—O que você quer? -minha voz tremeu.

Ele andou até mim e seus dedos tiraram fios de cabelo do meu rosto.

—o que você quer?— repeti com um pouco de pânico.

Imagens do que eu ouvi sobre ele me vieram a cabeça.

—Por que está com tanto medo April? - ele disse baixo e minha pele arrepiou.

— v-voce...

—você ouviu as histórias sobre mim não é? - ele cerrou a mandíbula e sua expressão se tornou fria.

Sua mão golpeou a parede atrás de mim, me dando um grande susto. Tapei meu rosto com as duas mãos e fechei os olhos.

—eu matei... matei antes mas... Não assim. Posso jurar que tudo o que falam é mentira. Não tenha medo de mim. Eu odeio isso. Não precisa ficar... até eu dar motivos.

Uma lágrima percorreu meu rosto e sua expressão suavizou. Olhei em seus olhos e sua postura caiu.
Lambi a lágrima e seus olhos foram direto até meus lábios.

Seus olhos mostravam uma espécie de mágoa...
Minhas mãos agarraram seu braço tatuado e peguei sua mão esfolada pela parede. Passei meus dedos sobre as pequenas feridas e ele desacelerou sua respiração.

Larguei sua mão e a coloquei em sua bochecha.

—você não é um monstro.-

Então um sorriso tomou conta dos seus lábios.

...

—não é nada disso Tate!- eu disse rápido.

— não gosto dele. Não gosto. Não gosto.

— Tate! Tate... Não vai acontecer nada.

— você é minha amiga. Não pode se machucar. - eu coloquei minha mão nos seus cabelos .

—não vou me machucar.

— eu vou. Eu vou. Eu...

—vai o que Tate?- falei preocupada.

—eu vou me machucar.

Então se levantou e saiu. Deixando apenas o eco de seus passos para trás.