As 7 Coisas Que Eu Odeio Em Você escrita por Letícia Niehues


Capítulo 7
Uma nova vida


Notas iniciais do capítulo

OLAAAAA!!! Meu, quanto tempo que eu não apareço por aqui e sinto muito mesmoooo com o sumiço! As coisas simplesmente andam uma correria aqui pra mim e eu não to com tempo pra nada, mas juro juradinho que não vou demorar pra postar o próximo e último capítulo ♥
Beijos e boa leitura!



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Notícias suas continuaram chegando até mim por mais uns dois meses e meio depois de ter te visto aquela vez em minha casa e, quando a leva de comentários sobre você pararam, eu não pude ficar mais agradecida. É muito mais fácil tentar superar alguém quando essa pessoa não está mais presente na sua vida, não importa de que forma. 

Acabei começando a frequentar outros bares, outros clubes e até mesmo outros shoppings - ponto positivo de morar em cidade grande. Só queria me desprender de todas as lembranças que você me trazia, afinal, foi um bom tempo que passamos juntos, não? Cada canto que costumávamos ir juntos acabavam trazendo memórias demais para mim e eu só queria me desprender de tudo isso. Acabei fazendo novos amigos - já estava mais do que na hora - e esses não conheciam seu nome ou seu rosto e, todo o pouco que sabiam de você, foi a história resumida do nosso relacionamento que eu contei para eles. 

Eu também mudei tanto nesse tempo sem você. Meu cabelo ficou mais curto, minha pele menos pálida, meu sorriso mais frequente. Então até que posso te agradecer por desencadear todas essas mudanças em mim, acabou que alguma coisa do nosso relacionamento eu pude tirar no final. 

— Naomi, vamos logo! - Ramona, minha atual melhor amiga, me chamava. Nos conhecemos um pouco menos de um mês depois da última vez que nos vimos, em um bar da cidade que eu nunca tinha ido antes e que acabou virando meu ponto de encontro com meus novos amigos que fizera ali. Uma desse grupo de amigos era a Ramona e, meu Deus, queria ter conhecido ela antes. Se você a conhecesse saberia na hora porque somos amigas, de tanto gosto em comum que nós temos. 

Estávamos indo, naquela noite, para um novo bar que havia aberto na cidade esses dias e que tinha uma grande quantidade de críticas positivas, o que havia nos deixado extremamente curiosas. 

— Só mais dois segundos - disse enquanto descia as escadas da casa dela, que me esperava na porta de entrada. Iríamos encontrar dois outros amigos nossos no lugar, que já deviam estar esperando por nós, então logo saímos, com Ramona dirigindo, já que era a única das duas que tinha um carro. 

— Uma semana pra você se mudar, já to planejando sua festa de boas-vindas naquele apartamento - ela comentou, sorrindo. Eu, finalmente, me mudaria da casa dos meus pais para um apartamento pequeno no centro da cidade, o que já estava maravilhoso para mim. 

— Você planeja festa em qualquer lugar - comentei rindo, o que era totalmente verdade. 

Depois de muito papo jogado fora no carro, chegamos no tal bar e, de fora, o lugar já parecia promissor. Depois de encontrar um lugar para estacionar, entramos no local, procurando nossos amigos. A música que tocava era extremamente agradável, o que acabou me deixando mais animada ainda - vamos combinar que é meio difícil encontrar um lugar que cumpra os três tópicos mais importantes de: música boa, ambiente bom e comida boa. Sem muita demora encontramos Lucca e Finn numa mesa perto do balcão de bebidas, o nosso local favorito, que conversavam animadamente. 

— Minhas vadias favoritas! - Lucca nos cumprimentou animado, rindo, quando percebeu nossa presença, nos fazendo rir também.

— Pensei que não viriam mais! - Finn disse — Se eu recebesse um bolo das duas garotas mais gatas da cidade ficaria muito chateado, hein.

Era muito engraçado o quão amigos todos éramos em tão pouco tempo de amizade. Desde o começo foi como se nos conhecêssemos por séculos, o que era incrível, já que eu só tinha sentido isso com uma pessoa antes: você. 

Engatamos em uma conversa qualquer sobre assuntos da faculdade e eu acabei pedindo para o barman um coquetel qualquer que parecia interessante pelo cardápio de bebidas do lugar, não querendo ficar sem beber nada. Ramona já estava trocando olhares com um cara, que aparentava mais velho, de uma mesa não tão longe da outra. Sempre me impressionei com o quão rápida ela é, nunca perde tempo para flertar - sério mesmo, nunca - e, admiravelmente, sempre consegue conquistar o alvo da noite. No meio de uma piada que eu e os meninos fazíamos sobre ela não conseguir aquietar nunca, eu ouvi sua voz. Obviamente eu pensei que tava confundindo, ouvindo coisa onde não tinha nada, mas eu sempre pareci ter um radar para você, nunca confundiria sua voz. Automaticamente procurei a fonte daquela voz que, mentalmente, eu torcia para não ser você mesmo e logo te achei. Era óbvio que você estaria no novo bar badalado da cidade, como não tinha pensado nisso antes, eu me pergunto até hoje. Quando vi seu rosto, meu coração parou de bater como sempre e acelerou loucamente. Que merda, hein, coração? Nem para ser mais controlado. Você parecia continuar o mesmo, os cabelos negros bagunçados, os olhos cinzas brilhantes que eu sempre amei, o sorriso brilhante no rosto… Era como se todos esses meses longe um do outro nunca haviam existido, pois me sentia - e ainda me sinto - da mesma maneira que antes, eu não podia negar. Eu sentia uma saudade imensa de você, Alec, que eu me deixei sentir naquele momento que te vi de novo, já que nos últimos meses eu simplesmente ignorava tudo o que tinha o menor sinal de ser relacionado com você. 

— Naomi, você está bem? Parece que viu um fantasma - Finn perguntou e eu percebi que os três agora me encaravam, preocupados. 

— Mais ou menos isso. Eu preciso tomar um ar - falei, simplesmente, e Ramona olhou para a direção que eu olhava antes, a sua direção, e uma feição de compreensão passou pelo rosto dela, que logo se levantou comigo, indo para fora do bar, sem dar nenhuma palavra aos meninos. Apenas me encostei da parede do estabelecimento e fechei os olhos, querendo que aquilo fosse apenas um pesadelo.

— Como você soube que era ele? - perguntei à ela, ainda sem abrir meus olhos.

— Única pessoa que poderia ter esse efeito sobre você e, sem contar, que ele bate a descrição que você me deu quando contou a história - ela falou, colocando a mão sobre meu ombro. Abri os olhos e encarei ela, que me já me olhava.

— Será que eu estou destinada a ficar presa nele, Ramona? Eu não aguento mais isso. Toda vez que tudo parece ir bem ele aparece de novo - desabafei.

— Ai, Naomi… Eu mal sei o que falar sobre isso. Não adianta eu simplesmente te falar para esquecer, porque eu posso ver que não é nem um pouco fácil. Só o tempo pode curar isso, eu acho. Ou talvez vocês ainda voltem um pro outro - ela disse e eu agradeci mentalmente por não ser recebida por um mar de mentiras que me agradassem. Essa era uma das coisas que eu mais gostava na Ramona, ela falava a verdade não importava o preço que a custasse, e isso era maravilhoso. 

Por um momento fiquei pensando como seria se ficássemos juntos de novo, se dessa vez daria certo, mas nunca saberei. Depois dessa conversa com ela, fomos de volta para sua casa, onde eu dormiria, depois de ter me despedido brevemente dos meninos, tentando ter certeza que você não me veria lá de forma alguma. E, naquela noite, antes de dormir, eu fiquei pensando em você, em todos os momentos bons que passamos juntos. Pode ser considerado um ato masoquista, mas eu não ligava, eu precisava daquelas lembranças de nós dois, pelo menos naquele momento de fraqueza. 

 

Chegamos finalmente na sétima e última - pelo menos dessa lista - coisa que eu odeio em você: como você conquistou meu coração e nunca o devolveu. 


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