Os Caçadores: A Última Guerra escrita por Gustavo Ganark


Capítulo 3
Convite


Notas iniciais do capítulo

[CAPÍTULO BÔNUS] Boa leitura e até a próxima segunda. Vagas fechadas temporariamente.



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O torneio ainda estava em andamento e a Malena tinha acabado de ganhar de um rapaz enorme com uma super força. Ela é maga de gelo, ou seja, esse rapaz entrou numa fria – literalmente. Eu vibrei junto com a plateia e os jurados. Pelo visto ela chamou a atenção de todos.

Eu ainda estava meio assim já que a pessoa que eu queria impressionar não assistiu a minha luta. Estava muito descontente com a situação e Blue tinha percebido isso:

— Calma, Anark! – disse ele, colocando a mão no meu ombro. – Não adianta ficar assim. Com certeza alguém vai te chamar. Você não é popular, então não tem necessidade de estar na guilda do Snup. Você pode fazer diferença na Imperatrix ou na Flames. A guilda não importa.

Eu olhei Blue e não me senti confortado. Ele continuou:

— Lá em Verso nós também temos grupos. Eu tinha o meu, que com muito custo, consegui conquistar e fortalecer.

— É sério? Lá existem guildas?

— Sim, claro! Existem magos criadores que invocam guildas inteiras aqui na Terra. Um dia você será capaz de invocar muitos magos. “Invocar”! É isso! Eu estava procurando uma palavra certa para definir o que os magos criadores fazem. Eles criam na terra o que existe na Verso e invocam essas coisas. Enfim, lá também tem guildas. Guildas fracas e poderosas. Guildas boas ou ruins. Entretanto, os trabalhos das guildas boas sempre são os mesmos. O que faz a diferença é a pessoa que você é por dentro.

— Muito obrigado, Blue. Você tinha uma guilda?

Blue fechou a expressão e continuou olhando a luta (estávamos na arquibancada do ginásio):

— Já disse que não vou falar sobre mim, em Verso. Não tem necessidade de você saber. Vamos continuar observando a luta. Estamos aqui para isso.

Tá bom! Já que ele não queria que eu perguntasse, não perguntei, oras. Mas que eu estava curioso, eu estava. E não ia sossegar até descobrir o mínimo da minha criação.

Depois de uma hora as lutas terminaram e todos os magos estavam na arquibancada esperando ser chamados. Seria a hora que revelaria quem ocupou tal vaga, ou os convites dos líderes. Se sobrasse vaga, um segundo dia de torneio aconteceria e tudo se repetiria, mas apenas com os líderes das guildas de vagas restantes.

Chamaram a Malena. Ela ficou na frente dos quatro líderes, que estavam em pé. Malena ganhou quatro envelopes, ou seja, quatro convites. Todos os líderes chamaram ela e, que por sinal, era ela quem tinha que escolher a qual guilda entrar. Depois de alguns segundos pensando – e sem esconder a felicidade que estava sentindo – Malena escolheu Neo Imperium, como tinha dito na carta.

A plateia aplaudiu e a líder da Neo Imperium, Varzea, abraçou Malena como boas-vindas. Depois de algum tempo todos já tinham sido chamados. Tinha gente que não teve convite nenhum. Muita gente. Eles estavam bastante rígidos. Nunca aconteceu isso.

Tinha chegado a minha vez e Blue me desejou boa sorte. Eu desci as escadas e vi Grimlock sorrindo para mim. Ele, mesmo perdendo, chamou atenção de dois líderes. Ele queria que eu não fosse chamado por nenhum, certeza.

Fiquei posicionado no centro do ginásio e os quatro líderes da minha frente.

A primeira líder, Varzea, não demonstrou reação. Ela não me chamaria de jeito nenhum e virou de costas. Procedimento para quem não vai escolher ninguém.

Varzus, da Imperatrix, também virou de costas. Não me queria em sua guilda.

Restavam apenas dois líderes, um deles nem na minha cara olhou. Com certeza não me escolheria. O outro, líder de uma facção de brutamontes malvados e sangue-frio.

Fireshock, líder da Flame, virou de costas, o que me fez crer que não seria escolhido mais por ninguém. Restava Snup e eu tinha certeza que ele viraria de costas, MAS NÃO FEZ! Snup pegou um convite e me entregou.

Eu estava surpreso, já que ele nem na minha cara olhou. E quer saber de uma coisa? Eu era o último a ser ‘’julgado’’ e o primeiro, naquele torneio, a aceitar o convite de Snup.

Ele me deu um abraço, e eu não – eu estava tímido, confuso, surpreendido. Snup, quando me abraçou, sussurrou no meu ouvido exatamente isso: “Socorro. Precisamos da sua ajuda.”

Socorro? Minha ajuda? Como assim? Mesmo os magos da HP buscando popularidade, são conhecidos como uma das guildas mais poderosas do país. Como eles precisavam de ajuda de um recém-formado que levou uma surra na frente de um monte de gente?

O Torneio das Vagas acabou e todas as vagas foram preenchidas. Malena correu em minha direção e me deu um abraço bem forte:

— Eu sabia que a gente ia conseguir! Parabéns, Anark!

— Eu que agradeço! Se não fosse você para pegar o meu livro em casa.

— Mas seu livro não estava na sua casa! E não foi eu quem peguei.

Ahn? Como assim não foi ela quem pegou? Quem tinha sido então? Blue chegou e respondeu a minha pergunta:

— Foi eu. Foi eu quem peguei o teu livro e joguei para você.

A minha cabeça começou a girar e eu, tão confuso pela escolha de Snup, fiquei mais confuso ainda e perguntei:

— Mas eu te criei depois de pegar o livro.

— Na verdade eu... já estava aqui na Terra! Eu estava num livro de um outro mago criador e ele tinha acabado de rasgar minha página, encerrando todas as relações comigo. Eu senti que você iria me criar então fiquei na Terra mesmo e aproveitei caminho. Peguei o teu livro, joguei e retornei para Verso. Depois eu voltei novamente. Entendeu?

Eu tinha entendido. Malena não. E lá foi outra vez Blue falar toda a história de Verso e magos criadores para ela. Após isso nos despedimos um do outro e fomos cada um para sua casa. Blue foi para a minha casa, já que ele não podia ir para Verso.

Cheguei em casa, abri a porta. Ele entrou e sentou na poltrona da sala. Começou a pular sentado nela, sentindo o conforto. Eu dei risada e tranquei a porta. Coloquei o convite na mesa de centro, sentei e falei para Blue:

— Obrigado pela força. No final eu consegui o que queria, mas tem algo me incomodando.

Blue parou de brincar na poltrona e ficou sério, perguntando-me:

— O que foi dessa vez, Anark? O que está te incomodando?

— É o seguinte. Quando Snup, o líder da guilda que eu queria entrar, foi me abraçar como forma de boas-vindas, ele me disse algo no ouvido. Ele pediu socorro e que precisava de minha ajuda. E como você sabe de tudo que me cerca, eu queria te perguntar o que está acontecendo. Porque Snup me escolheu sendo que ele não assistiu minha luta?

Blue fechou os olhos e seu corpo começou a brilhar. Uma aura enorme azul estava preenchendo ele:

— Snup, na verdade, não está em perigo e nada! Ele apenas deu importância à sua escolha. Ele quis dizer que você é importante para ele e que precisava de sua ajuda para tornar a guilda dele mais forte. O socorro que ele pediu representou a urgência disso. Nada demais.

Eu fiquei aliviado e perguntei novamente:

— Então é isso? Foi uma forma de boas vindas?

— É claro! Você foi o único convidado a aceitar o seu convite.

— Mesmo se eu não quisesse entrar na HP eu deveria. Só ele me escolheu. Ainda bem que eu sempre quis a HP. Os caçadores, assim chamamos eles, são populares e eu sempre quis ser.

Confesso, nunca fui popular. Era um plano, na verdade.

— Você descobrirá muitos outros motivos para aproveitar a HP, não só a popularidade.

A conversa ia ficar melhor, mas alguém bateu na porta. Eu não estava esperando visita, então Blue se levantou. Se ele precisasse lutar, estaria preparado.

Quando eu abri a porta vi uma garotinha, aparentemente 8 anos de idade, dando-me um oi e perguntando se podia entrar. Eu perguntei quem ela era e ela me respondeu:

— Meu nome é Ivy e eu sou a nova líder da Hunters Of Peace!


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Notas finais do capítulo

Até mais e futuras boas leituras.