Justice Reborn: Heróis do Amanhã escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 14
Reunião e Recomeço - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Levou quatro meses, mas aqui estamos para mais um capitulo e o inicio de um novo arco. Eu espero que meus leitores gostem dessa nova investida que seguiremos daqui para frente. Com finalmente, o a equipe se reunindo.

Nos vemos lá embaixo.
Até mais.



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 Reunião e Recomeço – Parte 1

Mansão Wayne, Condado de Kane.

Gotham City, New Jersey  - 08 de Março, 05h:18min

´- N-Não... O portal interdimensional – murmurou Kat enquanto revirava-se debaixo dos lençóis – Temos que fechá-lo. Zane? – Ela crispou o cenho - E-Ele... Liv, temos que salvá-lo! Ele foi capturado. – ela girou na direção oposta da cama - Temos que salvá-lo antes que seja tarde demais! – Seu tom de voz aumentou e por alguns momentos houve silêncio até que ela retornou aos seus murmúrios.

Sua mente lhe pregava mais um dos sonhos rotineiros que tinha tendo. Vários fleches de imagens rápidas misturavam-se e lhe mostravam as cenas de um trabalho em equipe que não vinha surtindo efeito. Além de visualizar todos os integrantes da Justice Reborn, a Batgirl também via seus companheiros sendo derrotados. Um por um pereciam.

— Mas o portal está crescendo... – continuou Kat girando para o lado oposto da cama com brutalidade dessa vez, livrando-se dos lençóis de modo agressivo. - Ele puxa tudo que jogamos contra... – Então naquele momento ela acordou gritando e caindo para fora da cama – De novo, não... – A garota despertou e manteve-se estirada no chão por alguns segundos enquanto encarava o teto de seu quarto.

 – Mais um sonho – sussurrou Katherine Wayne visivelmente cansada e abalada - De novo não... – Ela suspirou e manteve encarando o vazio por alguns estantes enquanto recobrava a sua visão. – O que você quer de mim? Que eu enlouqueça? – Ela colocou-se de joelhos no chão.

Ao encarar o horario em seu celular e certificou-se de que encontava-se as 5:20 da manhã. Não valeria retornar para a cama, seria inutil tentar mais uma vez pegar no sono quando na verdade sabia que falharia miseravelmente. Mais uma vez, seu sono fora perturbado pelo mistério de seus sonhos.

Katherine Wayne ergueu-se e caminhou lentamente em direção ao banheiro de seu quarto. Ela despiu-se da camisola que usava e colocou-se embaixo da água quente do chuveiro, permaneceu ali por algum tempo sentindo o calor envolver-lhe e banhar seu corpo enquanto por sua mente as imagens de seu último sonho se repetiam como memórias perdidas.

— Apenas mais uma noite ruim – disse Kat para si mesma – Tenho tido mais noites ruins do que boas ultimamente. Mas isso não quer dizer que eu esteja começando a gostar... – Ela desligou a chuveiro - Muito pelo contrário.

Os rostos de pessoas que tinha visto naquela noite que passou bem como de outras que ainda não havia encontrado. Ela já tinha uma estranha familiaridade com eles e vê-los ser derrotados em seus sonhos era doloroso. Aquele maldito portal que trazia a destruição para todos. Aquilo tinha que ter algum significado a mais.

A garota deixou o boxe do banheiro já envolta em seu robe enquanto secava seus cabelos com outra toalha. Ela deu alguns passos em direção do quarto, porém parou para encarar-se no espelho e ver o resultado do que enfrentava e mostrava-se estampado em sua expressão. Sua péssima fisionomia em decorrência da falta de sono e de estar com a saúde debilitada por conta da gripe.

— Chega. – falou Kat para si mesma - Eu não consigo, sempre acaba sendo a mesma coisa. Sempre a mesma equipe e aqueles rostos... E no final eu sou obrigada a ver a nossa derrota. – Ela socou a pia - Esse maldito pesadelo de novo se repente. E incontáveis vezes mais... Eu sou obrigada a vê-los. – Ela tirou os cabelos da frente do rosto - O que você quer de mim? Diga-me Zatara? Eu sei que está nos vigiando. A todos nós! Seu maldito stalker. O que você quer?

Por alguns momentos só o que se escutou era o som do gotejar do chuveiro, então foi que Katherine sorriu ainda encarando seu reflexo no espelho meio embaçado.  Ela não era idiota em esperar por alguma resposta direta. Não, Zane Zatara devia estar divertindo-se muito vendo-a naquela situação. Rindo enquanto a via quebrar aos poucos.

— Você deseja testar minha sanidade porque é isso que tem feito até então. – falou Kat para o vazio - Quer me quebrar? – ela aumentara ainda mais o tom de voz - Pois faça o seu melhor porque eu não me dobrarei diante de você.  – E retornou para o quarto.

Ela trocou-se e colocou uma roupa mais confortável e apta para o que estava por vir. Retornar para a cama estava fora de cogitação, dessa forma a melhor forma de aliviar o seu estresse e frustração era da única maneira que conhecia: Através do treinamento árduo e extensivo. Ela provavelmente não conseguiria alcançar todo o seu potencial devido a gripe, mas não significava que iria deixar de tentar.

— Toda a noite, faz duas semanas que tenho o mesmo sonho – disse Kat enquanto amarrava os seus tênis – Sempre a equipe e os mesmos integrantes enfrentando alguma ameaça causada por Alex Luthor. Pelo amor de Deus, por que ele está fazendo isso comigo? – Ela encarou se reflexo no espelho do quarto – Zatara, Zane Zatara... – Ela olhou na profundidade de seus olhos escuros - Eu sei quem é você. Eu descobri quem você graças a Mareena Curry em seu depoimento a mim. Agora me diga: Por que escolheu a mim? Justamente a mim para atormentar? Qual é o seu objetivo com tudo isso?

— O que você está vivenciando – disse Zane na sacada do quarto – Não são pesadelos, Katherine Wayne. – Ele deu uma última tragada no cigarro antes de voltar-se para o interior do quarto - Na verdade, são somente premonições de um futuro quase certo de acontecer. – Ele caminhou até onde a garota se encontrava - O que trago a você é um presente: Um vislumbre do futuro. E o meu objetivo com tudo... – Ele deu um meio sorriso enquanto enjeitava a gravata e encarava seu reflexo no espelho – Bem, acho que já está bastante claro, não?

— Você – disse Kat saltando da cama e então proferindo um chute de encontro ao rosto do mago. E a garota pode sentir seu pé chocando-se contra uma barreira  protetora. – Seu cretino! – E proferiu um soco que chocou com a barreira novamente e a lançou alguns passos para trás. – Como você ousa? - Ela tentou novamente, saltando e lançando uma joelhada na altura do queixo do rapaz. Sendo repelida dessa vez com mais brutalidade e chocando-se contra a parede.

— Por mais divertido que possa parecer revidar seus ataques de fúria contra mim não me faz esboçar nem ao menos um sorriso. Na verdade, só me fazem sentir certa pena de você. – disse Zane – Eu não quero te machucar, Batgirl. Seus ataques contra um usuário de magia do meu nível nem ao menos fazem rir de tão deprimente que é. 

— Claro, esconde-se atrás de sua magia como um covarde. – disse Kat – Você deve sentir-se um deus quando comparado com pessoas normais, não? É o que me parece pela maneira como tem agido até então. Fazendo de mim o seu divertimento particular em um joguinho sortido em que tenta me fazer juntar as pessoas desse quebra-cabeça que você construiu.

— Eu não me sinto um deus, Wayne. Acontece que em um confronto justo em que nós dois brigássemos apenas pelo uso da força e nossas habilidades de luta... – respondeu Zane – Eu provavelmente perderia já que não sou um lutador. Mas eu sou um mago e nesse caso... – Ele deu de ombros - Cada um usa as habilidades que tem como bem entender. É bom conhecê-la pessoalmente, Katherine. Não vou mentir que esperava uma recepção mais amistosa vinda de você.

— Ser amistosa com você? – riu Kat – Nós não somos amigos.

— Mas seremos – falou Zane – No futuro.

— Não se depender de mim – respondeu Kat - Eu estou é furiosa com você.

— Não sei o porque de estar tão irritada – disse Zane – Eu apenas estava testando suas habilidades de detetive. Você é boa, mas tem alguns pontos que precisa melhorar consideravelmente se um dia quiser superar o seu pai.

— Quem é você? – questionou Kat - Afinal quem você pensa que é para jogar com as pessoas da maneira que estava fazendo comigo? Isso é alguma piada? Invadindo os meus sonhos da maneira como tem feito?

— Acredite, estou longe de ser alguém que tenha algum senso de humor – disse Zane – Eu acho tentativas de humor algo tedioso e patético. Eu sou mais do tipo que utiliza de sarcasmo como uma tentativa de aliviar as tensões. E eu não dou a minima para privacidade que não seja a minha, porém você que me chamou aqui.

— Se soubesse que era tão fácil teria feito antes – disse Katherine sentando-se na cama enquanto encarava o rapaz a sua frente – Bem, o que te fez aparecer afinal?

— Você ter me chamado. Duas vezes, não? Então pensei que iria gostar de conversar pessoalmente comigo. – falou Zane então dirigindo-se a uma poltrona e sentou ali – Bem, aqui estou.

— Sim, você está aqui. – disse Kat acalmando-se a si mesma - Finalmente decidiu me encarar frente a frente, Zane. O que foi? Cansou de me assombrar com pesadelos e decidiu me atacar na vida real?

— Não – disse Zane – Como falei, não me veja como um inimigo. Zatara e Wayne são famosos por trabalharem bem em equipe. Meu avô treinou o seu pai na arte do escapismo e em truques de mágica.

— Sim, ele fez. – falou Katherine – Giovanni Zatara foi um grande herói. E sua mãe é uma heroína fantástica, Zatanna e Batman são amigos e trabalharam juntos algumas vezes. Então porque o filho dela me atacaria e tiraria de mim a minha paz ao brincar comigo como você tem feito? O que quer de mim?

— Eu não sou um inimigo – disse Zane – Eu sou um aliado e mais do que isso, somos amigos em nosso futuro. Como já falei anteriormente, não é uma suposição e sim uma afirmação de algo certo. Eu e você assim como os outros seis membros de nossa equipe necessitam de se reunir o quando antes. Precisamos estar preparados para a ameaça que se aproxima e paira sobre nós. Você sabe o que deve ser feito por mais que negue ainda assim tem de aceitar que este é seu destino. Reúna a Justice Reborn.

— Por que eu deveria fazer isso? – falou Kat.

— Porque você sabe que é o certo a ser feito – respondeu Zane – Eu invadi os seus sonhos para que pudesse me conhecer. E saber que quando eu finalmente aparecesse na sua frente seria para dizer que preciso de sua ajuda.

— Minha ajuda? – falou Kat – Que tipo de ajuda? Eu não entendo. – Ele aproximou-se dela e colocou suas mãos nos lados do rosto dela – Que ameaça é essa que está me dizendo que existe?

— No momento certo, todos saberão. – disse Zane – E eu sei que pareço confundir sua mente, mas mesmo assim você vai acreditar em mim, Katherine. – Ele sorriu com o canto dos lábios para a garota - E vai confiar em mim e que lhe digo a verdade. – Ele afastou-se dela e seguiu para perto do criado mudo - Então, faça como eu lhe pedi. – Ele estendeu a mão para o celular dela e o aparelho veio até sua mão. – É para você.

— Como? – perguntou Kat aceitando o telefone – O que você espera que eu faça?

— Tome, converse com sua amiga e a convença -  pediu Zane – Ela é um dos oito e para que a equipe esteja funcional é necessário que os oito elos aceitem participar. Justice Reborn precisa de todos nós.

— Falar com quem? – falou Kat – Você só... Tudo bem, esquece. – Então ela levou o celular ao ouvido – Alô, quem? Liv? Olivia Queen? É você?

— Foi você quem me ligou, Kat. – disse Olivia do outro lado da linha – Teve sorte que nesse horário eu já estou acordada para ir a academia. Mas me diz, o que foi? Aconteceu algo para me ligar a essa hora?

— Eu não sei bem, mas aparentemente eu preciso de você para uma nova equipe – disse Kat – E quanto a precisar de você eu quero dizer que preciso da sua contra-parte mascarada e em roupa de couro. Eu preciso da Black Bird.

— Você não está me pedindo isso – falou Olivia – Eu já te expliquei antes, Kat...

— Eu sei e não queria ter que te pedir isso, mas aparentemente não tem outra maneira. – disse Kat – Se você pudesse me escutar, talvez eu possa conseguir te convencer que é importante que a Black Bird...

— Não, chega! Nem precisa continuar – falou Olivia parecendo perder a paciência – Pensei que fosse minha amiga, Katherine. Que soubesse que eu não quero mais saber disso! Não conte comigo não quando for para vestir uma maldita fantasia e sair por ai para bancar a vigilante. Eu abri meus olhos e percebi que nem toda a justiça precisa vir das sombras. Existe outras maneiras de ajudar as pessoas que não envolva colocarmos nossas vidas e a de outros em perigo.

— Olivia, por favor... – pediu Katherine.

— Não! A resposta é não, Wayne. – disse Olivia gritando do outro lado do telefone – Você pode ter abandonado a faculdade para seguir nessa vida. Mas eu tenho uma carreira futuramente... Eu tenho sonhos que não se baseiam em usar uma máscara e sair por ai batendo em vagabundos e lunáticos. Eu quero ser uma advogada e fazer a justiça de verdade. Quero garantir que os criminosos permaneçam atrás das grades. Quero lutar pelos que não podem lutar por si mesmos e receber o reconhecimento por meus feitos. Quero que as pessoas conheçam quem é Olivia Queen.

— Sim, eu entendo – disse Kat – Me desculpe por ter lhe incomodado.

— Liga para o Jon – falou Olivia mais contida agora, porém ainda visivelmente irritada. – Um cara com super poderes vai ser de mais ajuda para você do que uma arqueira. Ou então eu te passo o número do Don Allen e você pede ajuda de um velocista. Porque eu não vou mover um músculo que seja para me meter em problemas que me prejudiquem na universidade.

— Ok, Liv. – disse Katherine parecendo chateada – Mesmo assim, obrigada. – E desligou o celular, em seguida virou-se na direção de Zane Zatara – Você ouviu, não? Foi perda de tempo. Não adiantou nada falar com a Olivia.

— Você fez o que eu esperava que fosse feito – disse Zane – Agora cuidarei de falar com Olivia Queen pessoalmente. Mas você deve encontrar com Mareena e Artemisa – o mago dirigiu-se em direção da sacada novamente -  Elas ainda continuam em Gotham.

— Mas eu não sei onde elas estão – falou Katherine saindo na sacada e percebendo que Zane já não se encontrava mais ali – Maldição, ele desapareceu. Eu ainda vou ter que me acostumar com isso.

...                                                                                                                        

— Algo de errado, Kat? – falou Bruce quando viu a filha na Batcaverna aquela hora da manhã – Você está com o seu traje. – Ele a viu terminando de se preparar e colocando sua máscara de Batgirl- Precisa de alguma ajuda?

— Ajuda? – respondeu Batgirl – De maneira alguma, pai. – Ela dirigiu-se para a plataforma em que se encontrava sua motocicleta e subiu nela - Isto é algo que eu tenho que fazer sozinha. – Após isto, colocou o capacete e devidamente montada – Até mais.

 E então acelerou pela estrada subterrânea que dava saída em uma caverna nos limites da propriedade de sua família. Saindo em uma pequena trilha de terra que cortava a floresta que limitava o Condado de Kane.

Em sua cabeça, ela ainda conseguia ver a expressão de seu pai no momento que a viu usando o traje de Batgirl. Sua cabeça vibrava com os pensamentos enquanto pilotava a alta velocidade em direção ao centro de Gotham.

Papai está decepcionado comigo. Eu sei que ele não aceitou o jeito como eu larguei a faculdade para me focar em minha carreira de heroína, sei que preferia que eu fosse como Olivia e virasse as costas para essa vida. Que travasse meu próprio caminho como uma médica em um hospital, mas não é isso que quero para mim.

Ele ainda me vê como uma criança que sempre iria fazer o que achassem melhor e não o que eu quero. Mas eu sei o que estou fazendo e se ele não aceita bem o que me tornei, o problema é dele. Eu sei que o que estou fazendo agora é uma decisão minha.

Talvez, esse encontro com outros jovens heróis seja uma boa ideia. Seria bom estar com pessoas que reconheçam o meu valor.

...

Wayne Express

Linha férrea de Carson City (Nevada) para Gotham City (New Jersey) -  6h:00min

— Não estou envergonhado em dizer – disse Jason encostado a porta do vagão de carga – É uma paisagem magnifica que quase me faz pensar como seria a visão dos desertos marcianos que meu pai uma vez me contou. 

O comboio percorria os trilhos rumo ao leste e cruzava a paisagem desértica e amarelada que era Nevada. O céu encontrava-se em tons de azul vivido e claro que contrariava com a aspereza e rusticidade que era declive seco. O sol surgia, brilhando em seu esplendor encandecente por detrás das montanhas e penhascos.

— Na casa no campo em que fui criado – começou Jason – As pessoas dizem muitas coisas sobre os Estados Unidos. É como se a maioria das pessoas vissem esse lugar como um mundo distante e por vezes intocado, como Narnia ou Terra do Nunca. Mas para mim, sempre pareceu um lugar comum. Bem diferente de onde eu realmente gostaria de estar.

Jason nunca estivera em Marte antes, mas observar aquele lugar nas últimas horas estava lhe fazendo pensar como seria o planeta natal de seu pai e antepassados. O calor do deserto lhe fazia bem, diferente do qualquer cidadão britânico iria admitir.  

— Sim, eu estou nesse país a negócios – disse Jason – Quero encontrar outros como eu. Alguém que me entenda e compreenda como é ser um deslocado, compreende? Estou em uma missão de descobrir quem sou e onde é o meu lugar. Por que eu estou aqui? É, eu sei isso soa ridiculo, mas quando você sabe que não é como os outros. Que você não é humano... – Ele tomou novamente sua aparência original – Isso se torna algo que lhe faz pensar se há algo que valha apena. Então, por que não aparece e temos uma palavra de hibrido para meta-humano, Allen?

— Sabia que a Família Wayne de Gotham City teve como um de seus antepassados um barão da ferrovia? - a voz de Don soou detrás de alguns engradados - Na verdade, um dos grandes empreendimentos que os enriqueceu foi uma fábrica de vagões que foi estabelecida em Gotham no inicio do século 18. Atualmente, a Wayne Express é apenas uma vertente de muitos dos negócios que a Wayne Enterprises possui. Mas quer saber algo interessante que chega a ser ironia? O nome Wayne tem como um de seus significados, fabricantes de vagões. 

— Isso foi totalmente aleatório - disse Jason inexpressivo. 

— Não, foi um Fato Flash - disse Don com uma voz descontraída - É um jogo de curiosidades que tem dentro da nossa família. Costumamos jogar eu e meu pai... E... - Ele fez uma pausa antes de retornar o que tinha para dizer - Isso me veio em mente não sei porquê. Mas enfim, acho que você me descobriu não é mesmo? - E o marciano assentiu- Ponto para você, verdão. 

— Sua mente é inquieta - disse Jason encarando a paisagem do lado de fora - Seria difícil não notá-lo. E eu também não estaria falando em voz alta se não soubesse que estava ai para escutar. Nós marcianos não costumamos divagar nossos pensamentos para os outros dessa forma. 

— E eu que estava achando que você estava em um monologo reflexivo sem notar minha presença – falou Don surgindo detrás de alguns engradados e estando com a mascara de Kid Flash removida – Você usou a telepatia de novo. É, você devia ser bom no esconde-esconde... Porém deve ser péssimo planejar uma festa surpresa para você.

— Você não precisa tentar fazer piada com tudo – disse Jason – Isso é triste e por vezes é uma tentativa infeliz de esconder o que realmente sente. – Ele encarou o velocista – Não devia estar aqui. Eu não me unirei a vocês...

— Pois devia – disse Don enquanto abria o zíper de seu traje heroico e revelava a camiseta branca que usava por baixo com o simbolo da STAR Labs – Ninguém vai notar um esquisitão de pele verde no meio de outros esquisitos com roupas extravagantes e coloridas. Poderíamos ser amigos, sabe?

— Pensei que tivesse sido claro nas minhas palavras ontem a noite – disse Jason defensivo – Eu não acho que seja uma boa ideia. – E mudou seu olhar para encarar novamente a paisagem lá fora.

— Ah, se você insiste em negar então acho que tenho que persistir até que você diga sim. – Riu Don então percebendo que o marciano tinha mantido-se sério - Bem, mesmo assim obrigado. Você parece ser alguém legal, Jason.

— Eu não iria usar meus poderes contra você – disse Jason com sua voz passiva – Você é rápido, mas apenas isso. Seria injusto eu lutar com alguém que possui claras desvantagens contra mim. 

— Assim você me magoa. Mas acho que está certo... Você tem o que? Uns dez poderes diferentes? Porém, tem um bom coração e parece que gostou de mim. – disse Don enquanto sentava-se no outro lado da porta do vagão – E digo isso, simplesmente levando em consideração que você não me arremessou para fora do trem quando me descobriu. O que é bom, sabe? Eu me regenero, porém ainda sinto dor e posso morrer. Então, pelo meu traseiro e os outros ossos do meu corpo, eu agradeço.

— Seu traseiro não é um osso – disse Jason – Mas acho que já sabe disso. Vocês americanos e seu humor pateta, acho que estou me acostumando com isto. Mas este não é o meu trem para eu o expulsar, nós só somos dois caras que estamos tentando encontrar algo que não sabemos ainda o que pode ser. Bem, no seu caso acho que sabe do que se trata.

— O quer dizer? – falou Don.

— Sua irmã – falou Jason – Você sente-se culpado pelo que aconteceu.

— Telepatia é um jogo sujo – falou Don repreensivo – E tocar no nome da Dawn é ainda pior.

Don não estava preparado para falar de sua irmã, mas estar de frente para Jason Jones era inevitável pensar nela. Naqueles últimos dias, a esperança de ter sua irmã de volta era algo que estava fazendo voltar acreditar em milagres.

Jason não era apenas um hibrido de humano e extraterrestre.  Ele era um telepata, um dos mais promissores a serviço do bem e certamente era poderoso o bastante para reverter os danos que Grodd tinha causado a mente de Dawn. Segundo as palavras de Zane Zatara, era a melhor chance que eles possuíam já que o próprio Caçador de Marte estava desaparecido e para muitos, morto.

— Eu sei – disse Jason parecendo compadecido – Eu não sou o meu pai, mas sou o melhor que você tem e é melhor arriscar do que permitir que Dawn permaneça da maneira que se encontra naquele hospital.  

— Você então entende minhas razões? – falou Don – Você ou Zane, um de vocês com toda a certeza é capaz de curar a minha irmã. Se não for por base dos seus poderes, certamente a mágica dele é poderosa o bastante para... – Ele então parou – A quem estou enganando? Eu não deixaria ele fazer nenhum daqueles truques na minha irmã. Eu nem sei se ele é poderoso o bastante.

— Ah, mas ele é... – falou Jason – Eu senti muito poder vindo de Zane Zatara. Porém, isso não foi o bastante e o que me levou a não aceitar sua proposta vai além da sensação de mal estar que ele me proporciona.  – O velocista ficou em silêncio dando a chance para que o companheiro de viagem continuasse falando. - Seja o que for que Zane Zatara lhe propôs...

— Você sabe o que ele me propôs – respondeu Don.

— Sim, eu sei. Mas independente das palavras que ele usou... – falou Jason - Ainda assim, eu lhe recomendo que não seja um tolo. – o marciano fez uma pausa em suas palavras então voltando para encarar Don com os seus olhos vermelhos – E com tolo, eu me refiro que você não deveria confiar nele cegamente.

— Eu sei que vocês se estranharam, mas ainda assim... – falou Don então fez uma pausa – A menos que você tenha visto algo de errado na mente dele.

— Ai que está – disse Jason – Eu não vi nada. Os poderes mágicos dele me repeliram da mente dele... – cruzando os braços - Como se existisse um bloqueio me impedindo de me conectar com Zatara telepaticamente.

— Certo – falou Don com um meio sorriso e parecendo não querer transparecer o quanto aquela revelação o tinha incomodado – Ele gosta de alguma privacidade dentro da própria cabeça como todo mundo.

— Não – falou Jason – Ele não queria que eu o sondasse porque esconde algo. Eu não posso trabalhar em uma equipe em que o líder dela é alguém em quem eu não seja capaz de confiar.

...

WildCat Gym, Distrito de Glades.

Star City, Califórnia. – 07h:52min

Olivia Queen terminara sua sessão de treinamento no ginásio. Ela saiu pela porta dos fundos e seguiu pelo beco até próximo do local em que havia estacionado a sua motocicleta. Sua mente ainda estava presa a ligação que havia recebido de Katherine. Ela é uma de suas amigas mais antigas e deveria respeitar sua decisão em abandonar a vida de vigilante.

No fundo de seu coração, Olivia sabia que tinha sido dura demais em suas palavras. Porém era um mal necessário e uma atitude que tinha que ser firme para fazer seu posto de vista valer e para que a outra parte compreendesse que era uma decisão séria. Seus dias como Black Bird tinham ficado para trás e Kat Wayne tinha de aceitar isto.

Naquele momento estava distraída que nem notou a pessoa que a aguardava encostada no banco de sua motocicleta. Só veio a notar quando estava a cerca de três metros e ergueu o olhar para fita-lo e logo reconheceu seu rosto. Eles já tinham cruzado os caminhos um do outro em outra ocasião. E era justamente o rapaz a quem Katherine viera investigando naquelas últimas duas semanas.

— Não esperava que o nosso primeiro encontro fosse ser assim – disse Zane com o cigarro pendendo de seus lábios – Não queria ter que chegar a isto – Ele deu uma tragada então retornando a encarar a loira – É importante que você me ouça, Olivia.

— Bem, você tem a minha atenção – disse Olivia – Pode começar a cantar se quiser.

Zane Zatara a encarou por alguns instantes com os seus profundos olhos azuis antes de se desencostar da moto e caminhar em direção dela que manteve-se imóvel. De frente um para o outro, o mago aproveitou-se da oportunidade para encurtar ainda mais a distância entre eles e colocar-se junto dela.

Olivia tentou mexer-se, mas sentiu que algo lhe prendia e naquele momento percebeu o que parecia ser um circulo mágico riscado no chão do beco. E levou os lábios próximo dos ouvidos dela.

— Eu cantarei para você – disse Zane em um sussurro – Só não será a música que você espera ouvir. – Ele sorriu enquanto depositava as mãos na cintura dela Vamos para um lugar mais reservado? – E os dois se teletransportaram dali sem deixar qualquer espécie de rastro.


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Notas finais do capítulo

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