Justice Reborn: Heróis do Amanhã escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 13
Caminhos Cruzados - Final


Notas iniciais do capítulo

Arco final e o próximo logo virá.
Capitulo era para sair em outubro, mas imprevistos fizeram com que a escrita acabasse atrasando um pouco.

Boa leitura.



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Metro Narrows Bridge

Seguindo em sentido Gotham, New Jersey - 07 de Março, 18h: 30min.

Jon Kent conduzia o Batmovel pela Metro-Narrows Bridge que cruzava a Baia de Delaware e ligava a cidade de Metropolis com Gotham. Ao seu lado Katherine encontrava-se apenas vestindo a segunda pele que costumava usar por debaixo do traje de Batgirl, ainda mantinha a parte inferior da armadura colocada, porém da cintura para cima tinha sido removido para facilitar os movimentos.

Sem mencionar o fato dos dados que a armadura tática tinha suportado durante os eventos que tinham ocorrido no New England Aquarium. Na parte detrás, Mareena encontrava-se desacordada e presa ao banco caso acordasse durante a viagem de volta para a Batcaverna de Katherine Wayne. Jon Kent olhava para a imagem da princesa desacordada através do retrovisor, algo que não passou despercebido pela garota ao seu lado.

— É, você a pegou de jeito – disse Katherine – A garota apagou depois do soco que você deu nela – E o rapaz pareceu desconfortável com a frase dela o que não passou sem ser notado – O que foi?

— Eu não gosto de lutar contra mulheres – falou Jon – Sei que foi por uma boa causa o soco que eu dei nela, mas eu não gostei de ter feito. Uma pena que não tenha conseguido resolver as coisas pacificamente com a Mareena.

— Não tem problema – disse Katherine – Quando a garota acordar então peça desculpas a ela.

— E você como está? – perguntou Jon e a garota riu.

— Destruída – respondeu Katherine – Mas vou viver e ficar nova em folha para continuar com as investigações. Antes de me atacar, a ruiva disse que eu era exatamente como aquele bruxo tinha mostrado para ela. Ele apareceu para a Mareena pessoalmente, ao menos foi o que eu compreendi. Ela deve saber qualquer coisa que me leve até ele.

— Mesmo depois de hoje você ainda quer continuar tentando? – disse Jon – Katherine, você poderia ter morrido hoje se eu não tivesse chegado a tempo.

— Por sorte, você é bem pontual para salvar a minha pele – respondeu Katherine – Meu próprio anjo da guarda a prova de balas. – Ela soou sarcástica – Eu já agradeci por você ter aparecido para me salvar. Mas não quero você perto de mim o tempo todo se vai ficar bancando o irmão super protetor.

—Mas por que você quer saber? – perguntou Jon.

—Porque eu quero! – Respondeu Katherine – Você não me entenderia.

—Tem razão, eu não consigo entendê-la – disse Jon – Apesar de que sim, reconheço que sua determinação é muito grande. Eu sei que você quer, mas por quê?

—Não sei, talvez por que a verdade me faça bem – Respondeu Katherine.

—Mas como pode dizer que a verdade te faz bem sem saber que a mesma pode não ser boa? – disse Jon – Se for algo desagradável ou mesmo revelar-se tudo como sendo uma farsa ou um jogo desse sujeito com você. Brincar com sua mente e fazê-la colocar-se em perigo.

—Ainda assim é melhor do que permanecer no escuro – falou Katherine - Porque a verdade me prepara para a vida. E algo me diz que o quer que seja que esteja se conectando aqui com os caminhos de todos nós se cruzando apenas prova que há mais do que simples coincidências ou brincadeiras ocorrendo.

—Como te prepara para a vida? – Perguntou Jon.

—Abrindo meus olhos! – Disse Katherine.

—Mas em certas situações, você não acharia melhor continuar de olhos fechados? – questionou Jon – Eu acho que pode estar indo longe demais nisso tudo, Kat. Estou preocupado com o seu bem estar.

—Não! – respondeu Katherine – De jeito nenhum. Eu não acho!

—Então me diz por quê? – falou Jon.

—Por quê?! – falou Katherine aproximando-se de Jon e depositando uma mão em seu ombro - Te digo isso agora! Imagina você de olhos fechados vivendo algo que lhe foi predeterminado, na ilusão de que você está em jardim lindo e seguro, onde nada pode te atingir, pois bem, na verdade você está em uma floresta escura repleta de inseguranças e falhas. Mas então, ainda assim, responda-me: Você gostaria de continuar de olhos fechados?

—Não sei, talvez sim ou talvez não. – disse Jon – Depende muito da situação.

— Não, não depende. – disse Katherine – Existe a escolha mais fácil e a escolha certa a ser feita. O mundo sempre foi feito dessa maneira. Instigando-nos a escolher qual caminho devemos seguir quando chegamos a uma encruzilhada. Cada um deles nos leva para uma direção diferente.  Você está indeciso, compreensível. Pois bem, se continuasse de olhos fechados estaria entregue ao destino, o que viesse você teria que aceitar, não teria como se proteger nem proteger aos que ama ou de quem gosta; agora, se estivesse de olhos abertos poderia interferir e se defender das desavenças que esse ambiente te proporciona.

—De fato, isso faz sentido – falou Jon.

—Sim, para mim, isso faz todo sentido do mundo – respondeu Katherine.

— Você tem razão – falou Jon.

— Como sempre – respondeu Katherine sorrindo.

...

Bat-Caverna II

Algum lugar de Gotham City, New Jersey – 07 de Março, 19h: 52min.

James estava sentando em frente ao batcomputador com uma caneca de café em mãos. Um dos males de passar tanto tempo atento a muitos monitores o tinha levado a seu vicio em cafeína. Perguntava se um dia conseguiria retornar a dormir mais do que quatro horas por noite. Ao seu lado, encontrava-se uma visita imprevista na Bat-Caverna, a filha da Mulher Maravilha tinha chegado de St. Roch, Louisiana para uma conversa com a filha do Batman.

Artemisa encontrava-se em suas roupas civis, encarando os monitores seriamente enquanto o computador fazia seu serviço em decodificar as informações arquivadas no pen-drive que tinha trazido consigo. Ela então percebeu que o rapaz ruivo estava focando-se muito nele enquanto bebia o seu café. A princesa das amazonas estalou os dedos e fez um  sinal para seu rosto com o indicador.

— Meus olhos estão aqui em cima – disse Artemisa Prince – E antes que pergunte a resposta é: Sim, eles são naturais. E não devia olhar tanto para eles quando eu sou uma garota comprometida.

— Eu não estava olhando para... Eles, Artemisa. – respondeu James Grayson ficando rapidamente vermelho enquanto tossia por conta do café com o qual acabou se engasgando.

— Sei... – disse Artemisa – Vou fazer de conta que acredito.

— É sério – respondeu James – Estava tentando descobrir como a armadura de guerra que você estava usando quando chegou aqui de repente tornou-se invisível e agora está vestida como uma civil. Eu estou vendo apenas os braceletes de prata que se mantiveram em seus pulsos.

— Eu sabia que não estava. Você não parece esse tipo de sujeito que desrespeita as mulheres comprometidas – disse Artemisa sorrindo – Sem falar que eu sei que você gosta de filhas de vilões. – Ela fez uma pausa enquanto ajeitava os cabelos - Como vai você e a Nygma?

James Grayson desviou o olhar para o monitor antes de tomar mais um gole de seu expresso duplo com creme. Ele não gostava de tocar no assunto de seu termino de relacionamento, tinha sido uma grande decepção amorosa que tivera com Emily Nygma. Ele não tinha noticias da filha do Charada a meses desde que ela tinha se mudado de Gotham.

— Eu não gosto de filhas de vilões. Eu só namorei uma garota que simplesmente aconteceu de ser filha de um deles. E das que tinham em Gotham dentre as opções acho que era a melhor dentre as quais eu podia escolher. Quer dizer, achava que era. Eu e ela... Terminamos tem já um tempo – disse James e a amazona pareceu entender que ele não queria se aprofundar mais no assunto.

— Você era bom demais para aquela garota mesmo. Vai conseguir alguém legal de próxima vez, talvez uma garota que esteja do nosso lado...  – riu Artemisa e o rapaz sorriu discretamente – Mas, a resposta a sua pergunta é simples: Mágica. – Ela deu uma rápida batida com o dedo no bracelete de prata – Forjados com magia assim como os da minha mãe.

— Claro, a resposta mais óbvia – disse James – Por que não estou surpreso?

— quando recebi a armadura de guerra na minha cerimônia de transição não é como se Hefesto tivesse enviado junto um manual de instruções. – respondeu Artemisa - Sei o básico, incluindo que se eu bater meus braceletes um no outro a minha armadura surge assim como minha espada e escudo.

— Se fosse outra pessoa talvez pensasse que você estava sendo sarcástica e debochando com essa historia toda de mágica – disse James Grayson – Mas eu já te vi em ação ao lado de sua mãe e sozinha. Sei do que é capaz. Você é poderosa e tem disciplina das amazonas. Sabe bem como lidar com os seus poderes.

— Obrigada – agradeceu Artemisa.

— Tudo tem sido tão estranho ultimamente – disse James.

— Bem, você mora em Gotham – disse Artemisa – Terra e lar do estranho. – Ela sorriu para o ruivo - Achei que já estivesse acostumado já que nasceu e cresceu aqui.

— Estou falando sobre essa missão da Katherine – disse James – Ela tem estado obsessiva com esse assunto, eu acho que se ela demorar em conseguir o quer é capaz de isso a destruir. A Kat é bem teimosa a um ponto que chega a ser irritante.

— Teve a quem puxar – disse Artemisa – Minha mãe sempre comentou que o Batman era um maldito teimoso cabeça dura. – E o ruivo suspirou pesadamente - Parece que foi algo que ele passou aos filhos dele. E ela esta onde?

— Boston – disse James – Mas o Jon está trazendo ela de volta para casa.

— Não poderei esperar pelo retorno dela – respondeu Artemisa – Preciso daquela Informação que te pedi. Conseguiu algo acessando o Bat-computador? – O rapaz sorriu enquanto teclava e por fim revelou as informações na tela principal.

— Pelo que pude averiguar, a ARGUS possui um sistema sigiloso e a permissão carta branca dada pelo governo nacional para agirem – disse James – Eles tem um mandado internacional que supera as ONU e qualquer outra organização global oficial. Seus recursos são ilimitados, leis e fronteiras ou mesmo ações consideradas humanitárias ou morais, nada disso significa para eles alguma coisa. Eles estão acima de todas elas.

— Eu conheço a ARGUS – disse Artemisa – Meu pai era um de seus agentes, Jim. – Ela encostou suas costas na parede e cruzou os braços parecendo impaciente - Essas informações eu já sabia.

— Sabe qual tem sido o último fetiche da Amanda Waller? – disse James – A ARGUS tem mostrado interesse em algo bastante incomum e referente à outra organização que conhecemos: DEO.

A amazona pareceu surpresa, com razão a ideia de que a ARGUS estivesse lidando com pesquisas com alienígenas e projetos que envolviam aqueles dados estava claramente tornando ainda pior suas chances em rever seu pai.

Duvidava que ele pactuasse com qualquer ação que julgasse imoral ou antiética, mas Steve Trevor ainda era um subalterno de Amanda Waller e por mais que sua patente dentro da organização fosse alta ainda assim obedecia a ordens. E qualquer outra ação poderia ser encarada com desacato ou insubordinação o que poderia levar com que ele fosse removido da ARGUS.

E o modo como tal remoção poderia ocorrer lhe preocupava. Seu pai era muito valioso para ser dispensado facilmente pela Waller. Mas Artemisa não poderia transparecer essa insegurança. Não na frente de James que a encarava com alguma preocupação.

— Você está bem? – questionou James Grayson.

— Estou é só que... – disse Artemisa então suspirando – Pode continuar.

— A ARGUS criou recentemente um departamento para estudos extraterrestres e ufológicos. Estão pegando alienígenas, bem como seus filhos com humanos chamados de híbridos. – disse James lendo as informações - Seres extraterrestres que vivem escondidos em nosso planeta, os tem localizado e capturado para estudos científicos, lógico. Mas mesmo assim contra suas vontades. E sabe-se lá o que mais fazem com eles. Devem corrompê-los e matá-los. – Fez um silêncio depois daquilo como se a princesa estivesse remoendo as informações que recebera – Seu pai...

— Estava envolvido? – perguntou Artemisa – Meu pai fazia parte?

— Não – respondeu James – De acordo com as informações que consegui recuperar dos arquivos que me trouxe... – Ele removeu o pendrive do computador e estendeu para a garota – Seu pai foi em uma missão de busca a um grupo de agentes que desapareceram. Não existe nada que ligue o nome de seu pai aos desse departamento em especifico da ARGUS. O que não me surpreende, até onde soube a ARGUS tem poucos agentes de bom caráter e honestos.

— Obrigada novamente – disse Artemisa parecendo sentir um peso deixando os seus ombros – Existe informações sobre essa missão?

— Não consegui recuperar informações suficientes – respondeu James – Mas o avião em que seu pai estava partiu de Blüdhaven. Pode procurar informações a respeito naquele lugar. O endereço esta aqui assim como outras informações, mas fora isso, eu não sei mais como posso te ajudar. Sinto muito, Artemisa.

— Tudo bem, James – disse Artemisa – Já me ajudou o suficiente.

Naquele momento a Bat-Caverna fez um som que anunciava o retorno do batmovel, o que foi comprovado quando a porta pressurizada se abriu e o veiculo adentrou no espaço descendo por uma rampa suspensa.

Até que finalmente parou e estacionou próximo de uma plataforma. O Oracle deixou sua cadeira e aproximou-se sendo acompanhado da amazona, foi quando as portas do carro ergueram-se como asas. Tanto Kat Wayne quanto Jon Kent deixaram o interior do veiculo.

— O que você fez com o seu traje? – perguntou James ao ver o estado em que a armadura tática se encontrava – Você está bem? Parece que um prédio desabou sobre você.

— Longa historia – disse Katherine então olhando para amazona – Oh, olá Artemisa.

— Katherine, como vai? – disse Artemisa – Soube que pendurou a capa de Robin e que agora é Batgirl. – A outra cruzou os braços e sorriu para a garota morcego - Menos mal, você não ficava bem com aquelas calças verdes ridículas.

— James, eu preciso que me responda: O que sabe sobre atlantes? – perguntou Katherine ainda vestida como Batgirl, porém sem a máscara enquanto retirava as luvas.

Ela já ia removendo as partes danificadas do traje de heroína assim que ia se afastando do carro. Enquanto Jon seguia para a parte detrás do veiculo onde abria as portas traseiras.

— Em que aspecto? – perguntou James – Histórico? Social ou politico?

— Aspecto médico – disse Jon retornando para próximo dele enquanto trazia em seus braços – Achamos que talvez ela possa estar ferida.

— Marie? – perguntou Artemisa – O que ela faz aqui?

— Levem-na para a enfermaria – disse James enquanto guiava Jon em direção a outra parte da caverna – Vou ver o que consigo fazer por ela. – As garotas seguiam logo atrás deles parecendo ansiosas.

— Ela está bem? – perguntou Artemisa enquanto via o Superboy colocando a ruiva na maca – O que foi que aconteceu? Quem fez isso com ela?

— Princesa das Amazonas e Princesa de Atlântida – disse Katherine Wayne com algum azedume na voz enquanto abria o frigobar e tirava uma bolsa de gelo – A realeza possui laços de amizade. Já deveria suspeitar – E colocou o gelo em seu olho roxo.

— Eu quero explicações – disse Artemisa aproximando-se de Katherine e a encarando de cima por conta da diferença em altura – Ela é minha amiga. Seja direta e sem rodeios agora e apenas diga: o que aconteceu com Mareena?

— Eu limpei a barra dela e depois as coisas saíram do controle – disse Katherine Wayne – Sua amiga me deve uma armadura nova – A heroína ia voltando as costas para retirar-se da enfermaria quando a amazona a pegou pela capa.

— Você a atacou? – disse Artemisa – Foi você que fez isso com ela?

— Eu estava me defendendo – disse Katherine puxando sua capa das mãos da amazona – E não fui eu que a levei a nocaute se não percebeu. Eu gostaria de ter feito, mas não fiz...

— Me responda – falou Artemisa enquanto puxava a bolsa de gelo para longe do rosto da garota e observou o hematoma – Eu vou fazer pior com você... – E então agarrou a Batgirl e a prensou na parede – E melhor começar a rezar para que ela se recupere. Porque se ela não se recuperar...

— Quero ver você tentar a sorte comigo – respondeu Katherine irritada – Vamos lá, bate seus braceletes mágicos. Vista sua armadura, Prince. 

— As duas já para fora da enfermaria – disse James desviando olhar rapidamente para as duas – Não vou conseguir me concentrar em fazer o que deve ser feito com as duas transformando isso em um ringue.

— Eu não vou a lugar algum – disse Artemisa saindo de perto da garota morcego e indo na direção de Mareena – Quero ficar perto da minha amiga.

— Ótimo, porque eu também não saio daqui. É minha caverna, minha enfermaria e eu estou quebrada e exausta...  – falou Katherine – Sem falar que a Mareena é minha responsabilidade. – E a amazona deu um sorriso debochado.

— Então assume que você que a feriu? – perguntou Artemisa olhando por sobre o ombro – Assume sua culpa? - Ela voltou-se com um olhar sério e ameaçador em direção de Batgirl que pareceu não se abalar com a tentativa de intimidação. 

— Fui eu, Artemisa – disse Jon terminando de ajudar James a ligar os aparelhos de avaliação – Eu tive que fazer alguma coisa ou a Kat acabaria se machucando muito mais. – Ele deu alguns passos em direção da guerreira – Desculpe.

— Por que você bateria nela? – perguntou Artemisa – Por que vocês brigariam uns com os outros? E por que a Mareena esta na superfície e não em Atlântida que é o lugar dela?

— São muitas perguntas para essa hora da noite e eu estou com dor de cabeça – disse Katherine – Será que dá para responder as perguntas dela por mim? Faz esse favor, Jon. Eu só quero deitar e tomar uns analgésicos. – Ela se encaminhou até outra maca e se deitou nela.

— Mareena estava dominada pela fúria que nem devia saber o que estava fazendo. – disse Jon - Ela estava descontrolada. Eu sei que tudo parece bem ruim agora, mas se der tempo podemos contar com detalhes. E perdoe a Kat, você a conhece. Sabe como ela fica mal humorada quando sente que fracassou.

— Eu não fracassei – disse Katherine em tom de voz repreendedor – Eu ainda não acabei as investigações. - Ela encarou o hematoma no reflexo de um espelho circular - Não vou desistir já te falei. 

— Por que eu não estou surpreso? – falou James sendo irônico enquanto erguia uma seringa no ar – Parece que temos um problema aqui. A pele dela é grossa demais para o material de enfermagem que possuo aqui.

— Não é novidade – disse Artemisa – A fisiologia atlante se adaptou para viver em profundidades onde a pressão subaquática é altíssima. O único tipo de metal capaz de cortar e perfurar sua carne são os que foram forjados na própria Atlântida.

— Deixe-me adivinhar – disse James – É o tipo de metal forjado com a ajuda de magia e extremamente raro de se encontrar na superfície? – Ele suspirou pesadamente - Ótimo, eu não sei o que fazer com ela.

— Você tem um tanque de água? – disse Artemisa e o ruivo a olhou parecendo estranhar o pedido - Encha-o com água salubre e mantenha a temperatura a 35°C. O resto a própria biologia atlante dela fará sozinha.

— Posso providenciar isso – disse James enquanto removia as luvas brancas de látex que tinha colocado – Apenas me deem 30 minutos e conseguirei ver o que faço para ajudar. – Artemisa se aproximou e colocou-se ao lado de Mareena na maca e pegou em sua mão.

— Eu devia imaginar que se conheciam – disse Jon aproximando-se das duas garotas – Ela é bem casca grossa. Pelo que eu vi ela conseguiu bater de frente com a Batgirl sem muita dificuldade.

— Eu ainda estou aqui – disse Katherine – Valeu pela consideração.

— É, você está aqui – disse Artemisa encarando a garota, enquanto Kat começava a tentar colocar a linha em uma agulha de sutura – Vai se costurar sozinha?

— Acho que o Jon não sabe como fazer isso – disse Katherine.

— Escoteiro lembra? – disse Jon fazendo o sinal dos escoteiros para a garota que revirou os olhos – Uma vez escoteiro sempre escoteiro. Ganhei minha insígnia de primeiros-socorros com louvor.

— Que meigo – disse Katherine – E tão nerd.

— Deixe-me fazer isso – disse Artemisa – Aprendi medicina de guerra. Um corte pequeno no canto da sobrancelha não é nada para mim. Termino em dois tempos. 

— Você oferecendo-se para me ajudar? Quando momentos atrás você estava querendo puxar briga comigo? – disse Katherine – O que fez mudar de ideia?

— Estou mais calma ou caminhando para isso... – disse Artemisa – É só que ver a Marie desacordada e ferida é algo que me assustou um pouco. E cada um costuma reagir de uma forma para uma situação assim. No meu caso, eu fico com raiva.

— Percebi – respondeu Katherine então estendendo o pequeno estojo com as agulhas e a linha para sutura – Vá em frente se achar que está com um temperamento melhor e que não vai me furar um dos olhos com a agulha – A amazona aproximou-se e pegou o estojo enquanto sentava-se de frente para a garota morcego.

— Se eu fizer isso – disse Artemisa – O Jon pode me nocautear também como fez com a Marie. – Ela então abriu um sorriso para em seguida fecha-lo - Desculpe-me – Ela sussurrou para Katherine – Eu errei em ameaça-la.

— Não, não errou. – disse Katherine – Você e Mareena são amigas e aparentemente são bem próximas uma da outra. – Enquanto via Artemisa  iniciando os pontos. A garota tentou ignorar o pequeno incomodo que a dor lhe causava enquanto a outra lhe prestava assistência médica com naturalidade. - Eu que errei em ser tão grosseira com você vendo que estava preocupada.

— Ela fica meio resmungona quando tem seu orgulho ferido – respondeu Jon – Vai por mim. – O rapaz sorriu enquanto sentava-se em uma cadeira giratória - Eu conheço Katherine Wayne a minha vida toda e sei muito bem o tipo de garota que ela é.

— Não se intromete, Kent -  disse Katherine.

— Beleza – disse Artemisa – Você pode me contar o que aconteceu?

— Longa historia – disse Kat Wayne – Resumido, nós brigamos e ela ficou assim. Não foi culpa minha, foi o Jon que teve de tira-la de cima de mim antes que ela me colocasse para dormir com os peixes.

— Sério, realmente vai fazer piada com peixes? – falou uma voz que chamou a atenção de todos – Vocês da superfície não tem criatividade mesmo. Sempre o mesmo humor barato e sem graça. – Todos encararam Mareena que tinha aberto os olhos.

— Você está acordada? – perguntou Katherine – Há quanto tempo?

— Alguns minutos – disse Mareena – Eu devo dizer, eu esperava que vocês realmente saíssem na pancada por mim. Eu teria adorado ver essa briga por mais que eu apostasse minha grana na Artemisa. Sem ofensas, morcega, mas ela iria limpar o chão com você.

— Sem brigas por hoje – disse Artemisa – Talvez outro dia.

— E você? – disse Mareena encarando Jon que estava sentado ao seu lado – É um cara bonito demais para ter o costume de bater em garotas. – Ela sentou-se na maca enquanto acariciava o queixo - Diga-me, eu fui sua primeira vez?

— Só a primeira de quem eu me arrependo – disse Jon sorrindo – As outras eram vilãs e tentavam me matar. Você tentava machucar minha melhor amiga então eu tive de agir. Sem ressentimentos não é? – Ela fez um sinal para que o rapaz se aproximasse e quando estava perto o suficiente foi que ela deferiu um tapa no rosto dele.

— É, vou deixar barato para você. E está perdoado dessa vez por conta de ter sido por uma causa nobre que é proteger uma amiga – disse Mareena – Mas na próxima, vai ser preciso mais do que um sorriso charmoso e um par de olhos reluzentes para me fazer ceder.

— Hã... Obrigado? – disse Jon ainda meio desconcertado acariciando o rosto então se voltando para Artemisa como quem procurava por uma resposta. A amazona sorriu enquanto seguia para o lado da ruiva e lhe deu um abraço.

— Acredite, poderia ser pior. – disse Artemisa se separando de Mareena e ficando ao seu lado – Ela é uma atlante o que a torna um páreo duro para você, kryptoniano.

— É eu senti uma demonstração – disse Jon acariciando a bochecha levemente dormente – Está doendo – Ele parecia impressionado - Nada mal, princesa.

— Pode me chamar de Mareena – falou a ruiva lhe estendendo a mão para cumprimenta-lo – O costume da superfície diz que devemos apertar as mãos agora. – E o rapaz aceitou a oferta dela.

— Eu vou avisar o James que ele não vai precisar fazer o aquário para a nossa convidada – disse Katherine saltando da sua maca – Sintam-se a vontade.

— Valeu – disse Mareena enquanto ajeitava os cabelos – Mas não vou tomar muito do seu tempo então não se preocupe em me convidar para jantar.

— Não é como se isso estivesse nos meus planos – respondeu Katherine então se retirando então parando no meio do caminho e voltando-se para a atlante – Antes de ir eu gostaria de fazer algumas perguntas.

— A respeito do mago – disse Mareena – É eu soube de seu interesse nele.  O próprio me contou que estava jogando com você para testar suas capacidades. E ele tem razão, não é? Eu me lembro de você tentando me convencer a contar o que sei dele antes de eu apagar.

— Não vamos precisar brigar para que eu consiga te fazer falar? – disse Katherine – Contará para mim sem que eu precise usar de outros meios menos civilizados e ortodoxos.

— Eu quebraria seus dedos caso tentasse encostar qualquer um deles em mim só para constar. – disse Mareena – E se você quiser brigar saiba que estou dentro. Porém, estou cansada e exausta e não seria justo para nenhuma de nós duas. – Ela sorriu com certa presunção - O que aconteceu para que eu te atacasse foi porque estava furiosa. Tentaram me matar então eu ter quase te matado foi um efeito consequente.

— Que classe – disse Katherine com sarcasmo – Então, princesa é bom começar a falar tudo o que eu quiser saber. – Ela caminhou até a atlante e encarou-a nos olhos - E quem saiba esqueço que você quase me matou hoje.

...

ARGUS – Instalações Secretas

Deserto de Nevada – 07 de Março, 21h: 47min.

Um corredor um pouco iluminado na base subterranea de uma das novas instalações da ARGUS. O barulho do elevador soa anunciando que alguém está subindo vindo dos andares inferiores.  Alguns agentes interagem entre si e andam pelos corredores normalmente até que as portas se abrem e um cientista que ia entrar no elevador se depara com alguém identico a si.

— Como isso é... – disse o cientista então parando naquele momento voltando-se de costas parao seu sósia – É o marciano – Ele gritou para o corredor – Ele escapou.

A duplicata pegou então o cientista original e bateu a cabeça dele contra a porta fechada do elevador e assim conseguindo desmaia-lo. Aquilo não passou despercebido pelos outros agentes que observaram toda a cena atentos.

Um grupo de agentes ergue suas armas em direção a figura do falso cientista. Os olhos tornam-se vermelhos e a pele do cientista começam a mudar e por fim, ele toma as caracteristicas fisicas comuns a um marciano. Nenhum daqueles agentes parecia preparado para vê-lo ali ou enfrentá-lo, porém erguem suas pistolas as puxando de seus coldres em direção do alienigena.

— Isso não vai funcionar – disse a voz do jovem quando por fim os tiros foram disparados e atingiram uma barreira telecinética que ele havia feito ao seu redor – Saiam do meu caminho agora. – Com outro movimento de mão foi que as voaram das mãos dos agentes e se despedaçaram em pleno ar.

Todas as armas que estavam apontadas para o jovem marciano de pele verde e olhos vermelhos tinham sido destruidas. Com um movimento de mão, o rapaz abre caminho usando de sua telecinesia, os guardas erguem voo e são jogados para longe no corredor pela força invisivel.

— Saia da minha frente e fiquem longe de mim. – disse Jason Jones, o filho do Caçador de Marte - Nunca mais quero ver um de vocês de novo. – Quando um dos guardas tentou avançar foi que o jovem utilizou de seus poderes telepáticos para fazê-lo cair com uma forte dor de cabeça. O homem acabou desmaiando - Não preciso de interferência agora. Não quando eu estou tão perto de escapar.

— Garoto de Marte - disse um dos agentes que saiu detrás de um dos cruzamentos do corredor e apontou uma arma de maior potência na direção de Jason – Parado ai mesmo – E disparou contra o marciano que ficou intangivel, assim deixando o tiro passar através de seu corpo translucido.

— J’azz O’nn J’onzz . – disse o jovem de pele verde - Esse é o meu nome e vocês me tratar por ele a partir de hoje. – Com um movimento de mão foi que trouxe a arma do agente para si e em seguida o rendeu – Não sou um maldito experimento – ele então usou seus poderes telepáticos no agente o fazendo gritar de dor enquanto sentia - Eu sou o filho do Caçador de Marte. Fui treinado por ele e sou a criatura mais perigosa nessa isntalação ou será que esqueceu disso, hein? – O homem caiu no chão inconsciente – Você vai viver.

 Então virando as costas e retirando-se, enquanto tomava a aparência do agente que tinha acabado de derrotar. Ele seguiu pelos corredores em busca de uma saida.

...

“O hangar e nenhum guarda?”

“Uma pena, eu estava querendo muito usar meus outros poderes em mais alguns agentes secretos, mas acho que vou ter que dispensar essa chance e esperar para dar o troco outro dia”.

 Ele ingressa no interior do jato negro que estava colocado de frente para os portões do hangar. Atravessando as paredes da fuzilagem do transporte aereo que foi que o marciano se viu no interior da nave. Dirigiindo-se a cabine de controle onde encontra-se frente a frente com o piloto que o olha surpreso meio instante antes de ser pego pelo marciano.

— Mostre-me o que você sabe – disse Jason enquanto lia a mente do piloto e extraia dali as informações que precisava.

Logo sua mente foi invadida com as memorias que mostravam os procedimentos necessários para fazer o avião levantar voo. Fora certamente a sua melhor sessão de telepatia em muito tempo, talvez porque estivesse motivado em sair dali e esse foco o estivesse mantendo concentrado mais do que o normal.

— Já tenho o suficiente – disse Jason – Obrigado – E soltou o piloto desacordado no chão da cabine. Enquanto passava flutuando sobre ele e tomava o lugar em frente ao painel de comando.

O jovem de pele verde ajusta-se confortavelmente no assento do piloto da aeronave negra que pertencia a organização ARGUS. Suas mãos firmes habilmente desvendando os segredos do painel de controle. Ele mexe no interfone e enquanto sintoniza o sinal sua aparência vai mudando para assumir a do piloto que acabou de desmaiar.

— Aqui é o Capitão Joseph Miller solicitando autorização para levantar voo. Cambio – disse Jason usando-se da aparência e voz do piloto – Repetindo: Aqui é o Capitão Joseph Miller solicitando autorização para levantar voo.  Cambio.

— Ouvimos afirmativo e claro, capitão. Cambio. – repetiu a voz do sistema de comunicação.

— Solito autorização para levantar voo – disse Jason – Solicitação concedida? Cambio.

— Capitão Miller, estamos com uma crise interna. – o homem do sistema de comunicação - Um dos experimentos conseguiu libertar-se da cela. Cambio.

— Espero que consigam captura-lo – disse Jason fazendo o papel de Joseph Miller e não sentir-se irritado por ser chamado de experimento – Mas eu não tenho nada a fazer agora que possa ajudar. Meu intinerario é bastante claro para ser mudado sem ordens superiores. Fui requisitado pela própria Amanda Waller.

— Em casos emergênciais somos obrigados a usar de uma manobra de segurança – disse o homem do sistema comunicador - Solicitamos o reconhecimento por base do codigo da última missão realizada pelo senhor, Capitão Miller. Diga-o claramente, por favor. Cambio.

Jason hesitou por um momento então voltando-se para o verdadeiro piloto e usando seus poderes telepáticos para sondar mais uma vez sua mente desacordada. Durou alguns segundos antes que conseguisse extrair a resposta.

— Capitão Miller? – disse a voz do sistema comunicador - Repetindo: Solicitamos o reconhecimento por base do codigo de missão realizada anteriormente pelo senhor. Cambio.

— Perdão, estava tomando um tempo para ver se conseguia me lembrar. O código da missão era Delta-2-2-5-Charlie-1-1-1-9-5-5. – disse Jason – Repetindo: Código de missão é Delta-2-2-5-Charlie 0-1-1-1-9-5-5. Cambio.

— Código correto – disse o agente pelo sistema comunicador – Boa viagem, Capitão Miller. Cambio. – E Jason assentiu com a cabeça em um aceno afirmativo.

— Eu terei, obrigado. – disse Jason sorrindo – Cambio desligo.

Por um instante não há reação, porém então as comportas do hangar se abrem e ao mexer no manche para frente é que o garoto tem a sensação de sentir toda a nave estremecendo. E assim, o avião agita-se e por fim lance-se para frente começando a ter impulso enquanto desliza para fora do hangar e então saindo do interior e partindo pela pista de decolagem. E então, a sensação vem. Ele estava livre e agora sorria enquanto retornava a sua imagem normal.

Porém, aquela sensação durou pouco tempo como os radares do painel de controle começaram a apitar e revelaram a presença de aeronaves próximas da que ele se encontrava. Logo os monitores denunciaram a imagem dos aviões militares que o seguiam em alta velocidade pelo céu.

— Eles captaram as minhas coordenadas – respondeu Jason – Agora também vou precisar de muita sorte e força de vontade para me safar dessa. Eles não vão me explodir nem me atacar fatalmente, eu sou valioso demais para arriscarem me matar. Mas isso não significa que não tentem abater o avião. – Então olhou para o piloto desacordado – E eu creio que você não seja tão valioso assim para eles pensarem que pode sair morto dessa, Miller. Por sorte, eu me importo com você. Agora lá vamos nós, tentar escapar dessa insanidade.

Ele desviou dos lança-misseis disparados em sua direção e aqueles que não conseguiu desviar bateram de encontro com as barreiras telepáticas que havia criado ao redor da aeronave. Não tinha escapado de seu cárcere para tornar-se um show de fogos de artificio nos céus noturnos de Nevada.

— Agradeço ao meu pai pelas aulas de treinamento em pilotagem. Não é o mesmo que pilotar a Bio-Nave ou a espaçonave da Liga da Justiça. – disse Jason - Mas ainda assim, o treino e as percepções que adquiri se mostraram úteis. Caso contrário, os atiradores dos aviões-caças teriam garantido nossa morte a essa altura.

Ele começou a desviar em curvas acirradas e sendo acompanhado pelos aviões caças que não pareciam perdê-lo de vista. A nave era grande demais para que a fosse capaz de usar seus poderes de camuflagem nela. Se fosse um pouco menor, talvez conseguisse fazer todo o veiculo aéreo invisível. Mas infelizmente, eram grandes demais e isso iria lhe gastar muita energia.

Estava sentindo falta de sua bio-nave, era menor e respondia a ele telepaticamente como sua copiloto. Ali se encontrava sozinho para tomar as decisões por si só. Ao avistar as cadeias montanhosas e um canyon que se abria no deserto foi que uma ideia surgiu em sua mente.

— Eles estão se aproximando rapidamente. Mesmo assim nós devemos ser capazes de desvencilhar de qualquer ataque aéreo. – disse Jason - Se eu puder me dirigir para trás daquela montanha, eu posso ganhar uma enorme dianteira e despista-los. Isso até perceberem que escapei deles e conseguirem mudar o curso.

Ele inclinou-se em direção das montanhas e pilotou perigosamente próximo ao topo delas e passando raspando dentre  uma e outra. Ali, os aviões caças não podiam segui-lo, porém eles lançaram misseis rastreadores que vieram em sua direção. Jason teve de usar suas habilidades para despista-los, e com sua telecinese foi que desviou os misseis que fizeram uma curva e explodiram no ar. Outros, que não iam diretamente para a aeronave, explodiram em contato com uma montanha que se espedaçou e criou um deslizamento de pedras.

— Eles devem estar desesperados para me recapturar.  Ele acabou de destruir aquela montanha de uma vez. – disse Jason - Devo contornar? – Ele fez uma pausa enquanto fazia o contorno - Eu devo valer muito mais do que imaginava, ao menos meu corpo deve valer já que com esse ataque só chego a conclusão de que valho o mesmo valor vivo ou morto. Tudo o que querem é ter a mim para mais experimentos. O que é bom saber...

— Eles me querem, independente se para isso eu tenha de morrer. – continuou Jason - Ao menos que eles saibam que os tiros que deram fossem apenas um alerta e uma tentativa de danificar a nave. Assim me fazendo ser obrigado a aterrissar seja da maneira suave ou da mais difícil. Se quiserem me manter vivo então isso significa que ainda tenho uma chance até o próximo ataque oportuno deles.

Ele olhou para o painel de controle em busca de compreendê-lo melhor e encontrar alguma ideia que conseguisse colocar em prática rapidamente para sair daquela situação. Foi então que surgiu em sua mente o que deveria ser feito.

— Tenho tempo de alinhar os computadores da nave para ficarem sincronizados enquanto traço o destino e calculo a rota. Perfeito, agora vamos ativar o piloto automático. – disse Jason - Estou meio nervoso, compreende Miller? Eu sou inexperiente nisso tudo. Eu nunca precisei me preparar para despistar aviões militares. Mas, como não tenho muita escolha agora espero que funcione para distrai-los. – Ele ativou o piloto automático que começou a piscar – Vamos embora enquanto os seus amigos se divertem com a minha distração.

...

E como o piscar de uma estrela cadente no céu foi que a nave cruzou o céu noturno do estado de Nevada. Enquanto, Jason Jones revelava sua aparência após desfazer o efeito de camuflagem que sua forma fisiologia alienígena metamórfica tinha lhe proporcionado.

Com delicadeza, foi que o marciano híbrido pousou seus pés na areia do deserto. Ele depositou o corpo inerte do piloto no chão se certificando de que ele estivesse bem e depositando ao seu lado um radio comunicador, para que quando acordasse pudesse solicitar ajuda. Encontravam-se próximos de uma autoestrada e próximos de um outdoor deteriorado pelo tempo e ferrugem, cujo o anuncio não podia mais ser identificado.

— Foi bom passar um tempo com você – disse Jason para o piloto enquanto o deixava apoiado na base da estrutura metálica – Eu espero que não tenha problemas porque eu te usei para fugir. – Ele então sorriu - Mas acredite capitão, sem você as coisas teriam sido mais difíceis.

Foi naquele momento, quando o marciano preparava-se para erguer voo, que um rastro de poeira tinha cruzado o deserto e o som de algo vindo em sua direção. Foi então que um som foi escutado um monte de areia do deserto espirrou em direção de Jason e do piloto desacordado. Um garoto tinha tropeçado e virado algumas cambalhotas no chão antes de cair de cara aos pés do filho do Caçador de Marte.

— Quem é você? – perguntou Jason pousando novamente, havia um tom de desconfiança em sua voz – O que faz aqui? – Seus olhos iluminaram-se vermelhos enquanto já erguia um dos punhos verdes fechados que foi se metamorfoseando em um martelo com espinhos.

— Nada tema camarada das estrelas – disse o rapaz em amarelo enquanto se colocava de joelhos – Eu vim em paz – Ele fez uma saudação um tanto estranha para quem não conhecesse. O gesto consiste basicamente em levantar a palma da mão para frente e o polegar estendido, enquanto os quatro outros dedos dois ficam juntos e os outros dois, também juntos, ficaram separados. Era a típica saudação vulcana de Star Trek – Eu lhe desejo “Vida longa e próspera” meu amigo de pele verde.

— Foi uma queda feia – disse Jason percebendo que o garoto aparentava ser muito bobo para representar qualquer ameaça, ao ponto que seu punho foi retornando ao normal, porém ele ainda permaneceu dois passos atrás por precaução. – Ainda mais na velocidade em que se encontrava. Quebrou alguma coisa?  

— Não se preocupe eu me curo rápido, a única coisa que talvez demore um pouco é o meu orgulho. É, eu definitivamente odeio desertos – disse o velocista – Ainda bem que protegi meus olhos... Areia é a pior coisa que poderia existir. Entra em lugares que faz coçar e você não sabe como tirar.  Ninguém merece areia embaçando a visão também - removia os óculos protetores e os levava a testa – Ainda bem que não demorei em te achar, não é mesmo? Por mais que eu não seja o melhor no que diz respeito a orientação ou pontualidade. Eu estou aqui como o inglês falsificado disse para eu estar. – Ele então olhou para o rapaz alto e esguio de pele esverdeada - E você é... Marvin, o Marciano?

— Meu nome é Jason – apresentou-se o Filho do Caçador de Marte – E você poderia falar um pouco mais devagar? Não consigo compreender muitas palavras que está dizendo. Você é rápido demais.

— Perdão ai meu chapa e pode deixar que o Kid Flash entendeu o seu recado. Eu vou pegar leve contigo agora.  – disse o velocista sorrindo enquanto se colocava de pé – Você está com fome? – Ele puxou do bolso o que parecia ser um doce embalado – Soube que esteve engaiolado por um tempo. Está afim? É Chocolate e manteiga de amendoim. – Jason aceitou a oferta de amizade – Duvido que te dessem sobremesa no laboratório sinistro.

— Na verdade tinha sobremesa sim – disse Jason enquanto abria a barra de chocolate.

— Frutas não podem ser consideradas sobremesas – disse Kid Flash repreendedor.

— Tem razão, não podem... – Riu Jason enquanto dava uma mordida no chocolate – Obrigado.

— Disponha parceiro – falou Kid Flash – Tirei a ideia de E.T. sabe? – Ele foi removendo a máscara e expondo seu rosto para o marciano - Se é para fazer amizade com extraterrestres nada melhor do que usar o método clássico, não?

— Eu não sou um extraterrestre – disse Jason parecendo ofender-se com o comentário – O meu pai que nasceu em Marte.  – Ele deu outra mordida nervosa no doce antes de completar a frase - Eu sou Irlandês.

— Falha minha – disse Kid Flash passando a mão nos cabelos.

— O que um velocista faz tão longe de Central City? – perguntou Jason ao garoto que batia a areia para fora do traje – Pensei que o Kid Flash tinha se tornado um civil.

— O original sim – disse Kid Flash – Mas você está olhando para a versão nova e atualizada. Por fora mantendo o visual clássico enquanto por dentro tem alguém totalmente novo pronto para assumir o legado.  Sou Don Allen, filho do Flash.

— Já tinha ouvido falar de você. Tornado Twins, certo?  – disse Jason parecendo reconhecer finalmente com quem falava – Sinto muito por sua irmã.

— É... Obrigado – respondeu Don Allen parecendo desconsertado com a maneira como o rapaz tinha sido direto em suas palavras ao falar de Dawn - Mas então, o Houdini falou para que eu viesse até aqui para encontrar-me com você. Nós nos encontramos no deserto, então o que vamos fazer agora?

— Quem te mandou encontrar comigo? – perguntou Jason.

— Fui eu – falou uma voz de alguém que se aproximava. O garoto em seu terno e sobretudo vindo até eles da direção oposta a que Kid Flash havia chegado.

— O que quer de mim? – perguntou Jason.

— Por mais tortos que os caminhos pareçam, uma hora ou outra eles sempre se cruzam. – disse o rapaz enquanto afrouxava a gravata – O que eu quero é maior que você, eu ou nosso amigo velocista aqui. Envolve outros como nós que estão destinados a se unirem.

— Eu não entendo – disse Jason notando que não conseguia ler a mente daquele sujeito recém-chegado – Quem é você?- O velocista aproximou-se e colocou-se ao lado do marciano de braços cruzados.

— É o cara mágico que te falei – disse Don Allen – O que me mandou até aqui hoje.

— Deixe-me explicar melhor – disse o mago – Mas antes, deixe que eu me apresente. – Ele deu um meio sorriso - Prazer em conhecê-lo, Sr. Jones. – Ele estendeu a direita para o marciano já que com a direita estava segurando o seu cigarro - Pode me chamar de Zane Zatara.


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Notas finais do capítulo

Deixem comentários.
Conheçam o tumblr da historia: http://justicereborn.tumblr.com/

Mandem perguntas para os personagens que eles vão ficar felizes em responder.
Até mais.



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