magia dimensional. Tinha lido que objetos de magos dimensionais ficavam mais precisos e poderosos em contato com seu sangue. O sangue que saiu do meu dedo mordido, que doeu para caramba, caiu sobre duas das minhas novas páginas:

Adaga Versiana. Armadura Croniana.

Sobre a adaga: era de Verso. Grande o suficiente para, quase, não ser chamada de adaga. A roupa na verdade faltava muito: eu estava apenas com uma calça larga e branca, sem camisa. Se eu tinha vergonha? Sim. Entretanto, uma mecha branca apareceu em meu cabelo. Era efeito da Armadura Croniana. Croniana, para vocês entenderem, por ser de Chronos, a dimensão liderada por Fairy e seu marido.

— Sua magia! Mudou de forma! Você virou outra pessoa? – Trista ficou preocupado.

Fairy abriu seus olhos, mas deixou que eu me virasse. Vaquinha croniana.

Eu não esperei o primeiro movimento dele. Eu fui para cima direto e surpreendentemente eu estava muito rápido. Talvez por estar lutando com algo tão leve se comparado a minha Espada do Rei do Fogo, por exemplo.

Trista não conseguiu ver meus movimentos. Rapidamente fiz um corte diagonal em seu corpo. Antes que o sangue me atingisse, eu dei um salto para trás e corri em volta dele, o chutando contra uma árvore no meio daquele jardim bem florido. Ele se levantou e tentou dissipar minha magia, mas não conseguiu:

— Como assim? – ele se perguntou. – Eu não consigo usar minha magia contra você. Quem é você?

Fairy, inteligente como uma figura líder de dimensão precisa ser, comentou em pensamento:

“É óbvio que sua magia não funciona contra ele. Magia de dissipação só funciona com um mago nativo da dimensão em que ele está. Anark é um mago dimensional. A sua magia vem de diversas dimensões, e por incrível que pareça nenhuma da Terra. E ele está na Terra. Então esse contraste deixa ele imune. ”

Trista, sangrando à beça, correu em minha direção e juntou energia verde em suas mãos, mas quando ele lançou contra mim, eu me defendi com a adaga, cortando a rajada ao meio. Brutalmente, eu lancei as duas adagas contra os olhos dele. As adagas atravessaram seu rosto e Trista se “estupefou” no chão, na hora. Morto.

Minha vingança foi concluída com sucesso. Eu me senti vitorioso, mas triste. Aquilo não me trouxe Malena de volta, mas um abraço de Fairy me caiu bem. Um abraço me elogiando por ter conseguido vencer um deus e por eu ter sido curado.

— Eu agradeço você, Fairy. Eu fiquei mais forte graças a sua magia.

— Que magia? – ela perguntou.

— Uai. Você me curou.

Estranhamente, ela respondeu:

— Eu não fiz nada, Anark. Quando foi que eu curei você? Eu não tenho poder suficiente para curar alguém de algo tão grave.

PRONTO! Era o mistério que faltava para um capítulo onde eu sou protagonista. Quem foi que me curou? Quem me deu a liberdade de andar novamente? Eu não sabia, mas isso não me preocupava nem um pouco. Eu agradeci mentalmente a pessoa que fez isso. Muito obrigado, pessoa desconhecida que me curou.

 


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Notas finais do capítulo

Até mais e boa leitura!
Próximo capítulo: "Exército de Espíritos"



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