Mesmo se não der certo escrita por prr


Capítulo 20
20 – Os novos planos




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Leonardo acordou com Sabrina deitada em seu ombro. Denis e Pedro estavam do outro lado, tomando sorvete. Ficou parado, esperando Sabrina acordar.

— Léo, sobre o que você disse, é sério, não precisa. Vai terminar sua viagem com seu irmão e seu amigo. Vou ficar bem.

— É claro que vamos terminar a viagem. Só faremos uma pequena mudança nos planos de viagem. – Leonardo sorriu e afastou uma mecha de cabelo que estava caindo no olho de Sabrina.

Os quatro foram para uma lanchonete, onde tomaram um café da manhã mais completo e saudável do que apenas sorvete, como era a sugestão de Denis e Pedro. Depois disso, procuraram um lugar mais tranquilo na rodoviária para refazer os planos.

— Leonardo, a mamãe vai surtar quando descobrir que mudamos a rota da viagem.

— Isso pode ser um problema, mas a viagem está tão bem que não teremos grandes problemas. Além disso, não são grandes mudanças. Só estamos deixando de ir na cidade A para ir na cidade B que é logo do lado. Não vamos ultrapassar o limite de distância, até porque se fizermos isso vamos gastar mais dinheiro do que podemos.

— Meu irmão, eu nunca pensei que ia dizer isso, mas você está aprendendo comigo. Se continuar mudando planos assim de última hora, não poderei mais chama-lo de senhor certinho. – Leonardo fez uma careta para Denis que deu um sorriso de quem está aprontando. – Então Sabrina? Por onde começamos?

Sabrina mostrou a eles as anotações que tinha. Ela tinha varrido a internet procurando homens cujo nome era Marcos Lima e com um limite de idade que poderia ser de seu pai. Entrou em contato com todos os que conseguiu, sendo que a maioria dos que responderam, disseram que não conheciam a mãe dela e alguns desejaram sorte. Depois, pegou como referência a cidade onde ficava a universidade onde sua mãe estudava quando se conheceram e as cidades vizinhas a elas. Com uma lista de oito cidades para visitar e um total de doze Marcos Lima, ela pegou o dinheiro que tinha e iniciou sua busca. Esperava encontrar logo o pai, porque era provável que o dinheiro não daria para ir em todas as cidades, mesmo com a lista tão restrita. Contudo, ela já tinha visitado cinco cidades e o dinheiro já estava no fim. Tinha o suficiente para voltar para casa.

— É claro que existem outros com esse mesmo nome em outras cidades e até em outros países. Pode ser que meu pai não seja nenhum desses ai.

— Tem nossa cidade ai? – Denis perguntou, curioso, porque ninguém falou o nome das cidades em voz alta e ele não conseguia ler.

— Hum... não. Fica um pouco mais longe do limite que eu delimitei para as cidades que eu ia visitar. E além disso, não encontrei ninguém com esse nome e que satisfaça a restrição de idade.

— Você já foi na polícia? Talvez seu pai tenha procurado por você ou por sua mãe também.

— Meu pai não sabe que eu existo, Pedro. – Sabrina suspirou. – Minha mãe tinha saído de casa para ir para a universidade. Ela era muito inteligente, a melhor aluna da turma dela. Ela não costumava ir em festa, meus avôs sempre foram muito rígidos e ela nunca podia fazer nada. Mas um dia ia ter uma festa de fim de semestre e os amigos insistiram que ela fosse. Bom, ela foi na festa, conheceu meu pai. Ela e meu pai ficaram juntos por uma semana mais ou menos, até que ele resolveu ir embora pro exterior atrás da ex-namorada e minha mãe nunca mais soube dele. Duas semanas depois, minha mãe descobriu que estava grávida.

— Daria um filme legal essa sua história.

— Ou um livro com versão em áudio.

— Pedro! Denis! Isso não é uma brincadeira. – Leonardo repreendeu os dois.

Durante quase metade da viagem, Denis foi ao lado de Pedro, mas pediu para trocar de lugar com o irmão. Ele não se importava de Pedro não ficar quieto, uma vez que os dois estavam se divertindo, mas ele queria conversar um pouco com Sabrina. Queria ter a absoluta certeza de que ela não iria ferir os sentimentos do irmão mais velho. E para fazer isso, ele precisava ficar a sós com a garota, sem que Leonardo estivesse por perto.

— Eu sei que você está passando por muita coisa e tal, mas meu irmão também. Mas eu preciso saber como são as coisas e ter certeza de que meu irmão vai ficar bem. Sabrina, você já teve um namorado antes? – Denis não gostava de ficar jogando conversa fora. Se ele queria saber algo, perguntava logo de cara.

— Não. Por que? Eu e o Léo somos apenas amigos.

— Aham. Eu que tenho enxergado cada dia pior percebi que tem algo rolando entre vocês dois. Para começarem a namorar é só uma questão de tempo.

— O Léo te falou alguma coisa?

— Não precisa. Eu sei. Conheço o Léo. Sei quando ele está apaixonado. E por isso eu estou aqui. Sabrina, deu pra perceber que você é uma garota legal, gente boa mesmo. O Pedro concorda comigo. E olha que eu e o Pedro não somos as melhores pessoas para gostar de outras pessoas. Sempre arrumamos algo para colocar defeito em alguém que não queremos gostar, como seria seu caso. O Leonardo é um cara especial. Mas gostamos de você.

— Obrigada. Eu acho. – Sabrina estava achando estranha a conversa de Denis, tentando ao máximo parecer séria e não rir. Desejou então que tivesse um irmão ou irmã, para ter alguém para cuidar e proteger.

— E por que estou falando isso? Muito simples. Quero saber, quais são suas intenções com meu irmão?

— É... hã...

— Denis! – Leonardo estava parado no corredor, ao lado da poltrona onde Denis estava sentado. – Eu sabia que não devia ter trocado de lugar com você. Sabrina, ignora ele. Apenas ignora.

— Tudo bem. Minhas intenções são de fazer o Léo feliz, porque é o que ele está fazendo por mim. E bem, você e o Pedro também.

— Mas você gosta dele de verdade?

— Desde sempre. Ainda mais agora, que vi o quanto ele é especial e um bom irmão. – Sabrina sorriu para Leonardo.

— Bom saber. Fico feliz por vocês. – Denis olhou para Leonardo. – Ah e não se preocupa maninho, já contei pra Sabrina que você gosta dela pra valer.

— Agora, pode fazer o favor de se sentar ao lado do Pedro? E chega de perguntas indelicadas pra Sabrina. Você é terrível. – Leonardo acompanhou Denis até a poltrona ao lado de Pedro e deu uma batida de leve no ombro do irmão. Voltou para seu lugar com o rosto enrubescido de vergonha, mas não mais do que o de Sabrina.

— Desculpa o Denis. Ele é meio idiota às vezes.

— É verdade. O que eu falei.

— Eu gosto de você também. Desde sempre. E acho que poderíamos tentar. Eu sei que sua vida está meio bagunçada, a minha também está com toda essa coisa do Denis. Só que se formos esperar as coisas se ajeitarem, talvez nunca se ajeitem.

— Sim, é claro. Porque afinal de contas, o que vale é a jornada, não é? – Sabrina sorriu e dessa vez foi um sorriso completo, daqueles que se sorri com os lábios e com os olhos.


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