Domme escrita por Carmen


Capítulo 6
Capítulo 6 - Love Lost


Notas iniciais do capítulo

[olás!]
[our love was lost, but now we've found it. and hope was gone]



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VAUSE’S POINT OF VIEW

— E ligue, por favor, para Nicky. Preciso dela aqui! – eu dei como encerrada a conversa.

— É isso que você diz, Alex. Mas nós duas sabemos que pode ter outra... – ela insistiu, invadindo meu espaço e colando a mão direita dentro do meu blazer, forçando contato.

— Pode, Berry, mas nós somos inimigas agora e ela namora uma idiota australiana sem sal. – eu disse me desvencilhando das tuas garras. E indicando a saída com as mãos.

Berry era linda, lindíssima. Sua pele negra, cabelos longos e constantemente perfeitos, seus olhos eram castanho escuro e ela vestia-se com tanta elegância que ficava admirada, contudo sua obsessão por Piper me irritava. Eu quem só queria seguir minha vida sem pensar no passado, tinha que lidar com uma obcecada pela mulher que partiu meu coração, desapareceu e depois de quase uma década aparece e ainda não frequenta a minha Domme?

— Ficou com saudades, Vause? – Nichols disse, entrando na sala, e jogando sua bolsa na cadeira a minha frente.

— Nicky, por Deus! Eu preciso que encontre a Piper pra mim. Eu preciso saber o que ela quer, o que ela faz aqui... Ela tava na Domme ontem, sabia? Ainda bem que eu a vi antes e consegui pensar em algo. – eu dizia tirando os óculos por alguns segundos e passando a mão no rosto. Eu precisava aprender a dormir mais ou acabaria internada numa clínica qualquer pra gente rica estressada e viciada em trabalho.

— Na verdade, eu estava com ela. Eu quem a levei pra ca... – Nicky sequer pode terminar a frase.

— VOCÊ O QUÊ? – eu gritei.

— Eu quem a levei pra casa... E, francamente, pegar a namorada dela? Achei que era melhor do que isso, e caso Berry descubra, você sabe que ela é louca! – ela dizia rindo e rodando os dedos perto da cabeça demonstrando o que achava da minha secretária.

— Nichols, você é minha assistente pessoal e eu preciso saber de tudo sobre a Piper.

— Alex, eu trabalho pra você há um tempo, e, como sua amiga, eu quero te perguntar uma coisa: você nunca procurou saber quem era a Piper, você nunca a procurou. Por que isso importa agora? – ela indagou.

— Nicky, só faz o que te pedi? – eu pedi, sem querer falar mais nada, só me afundar na cadeira da presidência e dormir.

— Se quiser saber da Piper, pergunte a ela. Eu vou almoçar com ela hoje Hundred Acres, pode aparecer de surpresa e resolver isso, porque eu realmente não vou servir de pombo-correio pra vocês duas. Vocês são velhas demais pra ficar brincando de esconde-esconde, até porque quando se acham, vocês brigam e não transam. Quem perde oportunidade de trepar com o amor da sua vida por ego, Vause? Não seja estúpida! – Nicky falou e eu só conseguia olhar pra ela, sem dizer nada por alguns segundos.

— Isso tudo como amiga, né? Porque se for como assistente, eu te demito agora! – eu consegui formular uma frase rindo e ela gargalhou, inclinando a cabeça e jogando os braços pra cima.

Em seguida, começamos a debater sobre a minha agenda, as viagens e negócios. Nichols era ótima no que fazia, e nós nos dávamos bem, sem sentimentalismo algum, e enquanto ela repassava o cronograma da próxima semana, eu só podia pensar na chance de rever Piper no almoço.

Nicky saiu e me deixou sozinha, dispensei Berry depois do almoço e ela quis me encontrar de noite. Eu já estava cansada demais para continuar com o romance proibido com a secretária, nunca fui apta a desenvolver relacionamentos no trabalho. Nicky confirmou o almoço com a amiga às 14 no restaurante escolhido por ela, e quando ouvi o barulho do elevador, saí da sala.

Nicky foi em seu próprio carro enquanto eu entrava no meu e pedia que o motorista fosse até a Macdougal Street. O percurso que demoraria 15 minutos tornou-se aos olhos da minha maldita ansiedade questão de segundos. Eu esperei por alguns minutos olhando apenas o movimento na frente do restaurante, Nicky já havia entrado e Piper não podia imaginar que eu sabia que ela estaria lá. Ela sequer sabia que a amiga trabalhava pra mim, e sempre detestou que pessoas se intrometessem em sua vida particular, principalmente amorosa. Alegou durante nosso namoro todo, enquanto amigas minhas e dela tratavam nosso relacionamento como destrutivo – o que tenho certeza que ela concorda atualmente.

CHAPMAN’S POINT OF VIEW

— O que quer saber, Nichols? - eu disse, assim que o garçom nos abandonou com nossos pedidos já solicitados.

— Quero saber da sua vida, o que aconteceu nesses anos fora, como lidou com tudo... – ela parecia interessada e curiosa sobre os anos que passei longe do seu pequeno mundo - Eu fiquei sabendo que esteve na cidade quando Celeste faleceu, eu estava no enterro, mas não te vi.

— Okay, entendi... Vamos do começo. Quando voltei a Albany, Larry já cuidava de tudo. Meu pai e ele se tornaram grandes amigos, e o Mr. Chapman apoiou a candidatura do meu ex-namorado, ou seja, mesmo eu negando-me ao casamento arranjando, eles mantiveram a parceria. Eu estive com Celeste durante toda a evolução da sua doença, eu só me mantive reclusa... – eu começaria a contar e vacilava entre a ideia de revelar a Nicky que toda a minha separação de Alexandra foi definida pela minha querida avó. – Porém, eu visitei quase toda a Europa fazendo negócios para aumentar a...

— Que coincidência maravilhosa... Se não são as amigas mais adoráveis de toda Manhattan almoçando juntas!– disse Alex, interrompendo-me e aproximando-se da nossa mesa, com o mais nítido deboche. Algo tão próprio da sua personalidade que eu senti meu estômago revirar-se de insegurança perto da presença imponente e marcante da morena.

— Eu simplesmente não posso acreditar nisso! – eu bufei, revirando os olhos. Eu não podia simplesmente lidar com isso de maneira adulta, não? Já não passei o suficiente com a presença dos Vause em toda a minha história ou ela ainda precisa aparecer durante almoços cotidianos?

— Eu posso almoçar com vocês, não? Eu estava curiosíssima sobre a sua volta mesmo, Chapman. – a voz rouca carregava tanta calma que eu sequer percebi sua mão direita em meu ombro, só quando o frio dos seus dedos começou a trocar calor com a minha pele que indiquei o lugar vago ao meu lado.

— Claro, Alex. Eu acho que passou da hora de conversarmos mesmo. – sorri, esperando que ela se sentasse.

Alex fez seu pedido, e todos foram servidos juntos. Nicky parecia distante, o que tornava a presença da minha ex ainda mais significante, já que ela era a única disposta a comunicar-se. Todavia, o único assunto falado eram negócios. Agora Alex sabia onde eu trabalhava e das minhas conquistas, conversávamos amigavelmente. Sua maior qualidade era fazer-me esquecer do meu desprezo por ela rapidamente. Mas seu maior defeito era lembrar-me disso constantemente:

— E como vai Stella, querida? – ela disse, abrindo um sorriso largo e cafajeste.

— Realmente impossível lidar com você, Vause.  – eu ri nervosa. – Eu não sou paga para aguentar e não tenho mais 17 anos pra jogar esses patéticos joguinhos seus. Me escuta uma única vez na sua vida, ouça atentamente tudo o que eu tenho pra te dizer. E a Nicky estará aqui, do nosso lado, pra que tenhamos certeza de que tudo foi esclarecido.

— Eu preciso ir, Pipes. Vocês devem resolver isso sozinhas. – Nicky acovardou-se.

 - Desserts, ladies? – o garçom surgiu do nada para perguntar.

— Ela deseja o Medjoul Date Cake e eu, Chocolate Budino, por favor. – eu pedi ao senhor mais velho, com os resquícios de calma que eu tinha, já que Nichols simplesmente saiu como um animal acuado e, Alex não poupava esforços para irritar-me. Se alguém ali não tinha nada a ver com a situação, essa pessoa era o garçom.

— Desde quando você sabe os meus gostos? – Alex perguntou-me, quando ele se afastou, mantendo as sobrancelhas arqueadas e com o tom superior que me encantava.

— Eu já disse, dear. Eu vou te contar uma história... – eu disse apoiando minhas mãos em cima da mesa e segurando meu rosto, olhando pra ela, que observava tudo ao redor, detalhe por detalhe, até parar o olhar sob mim, e eu continuei. - Era uma vez, uma garota muito iludida que acreditava ter encontrado o amor da sua vida. Ela abandonaria tudo para viver ao lado daquela que podia ser a mulher com quem ela queria dividir a vida. Ela aguentou tudo. Desde porres ergométricos até ser traída no dia do seu aniversário. – eu pausei a fala, fechei os olhos por alguns segundos, respirei fundo e continuei... - Mas então, bastou uma mínima desconfiança da outra parte, por uma armação das únicas outras pessoas que ela amou na vida e não a queriam feliz, e tudo se desfez. – lembrei de Larry contando-me que a minha separação de Alex foi um pedido de Carol para eu voltar com ele, e depois de Celeste confirmando tudo, já que foi ela quem descobriu meu romance lésbico. - Tenta imaginar como é pra uma garota que acredita no amor ver tudo o que é seu posto pra fora de casa, sem uma única explicação, sendo ignorada durante 3 meses, sem saber o que fez e sendo barrada no próprio lar? E só tendo noção do motivo quando os pais dela morrem, e sua avó doente resolve contar-lhe que a armação foi feita por ela, por sua mãe e pelo seu ex-namorado, e que se o grande amor da sua vida caiu nessa é porque não te amava....

— Eu... – ela me olhava fixamente, tentando formular alguma frase.

— Patético mesmo, sabe o que é? É você não ter se dado ao trabalho de entender ou procurar saber o que aconteceu, Alex. E não é por falta de motivo... Você partiu a porra do meu coração por uma merda qualquer! – eu disse, por fim, levantando-me da cadeira.


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Notas finais do capítulo

[our love was lost in the rubble are all the things that you've, you've been dreaming of]

[sorry]



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