Caçadora da Meia-Noite escrita por Ginger Bones


Capítulo 15
Capitulo 15


Notas iniciais do capítulo

Hello, hello! -"I don't know why you say goodbye, i say hello"-qq
Aí está o capitulo da semana! ;)



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A semana passa rápido e logo a sexta-feira chega. Eu passei todos os dias da semana treinando e lutando dia e noite, minha maior preocupação era vencer essa luta e conseguir as informações que eu precisava. Theodore sempre treinava comigo quando conseguia um tempo longe dos outros Inquisidores, não queria nem saber o que eles iriam pensar se soubessem que eu estava lutando com um Inquisidor assim tão próximo de uma luta como a minha. Alias, a minha luta com Courtney havia se tornando oficialmente o assunto da semana. As opiniões se dividiam entre como eu poderia ser louca ao ponto de aceitar lutar contra um Inquisidor reconhecido pela crueldade como ele, e aqueles que pensavam que Courtney era um idiota por ousar lutar comigo. Que eu iria quebrar vários ossos dele até o final da luta. No entanto, já fazia alguns dias que eu não me importava mais com essas opiniões quando o dia da luta chegou. Era mentira dizer que eu não estava ansiosa e eu vinha fazendo tantos exercícios que sentia que havia perdidos alguns quilos só naquela semana. Eu estava definitivamente mais magra, mas também me sentia mais forte. Mais preparada para enfrentar até mesmo um demônio maior. Eu me curava rápido e o ferimento da minha luta com aquele feérico já estava quase completamente cicatrizado, embora ainda usasse um curativo em cima dos pontos, só por precaução. Eu pretendia tirar os pontos logo depois da minha luta, eu tendo vencido ou não.
As pessoas já vinham se acalmando com as novidades, mas conforme a noticia da minha luta se espalhou por todo o Instituto Millenium, todos começaram a se agitar mais uma vez. Eu já era bastante requisitada onde eu passava, muitos recrutas me paravam no corredor para pedir conselhos ou ajuda em alguma coisa mais séria, no entanto, agora eu podia notar o quanto essas interrupções haviam aumentado desde que Adam havia ido até o meu quarto durante a noite para me perguntar o que eu tinha feito para aceitar lutar com Courtney. Por falar nele, Courtney também andava sumido nos últimos dias e suspeitava que, assim como eu, ele também estava treinando escondido. Era melhor assim. Assim teríamos uma verdadeira surpresa para a luta.
Uma hora antes do por do sol, a área perto da sala de armas começou a se encher. As pessoas iriam transformar nossa luta em um show, porque isso não me incomodava era a grande questão. Deixei que as pessoas fizessem o que quisessem, eu não tinha porque impedi-las de assistir nossa luta. Ao menos eles não sabiam o verdadeiro motivo para essa luta estar acontecendo. Era melhor assim.
Antes que o lugar fique muito tumultuado, vou até o meu quarto apenas para vestir meu uniforme de oficial que costumo usar para lutar dentro do prédio. Era simples, mas feito sob medida para me dar a maior quantidade de movimentos que eu poderia ter que fazer. Eu apenas vestia uma calça de material leve comprida que se tornava mais justa conforme descia até os tornozelos, um top de malha por baixo de uma camiseta sem botões leve e folgada em preto. Todas as minhas roupas eram pretas. Não era tão comum mulheres se vestirem com roupas escuras e usarem calças com tanta frequência, mas eu era um soldado e tinha meus privilégios. Tudo que eu podia fazer era aproveita-los. Courtney também estaria descalço no ringue, então não vesti minhas botas militares quando fui até a sala agora barulhenta e movimentada. Eu já havia combinado com Adam que ele iria levar um sapato para mim mais tarde. Mesmo que as pessoas quisessem me ver lutar, tive dificuldade para passar pela multidão até o centro da sala. Todos os soldados, recrutas e oficiais havia se reunido em um circulo ao redor do ringue, todos esperando a grande atracão da noite que era a minha luta. Havia tantas pessoas, a maioria eu reconhecia, mas notava alguns rostos novos e completamente desconhecidos por mim na multidão. Os Inquisidores haviam feito a mesma coisa do lado contrario, formando um circulo perfeito à nossa volta. As diversas cores do Instituto Millenium se misturando abruptamente ao preto da Inquisição.
Avisto Adam e alguns de seus amigos do lado esquerdo da enorme sala, conversando em tom baixo demais para que mesmo a minha audição aguçada fosse capaz de ouvir. Do outro lado também pude ver Courtney conversando com outro Inquisidor vestido com o seu uniforme sentado em uma cadeira alta enquanto girava de forma distraída uma faca de arremesso entre os dedos. Ele me olha brevemente quando passo por ele até Adam, abrindo um sorriso malicioso e um olhar convencido como se já tivesse vencido essa luta antes mesmo de começar. Eu o ignoro, me juntando à Adam e seus amigos.
Adam me faz escutar todas as suas dicas e conselhos antes que a luta comece, não que eu já não os tivesse ouvido antes.
–Tudo bem, Adam.-digo tentando acalma-lo. Ele parecia mais nervoso do que eu com essa luta.-Eu já entendi. Pare de se preocupar comigo por algum tempo.
–Você parece confiante demais para quem vai lutar com uma pessoa com o dobro do seu tamanho.-ele comenta.
–Eu já enfrentei coisa pior.-digo e tento sorrir para que ele entenda que não há nada para se preocupar.-Eu sei o que estou fazendo.
–Eu já não tenho tanta certeza disso.-Adam me responde tentando se fazer ouvir sobre o barulho. Infelizmente, não temos tempo de continuar nossa conversa já que um homem vestido com as roupas dos Inquisidores sobe no ringue e se posiciona exatamente no centro do circulo. Repentinamente, as vozes cessam ao vê-lo lá em cima. Eu não me lembro de o ter visto alguma vez na vida, mas ele é mais velho do que os outros, talvez uns 30 anos e ele parece emanar uma sensação de confiança que faz todos respeitarem-no imediatamente. Nobre, é claro. Aí está um motivo para não confiar nele, penso.
–Boa noite à todos!-diz o homem. Sua voz é alta e clara e os detalhes de metal em sua roupa refletem a luz artificial na sala toda vez que ele se movimenta.-Meu nome é Darhvos Cinclair, eu sou o Comandante Inquisidor, mas acho que isso vocês já sabem.
Este é Cinclair? As lendas sobre ele são infinitas, eu as ouvia com frequência quando estava com a minha mãe em sua casa. Eu nunca imaginei que o veria de perto e não consigo imaginar o motivo de Cinclair estar fazendo um discurso em uma luta minha. Minha vida ultimamente está ficando cada vez mais longe das expectativas que eu tinha. Nem quando cheguei aqui aos 8 anos, pensei que minha vida teria uma virada tão grande em tão pouco tempo. Primeiro o Quartel General demoníaco, então o feérico que tentou me matar e agora Darhvos Cinclair?
–Fiquei bastante entusiasmado quando soube que uma luta como essa ocorreria aqui.-Cinclair continua seu discurso, alternando seu olhar em cada um de nós. A exata atitude de um nobre.-Afinal, não é todo dia que um Caçador da Meia-Noite e um Inquisidor lutam. Ainda mais sendo o Caçador a melhor capitã da Organização em muitas décadas. Confesso que eu não poderia perder a chance de presenciar algo como o que está acontecendo hoje. Portanto, pedi a permissão de Stewart Romckpay para não só assisti-la, mas poder julga-la. Não irei considerar quem vocês são, apenas como lutam. Ter um dos meus garotos envolvido não muda nada quanto à minha imparcialidade.
Não, todos sabemos que ele está mentindo. Ele nunca deixa seus "garotos" inquisidores perderem. Com certeza ele fez isso para armar contra mim. E eu espero, espero mesmo, que Courtney não tenha nada a ver com isso ou farei questão de arrancar aquele sorrisinho convencido do seu rosto com as minhas próprias mãos.
–Não só julgarei o melhor lutador, como irei premiar o vencedor com uma promoção, se tornando meu braço direito aqui e em qualquer lugar.-diz Cinclair. Certo, isso está começando a ficar interessante.-Acredito que qualquer um que consiga vencer os melhores dos melhores entre nossas duas Organizações, tenha a capacidade de fazer qualquer coisa. E eu não posso negar que temos aqui nossos dois melhores lutares se enfrentando cara a cara. Espero que minha oferta se torne um incentivo a mais nesta luta. Saphira Cartwright, Courtney Morris! Por favor, subam e comecem essa luta. Quero que mostrem quem vocês realmente são em uma batalha.
Bem, isso seria interessante, penso enquanto subo no rinque e me posiciono em posição de defesa enquanto Courtney faz o mesmo, seria bastante interessante, se caso eu mostrasse quem eu realmente sou não fosse a minha sentença de morte.
–Podem começar!-exclama Cinclair quando sai do centro do rinque e se junta a um dos grupos de inquisidores mais próximos ao rinque, se sentando em uma cadeira acolchoada para nos olhar. Imagino que a cadeira fosse o melhor que podiam oferecer à um nobre em uma sala de treinamento do Instituto Millenium. No entanto, tenho certeza que a ideia de sentar-se sobre algo tão simples o afeta mais do que demonstra. Contenho uma risada, não é a melhor hora para rir.
–Espero que esteja pronta para perder, Cartwright!-diz Courtney me olhando próximo a mim no ringue.
–Você parece confiante demais para alguém que vai perder.-Imito o tom debochado que Courtney costuma usar comigo ao falar com ele.
–Bem, até por aí!-diz e dá um meio sorriso. Eu tento ataca-lo com um soco para iniciar a luta, mas ele desvia e se afasta de mim, ficando em posição de sentido como um soldado e olhando para Cinclair.-Espera! Comandante Cinclair, eu mudei de ideia. Não posso lutar com uma mulher! Não é certo.
Ele o olha como se não o reconhecesse mais, uma espécie de olhar decepcionado por um de seus garotos prodígios recusar uma luta. Por outro lado, eu não me ofendo. Uso todas essas ladainhas ao meu favor.
–Ah, isso vai ser divertido!-exclamo sorrindo e agarrando o braço estendido de Courtney. Aproveitando que está distraído, o puxo contra mim e chuto suas canelas em uma rasteira. O golpe inesperado o faz perder o equilíbrio quando o solto e ele vai em direção ao chão em segundos. Foi tudo tão rápido que ele nem notou. Eu o avisei de que não pegaria leve. Não sou do tipo que tem piedade.
Ele se levanta limpando um respingo de sangue em um pequeno corte em seu lábio inferior, ele deve ter mordido com força quando caiu de cara no chão. O olho sorrindo completamente feliz diante de sua expressão de ódio. Tudo bem, agora ele parece ter mudado de ideia. Era exatamente isso que eu queria.
Ele solta um grunhido de raiva e me ataca. Courtney tenta socos diretos em direção ao meu rosto, varias vezes seguidas, mas eu desvio de seus golpes com facilidade. Ele não está tentado se concentrar no que está fazendo, só quer descontar seu ódio. Deixar as emoções fluírem dessa forma em uma batalha serão a razão pela qual vai tomar uma surra. Sei que ele está descontrolado, mas não irei parar de lutar da minha forma para alerta-lo. Ele já devia ter aprendido esse tipo de coisa há muito tempo. Aqueles que não conseguem nos acompanhar na Caçada são deixados para trás.
Tento revidar e parar de apenas me esquivar de seus golpes a esmo, juntando toda a força em um soco em seu estômago. Acabo acertando logo abaixo das costelas, o que o faz se afastar arfando com a falta de ar que esse tipo de golpe provoca. Sorrio e ele consegue ar o suficiente para voltar a lutar da forma correta, mais concentrado. Ele me empurra com força para trás, não o forte o suficiente para me derrubar, mas foi o bastante para me fazer perder o equilíbrio. Sem me deixar tempo para conseguir voltar a minha posição normal, ele me puxa com força agarrando meus pulsos e chuta meu tornozelo direito, o que me faz tropeçar e cair. Ele me solta antes que eu atinja o chão. Caio de bruços, mas sou rápida o bastante para virar de barriga para cima antes que ele conseguisse me atingir mais uma vez. Apoio minhas mãos no chão e levanto, partindo com socos novamente. Ele desvia e tenta me dar uma rasteira, por pouco ele não acerta meus tornozelos antes que eu me afaste. Ah, eu entendi! Ele quer me derrubar para conseguir me imobilizar. Sabe que eu sou mais rápida e mais ágil do que ele, então quer ganhar a luta me prendendo no chão para que eu não consiga mais usar essa vantagem ao meu favor. Chuto-o na cintura e isso o faz perder a postura convencida. Infelizmente, ele é rápido o bastante para agarrar minha perna e me puxar com ele quando ele caí para trás. Nós dois acabamos indo para o chão e por pouco não caio sobre ele. Meu lado direito é o primeiro a atingir o chão e tento ao máximo ignorar a pontada de dor que sobe pelo meu corpo a partir da lateral. Rolo sobre meus cotovelos e tento me levantar, mas ele se senta e puxa meu pé. Perco o equilíbrio apoiada sobre meus braços e bato meu queixo na pedra dura do chão. Sinto uma dor súbita e estrelinhas dançam ao redor dos meus olhos com a batida. Se estamos no chão, ótimo, continuaremos nele. Viro meu pé que ele ainda segurada e isso o faz me soltar. Consigo ficar de joelhos antes que ele se levante completamente e me apoiando sobre os braços mais uma vez, chuto sua perna e ele caí para trás. Ouço um estalo de um osso rachando quando suas costas vão em direção à pedra gelada da mesma forma que aconteceu comigo quando ele puxou meu pé. Apoio meu joelho no meio de suas costelas cortando sua respiração e segurando-o no chão com um dos meu braços dou um tapa em seu rosto. Não costumo bater no rosto, mas a situação me pareceu conveniente. O estralo provocado pelo pelo tapa ecoa na sala barulhenta pelos gritos da plateia ao nosso redor e o som faz com que o barulho cesse por alguns instantes. Sei que nós dois estaremos cheios de hematomas quando essa luta acabar, mas meus dedos irão ficar marcados em seu rosto perfeito. de certa forma, isso me alegra. Continuo distribuindo tapas sobre seu rosto e ombros enquanto ele tenta se soltar de mim. No entanto, sou forte e seu trabalho não é tão simples. De uma hora para outra, ele consegue mexer o braço o suficiente para socar minha barriga perto do ferimento, a dor é forte e me faz perder o fôlego. Ele aproveita a oportunidade para se empurrar para cima e agora é ele que me prende contra o chão com suas pernas, tentando me golpear como eu tinha acabado de fazer, mas ele errou em deixar minhas mãos livres e tudo que posso fazer é bloquear meu rosto com os braços enquanto ele tenta tira-los da frente. Courtney força meus braços para o lado enquanto tento resistir com o seu peso em cima de mim, cerro os dentes com força e logo uma sensação familiar de um puxão chega à minha mandíbula. Sou obrigada a fechar minha boca para impedir que alguém veja o que vem a seguir, para que Courtney não veja. Enquanto ele se concentra em tentar me bater, solto uma das minhas pernas e a jogo para cima, acertando-o logo abaixo da virilha. Ele grita e me solta imediatamente. Mais uma vez, empurro-o no chão e tento continuar o que eu estava fazendo antes embora ele não facilitasse pondo suas mãos sobre o rosto. Um corte começa a sangrar em sua bochecha onde devo tê-lo arranhado em algum momento. Agarro um dos seus pulsos torcendo-o e Courtney uiva de dor. Quando ele tenta revidar, sinto uma mão em meu ombro apertando-me forte.
–Já chega, Saphira! Acabou.-a voz de Adam soa dura aos meus ouvidos enquanto ele desliza suas mãos até meus ante-braços e me tira de cima de Courtney. Comigo afastada dele, Courtney consegue recuperar suas forças para se levantar lentamente.-Você venceu! Agora deu.
Adam me faz olha-lo com um puxão e sua expressão não é das melhores. Ele parece estar furioso.
–Você venceu!-ele repete.


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Notas finais do capítulo

E hoje foi um dia feliz! CAPITÃO AMERICA: GUERRA CIVIL É FODA!
#TeamQueroVerOCircoPegarFogo huahua



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