14 anos depois.
Era 3:30 da manhã quando o celular de Beckett começou a tocar.

— Que droga Kate, desliga isso – resmungou Rick.

— Quieta Castle – respondeu procurando o celular – Beckett,certo Espo , estamos à caminho.

—Não ,não , não ,quem vai atrás de matar alguém a essa hora – reclamou Castle.
— Você não precisa ir gatinho.- falou dando um beijo na bochecha- Bom dia!
— Ainda não é dia. E para de me chamar assim, pra você eu sou tigrão -falou com um sorrisinho bobo e descarado.

Eles levantaram, fizerem a higiene matinal e foram até o endereço enviado por Espo.
O local era um luxuoso hotel da cidade, onde a segurança era reforçada, já que grande parte dos hóspedes eram pessoas muito influentes e de alto escalão. Para cometer um homicídio naquele recinto ou era um assassino profissional ou um dos hóspedes.

— Bom dia meninos o que temos - falou Kate
— Bom dia, temos pouca coisa ,só que ele se hospedou a dois dias, seu nome é John Walker.

Na hora Kate levou um pequeno susto porém não deu importância, afinal John estava morando na Inglaterra a anos.

— É nosso querido John, ele tem muito dinheiro, uma noite neste hotel é metade da minha fortuna – Castle falou olhando o local com curiosidade.

— E você Lanie o que tem aí.

— Bom garota, eu tenho uma noitada interrompida com um certo gostosão – respondeu cm uma certa irritação na voz.

— Perguntei sobre o corpo -kate respondeu a provocando. – A culpa não é minha, minha noite também estava ótima.

— Certo! Quero detalhes depois - Elas riram e logo Lanie começou a falar do corpo.

—Certo e da para tirar isso que cobre o rosto dele aqui ou terá de ser no laboratório?

— Já vou retirar, isso não interfere na investigação, já que ele foi morto com dois tiros no peito. - respondeu Lanie já retirando um dos lençóis de seda que cobriram o rosto da vítima na hora do acontecido.

—Oh Meu Deus!! Não, não, não – expressou Kate ficando pálida.

—Kate! O que aconteceu meu amor .- Castle a perguntou segurando-a.

—E-eu o conheço Cas. – como isso pode ter acontecido, no que o Johnny andou se metendo, Deus o que será da nosso menina?.

As coisas passavam na mente de Kate e o desespero vinham tomando conta de todo o seu ser. Ela precisava sai daquele lugar, precisava da única pessoa que sabia dessa história ,queria muito aquele colo querido para saber como reagir a isso .

— Eu necessito sair daqui, não aguento ficar, vou a um lugar, você me mantêm informada. - falou olhando para Rick.

— Você tem certeza que está bem?Não quer que eu vá com você? – Castle Perguntou ele estava preocupado com a esposa.

— Sim ,eu só quero ficar sozinha um pouco -disse e saiu às pressas .

Kate foi o caminho todo pensando o que fazer, ela estava perdida, precisava de uma resposta, porém, tudo que ela imaginava era que sua menininha precisaria dela ,mas ela tinha medo de não estar pronta.

—katei , que bom tiver, embora seja meio cedo não acha - ele falou de forma brincalhona.

— Papai.- foi a única coisa que ela conseguiu dizer se jogando em seus braços e chorando avidamente.

— Meu amor o que aconteceu?- Jim perguntou acariciando os cabelos da filha .

—Papai, oo John está morto, papai eu não sei o que fazer, quero procura lá, cuidar dela nesse momento, ela ficará arrasada de perder o pai ,eu já senti isso ,eu sei o quanto dói, eu queria dar apoio a ela ,mas papai eu não sei se consigo,eu,eu eu não sei ser mãe .- ela falou tudo rápido entre soluços.

Jim ficou espantado por tudo que a filha disse, ele conversou com ela, fez ela enxergar que poderia cuidar da filha agora que está madura, casada e livre de todo pesadelo do passado, no meio da conversa Beckett anunciou que voltaria para investigar, precisava saber o que aconteceu e se sua menina estaria em perigo, a final ainda não sabia o por quê de matarem o pai de sua filhinha.

Já no distrito ela foi informada de tudo,as investigação estava estagnada, não havia nada de suspeito acontecendo, no final do dia sem ter muitas pistas decidiram parar por ali.

— Beckett, se precisar de algo é só nos chamar.- anunciou Ryan e Espósito concordou com a cabeça.

—Obrigada. Mas está tudo bem fiquem tranquilos, boa noite.

Castle nada falou, sabia que teria uma explicação em casa, ele conhecia sua esposa sabia que algo a tinha abalado bastante. Mas o que? O que teria feito sua Kate perder o chão?!

No loft Kate falou que iria tomar banho se ele poderia prepara-lhe um café, para depois conversarem.

— Sim, vai lá amor.-disse dando um selinho demorado nela.

Kate demorou um pouco mais que o normal no banho, lavou o cabelo entre lágrimas e soluços, lágrimas de arrependimento, queria tanto voltar no tempo e não ter abandonado sua criança, oh Deus como ela estava arrependida.

— Oi, está melhor?- Castle perguntou quando ela apareceu na cozinha.

— Sim - nós precisamos conversar -falou meio cabisbaixa.

— Claro -disse lhe entregando o café.

Ela bebericou o café, e o olhou no fundo dos olhos, recebendo aquele conforto que ela tanto precisava, porém será que ele a perdoaria por esconder isso dele, espantou os pensamentos precisava contar de uma vez.

— Cas, e-eu tenho uma filha – ela viu o olhar dele mudar, estava espantado e ela também percebeu uma certa decepção no olhar do marido- O John é o pai dela, Rick eu não sei o que fazer, eu quero cuidar dela, mas não sei como fazer isso.

Castle ainda estava meio atônito, seus pensamentos estavam longe, imaginava vários cenários, se perguntava porque ela nunca o contou, isso era algo grande, essas coisas os casais costumam compartilhar.

— Rick, fala alguma coisa,eu preciso tanto de você.

— Agora você precisa? Você nunca pensou em me contar, se isso não estivesse acontecido, você me contaria algum dia?- a voz dele estava carregada de acusações e tristeza.

— Baby, me desculpe,eu não sabia como contar, é um assunto que mexe muito comigo, amor me perdoe,eu preciso de você. - os olhos dela estavam marejados, as palavras dele a acertaram em cheio, queria seu apóio, porém entendia a mágoa dele.

— Tudo bem Katherine,eu só preciso de um tempo, conte-me toda a história.

Ela lhe contou tudo, era a primeira vez que ela contava essa história a alguém, era um assunto do qual ela tentava muito não lembrar, mesmo sem êxito e agora tendo que falar sobre, estava sendo muito difícil, todavia um certo conforto estava preenchendo seu coração, tanto por estar dividindo este fardo, quanto por ser com ele, ali estava seu porto seguro, seu lar para se esconder da tempestade, os braços protetores de todo perigo, ele era seu outro eu, era tudo que ela tinha em sua vida.