Acampamento Olympus escrita por Cris de Leão


Capítulo 54
Cap. 53 - Conversa Franca


Notas iniciais do capítulo

Yo minna. Estou postando hoje porque ontem não deu. Aí está o novo capítulo.



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Maria estava radiante, o desfile foi um sucesso. Várias celebridades do mundo da moda e artístico vieram prestigiar. Dentre essas celebridades estava Tristan McLean que já conhecia Maria de longa data.

Enquanto Maria estava sendo parabenizada pelos convidados Tristan se aproximou dela.

— Parabéns Maria você como sempre eficiente – elogiou. – O desfile estava belíssimo.

— Muito obrigada Tristan por comparecer, é um grande prazer tê-lo aqui esta noite – Maria falava deslumbrada. – Eu recebi sua foto autografada, muito obrigada.

— Foi um prazer Maria – disse ele. – Quando seu filho falou de você lembrei o seu último desfile. Você estava deslumbrante aquele dia como está agora.

— Vindo de você eu acredito – disse ela sorrindo. – Eu conheci sua filha, ela é muito bonita e simpática.

— Agora sou eu que agradeço, Piper é a minha princesa – disse ele com um sorriso cinematográfico. – Ela é muito importante pra mim.

— Assim como o Nico é importante pra mim – disse ela. – Eu quero que meu filho seja muito feliz.

— Eu desejo o mesmo para minha filha – disse ele. – Parece que nós dois temos algo em comum afinal – Maria o olha sem entender. – Ambos queremos a felicidade de nossos filhos.

— Pensando por esse lado é verdade – disse ela pensativa.

— E você Maria como tem passado? – ele perguntou.

— Se você se refere ao profissional, vai muito bem obrigada – disse -, quanto ao particular mais ou menos.

— Bem, a vida é cheia de altos e baixos, não? – disse ele pensando na sua própria. – A gente só tem que seguir em frente.

— É o que eu estou fazendo, seguindo em frente. Não vou deixar que os problemas arruíne a minha alegria – disse ela sorrindo. – E hoje estou muito feliz pra pensar em problemas.

— Assim que se fala – disse Tristan sorrindo. Maria retribuiu o sorriso. Nisso um fotógrafo indiscreto bate uma foto dos dois rindo um para o outro. – Xii, quer apostar que amanhã vai sair uma manchete mentirosa nos tablóides de fofocas?

— Só espero que não venham me perturbar com perguntas maliciosas – disse Maria olhando em direção ao fotógrafo que saiu dali do mesmo jeito que apareceu. – Bem, vamos aguardar.

Dito e feito, na manhã seguinte o jornal local noticiou o evento como sendo um sucesso, mas também colocando uma nota insinuante.

— Francamente, essas pessoas gostam de inventar coisas para vender jornais – disse Maria meneando a cabeça. – Bem que o Tristan falou que isso iria acontecer.

— Sendo um cara famoso o senhor McLean não está isento de fofocas – disse Nico comendo uma torrada.

— Não precisava exagerar, nós só estávamos conversando – disse ela aborrecida.

— Logo eles vão esquecer isso mãe – disse Nico.

— Assim espero – disse ela. – E você meu filho onde pretende passar as férias de verão?

— O Percy me convidou para conhecer o chalé dos Jackson em Montauk e depois nós vamos para o acampamento – disse tomando seu café.

— Montauk é muita linda, você vai adorar – disse Maria sorrindo.

Paolo ouvia tudo calado. Mais uma vez eles o excluíam da conversa, o ignoravam por completo, ele já estava cansado disso, não ia mais mendigar atenção de ninguém, levantou-se e saiu sem dizer uma palavra. Os dois o ignoraram. Ele se dirigiu ao escritório pegou sua pasta de trabalho e foi para a agência funerária. Chegando lá cumprimentou as atendentes e foi para o escritório onde seu sócio Tenório Negrini já o esperava.

— Bom dia Tenório – ele o cumprimenta.

— Bom dia Paolo – Tenório retribui. – Resolveu trabalhar aqui hoje?

— Virei todos os dias – disse. – Não estou conseguindo trabalhar direito em casa.

— Está tudo bem? – perguntou o amigo preocupado.

— Nada está bem – diz Paolo. – A situação está insustentável. Não aguento mais isso – diz nervoso. – Os dois me ignoram completamente, é como se eu fosse invisível.

Tenório suspira. Ele, que já sabia da história toda, já previa isso, o fato de Paolo está passando por essa situação era por culpa dele próprio. Tanto que ele avisou, mas Paolo sequer deu atenção aos avisos dele. E agora estava acontecendo exatamente como disse.

— Você tinha razão amigo, tinha razão desde o começo – admitiu. – Agora estou colhendo os frutos dos meus atos.

— Sinto muito Paolo – disse Tenório sincero.

— Eu sei que mereço tudo isso, mas... não aguento mais, eles já me puniram por demais – disse com os olhos marejados.

Tenório pôs a mão em seu ombro e o apertou de leve o consolando. Era o mínimo que podia fazer.

Depois que se acalmou Paolo se volta para o trabalho. Trabalhou o dia todo, só parou quando Tenório o convidou para almoçar.

— Vou ligar para Alberta para saber se ela precisa de alguma coisa – diz pegando o celular e ligando para a babá.

— Pois não senhor Di Angelo — pergunta a moça.

— Liguei pra saber se precisa de algo.

— Não senhor, está tudo bem.

— Depois do trabalho eu passo aí.

— Sim senhor.

— E o bebê, está tudo bem?

— Sim senhor, já foi alimentado e está dormindo.

— Ok, até mais tarde.

Ele desliga o celular e se levanta pega sua pasta e sai junto com o amigo.

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No fim de tarde ele vai até o apartamento, Alberta abre a porta.

— Boa noite senhor.

— Boa noite Alberta e o bebê?

— No quarto.

Os dois se dirigem até o quarto onde o bebê adormecido estava. Paolo se aproxima do berço e olha para a criança.

— Olá Marcella – ele diz pegando na mãozinha miúda do bebê. – Desculpe não poder estar sempre com você, mas seu pai está passando por um problema difícil. Problema esse que ele mesmo criou e você está no meio disso tudo – fez uma pausa e continuou. – Um dia você também vai me odiar. O que eu fiz não tem perdão, mas saiba que você não tem culpa de nada, você veio ao mundo sob circunstâncias impróprias, sei que no momento você não pode entender essas coisas, mas futuramente quem sabe.

Alberta que ouvia um pouco afastada estava com os olhos marejados. Ela tinha conhecimento de tudo que se passou, seu tio havia contado a ela as circunstâncias do nascimento do bebê. A princípio ela ficara chocada, mas como era uma pessoa discreta não fez perguntas. Ela aceitou o emprego, cuidaria do bebê como se fosse seu. Ela tinha admiração pelo senhor Di Angelo, um homem forte, determinado, dominador e até intimidador, pelo menos era assim que ela o via. Nunca poderia imaginar que ele tivesse um lado sentimental, ali expondo seus sentimentos a uma criança que sequer podia entendê-lo. Ele com certeza estava sofrendo. Alberta sabia que ele estava colhendo o que plantou, mesmo assim sentia pena, nunca pensou em vê-lo desse jeito. Enxugou as lágrimas e se recompôs. Paolo saiu de perto do berço e se virou para a moça.

— Sinto muito senhor – disse ela com os olhos úmidos.

— Não sinta, eu mereço tudo que estou passando – admitiu. – Parece que minha vida não tem mais conserto.

— Tem coisas que é difícil perdoar – disse ela. -, mas o tempo cura muitas coisas.

— Talvez o tempo não esteja do meu lado – disse pensando na esposa e no filho.

— O que fará senhor? – ela pergunta.

— Não sei Alberta, não sei por quanto tempo eu vou aguentar isso.

Ele se despede da moça e volta para casa.

Quando chega não encontra ninguém, vai direto para seu escritório e deixa a pasta. Sobe para seu quarto e toma um banho relaxante, troca de roupa e se deita e fica pensativo. Nisso ele ouve um barulho, vinha do quarto do filho. Ele provavelmente já estava arrumando as malas para viajar, ele ia o dia seguinte. Levantou-se resolvido a ter uma conversa com o filho, faria uma última tentativa.

Bateu na porta e aguardou. A porta é aberta e Nico o olha surpreso.

— Posso entrar? – perguntou.

Nico não disse nada, mas se afastou para que o pai passasse. Ele fecha a porta e aguarda.

— Vejo que já está arrumando as malas – disse. O garoto continuava mudo. – Filho, eu sei que não fui um pai presente, o negligenciei, deixei você de lado – admitiu -, mas... eu queria dizer que nunca deixei de amá-lo, eu nunca te disse isso, mas eu amo muito você filho. Por favor, Nico...

 - Quando eu fui procurar você naquele dia, eu estava muito confuso, queria que o meu pai, o homem que eu tanto admirava, me ajudasse – disse Nico sem olhar para o pai que permaneceu calado. – Queria ajuda pra entender por que quando eu via meu melhor amigo meu coração batia tão rápido e uma coisa esquisita acontecia no meu estômago. Eu estava com medo de que fosse alguma doença e precisasse ir a um hospital – riu. – Que ingênuo que eu era. Foi Bianca quem me ajudou a entender os meus sentimentos. Ela me disse que eu estava apaixonado, por isso eu sentia essas coisas – enxugou as lágrimas que teimavam em cair. – O Jason nunca soube. Eu tinha medo de que se ele soubesse, me acharia estranho e eu perderia meu único amigo. Por isso, eu guardei esse sentimento pra mim, até que conheci o Percy pelo qual me apaixonei de primeira. Desde então, o Jason se tornou o meu confidente. Todos que sabem da minha opção me aceitaram sem me recriminar, mas o meu pai...

— Nico...

— Eu não o culpo. Qual é o pai que quer ver seu único filho no lado rosa da força? – riu sem graça. – Não é senhor Di Angelo?

— Confesso que no começo fiquei chocado, não queria aceitar, fiquei com raiva – admitiu. – Eu não poderia imaginar que meu filho fosse gay, que namorasse um garoto, mas vendo o quanto você estava feliz ao lado desse rapaz, passei a ver que não importa a condição, você ainda é meu filho – disse se aproximando. – Se você não quiser me perdoar saiba que eu o amo – disse se retirando e deixando Nico com lágrimas escorrendo pelo rosto.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo que espero seja amanhã.



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