No quarto de Percy, Tyson estava com os olhos vermelhos de tanto chorar ao ver o estado em que o irmão ficou. Reyna tentou acalmar o menino, o médico achou melhor afastar o garoto do quarto, mas o menino se recusou a sair de perto de seu irmão. Percy estava desacordado. Assim que foi trazido para a enfermaria, desmaiou.

Tudo o que se sabe é o que estava escrito no bilhete encontrado no bolso de sua calça. Ele deveria ir à floresta sozinho atrás do namorado. E depois através do relato de Frank, que o ajudou quando ele bateu em sua porta. Agora teriam que esperar ele acordar para saber o que aconteceu.

Percy estava muito machucado, tinha uma marca roxa no queixo e outra na lateral esquerda, quase quebrando uma costela. Reyna afastou-se da cama e sentou numa cadeira ao lado. Ficou pensativa imaginando quem poderia ter feito tal coisa. O bilhete encontrado no bolso de Percy mostrava claramente uma ameaça. Ouviu uma batida na porta, levantou e a abriu. Era Jason.

— Oi Reyna, vim ver como o Percy está.

— Ainda está desacordado, entra.

Jason entra no quarto e vê Percy todo machucado.

— Já sabem quem fez isso?

— Não, tudo o que sabemos é que ele recebeu uma ameaça através desse bilhete.

Ela mostra o bilhete e Jason o lê.

— Isso é claramente uma ameaça – diz ele. – O estranho é que Nico também foi agredido. Ele disse que recebeu um bilhete de Percy para encontrá-lo na colina de Zeus, ele foi ao local, levou uma pancada na cabeça e foi amarrado e amordaçado.

— Ele ainda tem o bilhete? Podemos comparar as letras. Pode não ter sido o Percy quem o mandou.

— Você tem razão. Eu vou perguntar ao Nico. Já volto.

Ele sai e vai para o quarto de Nico. Ao entrar conta ao menino tudo o que conversou com Reyna.

— Sim eu ainda tenho o bilhete – diz Nico agitado. – Está no alojamento dentro da gaveta do guarda-roupa.

Jason sai em direção ao seu alojamento e abrindo a gaveta encontra um envelope com o bilhete dentro. Ele volta à enfermaria e vai direto ao quarto de Percy.

— Aqui está – ele mostra o bilhete a Reyna. Os dois fazem a comparação das letras e constatam que foi a mesma pessoa.

— Não resta dúvida. Foi a mesma pessoa.

— Mas quem? – Jason pensa e tem uma ideia. – Pâmela.

— Da Gangue-cor-de-Rosa? Por que você acha isso?

— Nico me disse que ela flagrou ele e Percy se beijando e os ameaçou.

— Humm. Não acho que ela possa ter feito isso. A Gangue-cor-de-Rosa não é de agredir ninguém, a única coisa que elas sabem fazer é espalhar boatos.

— Mas e quanto à ameaça que ela fez aos dois? Não conta?

— Claro que conta, mas isso não quer dizer que ela tenha planejado isso. Essas meninas são um bando de cabeças de vento.

— Isso é verdade. Mas parece que ela já levou um fora do Percy.

— Bom, sendo assim precisamos investigar. Mas não podemos acusá-la até que Percy acorde.

— Ok. De qualquer modo é melhor guardarmos os bilhetes.

Jason sai do quarto de Percy e vai para o de Nico.

Nico senta na cama e olha Jason com expectativa.

— E então, o que descobriu?

— Não foi o Percy quem escreveu o bilhete, mas foi a mesma pessoa que escreveu ambos.

— Então foi tudo uma cilada.

— Reyna acha que não foi a Pâmela.

— Essa aí já está espalhando a notícia do nosso namoro. Hazel veio me perguntar.

— Sério? O que você disse?

— A verdade, que Percy e eu estamos namorando.

— Bem pelo menos assim a garota perde as esperanças com você, né? – disse Jason sorrindo.

— Não começa – disse aborrecido.

— Ok, ok – disse rindo.

Os dois se calam e então Nico tem uma ideia.

— Jason – chama Nico -, e se foi a mesma pessoa que me envia ameaças por e-mail?

Jason arregalou os olhos.

— Eu não tinha pensado nisso – bate a mão na testa. – Droga, mas é claro. Só pode ser essa pessoa.

Nico suspira.

— Você ainda tem na sua caixa de mensagens?

— Sim, não deletei nenhuma.

— Ótimo.  Preciso vê-las. Cadê seu celular?

— Está aí na gaveta do criado mudo.

Jason pega o celular e revira a caixa de mensagens. Encontra o que precisava.

— Você contou ao Percy sobre essas ameaças?

— Não, não houve tempo. Além do mais não queria estragar minhas férias por causa de ameaças idiotas.

— De qualquer modo isso aqui é uma prova. Não podemos fazer muita coisa até o Percy acordar.

— Eu queria vê-lo.

— Depois se quiser podemos ir até lá. Logo, logo você terá alta.

Ele assente.