Os Caçadores: A Última Guerra escrita por Gustavo Ganark


Capítulo 13
A Prisão de Most City


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo da temporada "ZERO, A ESPADA DE DIAMANTE".
Boa leitura.



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Estranhando tudo aquilo, eu perguntei para Seph:

— Eu? A Segunda Arma Divina? Como assim?

— É lógico! Ninguém pode usar o seu CloudBook além de você mesmo. Matar você seria perda de tempo e arruinação total para o plano de Ningirama. Então logicamente você mesmo é a Segunda Arma Divina. Pam, Sam e Tam. O nome das três armas divinas, segundo a lenda. Pam, é a Zero. Sam, é você. E Tam... não sabemos. Pelo menos uma certeza nós temos, Ningirama não consegue te convencer, então o seu plano já é barrado por aí. Você com certeza recusaria suas ofertas, não é?

Eu fiquei tímido e todos estavam olhando para mim:

— É lógico que eu recusaria! O que eu ganho unificando todas as dimensões? Nada! Blue com certeza não concordaria com isso.

Seph com um baita sorriso no rosto me perguntou:

— Você está curioso para saber sobre as dimensões que existem? Eu posso te contar sobre cada uma delas. Quer?

William, o curioso, acenou a cabeça para mim. Ele queria que eu respondesse sim. Estavam todos gostando da conversa, por isso ninguém se pronunciou. Eu respondi que sim e o viciado em chá continuou a prosa infinita:

— Existem cinco dimensões: a dimensão dos anjos, Verso. Dizem que esses anjos possuem magias assustadoras e fatais. Eles possuem três transformações que os permitem ficar mais poderosos. Nós, magos humanos, temos as nossas magias normais e o Finale, a magia mais forte de cada um. Nós nascemos com essa magia.  Os Versianos podem além de usar magia, transformar seus corpos parcialmente ou completamente três vezes. E cada vez que se transforma, sua magia aumenta e seu corpo fica cada vez mais modificada. Diferente do que as religiões pregam, esses anjos são terrivelmente fortes. De longe a dimensão mais poderosa que tem. Depois temos a Tormenta, a dimensão das águas. Dizem que esse mundo é completamente submerso em águas mágicas, tais aguas que curam qualquer ferida física. A lenda diz que a rainha desse mundo vaga pelo nosso buscando almas perdidas em águas oceânicas. Pessoas que morrem no mar vão para esse mundo, passam pelas águas mágicas e se tornam Tormentas. Temos o mundo da tecnologia, a dimensão mais avançada, Metallicus. Essa dimensão é muito mais avançada que a nossa, suas tecnologias são surpreendentemente poderosas e eles tem acesso a tudo na palma de suas mãos. Os Metalicanos são seres superinteligentes e de uma sabedoria insuportavelmente grande. E como são magos, são fortes. Quanto mais inteligente um mago é, mais forte ele é. As outras duas eu não conheço, então não posso falar nada.

— Ah! – Gritou todo mundo em coro, inclusive eu.

Estávamos esperando informações de todas as dimensões e pelo visto existiam cinco. Três delas nós já conhecíamos. Eu peguei na minha armadura e senti ela em mim:

— Seph. Essa armadura eu invoquei de Tormenta. Ela é de um príncipe de lá. Eu esqueci o seu nome. Então essa armadura é de um “sereio”?

— Exatamente! E por ser de um Tormenta, ela te cura de qualquer ferimento físico. Disso eu tenho certeza!

Malena se levantou e perguntou para Seph, tirando o chá de perto dele:

— E como esse tal de Ningirama pegou sua espada? Ele veio até você? Como se ele é apenas uma entidade?

Seph pegou seu chá de volta, violentamente, tomou e respondeu:

— Ningirama persuade pessoas. Ele nunca vem pessoalmente. Vieram até aqui, me fizeram cair no sono e roubaram a Zero de mim.

Naquele momento quem tinha levantado era eu. Eu peguei a mesa que estava servindo de suporte para o chá dele e joguei longe:

— Caiu no sono? Foi Sleepy quem pegou a Zero?

— Sleepy? Quem é esse?

— Ele tem a magia de fazer as pessoas dormirem. Com certeza foi ele. Ele tem um corpo alto e é bem branco. Tem um cabelo que chega até na bunda e é branco. O que é branco é o cabelo e não a bunda. Entendeu?

Seph balançou a cabeça, mas ficou bem sério, levantando-se e me peitando:

— Primeiramente, alto lar em falar assim comigo. Sou o prefeito da maior cidade do país. Segundo, não foi esse tal de Sleepy, não. Colocaram algo em meu chá e eu adormeci. Estava tendo uma festa aqui, nesse mesmo lugar. Foi alguém dessa cidade, mesmo. Agora quem foi, não sei. A única coisa que eu tenho certeza é que essa pessoa está com minha espada nesse momento e nessa conversa toda eu já perdi um ano de vida.

Se tudo aquilo estava confuso para minha cabeça, ficou ainda mais. Existia mais alguém envolvido nesse drama todo sem ser a gente, Yambakka e Ningirama? Quem mais poderia estar na posse da espada de diamante de Seph, a Zero? Sem pensar duas vezes, eu arranquei um fio de cabelo do gordo viciado em chá e joguei em cima de Klock que não saia mais de mim nem por decreto. A minha intenção era encontrar a espada sentindo sua Chi de longe.

Ah! Chi é o poder mágico de cada ser mágico que existe. Existe a água, e ela é quantificada por mL, cL, L. A magia é quantificada por Chi, ou poder mágico. Chi é mais fácil, então acostumem-se.

O mapa mundi em forma de globo piscou e a espada estava bem próxima dali. Outra sorte danada:

— A Zero está aqui perto, em uma floresta bem próxima daqui. Você conhece essa localização?

Seph engoliu seco e respondeu, tremendo de medo:

— Eu conheço! Essa é a Prisão de Most City, PMC. Essa prisão tem cem quartos e cada quarto possui uma guilda criminosa que ousou em fazer algo errado em minha cidade.

Aghata se levantou e chutou a cara de Seph, arremessando-o contra a parede:

— Você é burro? Se deixar uma guilda inteira junta por muito tempo é pedir por planos criminosos, deixar cem guildas presas desta forma é pedir cem vezes por planos criminosos. Você tem noção do que fez? Com certeza uma dessas cem guildas pegou a Zero. Com certeza Ningirama convenceu um desses cem líderes a pega-la. E sabe o pior? Isso quer dizer que esse criminoso que veio aqui e que te sedou conseguiu passar pela segurança duas vezes. Para vir aqui e depois para voltar. Sabe o que quer dizer? Que sua prisão é nada mais, nada menos, do que uma moradia confortável. Você não criou uma prisão, e sim uma galeria de guildas criminosas.

Seph começou a chorar e saiu correndo dali. Voltou e sentou de novo:

— Desculpem-me. Quando estou amedrontado eu faço isso. Por favor! Vão atrás da minha espada! Por favor! Salvem essa cidade.

Eu acho que eu peguei a mania de Blue. Eu achava aquele Seph irritante e burro, ele a cada palavra me deixava mais nervoso. Peguei ele pelo colarinho de novo (nessa história tem muito disso, né? Tanto colarinho...) e perguntei, cara a cara:

— Você acha que eu sou um objeto? Existem cem guildas lá dentro! Como eu vou saber com qual guilda está a Zero? Meu Klock não tem essa precisão. Ele me informa local no tamanho de rua, não de cômodo. Você arruinou a gente! Estou quase para enfiar a recompensa no teu rabo.

Nanda abaixou o meu braço, forçando-me a colocar Seph de volta no chão:

— Isso não vai ajudar a gente em nada. O que temos que fazer é levar Seph com a gente, já que ele vai nos permitir entrar lá dentro sem nenhuma interferência. Não é, Seph? – Perguntou Nanda, segurando ele pelo colar... mentira! Dessa vez ela pegou ele pelo pescoço e o ergueu no alto.

Sem outra resposta possível, Seph aceitou e tudo tendeu a ir conforme os planejados.


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Notas finais do capítulo

Até mais e futuras boas leituras.



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