Mesmo se não der certo escrita por prr


Capítulo 25
25 – O encontro




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Foram para o quarto dos garotos, que era maior que o de Sabrina, onde Pedro contou sobre a conversa com o pai. Sabrina permanecia em um estado paralisado de surpresa. Nenhum deles, além de Pedro que estava eufórico, parecia acreditar que era verdade.

— É muita coincidência isso. Como que a Sabrina foi se encontrar justamente com a gente? Tipo, qual a chance disso acontecer? – Denis falou.

— Deve ser uma em um milhão. – Pedro riu. – Ou menos ainda. Só não é impossível de acontecer, porque aconteceu.

— Que seja. Mas ainda assim, isso tudo é muito louco. E Sabrina, talvez seja uma boa hora de jogar na loteria, porque a sorte está com você. – Denis e Pedro riram. Sabrina continuava sem saber o que dizer, como reagir.

— Para mim, não foi sorte. – Leonardo falou. – Foi um motivo para nos lembrar de nunca desistir. A Sabrina tinha desistido de sair por aí procurando o pai. Eu tinha desistido dessa viagem e de tudo o que ela significava para mim. Mas agora, eu sei que não posso desistir. Porque, por mais improvável que algo possa ser, se existe a possibilidade de acontecer, vale a pena tentar, vale a pena lutar. – Leonardo olhou fixamente para Denis, que mantinha a cabeça abaixada por não conseguir encarar o irmão.

— E então, maninha? Não vai se pronunciar? – Pedro perguntou, tentando diminuir a tensão dos outros três. – Eu sei que é difícil de acreditar, mas é verdade, você tem o irmão mais maravilhoso, inteligente e bonito do mundo.

— É a melhor coisa que poderia ter acontecido. – Sabrina sorriu. – Então, será que poderia me atualizar sobre a família?

— Mas é claro. – Pedro se levantou e pegou o computador de Leonardo, que estava na mesa ao lado.

— Ah e quero saber as melhores histórias do Pedro, porque irmão que é irmão, tem que saber todos os podres do outro.

— Isso pode deixar comigo. – Denis falou, ganhando um olhar bravo de Pedro.

Logo, os quatro entraram em uma animada conversa sobre a família de Pedro e agora de Sabrina. Denis e Leonardo conversavam normalmente, e Denis fazia graça a todo tempo. De repente, foi como se a briga mais cedo não tivesse acontecido e estivessem todo o tempo se divertindo.

Acordaram mais cedo do que precisavam para ir para a rodoviária. Os quatro estavam ansiosos para chegar em casa. Contudo, Sabrina era a mais ansiosa de todos. Se os outros conseguiram dormir bem, ela tinha passado todo o resto da noite acordada, imaginando como seria quando finalmente encontrasse o pai. Ela tinha sonhado muito com esse dia, e agora que ele tinha chegado, sentia como se não fosse real.

Saíram do hotel assim que tomaram o café da manhã e foram caminhando para a rodoviária. Pararam em algumas lojas no caminho, esperando dar a hora de saída do ônibus. E então, finalmente, estavam os quatro dentro do ônibus. Pedro e Denis se sentaram juntos, enquanto Leonardo fez companhia à Sabrina, que já tinha roído todas as unhas das mãos e continuava a roer o que restava.

— Ei, fica tranquila. – Leonardo segurou a mão de Sabrina. – Vai ficar tudo bem. Seu pai é um cara legal. E sua madrasta também é muita gente boa. Só seu irmão que não é dos melhores, mas o meu também não é.

— Engraçadinho. – Sabrina sorriu. – Eu sei que vai ficar tudo bem, mas parece que não é verdade. Parece que estou sonhando ou sei lá.

— Pois é verdade. Quer que eu te belisque pra ver que é real? – Os dois riram.

— Não precisa. – Sabrina beijou Leonardo. – Só com isso já sei que é real.

Estavam reformando a estrada e por isso ficaram parados alguns minutos. Pedro e Denis ficaram impacientes de esperar e se amontoaram perto de Léo e Sabrina. Os quatro conversaram e riram muito, atraindo olhares de todos no ônibus. Mas foi o ônibus voltar a andar e os garotos voltarem para seus lugares, que o olhar de Sabrina se tornou distante e triste.

— O que foi? – Leonardo perguntou, preocupado. Será que ele tinha falado algo errado?

— E se ele não gostar de mim? E se eu não me encaixar nessa família?

— Não tem como não gostar de você. E você já é parte da família, seu irmão já te aceitou. Olha, sei que deve ser difícil. Imagino que deve estar passando um monte de coisas na sua cabeça. E tudo bem ser assim, porque significa que nos importamos.

Quando chegaram, pegaram um táxi e foram direto para a casa de Pedro. Como o ônibus atrasou, já era horário de almoço, e o pai e a mãe de Pedro já esperavam pela chegada deles. Pedro entrou em casa, seguido de Sabrina. Leonardo e Denis ficaram logo atrás, mas mantendo certa distância dos outros.

— Mãe, pai, esta é a Sabrina. – Pedro puxou Sabrina pela mão, deixando-a mais próxima de seus pais. Ninguém falou nada por um instante.

— Você se parece muito com sua mãe. Mas seus olhos me lembram os do Pedro. – O pai de Pedro, e agora de Sabrina, falou com uma voz embriagada de emoção. – Me perdoa por não ter estado com você todos esses anos?

— Não há o que perdoar. Como poderia estar comigo se não sabia que eu existia? – Sabrina deixou algumas lágrimas escapar. O homem na sua frente era seu pai e ela tinha tanto para falar. Foram tantos os dias que a ausência dele a fez chorar. Outros tantos em que a ausência dele a fez sonhar. E mais tantos outros em que ela simplesmente estava ali e ele longe. Queria brigar, perguntar porque foi embora, porque não ficou. Mas ela sabia as respostas. Sabia que por mais que seus avôs e tios o culpassem por tudo, ele não tinha culpa.

— Podem se abraçar. – Pedro falou, ao ver que tanto Sabrina quanto o pai, estavam imóveis.

Marcos se aproximou e abraçou a filha. De repente, todos os anos de distância se foram. Eram apenas um pai e uma filha se abraçando. E pela primeira vez, desde que a mãe morreu, Sabrina se sentiu segura e amada. Pedro se juntou ao abraço e sua mãe também.

— Vocês dois também. – Pedro chamou Léo e Denis, que abriam a porta da casa em silêncio para ir embora. – Não são oficialmente da família, mas também fazem parte.

— Então, bem-vinda à nossa família Sabrina. – A mãe de Pedro, e agora também de Sabrina, falou.


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