Ao chegar na biblioteca, a Rainha procura por seu livro de feitiços, demorou por volta de vinte minutos para acha-lo e mais um para retirar o feitiço de proteção e camuflagem:

—Uma relíquia se foi, faltam quatro. -Comentou Apple.

—A próxima é a Excalibur, já que é a mais perto daqui. -Disse Raven.

—Então vamos em direção ao castelo do rei Arthur. -Disse Dex. -Mas onde fica o castelo?

—Província norte. -Respondeu a Rainha. -Já tentei conquistar lá, mas tive que resolver assuntos mais importantes, então deixei-o de lado.

—Como saímos daqui? -A Rainha olho nos olhos de Dex e imaginou se aquilo não era uma pergunta um tanto óbvia, então ela apenas apontou para o livro nas mãos de Raven.

—Eu vou ter que nos levar até lá? -Perguntou Raven.

—Ah, mas é claro que não, você ainda é muito fraca para invadir um reino usando magia.

—Então o que quis dizer ao apontar para o livro?

—Você vai usar o poder desse livro para nos levar para perto do reino do rei Arthur.

—Mas você acabou de dizer que eu não iria nos levar até lá.

—Errado! Eu disse que não nos levaria ao reino, não que não nos levaria próximo dele, reinos são protegidos por magia para evitar invasões, ao contrário de Wonderland...

—Como eu faço isso?

—Da mesma maneira que antes, mas agora tente fazer o mesmo que fez com aquele livro que estava nas mãos daquela coringa.

—Quer dizer absorver o poder?

—Exatamente, faça isso e depois se concentre e abra o portal, não se preocupe com a localização exata, isso se resolverá quando absorver o poder do livro, nele há um mapa.

—Certo. -Raven se concentrou e num piscar de olhos o livro desaparecera diante de seus olhos e em seu lugar surgiu a mana, penetrando o corpo de Raven.

—Respire fundo e siga seu coração, a vida de todos aqui e em qualquer lugar depende de você.

—Mãe, colocar-me sob pressão não vai ajudar. -Ela fechou seus olhos, respirou fundo e proferiu algumas palavras em rúnico, fazendo surgir um portal com uma imagem distorcida.

—Hora de irmos. -Disse a Rainha atravessando o portal. -Bom trabalho Raven.

Enquanto isso em Ever After High:

O diretor tentava acalmar a multidão e Luneth pensava em um modo de tirar todos dali em segurança:

—Temos que sair daqui, mesmo com a proteção não é seguro. -Disse Luneth.

—E como pretende tirar todos daqui vivos? -Disse Drake.

—Com isso. -Luneth pegou uma esfera roxeada.

—O que é isso? -Perguntou Drake.

—E você ainda se diz um mago... -Disse Luneth. -É uma teleport stone, mas ela não vai nos levar para muito longe, mas já é alguma coisa.

—Quão longe? -Perguntou Drake.

—Até Bookend. -Ele respondeu.

—E você ainda se diz um mago... -Zombou Drake.

—Vamos logo. -Luneth quebrou a esfera no chão, abrindo um portal para Bookend.

Ao passarem pelo portal observaram o caos em que a cidade se encontrava, a escola destruída, fogo em toda a parte, pessoas mortas carbonizadas e dilaceradas e ao longe podia-se ver Bahammut voando para algum outro lugar para causar mais destruição.

 Eis então que se pôde ver alguém mancando entre as chamas, era Cerise Wolf, ainda, mas não se sabia por quanto tempo, viva. Ela estava fraca, andava com uma enorme dificuldade pousando sua mão em um pedaço de pano rasgado em seu peito.

Ela caminhou em direção aos professores e alunos, tentou dizer algo, mas perdeu a consciência antes que pudesse pronunciar a primeira palavra.

—CERISE! —Gritou os pais dela, correndo para socorrê-la.

—Ela está ferida perto do coração! -Disse Ramona em desespero. -Por favor alguém ajude!

—Luneth, sabe alguma magia de cura? -Perguntou Drake.

—Sim, mas não tenho muita experiência. -Respondeu ele.

—Deve bastar, combinemos nossas habilidades, é bem provável que conseguiremos algum resultado. -Disse Drake.

—Certo. -Concordou Luneth.

 Durante horas os magos ficaram ali ajudando Cerise, enquanto os outros procuravam por sobreviventes, ela foi contida em uma bolha de vitalidade, isso a impediria de morrer, mas também a “impediria de viver” ela estava congelada no tempo ali dentro, nem viva, nem morta, enquanto presa eles poderiam trabalhar na cura parcial, porém suficiente para mantê-la viva e permitir que ela se recupere com o tempo.

 Ao terminar, Cerise foi levada para a loja de chás do Chapeleiro Maluco que estava quase intacta, apenas algumas janelas foram quebradas, deixaram-na descansar em um sofá, demorou quase uma hora para que ela recobrasse a consciência e quando o fez expos toda a verdade sobre a Rainha Má.

 Ao saber da verdade, Luneth e Drake foram até seus dragões à procura de Raven e os outros para avisá-los sobre o perigo que corriam, por sorte a aura mágica de Raven era forte, mas parecia que a da Rainha a cobria como uma espécie de camuflagem para que não pudessem ser rastreados de alguma forma mágica.

 Cerise se ofereceu para ir junto, e mesmo os magos negando ela foi mesmo assim, ela ficaria bem e muito antes do que todos pensavam, graças a sua capacidade de cura, embora lenta, era muito útil.

 Enquanto isso, nossos heróis já haviam conversado com o Rei Arthur e estavam agora em um calabouço, cheio de teias de aranha, monstros, tochas e paredes e mais paredes que formavam corredores que formavam um grande labirinto para impedir que qualquer um botasse as mãos na lendária Excalibur.

 Raven conduzia o grupo levando consigo uma esfera flamejante roxa para iluminar os úmidos e escuros corredores de pedra, mas algo parecia estar acontecendo lá em cima, tremores ora fortes ora fracos podiam ser sentidos a quase quinhentos metros abaixo do castelo.

 Quase meia-hora se passou e eles finalmente conseguiram encontrar a espada, agora possuíam mais uma relíquia, faltavam mais três.

 Quando estavam prestes a retornar para a superfície pode-se ouvir um rugido ensurdecedor, Bahammut estava aqui e estava atrás de quem quer que estivesse atrás das relíquias, Raven começou a entrar em desespero, eles poderiam simplesmente criar um portar e sair dali, mas sua magia ainda estava parcialmente bloqueada para a segurança do povo do reino.

 Os rugidos continuavam incessantes, mas o que parecia apenas sons aleatórios para uns, para Raven e para a Rainha eram palavras, palavras que elas conseguiam entender muito bem (FUS ROH DAH!!!).

 Elas diziam: “Não há bem ou mal nesse mundo miserável que possa me parar, destruírem cada parte dele para provar isso, todos presenciarão a minha grandeza e meu triunfo.”. Ao mesmo tempo que essas palavras eram proferidas tremores eram causados, cada vez mais fortes.

 Enquanto isso Cerise, Luneth e Drake estavam a caminho do Reino de Arthur, ainda faltavam mais alguns minutos até poderem chegar, mas ao longe podia-se ver a destruição causada por Bahammut e bem no centro um enorme dragão causando a destruição massiva de tudo que encontrava pela frente, utilizando suas garras construções fortificadas eram destruídas, pessoas eram mortas, e com sua feroz chama queimava tudo em seu caminho, as chamas ardiam em um azul intenso e dançavam como se absorvesse a alma dos mortos.

 Luneth fez sinal para que Drake pousasse, seria impossível chegar até lá voando, eles precisavam de algum modo de entrar no castelo sem ser notados ou ao menos ao subterrâneo, de onde vinha o rastro de aura mágica de Raven e precisavam descobrir o quanto antes.

 Os magos desceram e começaram a formar um enorme círculo arcano verde e proferiram algumas palavras em rúnico, o círculo começou a rodar, então Luneth pediu que Cerise ficasse no centro do círculo para não acabar se machucando.

 Com o feitiço terminado, Luneth e Drake conseguiram descobrir algumas entradas secretas que serviam de escape para caso o reino fosse invadido, essas entradas eram ligadas aos túneis subterrâneos, onde Raven e os outros estavam, então rapidamente começaram a se mexer em direção a entrada para alertá-los antes que fossem tarde.