Você me Perdoa? escrita por Storm


Capítulo 1
O Imperador Cruel.


Notas iniciais do capítulo

Apreciem a leitura, garanto que a história vale a pena.



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Ele se olha uma vez mais para se certificar de que seu uniforme de oficial estava perfeito. O Imperador detesta soldados negligentes. Mantém a cabeça alta, as costas retas, os ombros para trás. Seu andar é o retrato de força, orgulho e elegância. Com seu melhor aspecto marcial, ele entrou.

 

A reunião ainda estava acontecendo, como os guardas haviam lhe dito. Respeitosamente parou ao lado da porta, não ousando perturbá-los. O Rei e seus generais estavam curvados sobre um mapa colocado em cima da grande mesa de carvalho no meio da sala. 

 

Ninguém notou sua chegada; eles estavam ouvindo num silêncio quase religioso as ordens de Esdras. Estranhamente, ele estava sentado com suas costas para a porta.

 

— Assim está decidido. Na próxima Primavera nós atacaremos. Você Ipseus, cuida dos suprimentos. Desta vez nosso avanço não deve ser afetado pela necessidade de coletar alimento nas aldeias, como na Macedônia, Entendido?. - se virou quase imperceptivelmente para um general chamado Hesus, que imediatamente corou.

 

O soldado sorriu. A última vez que a tarefa lhe foi dada, Hesus tinha subestimado as necessidades dos homens. Era um milagre que ainda estivesse vivo. Esdras não tolera incompetência e ordenou que fosse levado para o deserto para passar uma temporada lá. 

 

— Sim, meu senhor.

 

— Você, Arcas, irá até Sócrates como meu mensageiro, e o tranquilizará sobre nossas intenções pacíficas, eu quero pegá-lo de surpresa.

 

— Como ordena.

 

— Enquanto você. - ele continuou, abordando outro. -Disfarce alguns de seus exploradores entre os comerciantes que se dirigem ao Sul, Sócrates colocou seu exército nesta passagem. Desta vez eu quero golpeá-lo pelas costas, diga a seus homens para encontrar outra estrada. Eu quero chegar até ele antes mesmo que perceba que a guerra começou.

 

Este homem não questionaria a ordem, ainda que fosse quase impossível de realizar. Uma estrada alternativa para matar Sócrates? Ele era louco. Mas questionar as ordens de Esdras era ainda mais louco que isso. 

 

Todos os generais, sempre tão arrogantes com seus homens, ouviam cada uma de suas palavras. Era ótimo de se ver, mas Esdras o Imperador não era realmente um homem comum. O Regente de Mãos de Ferro do Mundo Conhecido tinha o desejo de poder e suas habilidades estratégicas e de guerreiro eram incomparáveis.

 

— E sobre Luck? - perguntou Ipseus. Luck era o antigo governador de Portlend. Ele tinha planejado matar o Imperador, mas não conseguiu e agora estava em uma das celas mais sombrias do palácio, à espera de Esdras decidir como deveria morrer. Os outros conspiradores foram crucificados um após o outro.

 

— Ele era um general, como vocês. - disse o Rei, com uma voz tão fria que até mesmo o oficial ao lado da porta tremeu. - Quero que vocês decidam seu destino.

 

Os generais olharam uns aos outros, trêmulos. Luck travou inúmeras batalhas ao seu lado, saqueou e se embebedou com eles, ele foi realmente um deles... ainda que tivesse traído o Rei e tivesse que morrer.

 

E permanecendo em silêncio ou sugerindo uma morte rápida para traidores como ele significaria deslealdade para com o Imperador. Esdras claramente os testava.

 

Um sugeriu chicoteá-lo até a morte, mas Esdras perguntou, irritado: - Só isso?

 

Imediatamente o homem adicionou: - Publicamente, para que todos saibam o que acontece aos traidores. Mas ainda assim O Rei não parecia satisfeito.

 

Outro gritou: - Crucificá-lo, como os outros.

 

— Este não é como os outros, foi ele quem planejou tudo. Precisamos de algo especial. - disse o Rei.

 

Finalmente eles começaram a gritar todos juntos, tentando sugerir as mais dolorosas maneiras de morrer.

 

O homem ao lado da porta estava enojado. Ele poderia entender o ódio do Rei... afinal Luck tentou matá-lo. Mas os outros estavam fazendo isso a um homem que, até a semana anterior, eles consideravam quase um irmão. Finalmente concordaram em torturá-lo até a morte, em seguida, levá-lo a público e esquartejá-lo como exemplo, e Esdras finalmente parecia satisfeito.

 Bom. - ele sentenciou, e imediatamente os generais se calaram, um após o outro se curvaram e saíram.

 

— O que é Maicon?

 

A pergunta assustou o soldado, chamando sua atenção. O Imperador estava estudando os mapas e não tinha se virado para ele, mas o abordava. Ele não sabia como ele fez isso, mas mesmo durante uma discussão com seus generais, havia percebido sua presença. 

 

Ainda que não fosse novidade... Esdras sempre tinha tudo sob seu controle. 

 

"Tenha calma" - o soldado pensava. " E diga o que deve.

 

Depois de limpar sua garganta, ele lentamente se aproximou e começou. 

 

— Tenho boas notícias, meu Senhor.

 

— Bem, já não era sem tempo. - ele virou-se para enfrentá-lo. 

 

O Rei estava bonito como sempre. Seus frios olhos castanhos brilhavam em contraste com seu cabelo escuro como a noite e a armadura de couro preto, que ele vestia.

 

— Você capturou aquele miserável grupo de religiosos? - o Rei perguntou.

 

Durante os últimos meses as ruas de Estrela do Sul tinham sido invadidas por pessoas lendo discursos sobre Jesus Cristo e o quanto o Imperador era injusto por não permitir que a palavra de Deus fosse pregada. 

 

Mesmo com ameaças e investigações, seus homens não tinham descoberto nada, exceto que um grupo de jovens era responsável por essas ações. Talvez hoje as coisas pudessem mudar.

 

Maicon abaixou o olhar. 

 

— Ehm, não, meu Rei, alguém deve ter lhes dito que estávamos chegando e fugiram, mas, -acrescentou imediatamente, vendo uma perigosa raiva aparecer no rosto de Esdras. - Um não conseguiu escapar e agora está no calabouço, vivo.

 

— Então o interrogue. - disse ele, numa voz ligeiramente exasperada.

 

— É uma mulher, meu Senhor.

 

Sobrancelhas se ergueram. - Faz alguma diferença? - o Imperador perguntou, passando seus dedos por seu sedoso cabelo.

 

O oficial tremeu ao ouvir a voz gelada e incrivelmente baixa, ameaçadora. 

 

— Oh... naturalmente não, meu Rei, apenas achei que você gostaria de saber.

 

— Saber que uma única mulher paralisou meus guardas? - ele perguntou, sua voz manifestando seu desgosto. 

 

— Ela é um boa lutadora, a rua era estreita e nós não poderíamos...

 

— Saia de minha vista, antes que eu te mate. - com um movimento de sua mão Esdras despediu o Soldado que correu para fora da sala.

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Maicon encontrou-se novamente na porta do Rei, mas desta vez ele se sentiu ainda mais desconfortável. Esdras sempre punia aqueles que falhavam e a primeira punição muitas vezes era a morte.

 

O Soldado pagaria qualquer preço para dar a desagradável tarefa para qualquer outra pessoa, mas não podia. Em seguida, orando a Deus para protegê-lo, timidamente bateu.

 

— Entre. - a voz firme do Imperador ordenou.

 

Ele entrou e se se curvou.

 

— Meu Senhor - Maicon engoliu seco.

 

Esdras levantou uma sobrancelha. 

 

— Deixe-me adivinhar, a prisioneira não quer cooperar.

 

— C-como sabe...?

 

"É suficiente olhando para você, idiota." - pensou  o Rei.

 

Esdras observa- va o homem à sua frente; sua testa estava suando, sua mão nervosamente comprimia a fivela do seu cinto, seus olhos tentavam evitar os dele.

 

É lá estava aquele ridículo tremor no lado esquerdo de sua testa, que ele tinha sempre que havia algo a esconder.

 

— Eu apenas sei, mas diga-me...perguntou a ela educadamente?

 

O Soldado obrigou-se a ignorar o perverso sarcasmo transparente na voz e no olhar de aço que examinavam sua alma. 

 

— Sim, Imperador, mas quando vi que era inútil, usei métodos mais convencionais.- ele indicou o sangue em suas roupas dando a entender que a torturou. - Mas ela ainda está em silêncio.

 

Maicon tremia vendo que o sarcasmo na cara de Esdras foi se transformando em raiva. Ele viu as duas mãos fechar em punhos. O Rei fechou os olhos, inalando profundamente, em seguida, levantou e caminhou lentamente em sua direção. Ele engoliu seco, mas manteve-se firme.

 

 

Muito bem. - disse ele, finalmente, depois de um silêncio que pareceu eterno para Maicon. - Depois do jantar eu cuidarei desta mulher pessoalmente.

 

— E quanto a você, Soldado, - disse perversamente.-Séra chicoteado na frente de toda a tropa... vai ser bom para você, Saia!

 

Não confiando em sua garganta seca, o trêmulo rapaz se curvou e saiu da sala com suas pernas vacilantes. Assim, levar chicotadas nas costas seria a punição pelo seu fracasso. 

 

 

— Depois de tudo você está vivo, concerteza tem sorte. - ele sorriu. - Já a menina não terá tanta sorte, ela vai ser interrogada pelo Imperador, eu não trocaria de lugar com ela nem por todo o ouro do mundo. 


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Notas finais do capítulo

Comentem.



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