Eddie e Seus Peugeots: Roads of Paradise escrita por Eddie Peugeot


Capítulo 7
Maués Rumble Rally - Primeiro Round


Notas iniciais do capítulo

Eddie tem o seu primeiro grande desafio no Maués Rumble Rally, enfrentará Gael Piochi na primeira fase.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/678676/chapter/7

Rua Guaranópolis, Maresia, 24 de Setembro de 2016, sábado, 17:00

— Nossa... – disse uma voz masculina – esses bancos são bem confortáveis, mana!

— Frederico, eu gastei uma fortuna pra ter esses bancos dianteiros pra ficar bem confortável enquanto eu dirijo este Escort – disse uma voz feminina – sem depender das minhas irmãs.

Freddy (ou Frederico, se preferir) e Joanna estão dentro do Ford Escort XR3 personalizado de cor preta pela moça de cabelos vermelhos tingidos. Ela, está demostrando para o loiro todo o interior de seu carro, completamente personalizado com o painel de capas de couro, pomo de câmbio personalizado, bancos de couro da marca Momo cor vermelha, e volante Shutt. Freddy está sentado no banco do motorista, enquanto Joanna está sentada no banco do passageiro.

— E... foi por conta de algumas corridas que você conseguiu vencer?

— Sim, Frederico, eu venci dez corridas antes de participar da fase preliminar do torneio.

— “Teléza”, hein? Dez corridas?

— Não acredita? Por que você me viu correndo ao lado do teu irmão naquela noite?

— Er... – Freddy fica vermelho de vergonha ao relembrar desse fato citado por Joanna e desvia o olhar.

— Ah, Frederico... você sempre fica assim quando você não quer se admitir – acaricia as bochechas do loiro.

— Joanna, eu, er... – fica vermelho e nervoso de timidez novamente – eu não estou preparado...

— Pra beijar? – advinha a moça – óbvio que não, leso, eu só estou te dizendo que você fica assim porque não consegue se aceitar.

— Eu disse que eu não estou preparado, Joanna... nem com 36 anos eu ainda não quero pensar em outra namorada... já larguei a ex do mano... E você pensa em namorar? Nossa amizade está igual ao tempo em que o mano ficou longe da tua mana... quase 20 anos!

— Frederico, olha pra mim... – tenta acalmá-lo, ao mesmo tempo se aproxima próximo ao rosto do loiro, enquanto o loiro tenta desviar do olhar. De repente, uma voz do alto-falante é ouvida pelo ambiente.

— CHAMANDO EDDIE PEUGEOT E GAEL PIOCHI, REPITO, CHAMANDO EDDIE PEUGEOT E GAEL PIOCHI PARA A LARGADA! – Freddy e Joanna olham pela janela ao ouvir a voz.

— É a corrida do “Eddinho”, Frederico.

— Será que ele vai vencer aquele traiçoeiro do Gael?

— A gente irá saber, Frederico – acaricia os ombros do loiro – a gente vai assistir a corrida pela internet.

Para quem não entendeu, o torneio será transmitido via internet pois haverá auxílio de várias câmeras escondidas e cameramens profissionais escondidos para filmar e transmitir por todos os ângulos das passagens dos carros em alguns traçados pré-definidos. Todos possuirão sinais via-satélite para fazer a transmissão ao vivo na internet para que os fãs de velocidade pudessem acompanhar as pelo computador, smartphone ou tablet, e até mesmo na fanpage oficial da organização via Facebook Live, Periscope do Twitter, Livestream, YouTube, dentre outros sites (óbvio que o leitor nem vai acompanhar porque isso se trata de ficção da obra).

— Err... – disse o loiro quando sente as mãos da moça nos ombros e ao mesmo tempo, novamente fica vermelho de vergonha – eu prefiro ver a largada do meu irmão bem de perto – sai do carro.

— Espera...

— Espere rapidinho aí no carro, ok? – termina, rapidamente deixa o local enquanto deixa a Joanna isolada dentro do carro.

— Espertinho esse Frederico... – a moça de cabelos tingidos também sai do carro e se direciona ao mesmo trajeto do loiro, com um sorriso sapeca.

X///////X

Uma moça de cabelos azuis e um rapaz moreno; uma espécie de casal, que chegou recentemente de um Corvette Stingray preto ano 1963, começou a intrigar a irmã primogênita de Joanna Ferruccio, Jeycianne. A jornalista-corredora, que depois de conversar com o seu amigo que sempre lhe chama de “cunhadão” (devido ao um relacionamento no passado com a sua irmã de meio, Lindinez, com o Eddie e que, para ela, se assemelha de um casamento), começa a sentir memórias pela mente ao passar do tempo.

“Aquela moça de cabelo azul... eu já a vi em algum lugar”— pensa a primogênita – “E aquele moreno... também já observei no mesmo lugar...”.

Enquanto a primogênita continua observando, às escondidas no meio da multidão e dos carros, o casal, em outro lugar, Eddie Peugeot já está a postos ao volante com o Chevrolet Opala, esperando a chegada do seu oponente para a primeira corrida do torneio, sendo uma série de três corridas a cada disputa.

A série de três corridas é uma forma de disputa de três etapas a cada corrida, no qual o vencedor será considerado se vencer as duas etapas. Em caso de empate, terá a terceira corrida, que será o critério de desempate para definir o vencedor.

De repente no fundo, surge um carro preto, apresentando-se um Fiat Prêmio da cor preta que para ao lado direito do Chevrolet Opala amarelo do Eddie, e que o motorista se revela ao baixar a janela lateral. Era o Gael Piochi. Ambos os pilotos se olham com a serenidade de que seria uma corrida difícil.

Um alto-falante começa a anunciar.

— Alô, povo de Maués, presente neste momento para a primeira corrida desta competição que está encantando o povo da “Terra do Guaraná”! – a multidão começa a gritar de alegria – nós estamos ao vivo para todo o Brasil e para o mundo porque é hoje que os motores vão roncar! – mais delírio da multidão.

Eddie e Gael começam a se suspirar.

— No lado direito, ao bordo de um Fiat Prêmio ano 1986 de cor preta, considerados um dos melhores corredores do momento. Um grande corredor, e o nome dele é Gael Piochi! – apenas aplausos da população são ouvidos – e no outro lado... Ele! A nova sensação das ruas de Maués, dirigindo o seu Chevrolet Opala ano 1976 de cor amarela...  Eddie Peugeot! – o público vai ao delírio para a recepção.

Gael se mostra com o rosto fechado com a recepção do público e ainda observa o seu oponente de lado, enquanto Eddie ainda fica atento de frente, muito concentrado com a corrida. De repente, entre o espaço no lado dos corredores, aparece uma moça de física cheia (algo que o Eddie já conhece, mas não por muito tempo) com cabelos morenos cacheados e com óculos, que conversa com ambos os corredores.

— Eddie Peugeot – ao virar para direita – e Gael Piochi – ao virar para esquerda – vocês sabem as regras da “série de três corridas”. Quem vencer as duas seguidas, passa de fase. Se empatarem, vai ter a terceira corrida para saber quem vai passar de fase – os dois acenam a cabeça, concordando com o que Lisa Berger falou.

Após um breve papo, Lisa começa a levantar os braços para iniciar a corrida.

— Atenção, corredores – os motores começam a roncar – no três! – sinaliza Lisa com três dedos levantados na mão (exceto o indicador e polegar) – Três... dois... um... JÁ!!! – agacha Lisa e os carros começam a largar.

Na largada, Eddie Peugeot estava bastante atento na hora de soltar o freio de mão no momento do “já”. Ao soltar, o carro solta um pequeno “burnout” e ganha uma pequena vantagem em relação ao Gael, que também soltou o freio de mão na hora do “já”, só que um pouquinho de atraso. Eddie já começa a corrida na frente.

Após um pequeno agacho para sinalizar a largada da corrida, Lisa observa os pilotos saindo no sentido da rua Guaranópolis ao Estrada dos Moraes.

“Boa sorte, Eddie”— pensa a moça.

X//////X

Enquanto isso, no conjunto de banheiros químicos instalados para o evento, Jeycianne continua seguindo de longe um casal que ela avistou de forma suspeita. Antes disso, ela observou de longe o casal entrando de cada em banheiro químico. Para Jeyci, parecia que irão fazer necessidades. Mas ao aproximar enquanto caminhava normalmente, ouvia algumas falas suspeitas para a primogênita.

“Gael, cuidado. Tente explorar o máximo do vácuo do Eddie para tentar ultrapassá-lo quando for num espaço perfeito para ultrapassar”— disse uma voz masculina, ouvida pela Jeyci.

“Não use o nitro. Só use o nitro se o Eddie tentar te ultrapassar em num espaço ótimo como as ruas retas ou estradas. Este percurso abusa de estradas!”— disse uma voz feminina, também ouvida pela Jeyci.

“Nós estamos acompanhando não só a corrida, mas o trajeto desses percursos das corridas em que o Eddie está disputando. Em alguns lugares, nós te daremos um sinal para que você consiga ultrapassá-lo”— disse uma voz masculina.

“Lógico que não, porra! Jogar o Eddie pra fora da pista o que pode acontecer com ele? Já aconteceu uma vez com ele ao bater numa árvore e ficou em coma por quinze meses!”— disse uma voz feminina.

“Preciso contar pro Eddie após a corrida, se ele passar ou não”— pensa a amiga do Eddie.

X///////X

De volta à corrida, ao virar para a Estrada de Moraes, Eddie Peugeot continua na ponta com uma boa vantagem, mas sabe que o carro não terá muitas forças nessa corrida, devido que o carro de Gael possui cavalos de potência no motor superiores ao do Eddie. Porém, nem toda a potência faz diferença apesar de que ambos os pilotos possuem óxidos nitrosos para aumentar a velocidade e potência.

O percurso segue na Estrada de Moraes com o tráfego movimentado e requer muita atenção dos corredores para não sofrerem acidentes e que pode comprometer os pilotos, além da velocidade que é o mais que interessa aos pilotos na hora de virar.

Passando pela pequena descida na estrada e na subida, Eddie continua na frente e começa a pisar fundo ao pegar o espaço aberto e longínquo parte da estrada, enquanto Gael tenta aproveitar esse espaço para aproximá-lo. Eddie percebe a presença de Gael pelos retrovisores e continua mantendo a velocidade na estrada e a distância do oponente.

Sabendo que será difícil manter a liderança da corrida, Eddie começa a perceber que Gael estava realmente diminuindo a distância para tentar ultrapassá-lo. Então, Eddie percebe o espaço que ele pode aproveitá-lo e fica logo na frente do seu oponente, bloqueando uma chance de ultrapassagem do Gael.

Mas Gael não desiste e tenta pegar outro espaço para ultrapassá-lo enquanto estão no meio da estrada.

“Meu carro não tem muita força suficiente para aguentá-lo...”— pensa Eddie.

Sorte do Eddie que ambos estavam aproximando da fechadíssima curva para entrar na Estrada Miri-Moraes no sentido bairro-centro, e como o Gael estava querendo ultrapassá-lo pelo lado direito e o Eddie no lado esquerdo, Eddie se manteve na liderança utilizando uma estratégia de brecar e virar, atrasando Gael para evitar a ultrapassagem. Isso irrita o oponente e tranquiliza um pouco a situação do líder.

“Eu não posso usar o nitro nesse momento”— pensa Eddie.

Os dois carros estão em velocidade máxima, no qual Eddie está chegando a atingir até 270 quilômetros por hora, enquanto Gael também está chegando à mesma velocidade do líder, e ainda continua aproximando. Mesmo que ambos estejam nessa velocidade, é constante desvios dos pilotos com o trânsito de caminhões e motos nesse horário e o risco de acidentes é iminente.

Depois de alguns metros percorridos nesta estrada, os pilotos viram para esquerda na esquina com a Rua Francisco Magnani, onde, para eles, deve ser a chegada final da corrida. E não é que realmente era quando, de longe, Eddie avistava duas fumaças azuladas, sinalizando que é a chegada final da corrida. E por aí, pisando fundo, que o Eddie cruza a linha de chegada e vence a primeira etapa.

— Puta que pariu, ganhei! – celebra Eddie.

Enquanto isso...

— Merda – contesta Gael – mas ainda dá para virar.

Os pilotos retornam para a base do evento na Rua Guaranópolis.

X///////X

Rua Guaranópolis, Maresia

— E eles estão chegando – disse o alto falante – que enfrentaram e disputaram de posição a posição, rua a rua e curva a curva e um deles se consagrou vencedor da primeira corrida da série. Os pilotos Gael Piochi, e Eddie Peugeot, o vencedor da primeira corrida da série! – o público aplaude em recepção à chegada dos pilotos no pátio do estacionamento – Avisamos que os dois pilotos precisam se comparecer à organização para a definição da segunda corrida da série – avisa.

Os dois pilotos saem dos seus carros, no qual acabam se olhando estranhamente. De repente, para o Eddie, aparece uma pessoa bem familiar ao seu lado.

— Parabéns, “cunhadão”!

— Obrigado, Jeycianne – responde Eddie.

— A gente estava na torcida acompanhando a corrida, além do teu irmão, maninho! É só o início, mas a partir dessa segunda corrida, aí que é contigo – os dois apertam as mãos.

— E antes de eu ir, quero fazer uma perguntinha – Eddie se aproxima da moça e sussurra na orelha – Você viu a Lindinez por aí, será que ela voltou?

— Nada, maninho, nada da “mana que tu ama” – responde – desde que ela saiu de fininho.

— Valeu, até mais.

— Não deixe que isso te desconcentre, tá, “cunhadão”?

No final, Eddie entra ao armazém para participar da reunião interna com as organizadoras do torneio.

X///////X

— E aí, mana – disse uma moça de cabelos tingidos de vermelho.

— Como vai, minha maninha Joanna? E aí Frederico, ou Freddy, para os íntimos?

— Fala, Jeyci – disse Freddy, que está ao lado da Joanna.

— Olhem, eu não tenho nada o que falar a não ser do Eddie, porque ele está em reunião com o pessoal da organização junto com o oponente dele, e eles vão definir as rotas da segunda corrida.

— Eu espero que acertem uma boa rota, porque pegar estrada é fácil.

— Fácil? – questiona Jeycianne – Eu quase sofri um acidente exatamente na mesma estrada Miri-Moraes quando quase me bati num ônibus escolar e escapei no mato! – protesta – Eddie sentiu vários momentos de perigo quando enfrentava o Gael, nós vimos na corrida como é perigoso! Todos nós sabemos que ele sofreu aquele gravíssimo acidente meses atrás!

— O “Mano” sabe que ele gosta de encarar o perigo – disse Freddy – ele adora adrenalina, seja num tiroteio, seja numa perseguição automobilística, ou seja numa ultrapassagem perigosa como piloto profissional. Nosso tio sempre nos contava que o nosso pai também brincava com o perigo.

— Teléso... – disse Jeycianne – então Eddie quer é mesmo ser dublê? – pergunta com ironia.

— NÃO! – disse, simultaneamente, Joanna e Freddy – Tu que queria experimentar o perigo como acabou de explicar desse fato que tu contou – disse Joanna à sua irmã primogênita.

— Ainda bem que não contei pra nossa “Mana” Lindinez, Joanna, pena que ela quis entrar nessa moda de correr nas ruas assim como a gente – lamenta Jeycianne, sobre a irmã, no qual Eddie é apaixonadíssimo de longo tempo por ela, ter entrado no universo de rachas.

X///////X

Dentro do armazém, Eddie e Gael estão reunidos com Lisa Berger e Bebe Stevens, organizando todo o trajeto de largada e chegada, junto com a equipe de coordenação do torneio que coordenará além de sinalizações de rota, até pontos de transmissão via internet, já que o torneio é transmitido via internet.

— E a gente entrou em acordo, pilotos – disse Bebe – no qual o início da nossa rota será na Avenida Antártica, lá no fim, no bairro Santa Tereza, porém, no sentido contrário. Ouvidos?

— Sim – concordam, simultaneamente, Eddie e Gael.

— A rota vai passando por toda a extensão da avenida, depois entrem na Avenida Dr. Pereira Barreto, depois, virem pelo contorno direito da Praça da Matriz, e depois, virem para esquerda para entrar na Rua Adolfo Cavalcante. Pisem fundo que vocês entram na Rua Ramalho Júnior, passam bem direto até o final, virem para direita, e depois virem mais uma vez para a direita, entrando na Rua São João.

Eddie e Gael ficam com olhares arregalados percebendo o tamanho da extensão da rota.

— Ao chegar na bola da Rua Raimundo Albuquerque, peguem a Estrada Miri-Moraes, viram pra direita ao chegarem no final, depois viram novamente para entrar na Estrada dos Moraes até a linha de chegada, que fica no finalzinho na esquina entre Avenida Getúlio Vargas e Rua Quintino Bocaiúva – explica Lisa, completando.

— Esta é a rota da segunda corrida, caso vocês estejam estranhando o porquê de tanta extensão – disse Bebe.

— Não, não estamos estranhando essa extensão do percurso, porque nós estamos é pra correr e disputar competições. Nós dois temos o mesmo objetivo, chegar até o carro – aponta Eddie ao carro que é o prêmio principal do torneio, um Chevrolet Camaro SS 1969 de cor laranja.

Gael fica desconfiado com Eddie, enquanto Lisa sorri.

— Então, fica aqui a definição – disse Lisa – porque essa corrida pode definir o classificado para a próxima fase, ou terá a “morte súbita” em caso da vitória do derrotado da corrida anterior que deixará a série empatada.

“Morte Súbita” é o termo que define uma disputa de desempate de uma série. Diferente do futebol, que substituiu temporariamente o sistema de prorrogação em decisões de play-offs (ou mata-a-mata) como em alguns jogos da Copa do Mundo até 2002 e da Eurocopa até 2004, cujas regras são as mesmas da prorrogação tradicional só que o jogo termina imediatamente em caso de gol (independentemente seja no primeiro ou no segundo tempo de prorrogação), a “morte súbita” é a terceira corrida da série de três corridas, quando a série estiver empatada em 1 a 1, e que definirá o vencedor da série, seja na vitória ou na desclassificação do oponente (pode ser acidente, defeito mecânico ou uso de trapaça durante a corrida).

Após o término da reunião, os dois pilotos apertam as mãos, calorosamente, mesmo que o semblante de cada mostra que ambos estão mais rivalizados em busca de classificação para a próxima fase da competição. E em seguida, os dois deixam o quartel-general da organização para se prepararem para a segunda corrida.

X///////X

— Será que a reunião acabou, mana? – pergunta Jeycianne, observando junto com a irmã caçula, Joanna, o quartel-general (um armazém do pátio) da organização do torneio.

— Até agora, nada da movimentação, mana – responde Joanna, observando o mesmo local, com um binóculo.

De repente, a porta do quartel-general começa a se abrir e saem de lá os pilotos Eddie Peugeot e Gael Piochi, para a alegria de Jeycianne e Joanna e do Freddy, que fica com um sorriso no rosto. Enquanto as irmãs ficam eufóricas, fazendo a sua torcida a favor do Eddie (inclusive gritando o seu nome) na competição, o próprio piloto prefere não ligá-las já que o seu semblante mostra que está muito concentrado para a segunda corrida, no qual pode faturar a classificação para a próxima fase.

“Eddie, se concentre, porque só depende de você mesmo”— pensa.

Em seguida, Eddie entra em “seu” Chevrolet Opala amarelo, enquanto Gael entra em seu Fiat Prêmio de cor preta, no qual ambos deixam o pátio em rumo ao ponto de largada da terceira corrida.

— Já, já, a segunda corrida entre Eddie Peugeot e Gael Piochi! – anuncia o alto falante.

— Vamos pro carro acompanhar a corrida do mano? – pergunta Freddy às irmãs Ferruccio.

— Bora logo! – responde Jeycianne, simultaneamente com Joanna, no qual o trio entra no carro da Jeycianne, um Renault Clio personalizado, no qual o tablet modelo iPad está conectado com o carregador no acendedor de cigarros. Como o carro é de duas portas, os bancos de passageiro e de motorista precisavam serem adaptados para que os três pudessem entrar para sentar no banco de trás.

— Espero que o “Eddinho” vença logo essa segunda corrida, e carimbará para a próxima fase – diz Joanna, esperançosa e empolgada.

— Tomara que ele ganha fácil – disse Jeycianne, também esperançosa e empolgada.

“Discordo de vocês duas, porque o meu carro pode não vencer tranquilo essa segunda corrida, ai, mano”— pensa Freddy, preocupado com a situação do irmão e do seu veículo emprestado à ele.

Sem que os três percebessem, aparece por trás do veículo uma moça de cabelos castanhos e de física cheia, características bem familiares aos irmãos Peugeot. Por sorte, ela apenas apareceu e depois some de imediato.

“Eddie...”— pensa a moça de cabelos castanhos e que faz o sinal de cruz, rezando pelo seu amor de sua vida de longos tempos.

A própria moça sai da área do pátio e em seguida, corre em direção ao seu carro, que está distante da área, e entra em seguida, no qual pega o seu celular e sintoniza na transmissão ao vivo do torneio via streaming, e novamente faz o sinal da cruz, rezando pelo Eddie Peugeot, que, assim como ele por ela e vice-versa, é a paixão platônica de sua vida por muito tempo e que ambos nunca se encontraram depois de quase 20 anos.

“Não quero perder o Eddie de jeito nenhum... eu quase o perdi quinze meses atrás... Proteja-o, Senhor”— pensa, rezando.

X///////X

Avenida Antártica, Santa Tereza

Os dois pilotos estão posicionados na largada, localizada no fim da Avenida Antártica próxima à fábrica de extração do pau-rosa, porém, no sentido contrário. Serão longos quilômetros que definirão ou o vencedor da série e classificado para a próxima fase ou haverá a “morte súbita” para o desempate.

Eddie, com o seu Opala SS amarelo, está no lado esquerdo, enquanto Gael, com seu Prêmio de cor preta, no lado direito. No meio entre os pilotos, está a Bebe Stevens, que vai sinalizar o início da segunda corrida.

— Atenção, rapazes – avisa a loira – esta corrida pode definir o classificado para a próxima fase ou empatar a série e forçará a “morte súbita” – explica, no qual os pilotos acenam a cabeça, concordando tudo o que a loira havia explicado.

Eddie então observa rapidamente o seu oponente e em seguida, aos seus próprios pés, no qual o pé esquerdo está pisando no pedal da embreagem e o pé direito no pedal do acelerador, e as suas próprias mãos, no qual a mão esquerda está segurando o volante e a mão direita no pomo do câmbio de marcha.

— Atenção – avisa a loira, estendendo os braços para os lados – preparar – levanta para o alto – JÁ! – agacha, baixando os braços e sinalizando o início da corrida.

Os dois carros largam de uma forma simultânea, no qual Eddie ganha uma pequena vantagem em relação ao Gael. Porém, o piloto do Fiat Prêmio não desiste e continua na caça ao Eddie no meio da Avenida Antártica, com um trânsito pouco movimentado, o que dificulta na hora de ultrapassar e os riscos de acidente são grandes.

Após percorrerem de forma apertada na Avenida Antártica, os dois pilotos viram para a Avenida Dr. Pereira Barreto, e o Eddie se manteve na frente, porém, colado pelo Gael, que ainda não desiste de brigar pela liderança da prova, acirrando ainda mais a corrida. As pessoas que passam pelas calçadas ficam atentas pela corrida que está acontecendo no momento, algumas estão registrando com seus celulares toda a passagem dos carros na avenida.

Nos quilômetros finais da avenida, os dois veículos ficam de lado a lado, no qual Eddie ainda possui uma leve vantagem em relação ao concorrente. Ao virar para aos arredores da Praça da Matriz, o piloto do Fiat Prêmio consegue ultrapassá-lo, graças à freada brusca que o Eddie teve e se complicou. Em seguida, os dois pilotos viram para a Rua Adolfo Cavalcante para o sentido centro-bairro, com Gael na liderança e Eddie em segundo.

Como a extensão é longa, os pilotos precisam reduzir a velocidade devido mais uma vez a movimentação do trânsito nesta parte da rota, já que o período de entardecer é mais comum ter o transito movimentado de mais motos e menos carros. Em outras ocasiões, a rua é estreita, para dificultar ainda mais a corrida e também as chances do Eddie de tentar recuperar a liderança.

Ainda, já na Rua Ramalho Júnior, os pilotos passam pela ladeira, descendo e subindo ainda na alta velocidade, até chegarem no final da rua, por onde dobram para a direita e metros depois, mais uma vez dobram para a direita, entrando na Rua São João, agora com a alta velocidade, mesmo que pegam uma ladeira de descida e subida, para dar mais emoção na corrida.

Logo depois, os pilotos pegam a bola da Rua Raimundo Albuquerque com Rua São João e entram pela Estrada Miri-Moraes.

X///////X

— Caramba, o “Eddinho” precisa usar o vácuo para poder ultrapassar esse trapaceiro! Devia usar um nitro se precisar, já que pode utilizá-lo nessa estrada! – disse Joanna, assistindo a corrida pelo tablet.

— Bora, mano! Se ele vencer, o carro pode não aguentar na terceira corrida, porque a organização pode dar uma extensão muito maior no derradeiro percurso!

— Frederico, eu não acredito se eles vão dar uma extensão longa para a terceira corrida.

— Se “elas”, Joanna – corrige Freddy – são duas moças que organizam nesse torneio, só para lembrar.

— E você, mana? – pergunta Joanna à irmã primogênita Jeycianne, que está atenta na corrida do Eddie, porém, sequer responde a pergunta da irmã.

— Ela está atenta, Joanna, deixe-a em paz e bora ver a corrida.

“Essa corrida está me cheirando desconfiança... aquela conversa que eu ouvi no pátio está me cheirando armação de trapaça...”— pensa a primogênita.

— Frederico – diz a caçula.

— Diga, Joanna – diz Freddy.

— Sabia que há uma ironia de destino que nós dois somos caçulas de nossos respectivos irmãos?

— O Eddie é meu irmão primogênito e a Jeyci é sua irmã primogênita, mas não há nada igual porque somos de famílias diferentes.

— A gente se conhece desde o ensino médio, não se lembra? Estudamos juntos, formos amigos até o terceiro ano e depois daquele ano, nunca mais se vimos.

— No terceiro ano, Joanna, o meu irmão sequer estava em Maués e nunca cheguei a falar contigo sobre a Lindinez.

— Ela estava muito deprimida com o que aconteceu naquela festa de formatura no ano anterior, mesmo assim, ela ainda não desistiu do Eddie, mesmo o vendo na televisão como piloto de corrida. A Jeyci chegou até vê-la beijando a tevê enquanto aparecia o Eddie no pódio e pensou que ela estava louca – citada, a primogênita fecha o rosto ao ouvir o que a sua irmã caçula acabou de mencionar – porém, eu cheguei a vê-la rezando na frente da tevê, enquanto passava uma corrida em que o Eddie ainda disputava.

— Paixão, não é? Ela sempre esteve apaixonada por ele por todo esse tempo e torcia por algo que fizesse o bem dele.

De repente, durante a corrida que está sendo exibida no tablet, Eddie Peugeot tenta fazer uma ultrapassagem arriscada no Gael Piochi na curva fechada da esquina da conexão Estrada Miri-Moraes com Estrada dos Moraes no sentido contrário, que vai até à esquina da Prefeitura, ponto de chegada do percurso. Não dá certo e o Gael continua na frente da disputa.

— Merda, quase que o Eddie fez uma ultrapassagem que só ele faz – reclama Joanna, frustrada com o ato falho pelo amigo – e o cara vai forçar a terceira corrida!

— Essa Estrada dos Moraes é traiçoeira, maninha, foi por lá que o mano se acidentou.

— Ele deve esquecer daquele acidente e precisa usar o nitro para ultrapassá-lo, imediatamente!

De volta a corrida, Eddie passa exatamente no local do seu acidente de 15 meses atrás, mas as péssimas lembranças não mexeram com o seu sentimento de vencer a corrida e, então, Eddie começa a pisar mais fundo na velocidade, porém, Eddie coloca o dedo no botão do N20 no volante, com a vontade de utilizar o óxido nitroso, mas não aperta, temendo a reação do Gael de também utilizar o óxido nitroso.

Na parte derradeira do traçado, Eddie consegue chegar perto de Gael, mas fazer a ultrapassagem está mais difícil devido à dimensão das ruas que são estreitas. Para arriscar de vez no momento mais derradeiro da corrida, Eddie entra no sentido contrário da pista e pisa mais fundo na velocidade mesmo quando o carro chega a tocar no concreto e arranhar a pintura pelas saias do veículo, mesmo assim, por alguns décimos, Gael mantém-se na frente e vence a segunda etapa.

— Merda, esse trapaceiro ganhou! – reclama Joanna.

— Filho da puta! – também reclama Freddy.

X///////X

Os dois pilotos voltam a se reunir novamente no quartel-general da organização do torneio. Eddie Peugeot e Gael Piochi, este vencedor da segunda etapa, estão de frente com Lisa Berger e Bebe Stevens, configurando o traçado da derradeira etapa da série de três pelo mapa da cidade. Enquanto isso, lá fora, Freddy, Joanna e Jeycianne estão tentando ouvir toda a conversa de dentro.

— Essa é uma decisiva etapa de que um de vocês sairá classificado para a próxima fase – Eddie e Gael se olham – é tudo ou nada para um de vocês para chegar ao nível de ser um dos melhores corredores de Maués – explica Bebe.

— O percurso dessa terceira etapa é o seguinte: a largada vai ser na faixa de pedestre ao lado do Colégio Secundário de Maués na Avenida Dr. Pereira Barreto, depois virem para a direita da Praça da Matriz, atravessem o cruzamento do Largo Marechal Deodoro até o fim, depois contornem para a esquerda para a Rua João Verçosa, depois virem para a esquerda para entrar na Rua Rui Barbosa, em seguida virem para a direita na esquina de uma escola para entrar na Rua Adolfo Cavalcante, seguem em diante até virar para a Rua Raimundo Albuquerque, contornem para a esquerda naquela bola no final e virem para a Estrada São João e pé na tábua que um de vocês chegará no finalzinho próximo ao aeroporto, nesta noite – explica Lisa Berger mostrando o percurso da terceira etapa no mapa da cidade.

— Qualquer problema mecânico, acidente de carro ou forçar o carro oponente para sofrer acidente é desclassificação na hora – avisa Bebe – e está liberado o uso do óxido nitroso para esta etapa, vocês podem usar o quanto que quiser – encerra a loira e em seguida, os dois pilotos deixam o local.

X///////X

Avenida Dr. Pereira Barreto, Maresia

De um lado, na principal avenida da cidade, estão os dois pilotos que vem de vitória de cada um, Eddie Peugeot e Gael Piochi. Enquanto isso, no pátio do festival do torneio, novamente estão Freddy, Jeycianne e Joanna que vão acompanhar a terceira corrida ao vivo no tablet.

A corrida começa, os olhos dos três ficam apreensivos porque a terceira etapa já é uma decisão pela continuidade do torneio e esperam da melhor corrida do Eddie cujo objetivo é vencer essa etapa para avançar à próxima fase. Um vacilo é capaz de acabar com a corrida e o progresso na competição.

— Vamos, mano – disse Freddy, apreensivo e abraçando a sua amiga do lado, Joanna. A moça de cabelos vermelhos percebe a mão do loiro em seu ombro direito (pela visão). Ela sorri de forma sapeca, porque a amizade entre os dois é muito forte, mesmo quando o loiro já teve vários relacionamentos malsucedidos, apesar da moça nunca teve o desejo de ser a namorada dele, assim como a sua outra irmã teve com o Eddie há um tempo. Quando o loiro percebe ao mesmo tempo em que a moça olha para o loiro, ele começa a sentir a sua timidez. Freddy tem muito medo de assumir um relacionamento, chamado de gamofobia.

“Largue de ser tímido e assume o que você se sente!”— pensa a moça de cabelos vermelhos.

Retornando à corrida, os dois pilotos viram para a Praça da Matriz e prosseguem pela praça do Largo Marechal Deodoro, por onde fazem o contorno parcial para virar à Rua João Verçosa. Quem se aproveita desse contorno é o Eddie, com alguns décimos de vantagem sobre Gael. Logo em seguida, os dois pilotos viram à esquerda para a Rua Rui Barbosa, e o Eddie ainda na frente.

— Bora, “Eddinho”! – diz Joanna, apreensiva pela torcida ao amigo – aquele Camaro tem que ser seu!

Enquanto isso, longe do pátio, um Porsche Cayman lilás ainda está estacionado à uns 5 metros, e por lá, está a moça de cabelos castanhos com uma física pouco cheia, assistindo a corrida via celular, sentada no banco do motorista. A moça fecha as mãos juntas e os olhos também e começa a fazer orações em prol do Eddie.

— Por favor, não façam nenhum mal com a pessoa que eu ainda a amo, Senhor... – jura – eu ainda não irei desistir de você, Eddie, eu jamais irei lhe esquecer de você, eu ainda te amo sempre...

De volta à corrida, os pilotos acabam de virar para a Rua Raimundo Albuquerque depois de passar pela Rua Adolfo Cavalcante e Rua Ramalho Junior, tendo o Eddie ainda na frente, porém, sua vantagem começa a ficar estreita com a possível reação de Gael. Com o aproximar da bola que obrigará ambos a virar para a Rua São João pela esquerda e temendo por uma ultrapassagem brusca do Gael, Eddie fecha o oponente na frente e vira para a esquerda para a parte final da corrida, impedindo a reação do oponente do Fiat Prêmio.

Gael fica irritado com a manobra do oponente do Chevrolet Opala e decide se arriscar no tudo ou nada quando os dois pilotos pegam a ladeira da Rua São João e aproveita da descida (que ganha a velocidade) para utilizar o óxido nitroso ao acionar o botão no volante ao subir da ladeira para tentar ultrapassar o Eddie. Já o Eddie, ao perceber a atitude do oponente, resolve também acionar o botão N20 no volante para tentar manter na frente, mesmo percebendo o quanto da aproximação de Gael no retrovisor.

No ponto final do percurso, já na área do aeroporto, os dois carros estão constantemente lado a lado, deixando de longe os fiscais de prova na chegada completamente confusos e preparam as ferramentas para um breve tira-teima para definir o vencedor da etapa e do duelo.

Em seguida, Eddie e Gael finalmente cruzam a linha de chegada lado a lado e decidir o vencedor seria difícil ao olho nu. Porém, uma câmera filmadora instalada ao lado da linha de chegada gravou o processo de tira-teima e definirá quem chegou em primeiro por centésimos de distância.

— Foi um Opala amarelo que chegou em primeiro! – grita um fiscal ao analisar o tira-teima – Opala amarelo é o vencedor da etapa e está classificado para a próxima fase!

Eddie sai do carro para comemorar, com os braços abertos e cabeça para o céu, declarando:

— OBRIGADO, MEU PAI!

De repente, Eddie sente um forte empurrão por trás e cai em seguida no chão.

— VOCÊ JOGOU O MEU FILHO NA CADEIA, SEU FILHO DA PUTA! – grita, pisando as costas do Eddie já caído – GRAÇAS A SUA DENÚNCIA NO SEU PROGRAMINHA DE MERDA SOBRE INVASÃO E OCUPAÇÃO DE ONDE O MEU FILHO ESTAVA ENVOLVIDO, ELE ESTÁ PRESO PORQUE VOCÊ CHAMOU ELE E OUTROS DE CRIMINOSOS! – Eddie fica surpreso no chão – EU VOU É TE MATAR PELO O MEU FILHO PORQUE ELE FOI MORTO POR OUTROS DETENTOS!

— Eu não tenho culpa, seu trapaceiro filho da puta! – responde – Seu filho é o culpado de depredação daquele local, e está preso justamente por isso e mais a invasão.

— ELE FOI MORTO! E A CULPA VAI SER SUA PARA SEMPRE!

Os fiscais de prova que viram o ataque do Gael tentam separar os dois para que a confusão não se intensifique, porém, Gael soca no rosto do fiscal que o segurou, fazendo-o apagar. Enquanto o Eddie consegue se levantar com a ajuda do fiscal, Gael tenta de vez o golpear pelo rosto, mas Eddie consegue se esquivar e o Gael acaba acertando o rosto do outro fiscal, este também acaba desmaiado.

Já o Eddie, sozinho, diante do seu adversário derrotado na corrida, começa a enfrentá-lo novamente, porém, de luta de corpo a corpo. Como foi praticante de artes marciais mistas com muay-thai e jiu-jitsu, Eddie já se posiciona para esperar o ataque do Gael.

A luta começa, com o Gael socando e cruzando, Eddie já sofre alguns golpes porque baixou a sua guarda, mas já reage com dois socos no rosto (Gael já levanta a guarda após isso) e ao notar em num ponto fraco corporal, Eddie decide chutar pela área peitoral de lado e isso faz o Gael sentir um pouco o impacto do golpe. Em seguida, Eddie tenta socar, mas Gael esquiva e responde num cruzado que acerta o rosto do Eddie.

Enquanto isso, lá longe, um Renault Clio está ao caminho ao ponto de chegada do percurso.

— Eddie está em perigo! – disse Joanna, desesperada – Todo o mundo está vendo aquela briga com aquele trapaceiro!

— Merda, que merda e que merda! – disse Jeycianne, dirigindo – Eu já me desconfiava que aquela corrida me cheirava mal, mana! Coitado do “cunhadão”... Eu daria um soco naquele filho da puta do Gael! Ninguém pode mexer com o Eddie, “nada pode fazê-lo parar”, disse o ídolo musical dele!

— Obrigado, Trent Reznor por essa famosa frase filosófica – disse Freddy, ironizando.

— Tem algum problema sobre isso, Frederico? – pergunta Joanna, com o semblante de desconfiada.

— Nada, não, eu gosto do gosto musical do mano, é muito legal – responde, com sarcasmo.

— Ok.

De volta ao ringue dos brigões, Eddie já sofreu golpes no rosto, assim como o Gael, ambos com nariz sangrando e algumas hematomas expostas. A chuva começa a cair, e os dois ainda tentam se movimentar para poder utilizar algum golpe finalizador. Então, Gael começa a socar mais para frente em cima do Eddie, que esquiva, sente um leve ar da passada do soco na frente do seu rosto, e o mesmo tenta saltar sobre o Eddie com um soco preparado para acertá-lo. Porém, ao mesmo tempo, Eddie soca Gael bem no rosto em contragolpe enquanto Gael acaba acertando no seu rosto, e ambos acabam caídos completamente apagados no asfalto.

Em seguida, aparece um Renault Clio na estrada e nele saem Joanna e Freddy, que avistam a presença do Eddie, sem camisa – a camisa laranja e o colete preto estão jogados no chão – e desmaiado.

— Mano! – grita Freddy, desesperado ao socorrer o seu irmão.

— Temos que tirá-lo daqui pra deixá-lo de molho antes que a polícia leve além dele, leve também esse trapaceiro filho da puta! – aponta Joanna ao Gael, também desmaiado, no qual ela e Freddy começam a carregar o corpo do Eddie para o carro da irmã primogênita.

— Eu preciso levar o meu carro de volta para o nosso cafofo para não ser rebocado, enquanto isso, levem o mano por lá que eu vou seguindo vocês.

— Ok, Frederico.

— Er... – novamente se apresenta tímido diante de Joanna enquanto ela mostra seu semblante de sapeca e desconfiada com a timidez do amigo – Ok, eu já vou.

Freddy entra no seu Opala amarelo e nota a presença da chave na ignição, por onde liga o carro e depois deixa o local seguindo o Clio de Jeycianne para retornar para a casa para poder deixar o Eddie de molho após de tudo o que aconteceu com ele após a corrida.

Eddie Peugeot está classificado para a próxima fase do torneio Maués Rumble Rally, mas a repercussão dessa briga após a corrida deve estar repercutindo muito para a multidão que estava acompanhando a corrida, especialmente as organizadoras Lisa Berger e Bebe Stevens que estão de plantão.

X///////X

“Por quê, meu Senhor, fizeram com ele?”

“Ele nem sabia que alguma coisa iria acontecer com ele durante a corrida, meu Senhor!”

“Tem pessoas que eles querem acabá-lo de vez, meu Senhor, eles já o colocaram num leito hospitalar por quinze meses!”

“Eu sofri o quanto tempo de dias visitando o hospital para vê-lo completamente em estado vegetativo, sem poder falar ou sentir, eu estava temendo de medo de que ele podia morrer!”

“Eddie Peugeot é uma pessoa doce, ele pode ser agressivo com algumas pessoas, um pavio curto, estressado, mas ele é uma pessoa muito doce e carinhoso com certas pessoas, como eu.”

“Eu não o desisti, ele também não desistiu. Eu ainda a amo, ele pode ter se apaixonado por outras pessoas, mas eu ainda a amo.”

“Eddie Peugeot, aonde você estiver, eu te amo. Senhor, proteja-o. Amém.”

(CONTINUA)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu demorei para fazer esse capítulo, né? A mesma justificativa, falta de ideias e tempo muito ocupado. Aproveite para reler e deixar algum review, além claro, de apontar algum erro gramático porque este e mais os capítulos anteriores estão sujeitos as alterações periódicas.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eddie e Seus Peugeots: Roads of Paradise" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.