Um enfermeira leva ela ate onde ele esta. Ela encosta a cadeira de rodas bem próxima da cama, segura a mãe dele, e por um momento se lembra de quando estava no hotel na semana da estreia e do pesadelo que teve, em que se viu ao lado dele mas ele tinha morrido, ela segurou o choro, e pensou no filho que carregava, pousou a mão na barriga.
–Estamos aqui amor.- e chora, pensado que sem ele a sua vida jamais seria a mesma, que tinha tido só um pesadelo.
Ela volta para o quarto e Vitória ja esta lá.
–Fez mais exames
–Sim, e vi o Bernardo.
–Que bom filha, o que o médico disse .
–Eu estou bem posso sair deste quarto amanhã e o Bernardo ele me dá um parecer melhor amanhã, mãe estou com fome.
–Acho que é a primeira vez que você diz isso.
–Ela come, liga para Lívia, depois dorme um pouco. No outro dia logo cedo ela vai ver Bernardo agora sem a cadeira de rodas.conversa com ele, fala ao seu ouvido o quanto o ama, que o sonho dele estava ali, ela pega a mão dele e coloca sobre sua barriga.
O médico chega e diz que o inchaço diminuí consideravelmente, que no outro dia ele sairia do coma, mas que ela já estava de alta, que podia e devia sair do hospital.
Com relutância ela vai para hotel.
Está na janela olhando para nada em especial, pensando no bebê, queria falar logo com Bernardo ver a cara de feliz, lágrimas de felicidades caem, ao contrário do que pensaria não se sentiria uma velha e boba grávida, ela se sentia feliz.
–Filha tudo bem?
–Sim mãe, amanhã Bernardo acorda e só quero ir para casa.
–O jantar chegou, vamos .
–Sim.
Na manhã seguinte ela já esta no hospital logo cedo, explicam para ela que ela poderia acordar a qualquer momento, ela fica o tempo todo segurando a mão dele, so sai para comer por causa do bebê, mas volta rápido para o seu lado.
Ela adormece segurando a mão dele, desperta com alguém chamando por ela.
–Emília. ..- ela levanta a cabeça e ele esta olhando para ela.
–Oi - ela diz quase chorando.
–Oi...desculpas.
–Não diz nada -ela passa a mão pelo rosto dele e aperta a campainha para chamar a enfermeira que chama o médico.
–Emília eu te amo.
–Eu te amo, tanto, mais tanto.
O médico chega e pede para ela sair um pouco, ela liga para mãe.
–Mãe ...ele acordou.
–Jura filha .
–Sim
–Estou indo para ir.
Alguns minutos depois o médico a chama dizendo que fora os arranhões e o braço ele esta bem, que ficará em observação por uns dias e teria alta. Ela volta para o quarto.
–Oi - ela esta parada na porta.
–Oi, vem cá - ele estica a mão para ela que pega e senta na beira da cama.
–Fiquei com tanto medo de perder você.
–Me desculpa pela briga?
–Não vamos falar disso.- ela beija de leve o seus lábios- tudo passou você esta aqui, nós estamos aqui.
–Sim estamos.- ele mal sabia que aquele “nós” era muito maior que eles dois.

Emília aproveita que ele dormiu um pouco e sai.
Marina não vê ela e entra no quarto dele, achando que ele esta em coma senta e pega em sua mão, ele sussurra o nome de Emília.
–Eu não acredito que ate neste estado você fala o nome dela, mesmo depois de tudo.
Como ela esta falando alto demais ele acorda e ela não percebe, mas as ultimas palavras dela o faz querer deixá-la pensar que ainda esta desacordado.
–Sabe Bernardo e ainda amo você acho que nunca deixei, mas nunca consegui ser de um homem só, talvez por isso a traição, depois a separação,mas mesmo assim eu tinha você quando eu cansava dos outros. Mas ai apareceu Emília Beraldini, e você mudou, me rejeitou, várias vezes, jurei me vingar- com um esforço ele consegue permanecer parado, controlado, precisava ouvir até o fim quem realmente ela era- esperei o lançamento do livro marquei todas as viagens possíveis, até pagar para chamar você eu fiz, so para te afastar dela- ela chora descontrolada- você tão bobo, eu bombardeavam seu casamento e nem percebia, mas a cartada final foi colocar as pílulas nas coisas dela sabia que você queria um filho….
Essa parte ele não aguenta, aproveita que ela ainda segura a sua mão e aperta bem forte .
–Você fez o quê. ..
–Você acordou- ela esta sorrindo.
–Estou acordado a horas, agora me conta direito que história e essa das pílulas. ..
–Pílulas não sei de nada acho que o coma ….- ela percebe que ele ouviu tudo e tenta reverter - o coma afetou..
–Marina você é louca, completamente louca, eu fui muito idiota, eu briguei com a Emília por sua causa- ele aperta a mão dela com toda a sua força - eu não quero ver você nunca mais… aqui eu...
–Eu te amo você não pode fazer isso … ai esta machucando a minha mão. ..ai
–Eu vou procurar um advogado vou tirar o meu livro da sua editora. ..você vai afundar - eles ouvem a voz de Emília chegando e ela avança sobre ele beijando a sua boca.
–Mas o que ...ela esta …- grita Emília da porta, não acreditando no que vê.
–Ele me agarrou…- mais uma vez ela tenta mentir Emília percebe que ela esta descontrolada.
–Emília ela esta louca, ela quem colocou as pílulas lá ...
–Eu já desconfiava- Ela se aproxima bem de Marina a pega pelos cabelos e a puxa para longe dele, ela começa a gritar, Emília aproxima a boca no ouvido dela e diz.
–Seu plano não deu certo, além de ele estar comigo, estou grávida, poderia fazer qualquer coisa mas vou deixar você conviver com isso uma felicidade que nunca vai ter,isso você nunca poderá mudar - ela abre a porta e a joga para fora como quem coloca o lixo pra rua.Marina começa a gritar mais ainda e tenta voltar ao quarto Emília fecha a porta e fecha os olhos até que os gritos dela para, enfim acabou.
–Vem cá- a voz dele a desperta e a acalma, ela nem se importa se é uma cama de hospital, e deita sobre ele, que a abraça bem forte.
–Não sabia que você era tão brava.
–Eu já tinha batido nela.
–É quando. - ele nem acredita no que acabou de ver, e de ouvir se fosse outra situação ele estaria rindo.
–Você ainda estava desaparecido, ela apareceu no quarto falando que eu tinha matado você. - ela chora, ele abraça .
–Me perdoa.
–Não quero mais falar sobre isso ou sobre ela, não vale a pena..- ele dá um grande beijo .
–O quê você disse ao ouvido dela?
–Que você era meu. - ah se ele soubesse.