Dance Made escrita por Miyako


Capítulo 1
#1: Um primeiro dia para dançar


Notas iniciais do capítulo

Bem-Vindo(a)! Espero que se divirta e se identifique com essa história feita cheia de carinho e muito esforço! Enfim, vamos para a parte que interessa. Boa leitura!!! ^^



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Então, como começar? Me apresentando talvez... Oi! Eu sou a Elin. É um nome estranho, eu sei. Mas é de menina, eu juro. Tenho 16 anos, cabelos médios e castanhos, olhos cor de mel, baixinha, pisciana e ao contrário de 99,9% das meninas da minha idade eu não estou pensando em namorar nem nada do tipo, na verdade eu estou focada nos meus sonhos e não acho que algo tão bobo assim vá me atrapalhar.

Lista de sonhos: Ser uma dançarina profissional (eu faço Hip Hop há uns 3 anos, mas vou mudar de estúdio agora, é chato pensar que vou ter que me enturmar de novo, mas se for para seguir meu sonho, está valendo), quero seguir para o lado artístico e... Poder continuar no mundinho da Elin para sempre.

POV~Elin

 -Escola-

 Hoje é o primeiro dia na aula de dança, eu deveria estar assustada, mas na verdade estou bem animada! Já a Amanda, uma das minhas melhores amigas, só se preocupa em pensar se vai ter algum gatinho. Estamos no fim da aula de biologia, a última aula de hoje (já dá até para ouvir o som das mochilas se fechando). Eu até que prestei atenção na aula.... Sabia que o metabolismo das bactérias nem é tão chato assim? Pera, eram bactérias mesmo? Enfim, tanto faz. O que importa é que a aula acabou e é hora de dançar! (Espero que no bom sentido)

—Casa-

A Amanda não para de mandar mensagem para saber como vai ser minha roupa. Eu realmente não estou me importando com isso, eu vou para aula de dança, não para um encontro. Estou indo com uma calça preta mais solta e uma blusa roxa que deixa um pouco da barriga aparecendo (torcendo para não me arrepender dessa escolha, mas essas blusas são ótimas para aguentar o calor das aulas).

—Estúdio-

Esse estúdio é bem maior do que o meu antigo, tem dois corredores de salas e uma recepção com um teto bem alto, a porta é de vidro (como se aguardasse alguém para bater de cara nela), os sofás são de couro e todo mundo aqui parece estar no lugar certo. Depois de me encantar com o local, fui falar com a recepcionista, ela era uma moça elegante, com blusa social, saia acima dos joelhos e uns saltos que pareciam estar matando os pés dela por dentro (sou bem mais os meus tênis).

—Bom dia! Vim para minha primeira aula!

—Entendi. Novata, vai para o Hip Hop né?

—Sim, e desculpe por não me apresentar, me chamo Elin!

—Então novata, pode ir para sua sala. É a 7B.

—É que.... Eu meio que não sei onde ela fica.

—Então parece que alguém aqui vai ter que fazer um esfocinho—

Ela foi cortada completamente por um garoto de olhos azuis, cabelos escuros, vestindo um casaco azul marinho e uma bermuda preta... Ele não parecia muito preocupado em interromper nosso diálogo. Não que eu não esteja agradecendo ele por dentro.

—Eae tia Sandra, descola a chave da 7B? Yan está atrasado, de novo.

—Olha só novata! — Continuou a Bruxa Má do Oeste, que, pelo que eu entendi, se chama Sandra. —Parece que você teve sorte. Breno, mostra a sala para a novata.

—Novata? Em maio? Estranho. —Notem que eles estão falando de mim na minha frente e que eu estou calada até agora— Enfim, bora lá novata.

  Ele fez um sinal com a cabeça, como se estivesse me mostrando por onde ir, botou as mãos nos bolsos e foi em direção a sala, ele parecia em casa.

Tinha umas bailarinas no estúdio também, foi até legal pensar que existem tipos de dança diferentes aqui (tirando o fato de que as bailarinas me encaravam como se quisessem me matar ali mesmo). Eu achei que seria um caminho calmo e silencioso até que...

—Cuidado, senão elas vão atacar você. —Disse ele me encarando com aqueles olhos que faziam você se perder em um azul sem fim... Pera, o que ele disse?

—Haha, que? (Essa não é exatamente a melhor forma de apresentar um lugar para alguém).

—Tem uma rivalidade entre as danças aqui, mas nenhuma é igual a do Hip Hop e do Ballet.

—Entendi... Bom, se elas vierem com as piruetas eu só preciso de um bom “Happy Feet” para acabar com elas...Hahaha.

Ele parou.

—Já fez Hip Hop antes, novata?

—Sim.... Há uns três anos já. Daí o meu professor me mandou para a turma do Yan.

—Que massa! Quero ver do que você é capaz. Ah sim! Você tem nome novata? (Geralmente as pessoas têm, sabe?)

—É Elin. (Me preparando psicologicamente para o bullying)

—Gosto de nomes assim, sabe o que dizem né? Nomes únicos para pessoas únicas. É melhor não desonrar seu título hein!

Ele deu duas batidinhas na minha cabeça e foi andando na frente para abrir a porta. Eu? Bom, eu fiquei ali parada tentando entender o que havia acontecido. Foi uma cantada? Não, ele acabou de me conhecer. Né? Sei lá.... É aí que noto que eu estou parada sozinha no meio do corredor de um estúdio que eu nunca tinha visto antes, com cara de idiota por causa de um menino que eu acabei de conhecer. Acho que ir para a sala não é má ideia.

Respirei fundo e andei em direção à sala. Espero que ninguém tenha notado a cara de idiota que eu fiz quando vi a sala. Tinha espelhos por toda parte e ela era enorme, não demorou muito para notar que ela tinha ar-condicionado. Eu estava no paraíso ali e não tinha como melhorar, até o Breno dar “play” em um de seus “raps”. O som da sala fazia o chão tremer, era como se te obrigasse a dançar. Eu olhei para o Breno e ele estava me encarando, ele dobrava os lábios se segurando para não rir. Mas eu nem liguei.

Joguei minha mochila no mesmo canto da sala que ele havia jogado a dele e fiquei apoiada nas barras de Ballet que estavam ali. Sabe, muitas meninas estariam surtando nessa situação, mas eu estava tranquila ali.... Estava. Quando o Breno fechou a porta eu acordei para a realidade, estávamos sozinhos naquela sala. Ele tirou o casaco deixando aparecer um pouquinho do seu corpo bem definido, mas sua blusa o cobriu rapidamente. Eu corei na mesma hora e desviei o olhar, espero que ele não tenha notado.

Decidi procurar algo que pudesse me entreter naquele momento constrangedor, observar a trajetória de uma formiga nem é tão entediante assim. O meu momento de paz acabou quando ele jogou seu casaco em mim. Não pude deixar de notar o perfume dele, era um cheiro clássico de menino, mas tinha algo especial, tipo uma marca só dele.

—E aí, Elin? Vai ficar quanto tempo nessa folga? Daqui a pouco os outros alunos chegam, Yan mandou a gente ir puxando o alongamento.

—A-ah, claro. Foi mal.

Pendurei o casaco dele e comecei a repetir tudo o que ele fazia. Eu prestava atenção em cada movimento seu. Afinal, eu queria fazer tudo certinho para me acostumar mais rápido com a nova turma. A música que estava tocando era bem relaxante e animada ao mesmo tempo, então eu comecei a me contorcer seguindo-a, mas sem deixar de fazer o alongamento, claro.

—About You, do Trey Songz. —Disse ele me olhando por aquela imensidão de espelho.

—.... Que?

—O nome da música, Elin. Achei que estivesse gostando dela... Haha— Ele deu uma risadinha de canto de boca, fazendo questão de mostrar que ele estava me observando.

—Ah! —Corei imediatamente. Não sei se foi pelo sorriso dele ou pelo fato de que ele estava me vendo dançar. —Valeu, vou baixar mais tarde.

No meio do alongamento entraram duas meninas que pareciam estar grudadas de tão próximas que eram.

—Oi Breno! E.… novata. —Ignorando o fato estranho de elas terem falado juntas, foi uma recepção calorosa, meninas. Muito obrigada.

—Fala Borges! Então, o nome da novata é Elin. —Respondeu o Breno deixando um tom irônico no ar.

—Elin...? —Bullying em 3...2... —Nome legal, eu sou a Micaela e essa é a Micaila, nós somos gêmeas fraternas, se quiser chamar as duas é só chamar pelo sobrenome!

Breno deu uma risadinha sarcástica e olhou para mim. Parecia uma piada interna entre nós dois que eu não havia entendido.

—Borges né? Legal! Nunca tinha conhecido gêmeas antes. O Breno disse para a gente ir puxando o alongamento já que o Yan atrasou. —Disse; pensando o quão estranhamente acostumada eu estava naquele lugar.

—Falei, mas a gente já acabou de alongar aqui, vamos lá fora pegar água comigo, Elin? —Disse o Breno quase que cortando a minha fala.

—Hm.… tudo bem... eu acho. —Respondi desconfiada do clima estranho que ali havia ficado, mas as Borges não pareceram estranhar muito.

Breno segurou o meu pulso e começou a me guiar até o bebedouro, ele não parou um segundo sequer para olhar para trás, como se eu fosse obrigada a segui-lo. Quando finalmente chegamos, todas as salas já estavam com suas portas fechadas acontecendo suas devidas aulas.

—O que foi aquilo? —Perguntei, tentando entender melhor a situação.

—Você não deve dar tanta confiança assim para alguém que acaba de conhecer. As Borges se aproveitam de gente como você. (Quem ele pensa que é?)

—Gente como eu? Então eu não posso te passar confiança?

—Não deveria. Mas desde que chegou aqui é a única coisa que fez.... Sua sorte é que eu não sou babaca de fazer algo ruim contigo.

—Oi?! Está me dizendo para não fazer amigos e ser uma excluída na turma? E você? Acha que eu não notei sua ligação com as Borges? —Eu não acredito que eu acabei de dizer isso. Estava irritada, mas corei quando percebi meu comentário.

—Humpf... —Ele soltou um suspiro de raiva enquanto seus dedos escorregavam por sua franja. —Escuta, Elin, não se deve confiar nas pessoas aqui. São todos seus inimigos. Muitos vão se aproveitar de você, principalmente na hora de ganhar os campeonatos. Não seja tão ingênua.

Eu não sabia o que responder para ele. Eu sabia que estava preocupado comigo.... Mas, por quê?

—Por que está se preocupando tanto comigo? —Falei em tom alto e claro. Porém, agora acho que devia ter sido melhor ficar calada....

Breno, com suas clássicas mãos no bolso, logo desviou o olhar e encostou na parede mais próxima. Depois abriu um sorriso meio malicioso que dizia “essa resposta é óbvia”, mas acredite, ela não era mesmo. Aquele silêncio estranho acabou quando ele deu um impulso na parede e começou a ir, devagar, em direção à sala, como se quisesse me esperar, mas mantendo certa distância.

—Vamos, Elin. Já devem estar sentindo nossa falta.

Comecei a segui-lo, e, dessa vez, o caminho foi realmente silencioso. Ao chegar na sala, os outros alunos já estavam lá e finalizando o alongamento. O professor veio em direção à nós dois. Ele parecia um cara sério, mas bem legal.

—E aí seu mané, já está assustando a novata, né? —Disse o tal “cara sério” dando duas batidinhas nas costas do Breno, que não disse nada, apenas riu e foi de encontro aos seus amigos. —Pode me chamar de Yan, e relaxa, se o Rodrigo (meu antigo professor) te transferiu para cá, você vai pegar tudo rapidinho. Como eu te chamo?

—Pode me chamar de Elin.... E não se preocupa, o Breno nem me assustou tanto assim.

Começamos a rir e quando olhei para o Breno ele parecia ter sumido na multidão de alunos que ali havia formado. A turma estava fazendo uma roda, é quando todos se reúnem para mostrar suas habilidades e, às vezes, rola até uma competição.

—Será que eu posso entrar, Yan? —Perguntei como se fosse a coisa mais normal do mundo, mas acho que ele descorda.

—Uma novata pedindo para entrar na roda? Nunca vi isso antes.... Você é aluna do Rodrigo. Vai sem medo e mostra para eles do que você é capaz.

Ele esfregou a mão no meu cabelo e me deu um empurrãozinho.

Hora da roda.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostou? Ter você favoritando a história ou acompanhando-na seria uma honra para mim! Deixe seu comentário falando o que achou, ele é muito importante para saber onde estou errando e onde estou acertando! Espero vê-lo(a) novamente!



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