Undertale escrita por Allen Isolet


Capítulo 5
Os vários usos para caracóis


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos leitores, como vão?
Queridos sim, até os fantasminhas. Tem um pouco de Napstablook dentro de cada um que eu sei, por isso sempre tímidos em se revelar e só leem escondidos ~

Finalmente vou retratar diretamente, Frisk, como eu vejo. Um menino. (em outras fics que o retratem como quiserem, eu o vejo assim)

Para quem já sabe o que vem adiante, calma... vai acabar tudo bem. Para quem não sabe de nada, se segura que lá vem bomba de feelings.



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Entram, e a casa é mais bonita e aconchegante por dentro do que se mostra por fora. Piso de madeira bem encerado, paredes claras e alguns móveis singelos. A frente deles tem uma escada que leva, possivelmente, para o porão em ziguezague. Ao redor pequenas estantes com livros gastos e vasos com plantas. E por fim os corredores, um de cada lado.

— Você sente esse cheiro? Surpresa! É uma torta de caramelo com canela. Pensei que poderíamos celebrar a sua chegada — Toriel sorri bobamente — quero que você tenha uma boa estadia aqui, por isso não vou servir a torta de caracol hoje a noite. — Ela se aproxima de Frisk e segura uma de suas mãos. — Aqui, tenho outra surpresa para você.

Sem dar brecha para Frisk se expressar, leva a criança pelo corredor da direita até pararem na frente da porta de um quarto.

— É isso... um quarto só seu, espero que você goste. — Acaricia os cabelos de Frisk, quando ela percebe algo. —  Tem algo queimando? Hã, sinta-se em casa.

Toriel sai em passos largos, está tão empolgada em ter companhia em muito tempo que esqueceu de relevar os sentimentos de Frisk. O que se passava em sua mente diante disso tudo? Sem querer focar nisso no momento, Frisk entra no quarto para dar uma olhada. É um quartinho bonito e bem arrumado, tem uma cama confortável onde poderia afundar e dormir ali para sempre; um armário para eventuais roupas; uma caixa cheia de brinquedos legais, mas que não lhe interessaram muito. A um canto tem uma caixa de sapatos ao lado de uma pequena estante com um porta-retrato vazio e empoeirado, muita coisa ali foi de crianças antes de Frisk. Outras que caíram e passaram por ali. O que houve com elas?

A criança não se abala com a questão e sai para verificar o quarto ao lado, o quarto de Toriel. Sem querer bisbilhotar, mas não resiste em dar uma lida no diário aberto que está sobre a escrivaninha, onde circulado em vermelho tem escrito: “Por que o esqueleto queria um amigo? Porque ele estava se sentido osso litário...”. Frisk ri com o trocadilho e dá uma olhada no resto da página, está cheia de piadas do mesmo calibre. Volta então a olhar o resto do quarto: Uma cama de casal um pouco maior que as comuns que se encontra por aí; uma penteadeira com espelho; uma estante cheia de livros. Frisk pega uma enciclopédia sobre plantas subterrâneas e abre no meio: “Typha: um tipo de planta de cor marrom e caule longo e verde do pântano, mais conhecidas como salsichas d’água.” Aparentemente Frisk gosta de ler para sempre dar uma olhada em coisas assim.

No canto próxima da porta tem um cacto: a mais tsundere das plantas.

Sai do quarto de Toriel para olhar o seguinte, mas esse último está trancando com o aviso de estar sobre reformas. Terminando isso vai atrás de Toriel, seja lá onde estivesse.

— Err... Toriel?

— Sim, pequenino? A torta ainda não esfriou, não gostaria de dormir um pouco agora? — Toriel está numa poltrona ao lado de uma lareira acesa lendo um grande livro sobre seu colo com a ajuda de óculos de leitura.

— Agora não, não estou com sono ainda...

— Hã... então gostaria de ficar um pouco aqui comigo e conversar? — Frisk assente e senta no chão de frente para Toriel — não sabe o quão feliz me deixa em ter companhia. Tantos livros antigos que quero te mostrar, e meu lugar favorito de caçar inseto também.

Toriel realmente está feliz com a estadia de Frisk em sua casa, mesmo que no fundo tente negar para si mesma que talvez essa seja como as outras. E se não for? Ela quer muito que não seja. Sua insegurança a deixava ansiosa, e quando assim, fala demais.

 — Posso preparar seu currículo para sua educação. Pode ser uma surpresa para você... mas eu sempre quis ser a professora. Ou... talvez não seja tão surpreendente assim.

— Na verdade não, você já me parece bastante com uma.

— Own, estou muito feliz em te ter aqui — ela sorri —, hã... você queria alguma coisa quando veio me procurar?

— Err... não, eu — Frisk queria pedir algo, mas a vendo tão feliz se perde em pensamentos. — Eu... quero um banho antes de ir dormir. Já está um pouco tarde e logo cairei por aqui, mesmo não querendo...

— Ah, claro. Você está sujo de terra. Venha, vou te mostrar onde pode se limpar.

Toriel guia Frisk até um banheiro e ela mesma ajuda a criança a se limpar por ali. Terminado isso Frisk vai direto para o quarto sem esperar pela torta. Talvez realmente estivesse com sono apesar de ter negado.

...

Na manhã seguinte Frisk acorda já com uma fatia ao seu lado da torta de caramelo com canela que Toriel lhe havia prometido. Está num pratinho sobre a mesinha ao lado da cama. Pega esse prato e se encaminha em busca da Toriel para comer em sua companhia. Ela está na sala, novamente lendo um de seus livros.

— Ah, bom dia. Dormiu bem? — Frisk apenas concorda com a cabeça. — E como está a torta? Espero que esteja de seu agrado.

Frisk tenta falar, mas está de boca cheia e apenas concorda com a cabeça novamente. Senta-se no chão de frente para Toriel como na noite anterior.

— Toriel...

— Sim? Você quer saber sobre o livro que estou lendo? Ele é sobre “72 usos para caracóis.” — Frisk por um momento se distrai e pergunta sobre o livro. — Você sabia que caracóis. Falam. Realmente. Devagar? — Antes que Frisk respondesse, ela continua. — Brincando, caracóis não falam.

Frisk solta um sorriso fraco, tem algo que quer pedir a Toriel, mas ela como se já soubesse sempre evade de alguma maneira. Distraindo-o com seus livros ou fazendo alguma brincadeira. É divertido estar com ela, Frisk já se sentia bastante a vontade com sua companhia e conversa, mas sua origem não é no subterrâneo.

— Toriel... — pausa por um momento antes de ser mais direto — como eu saio das ruínas?

Toriel fica sem resposta.

— Como eu volto para casa?

Frisk insiste na pergunta e Toriel continua calada, se esforçava em manter-se forte diante do garoto. Ela levanta séria e suspira devagar antes de responder.

— Isso já era esperado, não é? — Ela tenta um sorriso, olha Frisk nos olhos e se pronuncia em dizer algo, mas muda de assunto. — Preciso fazer uma coisa. Fique aí.

Frisk fica confuso com aquele comportamento e a segue pela casa. Ouve seus passos descendo as escadas do porão, sem perder tempo vai atrás dela, ela é bastante rápida mesmo não parecendo. A encontra parada no final dos degraus. Aparentemente o lugar não é o porão da casa.

— Você quer saber como voltar para casa, não é? A nossa frente está o fim das ruínas. Um caminho sem volta para o resto do mundo subterrâneo. — Toriel fala séria o tempo todo, intimidando um pouco Frisk que apenas ouve a tudo. — Eu vou destruí-la. Ninguém será capaz de sair novamente. Agora seja uma boa criança e volte lá para cima.

Ela volta a andar tendo Frisk em seu encalço.

— Todo humano que cai aqui tem o mesmo destino. Eu vi vez após vez. Eles vem. Eles vão. Eles morrem. — O drama na voz de Toriel começa a assustar Frisk que recua um passo. — Sua criança inocente... se você sair das ruínas... eles... Asgore... vai matar você.

Toriel fecha seus punhos, trêmulos. A todo custo ela reprime suas reais emoções. Frisk nota esse detalhe e se aproxima dela para tentar dizer-lhe algo, mas não lhe vem nenhum tópico de conversa e se detém.

— Eu estou tentando proteger você, não entende?... — Ela vacila por um momento em suas palavras, parecia a ponto de chorar, mas se recompõe rapidamente. — Volte para o seu quarto.

Ela volta a andar e Frisk persiste em segui-la.

— Não tente me impedir, esse é o meu aviso final. — Terminam o progresso até uma grande porta trancada. A saída das ruínas. — Você quer tanto assim sair? — Ela bufa irritada, vira-se de frente para Frisk evitando encarar a criança que a olha determinada. — Você é como os outros. Só tem uma solução para isso. Prove-se... prove que você é forte o suficiente para sobreviver!

Toriel bloqueia o caminho!

...

Ser obrigado a entrar numa luta contra Toriel não te deixa determinado.


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Notas finais do capítulo

Não sei se vou conseguir escrever o próximo capítulo... gente, me ajuda! Até o seu save desse capítulo é diferente (sim, isso é você salvando o capítulo que leu), o que virá agora?! ( / ;--;)/

Recomendo que tragam lencinhos para ler o seguinte (se eu conseguir fazer algo decente). Bom, até lá.



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