Eu escolhi você! escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Opa, demorei né?! Mil desculpas! Atolada de coisas, mas aviso que durante esse tempo pensei em um milhão de ideias para Fic e preparem-se porque vem muuuuuuita coisa boa por aí. Adorei ter recebido 11 coments no capítulo anterior. Será que nesse vou merecer mais??? Tomaraaaaaaa!



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Capítulo 19

– Oi, Catnip - cumprimentou Gale, depois de retirar o capacete e ajeitar o cabelo.

Katniss ficou tão feliz de rever o amigo que, subindo na ponta dos pés, jogos os braços ao redor de seu pescoço. Gale correspondeu ao abraço, enlaçando sua cintura.

– É tão bom te ver de novo - Disse Katniss, sorrindo para ele. - Mas como chegou aqui?

O olhar de Gale se tornou sombrio.

– Eu tive de me alistar, Catnip.

Katniss arregalou o olhar e se afastou dele, dando dois passos para trás.

– O quê?! - Katniss exclamou, indignada. - Não, Gale... Fala que você não fez isso.

Gale trincou os dentes, sem conseguir encará-la. Em seguida, tentou segurar a mão de Katniss. Mas ela retirou.

– Katnip, essa foi a única maneira que eu encontrei para te ver de novo.

– Gale, você não devia ter feito isso - recriminou ela. - Devia ter ficado no Distrito 12, como combinamos.

– Pra quê?! - Quis saber ele, uma leve pitada de revolta na voz. - Pra ficar te assistindo todo dia com aquele cara?

Katniss franziu a testa.

– Do que você tá falando?

– De quem mais, Catnip? - Provocou ele com ironia. - Eu vi o beijo que você deu nele hoje. Eu estava lá.

Peeta. Ele estava falando de Peeta. Mas como o assunto se alistar como pacificador se tornou o beijo que ela deu em Peeta? Katniss ficou confusa.

– Gale, eu só beijei ele para agradecer por ele ter protegido a Prim - explicou ela. Não que precisasse. Ele não tinha nada a ver com isso. Mas achou melhor acalmar os ânimos.

Foi pior.

– Katnip, eu protejo a sua família desde que a gente se conheceu. E você nunca me beijou daquela forma.

Katniss silenciou. Afinal, era verdade. Ela nunca o beijou daquela forma. Aliás, ela nunca beijou ninguém daquela forma.

– Gale... - foi só o que saiu de sua boca. O pedido de desculpas ficou implícito.

Gale baixou o olhar, triste. Depois, se movimentando para o lado, deu espaço para ela.

– Enfermaria 7, leito 2.

Katniss franziu a testa, sem entender.

– É onde o Peeta está - completou ele. - Não era isso que você queria saber?

Katniss tentou disfarçar. Mas não teve como conter o sorriso que se formou em seu rosto.

– Obrigada, Gale. - Agradeceu e subindo os pés, tascou um beijo em seu rosto. Um beijo de amigo. Mas pelo que pareceu, ele não gostou muito do gesto, pois Katniss sentiu quando ele trincou os dentes e quase se afastou.

– Melhor você ir logo... - Falou ele por fim. - Não sei por quanto tempo, poderei segurar os outros pacificadores.

Ela sorriu, agradecida. Mas antes de ir, arriscou... - A gente se fala depois?

Ele assentiu com a cabeça. Então ela saiu correndo. E nem viu quando ele esmurrou a parede, tamanha era sua raiva.

– Eu não vou deixar você tirar ela de mim! - Rosnou ele, sozinho, se referindo a Peeta. - Você pode ficar certo disso! Eu. Não. Vou. Deixar. Você. Tirar. Ela. De mim. - Pontuou ele, como que para deixar bem claro até para ele mesmo.

*****************

Quando Katniss se aproximou da Enfermaria de Peeta, percebeu uma certa movimentação em torno dele. Eram enfermeiros e técnicos de enfermagem fazendo o seu trabalho. Achou melhor não interferir ainda. Precisava ficar sozinha com ele para pedir desculpas pelo erro. Então se escondeu atrás da porta que dava para o leito dele. Por sorte, a porta tinha um tela de vidro que permitia Katniss enxergar tudo que se passava ali para ter certeza do momento em que poderia ir até onde ele estava. Começou a ficar ansiosa e nem sabia o porquê. Mas o seu coração bem o sabia, pois disparou sem que ao menos tivesse permissão.

Minutos depois, um a um, os enfermeiros começaram a se dispersar. Apenas um ficou. Aliás, uma. Uma garota de cabelos castanhos claro e pele alva. O mais estranho é que Katniss teve a leve impressão de que conhecia aquela garota. Mas como ela estava de costas, podia ser apenas impressão. Apertou o olhar, tentando enxergar melhor. O que aquela garota tinha de tão familiar? Ficou pedindo em silêncio para que a garota se virasse, assim acabaria com as dúvidas. E como se Deus houvesse escutado suas preces, no mesmo instante, a garota olhou de lado.

Olhos castanhos, lábios carnudos e...

– Madge?! - Os lábios de Katniss balbuciaram sem produzir som.

Ficou intrigada. O que ela fazia ali? Cato foi bem claro quando proibiu que todas as selecionadas visitassem Peeta. Será que ela se arriscaria tanto assim... Por ele?

A resposta veio logo em seguida, quando Katniss a avistou, dizendo qualquer coisa para Peeta, que o fez rir. O sorriso de lado. Aquele que pertencia a Katniss. E só a ela.

Diante da cena, ela apertou os punhos e estava prestes a adentrar a enfermaria, quando, para sua inteira decepção, Madge se inclinou em direção a Peeta e... o beijou. Quer dizer... Da distância em que ela se encontrava, não dava para ver perfeitamente, mas... Foi o que ela constatou. Infelizmente.

A verdade era que Madge só tinha inclinado para ajeitar um travesseiro debaixo da cabeça de Peeta. Mas o ângulo de visão de Katniss não favoreceu. E ela acabou vendo o que não existia.

Sua respiração ficou ofegante, e uma pontada atravessou seu coração. Só agora ela entendia o que era levar um flechada. Mas talvez essa flecha invisível doesse um pouco mais. Uma flecha auto-destrutiva chamada "ciúmes". Fechou os olhos, apertando-os para conter as lágrimas que começavam a se formar. Então, sem mais pestanejar, virou de costas e saiu correndo dali. O mais rápido que podia. Para bem longe daquela maldita enfermaria. Para bem longe daquele maldito garoto.

***************

Três dias se passaram desde a última competição. Durante esse tempo, Katniss evitou ao máximo visitar ou saber notícias de Peeta. Chegando a se afastar até mesmo de Johanna, que adorava lhe deixar a par dos últimos acontecimentos na enfermaria. Entre Peeta e Madge. Sim. Porque a garota "pegajosa" não largou um minuto do pé dele, enquanto o mesmo convalescia. A grande desculpa dela era que, como Cato havia decretado que ela havia ganho a competição - visto que, Katniss "errara" o último alvo -, Madge era a única que podia ficar ao lado dele.

– Escolhe - Katniss insistiu com a irmã caçula, que olhava para as armas como se elas fossem objetos de outro planeta.

Era fim da tarde naquele dia, quando Katniss resolveu levar a irmã até o Centro de Treinamento.

– Não, por favor, Kat... Eu nunca vou saber usar nada daqui. - Argumentou Prim, pesarosa.

– Mas, você tem que aprender, Patinha - retrucou Katniss. - Porque eu não sei até quando o Cato vai me deixar te substituir nas competições. - Prim encarou Katniss com um novo pedido de "por favor" no olhar. Mas Katniss estava irredutível. - Escolhe.

– Ei, pequena doze - Johanna falou, chamando a atenção das duas, enquanto se aproximava. - Um arma boa pra você seria essa. - Apontou para um estilingue, que ficava no canto esquerdo, entre as espadas e as facas pequenas.

– Do que você me chamou? - Quis saber, Prim. Mas Katniss segurou o ombro dela.

– Nem tenta. A Johanna me conhece a quase três semanas e ela ainda não conseguiu me chamar pelo nome. Então...

Prim riu, divertida. E Katniss acabou rindo também.

– Mas como se usa isso? - Prim perguntou, segurando o estilingue e esticando seu elástico sem piedade.

– Se você não destruir o estilingue primeiro, - falou Johanna com seu jeito irônico de sempre. - Eu posso te ensinar como faz.

Katniss acabou sorrindo agradecida, recebendo em troca uma piscadela por parte de Johanna, que já se pôs a dar aulas à "pequena doze".

Sua primeira dificuldade foi convencer Prim de que aquilo um dia poderia ser usado contra pessoas. As reviradas de olhos que Johanna dava de vez em quando para Prim, convencia Katniss de que aquela seria uma longa tarde.

Uma hora depois, quando Prim já conseguia treinar sozinha, esticando bem o elástico, mirando e atirando as pedrinhas em um alvo, Katniss ouviu o som de um choramingo vindo de detrás dela. Virou de costas e avistou Lynna cobrindo o rosto com as mãos, enquanto chorava em um canto do Centro.

Solidária, Katniss foi até onde ela estava.

– Aconteceu alguma coisa, Lynna? - Perguntou Katniss, se ajoelhando e pousando a mão na cabeça da garota.

Ao ouví-la, Lynna tentou enxugar as lágrimas com as costas das mãos.

– Não... Nada... - Lynna tentou se esquivar.

– Aconteceu sim, Lynna. - Retrucou Katniss. - Talvez nem seja da minha conta, mas se quiser dividir...

Lynna encarou-a, e antes de responder, deu uma fungada.

– É que... Eu acho que eu vou ser a única que nunca vou conseguir ter um encontro com o Peeta. - Katniss esperava qualquer tipo de resposta, exceto aquela. Por um instante, odiou o fato de ter perguntado. - E sabe o que é mais contraditório nisso...? - Questionou ela em meio a uma risadinha fraca. - É que eu sou a única daqui que realmente quer se casar com ele.

Katniss arregalou o olhar. O que dizer agora? Caramba, o problema dessa garota não podia ser a unha que quebrou? Resmungou Katniss em pensamento.

– Lynna... Os jogos começaram agora, tenho certeza que você ainda terá oportunidade para ter um encontro com o... - Pausou ao escutar uma risada bem alta de sua irmã, que parecia está se divertindo muito. Virou o rosto para saber do que se tratava, mas tal não foi sua surpresa quando ao avistá-la, seu olhar acabou se cruzando com o de... - Peeta! - Exclamou, enfurecida.

– O quê...? Hã...? - Lynna quis saber, confusa.

Mas Katniss não fez a mínima questão de explicar, pondo-se de pé e se dirigindo à passos largos até os "novos amiguinhos".

– Kat, que bom que você voltou porque o Peeta estava me ensinando a... - Prim começou a falar, animada, mas teve de se interromper ao presenciar Katniss dando um chave de braço em Peeta. - Kat, solta o Peeta! Pirou?

– Deixa Prim... - Começou a falar Peeta, resfolegando. - Parece que a sua irmãzinha aqui tem uma atração irresistível ao meu pescoço.

Katniss o soltou, empurrando-o com violência.

– Fica longe da minha irmã! - Rosnou Katniss com o dedo indicador em riste.

E lá vamos nós de novo! Pensou Peeta, impaciente.

– Qual foi, Katniss! Da pra me explicar o motivo dessa reação tão amistosa a minha chegada? Porque quem deveria estar irritado aqui sou eu, por você não ter ido me visitar nenhum só dia na Enfermaria.

– Pois fique você sabendo que eu fui sim te visitar! - Rebateu Katniss. - Mas eu vi que você estava sendo muito bem cuidado. Então não precisava de mim para...

Mas antes que Katniss pudesse completar seu raciocínio, Peeta esticou os braços, e segurando o quadril dela, puxou-a para si, impetuosamente, enlaçando sua cintura até que seus corpos se grudassem.

– Precisava. - Disse ele com voz sedutora. - Precisava sim.

Vendo a cena que se desenrolava entre os dois, Prim saiu de fininho, sorrindo de forma sugestiva.

– Me solta, Peeta. - Katniss pediu, a voz falhando por causa da intensidade do olhar dele e do pulsar de seu coração.

– Não, até você me dizer o porquê de estar assim tão brava comigo. Se bem que... Você fica ainda mais linda, fazendo esse bico.

Katniss o fulminou com o olhar.

– Me solta, Peeta! Eu já disse!

– Se não o quê? Vai me beijar? - Provocou ele, a voz rouca. A saudade era tão grande que ele estava se aproveitando daquele momento de sedução.

Katniss revirou os olhos.

– Beijar você? Eu não beijaria você nem que você fosse o último homem de Panem. - Falou, convicta, mas sentiu as pernas derreterem quando ele sorriu de lado. - Por que você não vai beijar a Madge? Aposto que ela iria adorar repetir a dose. - Soltou. E agora era tarde demais para engolir as palavras de volta. Droga!

Peeta piscou e franziu o cenho.

– Repetir a dose... Do que você está falando, Katniss?

– Não se faz de sonso, Peeta! Eu vi muito bem o beijo que você deu nela, lá na enfermaria.

Peeta piscou outra vez, sem entender.

– Katniss, de que beijo você está falando? Que eu saiba, não teve beijo nenhum.

Katniss bufou de raiva. Mas antes que ela pudesse retrucar, um voz vinda de detrás dela, impediu-a.

– Solta ela!

Era Gale. Vestido com o uniforme de pacificador. Então só ela sabia de quem se tratava. Para Peeta, tratava-se apenas de um pacificador qualquer.

Peeta levantou o olhar em direção à voz, mas não obedeceu em soltá-la.

– Fica na sua, que isso aqui não é da sua conta! - Peeta exclamou, já com um pitada de irritação na voz.

Katniss se apavorou. Peeta não podia descobrir quem se escondia atrás daquele capacete. Não sabia qual seria sua reação. Nem queria saber.

– Peeta, é melhor você fazer o que ele pede... - Disse Katniss, olhando profundamente nos olhos de Peeta. E como sempre a um pedido dela, ele jamais resistia.

– Tudo bem. - Concordou ele, enquanto fulminava o pacificador. - A gente pode deixar essa conversa para depois.

Katniss deu um sorrisinho discreto, enquanto ele a soltava com hesitação.

– Eu vou subir... Você vem? - Quis saber Peeta.

Katniss até queria, mas ao observar os punhos cerrados de Gale, mudou de ideia.

– Não, eu... Ainda tenho que esperar a Prim terminar com o seu treino.

Peeta assentiu.

– Certo. Então eu já vou indo... - Disse, mas antes de ir embora, segurou o queixo de Katniss e tascou um beijinho bem no canto do lábios dela. O famoso beijo na trave.

Katniss não pôde evitar e acabou fechando os olhos para se deliciar com a maciez dos lábios dele contra a pele dela.

E quando finalmente abriu os olhos, percebeu com pesar que ele já tinha ido embora. Mas Gale estava ali. Parado. Na certa, com o rosto enfurecido por debaixo do capacete.

– Gale, se continuar assim, vai acabar sendo descoberto. - Avisou Katniss, quebrando o silêncio. Mas falando baixinho para que ninguém desconfiasse de sua amizade com ele.

– Não estou nem aí pra isso. - Rebateu Gale. - Só que eu não tenho sangue de barata pra aturar aquele cara te agarrando a força.

– Gale, você mais do que ninguém, sabe que eu sei me defender sozinha.

– Ah, é?! Pois não me pareceu isso quando eu cheguei aqui.

Katniss apertou o olhar, indignada.

– Você mudou muito, Katnip. Desde que chegou aqui, você tá muito diferente da garota que eu conheci lá no Distrito 12.

Katniss apertou ainda mais o olhar.

– Eu mudei? Você mudou! Por acaso sou eu que estou vestida de pacificador?

– Katnip, essa roupa é só um disfarce para... - Parou de falar de repente, quando escutou seu comunipulso tocando. Imediatamente, se afastou para falar em particular com o seu superior.

Katniss revirou os olhos, mas esperou até que ele terminasse.

– Desculpa, Catnip, mas essa nossa conversa vai ter de ficar para depois. - Gale disse, aparentando estar apressado. - Preciso te explicar o motivo porque me alistei. Mas... Acabaram de me avisar que fiquei responsável por vigiar um prisioneiro.

– Vigiar um prisioneiro...? - Katniss não conseguiu esconder sua curiosidade.

– É. Eu ainda não sei direito, mas parece que capturaram ele no Distrito 11.

Katniss arregalou o olhar. O Distrito 11 era o Distrito de Rue. E se esse prisioneiro fosse o irmão dela? Afinal, pela conversa de Rue, ele seria um ótimo alvo para Capital acabar com o espírito de rebelião.

– Gale, você por acaso sabe o nome desse prisioneiro?

Gale ficou um pouco pensativo antes de responder.

– Rony. Acho que foi esse o nome que eles mencionaram. - Katniss se sentiu mal por isso, mas não pode deixar de sentir um certo alívio por não ser o irmão de Rue. - Mas... Parece que o cara é só uma isca para pegar o verdadeiro culpado. O irmão mais velho dele. Um tal de... Jacob.

O coração de Katniss disparou. E seu sangue esvaiu do corpo por alguns segundos.

– Gale, você tem certeza que era esse mesmo o nome dele?

– Tenho sim. - Respondeu Gale, com um leve tom de preocupação na voz. - Por quê?

Antes de responder, Katniss olhou de lado.

– O Peeta precisa saber disso. - Disse ela, baixinho, quase para si mesma.

– O que você disse? - Quis saber Gale.

– Hã?! - Katniss acabou se atrapalhando em meio aos seus pensamentos. - Nada. Nada. Eu só... Nada não, Gale.

Gale ficou bastante desconfiado e ia insistir se não fosse seu comunipulso ter tocado outra vez.

– Droga! - Rosnou ele. - Katnip, eu...

– Você tem que ir. Eu já entendi.

Ele assentiu.

– A gente se fala... Tchau, Katnip!

– Tchau, Gale. Se cuida.

Ele sorriu, agradecido, apesar dela não ter visto, imaginou que ele tivesse o feito. Então sorriu de volta. E ele foi embora.

Enquanto Katniss via Gale se afastando, pensou em tudo que ele havia dito. Principalmente em Rony e Jacob que corriam perigo. Resolveu que deveria fazer alguma coisa. E rápido. Então rumou até onde Prim estava.

– Patinho, eu vou ter que resolver uma coisa urgente. A Johanna vai te levar lá pra cima, certo?

– Certo. Se... - Não foi Prim quem respondeu e sim Johanna. - Você prometer que depois vai dividir comigo essa coisa "tão" urgente.

Katniss sorriu de lado. Essa era a Johanna que ela tanto conhecia.

– Prometo. - Disse. E foi sincera. Pois pensou que Johanna seria uma ótima aquisição para guerra.

Depois disso, Katniss abraçou a irmã, tascando um beijo no alto de sua cabeça. E partiu apressadamente, rumo ao apartamento de Peeta.

****************

Chegando lá, ela tocou a campainha. Esperou alguns segundos e como não ouviu nada da parte de dentro do apartamento, tocou outra vez. Nada. Nenhum ruído. Então, encostando a orelha na porta, segurou a maçaneta e girou-a na esperança de que estivesse aberta.

Para sua sorte, a porta se abriu e ela entrou, sorrateiramente.

– Peeta. - Chamou baixinho, quase para dentro, afinal, estava se sentindo como que invadindo o apartamento dele. Precisava pelo menos ser discreta. - Peeta. - Insistiu com um tom de voz um pouco mais alto.

Enquanto chamava, ela adentrava o apartamento cada vez mais. Então, passando pela sala em direção ao corredor que dava nos quartos, ela avistou uma porta entreaberta, enquanto todas as outras pareciam estar muito bem trancadas. Resolveu dar uma espiada. Sim. Aquilo passava dos limites, mas ela precisava falar com Peeta. Era muito importante. E não podia esperar.

Empurrou a porta bem devagar, enquanto enfiava a cabeça lentamente. E avistou um quarto bastante elegante, que exalava um cheiro inebriante de masculinidade. Com o olhar, Katniss percorreu todo o ambiente, desde a cama king size até o enorme armário de roupas extremamente organizado por cores. Mas o que lhe chamou bastante atenção foi um porta retrato que ficava em cima da mesinha de cabeceira da cama. Pegou-o para ver melhor de quem se tratava. Sorriu com ternura ao constatar que era uma fotografia de Peeta, que devia ter em torno de três aninhos de idade. Era tão lindo. O mesmo sorriso e olhos expressivos. Então, como que para acarinha-lo, passou o dedo bem de leve no rostinho dele. E suspirou, ainda sorrindo.

– Katniss!!!! - Exclamou uma voz vinda de detrás dela, assustando-a ao ponto de quase derrubar o porta retrato no chão. Imediatamente, ela se virou e seus olhos se encontraram com os de Peeta. - O que está fazendo aqui?

Katniss ficou sem fala por alguns segundos e seu rosto ficou em brasas. Ainda mais quando percebeu que Peeta havia acabado de sair do banho, visto que, seus cabelos estavam molhados e... Ele estava apenas com uma toalha branca amarrada na cintura. Logo seu olhar foi atraído para o tórax bem definido de Peeta e dali, ele parecia não querer sair mais, mesmo que ela tentasse a todo custo desviar.

– Eu... - Katniss começou a falar, a voz falhando. - Bem, eu... Eu vim porque... - Engoliu a seco, tentando a todo custo manter a calma. - Eu precisava muito falar com você.

Peeta enfiou os dedos nos cabelos, sacudindo-os com um gesto extremante sexy. A respiração de Katniss ficou ofegante.

– É. Isso eu percebi. - Disse Peeta por fim. - Mas... O que é tão importante pra você ter vindo aqui?

Katniss piscou os olhos repetidamente. Droga, Katniss, para de olhar! Ordenou a si mesma em pensamento.

– É sobre o Jacob. Irmão da Rue.

Peeta franziu a testa, curioso. Depois pousou às mãos na cintura.

– Você soube de alguma coisa?

Katniss assentiu. Mas seu constrangimento era tanto que ela já nem sabia mais do que estava falando.

– É, eu soube sim. Mas... Será que dava pra você vestir uma roupa antes da gente conversar?

Peeta estranhou o pedido, pois até aquele instante tinha até esquecido de que estava parcialmente nu. Só agora entendia o porquê de ela estar agindo tão estranho.

Passou a mão na nuca, demonstrando para ela que estava sem graça.

– Desculpa, Katniss. Eu juro que... Tinha me esquecido disso. Vou trocar de roupa agora mesmo. - Avisou, já se virando para procurar um cueca dentro de uma das gavetas do armário. Quando encontrou, ia começar a vestir, mas percebeu o olhar de Katniss sobre ele. Virou o rosto em sua direção. - Não que eu me importe com isso, mas... Acho que você deveria virar de costas, enquanto eu visto a minha...

Ele não precisou nem terminar a frase. Pois Katniss ficou tão envergonhada que, se virou quase instantaneamente de costas para ele.

Peeta ainda deu uma risadinha bem baixinha para que ela não pudesse ouvir. E Katniss também acabou sorrindo e revirando os olhos com a situação. Mas tal não foi sua surpresa, quando ao olhar para frente, deu de cara com as nádegas redondinhas e durinhas de Peeta, através de um espelho que, por acaso do destino, se encontrava bem ali, na sua frente. Tentou desviar os olhos, mas quem disse que eles queriam obedecê-la?

Sem saber de nada, Peeta, depois de vestir a cueca, começou a vestir uma calça comprida, entretanto no meio do caminho parou, quando o seu olhar se cruzou com o de Katniss através do espelho. Sim. Ele a viu olhando para ele. E quando ela percebeu o que havia acontecido, seu rosto ficou em brasas.

– Se eu soubesse que queria ver, - Falou Peeta, com um sorrisinho sedutor brincando em seus lábios. - nem teria pedido pra você virar. Espero que tenha apreciado o que viu.

No mesmo instante em que ouviu aquilo, Katniss se virou, a raiva estampada em seu olhar, apesar de que seu rosto ainda presencia da cor de uma maçã.

– Como você é convencido, garoto! Eu nem estava olhando pra você!

– Não? Tem certeza disso? - Provocou, o olhar agora era puro desejo.

Katniss começou a respirar forte.

– Quer saber de uma coisa? Eu vou embora! Quando você resolver se portar como um garoto normal, me avisa, certo? - Disse Katniss com raiva e já se dirigindo até a porta.

– Ah, mas você não vai mesmo! - Exclamou Peeta se posicionando na frente da porta.

– Sai da minha frente, Peeta! - Pediu Katniss, numa mistura de raiva e desejo. Afinal, a calça dele ainda estava desabotoada e o cretino ainda não tinha vestido a camisa.

– Vem me tirar?! - Provocou, passeando o olhar por todo o corpo de Katniss, despindo-a em pensamento.

Katniss ficou tão revoltada, que sem pensa duas vezes, segurou o braço de Peeta com força na intensão de tirá-lo dali. Contudo, ele acabou sendo mais rápido e quando Katniss deu por si, ela estava deitada na cama dele. E Peeta estava por cima dela, imprensando-a e segurando suas mãos acima de sua cabeça.

– Sai de cima de mim, Peeta! Agora! - Rosnou entre dentes enquanto se debatia embaixo dele.

– Não, até que você me diga o que realmente veio fazer aqui.

Katniss franziu a testa, sem compreender o que ele queria dizer com aquilo.

– Eu já disse o que vim fazer aqui. Você por acaso está surdo?

Ele sorriu de lado.

– Não, Katniss, você pode até ter vindo por esse motivo, mas agora você continua aqui por outra coisa...

– Que coisa? - Não era sua intenção, mas sua voz saiu quase que num sussurro.

– Isso. - Respondeu ele, capturando os lábios de Katniss de maneira voraz, sôfrega, sem dar tempo nem para ela raciocinar.

E não raciocinou mesmo porque quando Peeta soltou as mãos dela, em vez dela aproveitar para empurra-lo, segurou as costas nuas dele, aprofundando ainda mais o beijo, enquanto as línguas se enroscavam frenéticas dentro de suas bocas.

– Peeta, eu vim avisar que... - Disse Haymitch ao adentrar sem bater no quarto de Peeta, pegando-os no flagra. - Opa! Foi mal, filhão!

Peeta e Katniss se afastaram abruptamente e desajeitadamente. E Haymitch não conseguia distinguir quem dos dois estava mais sem graça.

– Pai, o que você veio fazer aqui? - Perguntou Peeta entredentes.

– Garanto que não é o mesmo que ela veio fazer aqui. - Disse e soltou uma gargalhada, recebendo do filho um olhar fulminante. - Que foi? Se quiser eu posso voltar outra hora.

Peeta bufou.

– Acabou a gracinha, pai?

– Não. Ainda tenho que conversar com vocês sobre os perigos de não se protegerem. Porque é isso que um bom pai faz, não é? - Gargalhou mais uma vez.

Peeta revirou os olhos.

– Acabou? Porque o melhor que você faz agora é tirar essa mancha de batom do seu colarinho.

– É, eu vou tirar essa mancha de batom do meu... - Repetiu ele, mas só depois conseguiu se tocar do que dizia. Então agora o sem graça era ele. Por isso, parou de rir e sua postura mudou. - Você tem quinze minutos! - Ordenou.

– Pra quê, pai? - Ele realmente não se lembrava.

– Reunião. Esqueceu? É agora às 21:30. Você mesmo marcou.

– Espera aí, - Katniss se intrometeu - que reunião é essa?

– Ué, filho, você não contou pra ela?

– Não me contou o quê? - Quis saber Katniss.

– Pai, não! - Exclamou Peeta, olhando para o pai, fulminando-o. Mas Haymitch não concordava com o filho, então começou a esclarecer.

– A reunião para decidirmos como iniciaremos a guerra.

– Droga, pai, por que não consegue ficar de boca fechada? Eu já te expliquei mais de mil vezes que não quero ela metida nisso!

Katniss franziu a testa, indignada. Então se posicionou na frente dele, encarando-o firmemente.

– Não me quer metida? Peeta, achei que a gente já tivesse conversado sobre isso. E que você tinha entendido a minha decisão de participar da guerra.

– Não, Katniss. Eu não entendi. E não vou entender nunca! Não quero você metida nisso. Pronto. Acabou!

– Ah é?! - Provocou ela. - Isso é o que nós vamos ver. - Virou de costas para ele em direção a Haymitch. - Quantas pessoas vão estar nessa reunião?

Antes de responder, Haymitch viu quando seu filho fez mímica para que ele não dissesse a ela. Mas ele não concordava com aquela decisão, então...

– Pelas minhas contas, em torno de umas oito. Acho.

– Ótimo. Então proponho uma votação...

– Que tipo de votação? - Peeta perguntou atrás de Katniss.

Ela se virou e o encarou.

– Uma votação para decidir se eu participo ou não da reunião para entrar na guerra.

– Tudo bem. Mas desde já, vou logo avisando que o meu voto é não. - Retrucou Peeta.

Katniss levou o rosto para bem próximo do dele, os narizes quase se tocando.

– Então se prepare para perder, Peeta Mellark! - Ameaçou Katniss, deixando Peeta no chão.


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Notas finais do capítulo

E aí, curtiram o momento PeetNiss na cama? Kkkkkk Então, escolham seus vestidos porque um baile está para chegar em breve e... Muito, mas muito mistério... Os Jogos Vorazes vão enfim começar! É essa reunião heim?! Kkkkk beijos vorazes para todas!



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