Solving Riddles escrita por themuggleriddle


Capítulo 2
Malfoys never change




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                Albus Potter estava de cara amarrada naquela manhã enquanto arrumava a bancada na qual iria trabalhar na aula de poções. Naquela manhã, seu irmão mais velho, James, já havia lhe feito o favor de fazer algumas piadinhas sobre o fato dele não ter parado na Grifinória e agora ele tinha que fazer aquele projeto de Poções para o qual ele sabia que não estava nada preparado... Sorte que a sua dupla era um gênio quando se tratava de misturar um monte de coisas dentro de um caldeirão.

 

 

                - Está tudo pronto?

 

 

                - Sim – o garoto Potter respondeu enquanto via o amigo depositar alguns potes de ingredientes em cima da mesa – É bom nós irmos bem nesse projeto, eu preciso de nota em Poções...

 

 

                - Nós vamos bem – o outro menino sorriu enquanto arrumava tudo em cima da mesa. Albus já havia percebido que o amigo era meio perfeccionista... Talvez ele tivesse puxado isso dos pais.

 

 

                Olhando em volta na sala, o garoto percebeu que as outras duplas já estavam formadas e prontas para começar a preparar a poção que Slughorn havia pedido para eles fazerem. Apenas um aluno estava parado sozinho atrás de um balcão, olhando para os ingredientes que havia pegado com um olhar meio perdido.

 

 

                - Tom?

 

 

                - Diga.

 

 

                - Será que Slughorn nos deixa fazer o projeto em trio?

 

 

                O outro garoto parou de arrumar os potes para encarar o amigo com os olhos azuis e frios.

 

 

                - Por quê?

 

 

                - Porque ele está sozinho – Albus apontou para o menino solitário no outro lado da classe.

 

 

                - Não, Al.

 

 

                - Mas, Tom, ele não tem dupla – o garoto de olhos verdes insistiu, vendo o outro revirar os olhos – E é horrível fazer trabalhos sozinho, eu sei disso.

 

 

                - Eu sempre faço os trabalhos com você – o outro menino pareceu indignado.

 

 

                - Mas não quando estamos em turmas separadas, como em Transfigurações.

 

 

                - Meu pai disse que ele não é confiável – Albus soltou um muxoxo enquanto via o amigo lançar um olhar sério na direção do outro jovem bruxo.

 

 

                - Seu pai disse que o bisavô dele não era confiável.

 

 

                - E ele também disse que era bem provável que Scorpius Malfoy fosse igualzinho ao bisavô.

 

 

                - Não acho que seja assim, Tom – o jovem Potter murmurou – Aliás, como que o professor Riddle sabe que o bisavô de Scorpius não era confiável?

 

 

                Em resposta, o outro menino apenas deu de ombros, antes de voltar a arrumar as coisas na bancada. Albus observou o amigo por um tempo, antes de se afastar em direção a Scorpius Malfoy sem avisar o outro.

 

 

                - Al, o que você quer fazer? Eu posso cortar as raízes de papoula se você quiser... – Tom ergueu a cabeça para ver que não estava mais apenas na companhia de Albus Potter – Albus, o que...?

 

 

                - O professor Slughorn deixou ele fazer o projeto com a gente – o menino de olhos verdes sorriu – Hey, Scorpius, esse é Tom Riddle.

 

 

                - É, eu sei – o garoto loiro analisou o outro dos pés a cabeça – Filho do professor Riddle.

 

 

                - Vocês nunca se falaram antes? – Albus perguntou, tentando quebrar o clima tenso entre eles – São da mesma casa e não se falam, que estranho... Lá na Lufa-Lufa todo mundo se conhece.

 

 

                - Sonserina não é Lufa-Lufa, Al – Riddle murmurou enquanto começava a cortar as raízes de papoula.

 

 

                - Eu faço isso – Potter puxou as plantas e a faca da mão do amigo – E o Scorpius pode ir escolhendo os melhores grãos de girassol, tudo bem? – os outros dois concordaram coma cabeça – É capaz de nós conseguirmos terminar antes de todo mundo.

 

 

                Tom fez uma careta quase imperceptível, antes de se ocupar em preparar o caldeirão. Scorpius permaneceu em silêncio durante toda a aula, mas sempre fazendo o que era preciso para ajudar os dois colegas no trabalho. Já Albus passou o tempo inteiro falando, tentando fazer com que os dois sonserinos trocassem mais do que olhares frios na direção um do outro.

 

 

                - O tempo acabou – o professor Slughorn anunciou quando o fim da aula se aproximava. A sala se encheu de protestos dos alunos que ainda não haviam conseguido terminar a poção – Quem já conseguiu terminar?

 

 

                A mão de Tom foi a primeira a se levantar, o que não pareceu surpreender o Mestre das Poções. Quando o professor se aproximou do caldeirão deles e disse que a poção estava ótima, Albus não conseguia parar de sorrir, assim como o jovem Riddle, que tinha um pequeno sorriso estampado nos lábios.

 

 

                - Não doeu deixar o Scorpius entrar no nosso grupo, doeu? – Potter perguntou enquanto guardava o material e saía da sala ao fim da aula.

 

 

                - O que? Você não está vendo como eu estou me contorcendo de dor? – Tom perguntou sarcasticamente, mas ficou quieto ao ver o olhar sério que o amigo lançava em sua direção – Certo, não doeu, mas não vá pensando que...

 

 

                - Hey, Scorpius! – Albus gritou no meio do corredor da masmorra e sorriu ao ver a cabeça loira de Malfoy se virar para olhar para ele – Quer sentar com a gente na hora do almoço?

 

 

                - O que? Potter, o que você...? – o menino de olhos azuis sibilou.

 

 

                - Não doeu fazer um trabalho com ele e também não vai doer almoçar com ele – o outro murmurou, antes de se virar para o loiro que se aproximava deles com uma expressão meio receosa – E aí, o que me diz?

 

 

                - Tudo bem, se não tiver nenhum problema para vocês – ficou claro, pelo olhar que Scorpius lançou na direção de Tom, que o “para vocês” era direcionado apenas o menino da Sonserina, não para Albus.

 

 

                - Claro que não tem problema, não é, Tom? – o lufo riu e olhou para o amigo, esperando a resposta deste.

 

 

                - Não – Riddle falou, olhando para Malfoy com aquele olhar frio que só ele sabia fazer, e o jovem Potter podia jurar que o sonserino estava pronto para mandar o loiro ir para o mais longe possível deles – Não tem problema algum.

 

 

                - Ótimo! Vamos indo? Eu estou morrendo de fome...

 

 

                E assim os três foram andando calmamente até o Grande Salão, onde se sentaram na mesa da Lufa-Lufa, onde Albus e Tom já estavam acostumados a sentar durante os almoços. Potter não parava de falar, tentando fazer os dois conversarem entre si, mesmo sabendo que iria ser difícil convencer Tom de ser amigável com Scorpius. Ele sabia que o amigo confiava totalmente no julgamento do pai e que iria acreditar que Scorpius Malfoy era um babaca até que tivesse provas concretas do contrário, ou até que o Sr. Riddle dissesse em alto e bom som que o menino loiro era confiável.

 

 

                - Sua mãe faz o que, Scorpius?

 

 

                - Ela cuida da nossa casa – o sonserino loiro murmurou.

 

 

                - Ela não trabalha? – Riddle perguntou, erguendo uma sobrancelha.

 

 

                - Não... O que a sua mãe faz?

 

 

                - Minha mãe escreve para a parte de esportes do Profeta Diário – Albus respondeu a pergunta que não havia sido direcionada a ele – E meu pai é auror.

 

 

                - Minha mãe trabalha no Ministério – Tom respondeu.

 

 

                - Meu pai disse que sua mãe tentou libertar os elfos-domésticos de Hogwarts quando estudava aqui, é verdade?

 

 

                - Sim – o garoto se lembrava de ter ouvido o amigo de seus pais, Ron Weasley, falando da vez em que sua mãe “virara fã de elfos-domésticos e tentara libertar todos os elfos de Hogwarts”.

 

 

                - Nós temos um elfo em casa – Malfoy murmurou – O nome dele é Cooper.

 

 

                - Minha mãe se recusa a ter elfos-domésticos, ela diz que é um trabalho quase escravo – Riddle falou.

 

 

                - Mas eles gostam de servir, é da natureza deles.

 

 

                - Sim, mas ela prefere não ter um deles fazendo o serviço que nós, bruxos, deveríamos fazer.

 

 

                Albus ficou em silêncio, apenas observando os dois sonserinos por um tempo.

 

 

                - Seus pais eram da Sonserina, certo? – Al finalmente perguntou par ao loiro.

 

 

                - Sim.

 

 

                - Os meus eram da Grifinória – o garoto sorriu – E o Tom.. o pai dele era da Sonserina e a mãe era da Grifinória! Não é legal que os dois tenham se casado mesmo sendo das duas casas “inimigas”?

 

 

                - Sim – Scorpius pareceu pensar um pouco antes de fazer a próxima pergunta – É verdade que o professor Riddle é um mestiço?

 

 

                Dessa vez, o garoto Potter podia ter certeza de que o amigo iria avançar no pescoço do loiro, pois ele sabia que Tom odiava que começassem a falar de sangue perto dele. Pelo que Albus entendera, desde que o garoto entrara na Sonserina, havia alguns alunos que o irritavam por ele ser filho de uma nascida trouxa com um mestiço e, por isso, Riddle desenvolvera uma certa aversão a essa conversa sobre pureza do sangue mágico.

 

 

                - Sim, algum problema com isso? – a voz do jovem bruxo saiu mais calma do que o que Potter esperava.

 

 

                - Não – Scorpius deu de ombros – É só que eu ouvi Slughorn falar isso um dia desses que seu pai era mestiço e mesmo assim foi um dos melhores alunos que ele já teve.

 

 

                - Dizem que a mãe do Tom foi uma das melhores bruxas de Hogwarts, não é mesmo, Tom? – Albus perguntou, entusiasmado – Imagine, ser filho dos dois alunos mais inteligentes que já pisaram aqui...

 

 

                - Eles não foram os únicos – Riddle sussurrou, ficando meio desconfortável com o rumo que a conversa tomava – Dizem que a sua avó era uma ótima aluna também, Al, e também tem a diretora McGonagall, dizem que ela era bem inteligente...

 

 

                - E o professor Dumbledore – completou Malfoy.

 

 

                - Isso mesmo.

 

 

                - Tanto faz, você é filho de dois dos alunos mais inteligentes que já pisaram em Hogwarts – Al riu.

 

 

                - E você é filho do melhor apanhador que a Grifinória já teve – Scorpius sorriu, diferente de Albus, que perdeu o sorriso num piscar de olhos – O que foi?

 

 

                - Todo mundo lembra dele por causa do Quadribol – o lufo resmungou, arrumando os óculos de meia-lua no nariz – E parece que todo mundo espera que eu vire um grande jogador também...

 

 

                - Você... não gosta de Quadribol?

 

 

                - Eu gosto, diferente do Tom – ele apontou para o amigo – Mas eu não sei jogar.

 

 

                - Por que você não gosta de Quadribol? – Malfoy perguntou, virando-se para o outro sonserino.

 

 

                - É perda de tempo, eu acho.

 

 

                - Seu pai também acha isso?

 

 

                - Ele não é o maior fã de Quadribol do mundo.

 

 

                - E sua mãe?

 

 

                - Ela gosta, mas sempre fica preocupada quando assiste – Riddle riu baixinho – Ela tem medo de que os jogadores se machuquem feio.

 

 

                - Hey, olhe quem chegou – Albus interrompeu a conversa dos dois para apontar um garoto ruivo com as vestes da Grifinória se aproximando deles – Hey, Hugo, venha aqui!

 

 

                O menino, Hugo, sorriu para os três e foi se sentar ao lado do garoto Potter. Pela primeira vez no dia, Tom deu um sorriso mais aberto, enquanto o cumprimentava o ruivo.

 

 

                - Hugo, este é Scorpius Malfoy – Albus apontou para o loiro – Scorpius, este é o meu primo, Hugo Weasley.

 

 

                - É um prazer.

 

 

                - O mesmo... – Hugo sorriu – Hey, vocês já tiveram Poções hoje?

 

 

                - Já, por quê?

 

 

                - O projeto está muito difícil, Al? Eu queria tirar uma nota boa para garantir...

 

 

                - Está fácil – Tom sorriu.

 

 

                - Tudo é fácil para você – o ruivo deu uma risada sem graça – Aliás, tivemos a prova do seu pai agora de manhã, ele fez umas questões bem complicadas.

 

 

                - Nós só temos aula com ele amanhã – Riddle torceu o nariz – Valeu por avisar, vou ter que revisar a matéria hoje a noite.

 

 

                - Ele é seu pai – Malfoy se intrometeu na conversa – Não vai te dar uma nota ruim.

 

 

                - Você definitivamente não conhece o meu pai – o garoto de olhos azuis riu.

 

 

                - Ele é tão ruim assim? – o loiro arregalou os olhos. Pelo jeito ele não tinha uma imagem muito boa do professor de Defesas Contra as Artes das Trevas.

 

 

                - Eu não disse que ele é ruim, só disse que ele não iria me privilegiar só porque sou filho dele – Tom deu de ombros – É capaz dele ser ainda mais exigente comigo do que com os outros alunos... Aliás, você não parece gostar muito dele.

 

 

                - Ele que não gosta de mim!

 

 

                - Não deixe que ele o intimide – Riddle falou, um sorrisinho brotando em seus lábios – Ele gosta de fazer com que os outros achem que ele é o diabo em pessoa de vez em quando, mas não deixe que essa imagem o engane.

 

 

                - O pai do Tom é legal – disse Hugo enquanto enchia o seu prato com purê de batata – Ele sabe um monte de histórias interessantes sobre as... como eles dizem?

 

 

                - Gerações passadas de Hogwarts – Albus riu – Realmente, o Sr. e Sra. Riddle sabem um monte de coisas sobre isso.     

 

          

                - Gerações passadas de Hogwarts?

 

 

                - É, Scorpius! Eles disseram que a diretora McGonagall jogava Quadribol, você acredita? – Potter sussurrou, apontando para a diretora, que estava sentada na mesa dos professores, conversando com o prof. Flitwick – E dizem que ela era ótima como artilheira...

 

 

                - E violenta, não se esqueça disso – Riddle riu – Mamãe diz que ela não tinha medo de chutar qualquer um que tentasse tirar a goles dela.

 

 

                - E dizem que uma vez alguém pegou os bisavós do Al se beijando debaixo de uma Capa da Invisibilidade – Hugo falou.

 

 

                - Dizem que foi a monitora-chefe daquela época – Tom explicou – Papai disse que os monitores-chefes de 1944 foram os melhores monitores que Hogwarts já teve.

 

 

                 - E sua mãe disse que o monitor era o rapaz que foi mais... como ela diz? Ah, concorrido da história de Hogwarts – Albus falou, rindo – Ela disse que ele sempre ganhava um monte de presentes do Dia dos Namorados.

 

 

                Os quatro garotos riram, atraindo a atenção de alguns alunos que estavam em volta, mas nem prestaram atenção nisso. Scorpius não pôde deixar de notar que o garoto Riddle era bem diferente quando estava junto com os amigos, já que deixava de lado aquele comportamento quase hostil e adquiria uma personalidade totalmente simpática.

 

                A única coisa que nenhum dos quatro notou foi um par de olhos azuis identicos aos de Tom fixos neles durante toda a conversa que eles tiveram no horário do almoço.

 

 

                ****

               

 

                - O que foi? – Hermione perguntou, erguendo os olhos do livro que estava lendo assim que viu o marido entrar no quarto.

 

 

                - Malfoy, foi isso o que houve – o homem resmungou, sentando-se ao lado dela na cama e tirando os sapatos.

 

 

                - Não acredito que você continua implicando com o garoto – a bruxa riu – Você sabe que Scorpius não é Abraxas, certo?

 

 

                - Ele tem cabelo loiro, olhos azuis e aquela cara de “sou-um-Mlafoy-portanto-sou-superior” que Abraxas tinha – disse Tom – Ele é um mini-Abraxas, parece até que eu voltei no tempo e estou vendo aquele babaca no primeiro ano.

 

 

                - Tom! – a mulher deu um tapa de leve no braço do  outro – Pare com isso... Sério, o que foi que Scorpius Malfoy fez para você ficar assim?

 

 

                - Não foi Malfoy, foi o Tom – Riddle sorriu ao ver como a expressão de Hermione ficou séria ao ouvir o nome do filho – Parece que ele decidiu ficar amigo do garoto.

 

 

                - Pelo amor de Merlin— a bruxa revirou os olhos – E eu achei que fosse alguma coisa séria.

 

 

                - Mas é uma coisa séria!  Hermione, não tente desviar do assunto... – o homem resmungou ao sentir a outra o puxar pelos ombros até que ele estivesse deitado com a cabeça apoiada no colo dela – Eu sei como os Malfoys podem ser idiotas e...

 

 

                - Tom, para sair de Abraxas e chegar a Scorpius existiram Lucius e Draco no meio – a mulher sorriu, deixando os seus dedos brincarem com os cabelos escuros do marido – Aposto que a babaquice dos Malfoy já diminuiu significativamente desde a geração de Abraxas.

 

 

                - Eu espero que sim – Tom sorriu – Mas se ele fizer alguma coisa com o nosso filho eu não vou pensar duas vezes antes de mandar aquele projeto de Malfoy para a Floresta Proibida de detenção.

 

 

                Hermione riu, antes de se abaixar para beijar o homem, sentindo o sorriso que tomava conta dos lábios dele.

 

 


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Notas finais do capítulo

N/A: Só um aviso para quem lê LFLS: eu vou demorar para postar porque: 1) eu estou totalmente sem tempo D: culpa da faculdade e do colégio, e 2) eu empaquei num cap D:

Agora, sobre esse mini cap. de Solving:

1- Albus na Lufa-Lufa: pra mim, Albus Potter é e sempre será lufo :D Hehe, ele não tem cara de grifa e nem de sonserina hohoho...

Não tem muito o que dizer hahaha... Cap. escrito quando eu estava a alguns quilometros do solo, num avião :D Escrever no avião é o que há ;D