Weaken escrita por Queen Jeller, Miss Solo, Wellers


Capítulo 2
Furious and Jealous


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo pra vocês, esperamos que gostem :D



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— Eu encontrei o homem dos meus sonhos.

Depois dessa pequena e verdadeiramente inconclusiva frase, ela começa a soluçar e chorar. Eu nunca tinha a visto daquele jeito, nem quando nos vimos pela primeira vez naquela sala de interrogatório. Ela parece tão frágil agora, mais branca que o normal.

Envolvo meus braços ao redor dela e puxo-a para um abraço. Depois de algum tempo ali, coloco uma distância apenas suficiente para olha-la nos olhos, mas ela evita.

— Jane — ela continua sem olhar pra mim. Algo está errado. — Jane, olhe pra mim — então ela me encara. Seus olhos estão vermelhos, ela aparenta medo e isso me preocupa profundamente — Jane, eu estou aqui, fale comigo. Como assim você encontrou o homem dos seus sonhos? O que isso significa? — falo carinhosamente.

Ela não me responde, apenas afunda a cabeça no meu peito e sussurra algo como um — Me leve pra casa, por favor.

Então eu a solto — Espere aqui — dou um beijo demorado na sua cabeça. Saio do carro e escuto passos atrás de mim.

— Weller, tudo certo por aqui? — Me viro e vejo Tasha.

— Sim, sim — eu encaro Jane mais uma vez e agora ela esconde o rosto tentando enxugar as lágrimas — Eu apenas preciso que você tome conta por aqui, lembre-se de me avisar qualquer coisa que vocês descobrirem — falo já dando a volta no carro para entrar no lado do motorista e Tasha me segue.

— Kurt — ela fala baixinho — está tudo realmente bem? — ela acena com a cabeça para o lado do carro onde Jane está. — O que ela tem?

— Eu não sei, mas eu preciso leva-la pra casa. — Tasha não responde, apenas acena com a cabeça em concordância. Entro no carro e falo por último — Não esqueça de me avisar qualquer novidade sobre o caso, fale com alguns moradores da área, alguém tem que ter visto algo. Eu volto assim que eu puder— ela acena novamente com a cabeça e volta pra dentro do prédio falando com alguns policiais que também haviam chegado.

Percebo Jane me encarar. Mas que diabos está acontecendo?

— Kurt, eu... — ela fala com a voz embargada e eu a interrompo.

— Calma, está tudo bem, estamos indo pra casa — falo suave e lhe dou um meio sorriso. Eu preciso saber o que esta acontecendo.

O caminho até a Casa Segura foi cercado por um silêncio devastador, mas pelo menos ela tinha parado de chorar, encaro ela quando paramos no sinal e ela esta olhando algo pela janela, muito concentrada, procuro algo ou alguém pra que ela possa estar olhando e não vejo nada de especial. Talvez ela esteja apenas querendo pensar, mas não posso esconder que gostaria de saber o que passa na cabeça dela.

Eu estaciono na frente de sua casa e logo um dos seguranças aparece.

— Senhor? — Albert fala — Algo que eu possa fazer?

— Não Albert, eu apenas a trouxe para casa — falo saindo do carro e indo abrir a porta pra Jane.

— Está tudo bem? Mesmo? Ela parece... — Albert não termina e eu o interrompo.

— Sim Albert, está tudo bem, estamos entrando. — observo Jane se encaminhar para porta e abri-la, entro logo em seguida e fecho a porta — Esse é um dos motivos de eu ter contratado o Albert, sempre muito... — agora é a minha vez de ser interrompido, por Jane.

— Kurt, eu... Me deixe falar, okay? Eu... Eu tenho que te falar uma coisa — ela fala indicando para eu sentar no seu pequeno sofá e eu o faço.

— Sou todo ouvidos — falo já curioso com o que ela tem pra me falar.

Ela suspira e se senta na mesa de centro à minha frente.

— Eu vou tentar apenas falar isso e por favor me deixe falar. Se não for agora eu não sei se consigo mais — ela suspira novamente — Ontem, depois que eu deixei a frente do seu apartamento, eu estava caminhando calmamente de volta pra casa quando alguns homens me surpreenderam, e... Eles eram muito fortes, eu não conseguia me livrar deles. — ela faz uma pausa e eu cerro os punhos pensando no que pode ter acontecido com ela e começo a procurar com os olhos, machucados nela, mas não acho nenhum. Ela continua — Então eles me levaram a algum local e me amarraram deitada... E quando eles tiraram o que tampava meu rosto... — ela faz mais uma pausa e engole seco — Carter estava lá. — eu sabia! Sabia, só poderia ter sido algo envolvendo aquele... Eu puxo os braços dela pra olhar seus punhos e eles estão apenas um pouco vermelhos. Como eu não percebi antes?

Ela se levanta e começa a andar pela sala e eu a sigo com o olhar — Ele me fez perguntas sobre quem eu era e por que eu havia sido enviada para o FBI... E depois de eu responder que apesar de tudo eu não sabia nenhuma das respostas, ele...ele tirou uma broca — nesse momento eu a viro pra mim e a olho nos seus olhos.

— Jane, eu sinto muito, mas por que você não me contou isso antes? — eu a encaro.

— Deixe-me falar! — ela exclama nervosa e se senta no sofá— não foi apenas isso.

— Continue — eu tinha medo onde essa história poderia dar, mas ela aparentemente não tinha nenhum machucado.

— Carter não chegou a usar a broca porque alguem chegou atirando e ele teve que conferir o que estava havendo, então algum tempo depois ele estava morto em uma das colunas do prédio — ela conclui.

— Você viu quem atirou nele, Jane? — eu a pergunto.

— A primeiro momento eu não o reconheci, mas eu lembrei dele, eu lembrei dos meus sonhos e das minhas memórias. Oscar, esse é o nome dele, ele me mostrou um video — ela fala e eu engasgo, como assim? Outro cara das memórias dela? Mas não eram apenas memórias, eram sonhos.

— Que vídeo? — a pergunto.

Ela suspira e me responde — Um video da minha antiga eu. Eu ou ela tinha cabelos grandes e parecia tão... Firme. Ela falava que todo o plano de apagar minha memória, tatuar todo meu corpo, me enviar pra você... — ela pela primeira vez me encarava, seus olhos estavam cheios de lágrimas e aquele seus olhos verdes sempre intensos agora estavam cansados — Foi tudo meu plano, ela disse que essa era minha missão — uma lágrima cai do seu olho e em seguida mais outra e outra. Eu não posso acreditar no que eu estou ouvindo.

— Tudo isso, tudo que está acontecendo... Esse é o seu plano? É isso que você esta me dizendo? — falo com raiva mas ainda mantendo o tom.

— Não Kurt, não. É o plano dela, a outra, não meu. Eu não... Eu não me lembro de nada — ela agora se aproxima de mim e eu me afasto. Como isso pode ser verdade?

— Kurt, você tem que acreditar em mim — ela pede e eu com raiva sinto uma vontade enorme de socar algo.

— Não, Jane eu não sei se... — eu não consigo terminar e ela tenta se aproximar mais uma vez, eu contínuo me afastando — o que você espera de mim, o que você espera que eu diga agora? Você está me dizendo que me escolheu, dentre tantos outros você me escolheu. Quer dizer que eu faço parte do seu plano, da sua missão... — eu não posso acreditar que isso está realmente acontecendo. Eu sempre sou aquele que dita o que acontece e agora é ela quem está ditando como eu estou me sentindo, eu faço parte do seu plano.

Ela me encara chorando e sussurra meu nome — por favor, tente me entender. Eu não sei quem eu era antes ou por quê eu escolhi você, mas eu não sou mais aquela pessoa. Você me conhece — ela tenta tocar meu peito e eu seguro seu braço.

— Não Jane, eu não sei mais se eu te conheço. O que acontece quando você lembrar de tudo? Do seu plano? — falo sorrindo sem humor — você quem diz o que vai acontecer? Eu não... Eu não posso — eu sinto vontade de sair, sair daquele espaço minúsculo que ela colocou entre mim e ela. Seu corpo está tão junto ao meu, seu olhos grandes pedem para que eu entenda... Mas ela também tem que entender o meu lado — Eu... Eu preciso de algum tempo para absorver tudo isso e depois decidir o que eu vou fazer. Me afasto dela e caminho até o sofá — Como assim? Oscar, sonhos, memórias, por que você nunca me falou dele? Que tipo de "sonhos" você teve com ele? — certo, isso soou um pouco mais ciumento do que "preocupado com o que fazer" mas o que eu posso fazer? Tudo que eu quero é socar algo, algo que eu possa quebrar. Oscar, Oscar. Esse nome repete na minha cabeça.

Ela senta ao meu lado e eu me sinto forçado a olha-la.

— Kurt...não é desse jeito que você pensa. — ela procura meus olhos e eu caminho até sua cozinha.

— Não Jane, você não sabe o jeito que eu estou pensando. — numa explosão eu soco a mesa da cozinha e ela se assusta do sofá.

— Kurt! Não haja como uma criança, não é momento para ciúmes — ela caminha até mim, brava. Afinal, como ela espera que eu me sinta?

— Eu não estou com...ciúmes, Jane — eu engulo seco e talvez meu olhar tenha entregue que eu estou mentindo. — O que mais aconteceu entre vocês nesse encontro? — cruzo os braços tentando manter uma linha.

— Não tivemos tempo para algo além disso, Kurt. Ele apenas me mostrou o vídeo e disse que explicaria tudo um outro momento — ela falou um pouco mais séria.

— Certo, então vocês marcaram de se encontrar novamente? Que ótimo. — sorrio irônico e caminho pra sala.

— Acontece que eu não tive muita escolha Kurt, ele é o único que pode ter informações de quem eu era e por quê eu fiz isso tudo. — ela fala com mais raiva — Eu acho que mereço saber essa historia até o fim.

— Onde está aquela Jane que tinha medo de descobrir quem era antes de tudo? — eu pergunto a encarando.

— Onde está o Kurt que me falou que não importasse quem eu era ou o que tinha feito, eu era uma pessoa boa? —ela questiona com a voz embargada e eu percebo que exagerei, mas em minha defesa... Ela tem que entender como eu me sinto, tudo está começando a dar certo entre eu e ela. Eu finalmente tinha certeza que o que eu estava fazendo era o certo...e então esse Oscar aparece, tendo uma relação tão forte com a antiga Jane. É mais do que eu posso suportar.

Eu não respondi sua indagação, então ela sentou-se em uma das cadeiras e apoiou os cotovelos sobre a mesa e as mãos sobre o rosto. Ela aparentava cansaço e estava estressada, mas eu ainda tinha minhas dúvidas.

— Quando eu tive esse sonho decidi conta-lo ao Dr. Borden, mas dep—

— Você decidiu contar ao Dr. Borden em vez de me contar? — a interrompo e ela me encara seriamente. O olhar dela era uma mistura de raiva, com cansaço e muita tristeza.

— Eu não sabia como você reagiria, por isso recorri à ele. — ela faz uma pausa. — Mas agora acho que fiz certo não ter te contado, olhe para seu estado.

Mais uma vez não a respondo. Vou até a sala e pego minha jaqueta que deixei em cima do sofá.

— Eu preciso sair. — digo para ela que estava encostada na porta da cozinha, me encaminhando até a porta.  

Agora foi a vez dela de não me responder. Ela apenas me observou sair, com seus lindos olhos sobre mim.


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Notas finais do capítulo

Bom galera, esse foi o nosso segundo capitulo e como vocês leram...muita tensão entre o nosso querido casal, mas um pouco de calma. Aquele comentário é sempre bem vindo, críticas, elogios, estamos abertas as opiniões de vocês. Beijos e até a próxima semana! :)



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