O teto de minha cela estava girando. Aquilo foi uma das experiências mais horríveis de minha vida.

Sentei e olhei para minhas mãos tremendo. A leme pálida rachada, gelada.

—Vamos Walker. - Olhei para porta de minha cela e vi aquela maldita mulher sorrindo pra mim. Gritei e me pressionei contra a parede. - oora eu não tenho o dia todo! Vamos! - olhei de novo e quem estava ali era um guarda carrancudo.

Andei até ele é fomos para o outro lado do corredor. Quando olhei uma última vez para dentro de minha cela, ela estava lá parada, olhando pra mim com seus olhos escuros.

...

Já estava na metade do meu café da manhã. Tomei mais um gole de meu copo de leite frio, sentindo um gosto ruim e metálico.

Tossi e cuspi na mesa, olhando para ela e vendo meu copo cheio de sangue. A mesa também.

Sufoquei um grito e levantei da cadeira, sentindo braços ao redor de meu corpo.

—April... - a voz suave e grossa de Harry soou. Me acalmando. - hey. O que você tem?

Abri meus olhos e olhei para a mesa.

Ela estava limpa. O copo era de leite.

—April olhe aqui.

Olhei para seus olhos, preocupados e atentos, mas não resisti a suspirar e o abraçar.

Sentamos e ele fez carinho em meu rosto.

—o que você viu?

—nada... eu, foi só uma aranha.-sorri e ele correspondeu.

Selei meus lábios com os dele e nos beijamos lentamente. Ele se separou de mim e me selou.

Olhei para frente distraidamente, e vi uma mancha na parede, um pouco longe de nos.

De lá saiu uma borboleta preta. Oh não.

—Harry...

—eu vi. Isso não é nada bom.

Ela voou discretamente. Pousando sobre a cabeça de um paciente, o deixando paralisado. Ele abriu sua boca e ela entrou.
Seus olhos ficaram pretos e ele ficou de pé.

—April...- Harry não terminou sua frase, pois o homem gritou de uma forma apavorante, atacando todos ao seu redor.

A sala se encheu de pânico, gritos e sangue.

Quatro guardas o seguraram com algum esforço e enfermeiras vieram socorrer feridos, até mortos.

Ele ficou parado de repente e fixou seus olhos em mim, sorrindo ironicamente. Logo transferiu seu olhar para Harry.

Arrepios percorreram meu corpo quando o aperto da mão dele na minha aumentou. Olhei para seu rosto e chamei seu nome. Ele não ouviu. Os dois estavam conectados.

Eu precisava fazer alguma coisa.

Parei na frente dele e minhas mãos agarraram seu rosto.

—Harry! -gritei- Harry por favor.- puxei seu rosto para frente do meu, seus olhos piscaram e suas pupilas ficaram pequenas. - Harry... Por favor... Por favor.

Ele se desequilibriou e caiu sentado no chão. Minhas lágrimas dobraram e me joguei ao seu lado, acariciando seus cabelos.

—April... -ele suspirou, então me beijou como se fosse a última vez. Sua língua macia acariciou a minha e nossos lábios dançaram juntos.

—eu vi coisas horríveis. Vi o que aconteceu antes de nós... tantas mortes...

Meu coração parou por um segundo e eu me foquei em seu rosto suado.

—Harry...

— você não vai gostar de saber.