Narrativa: Autora 

"Hey! Por que o Akashi-sama está andando sempre com a novata?!" 

"Eles estão tendo algum caso?" 

"Que inveja do Presidente! Ter uma garota linda como ela!" 

"Como ele consegue ficar próximo dela?!" 

Comentários de todos os tipos circulavam pelos corredores do colégio Rakuzan que amanheceu, o mês de Junho, com a repentina aproximação de Yuuki Hikari de Akashi Seijuurou, que passavam todo o tempo com a companhia um do outro. Sem saberem o motivo deste fato, muitos olhavam com desprezo para ambos mais inteligentes do colégio, causando mais irritação a Hikari do que ter a presença do ruivo. 

Flash Back On 

Akashi e o resto do time permaneciam no vestiário trocando de roupa para mais um treino, enquanto Hikari já permanecia na quadra treinando desta vez, seus dribles, tendo o suor escorrendo por eu rosto, dá uma pausa para beber um gole de água da garrafa que deixara no chão, próximo a porta do ginásio. 

—Cansei... — Comenta a si mesma, sentando-se ali mesmo para retomar as energias. Estava com a respiração ofegante, aguardando os rapazes a começarem o treino entre eles no silêncio que fora quebrado por uma voz: 

—Você está bem Yuuki-san? — A voz era de seu professor que ajoelhava-se ao seu lado, olhando-a fixamente em seus olhos que mantinham-se frios e sérios ao vê-lo. 

—Sim — Recebendo uma resposta seca, o professor ameaça tocar em seu rosto, recebendo um tapa em sua mão — Não me rele. 

—Nossa... Este perseguidor mudou você... — Ele em um rápido ato coloca sua mão em sua coxa da garota que ameaçava gritar, impedindo-a tampando sua boca com sua outra mão — Coitada... Vou lhe ajudar com isso, tudo bem? Vou lhe levar para casa hoje — Ao dizer estas palavras, levanta-se e retira-se do ginásio, deixando a garota desesperada. 

—Yuu-chan? Aconteceu alguma coisa? — Reo pergunta ao voltar do vestiário junto aos outros, vendo a garota abraçando suas próprias pernas com olhares mortos. 

—Estou bem... — Ao respondê-lo, pega seu celular e manda uma mensagem a uma pessoa de confiança: "Me ajuda... Estou com medo...". Mantendo-se quieta no mesmo lugar, vendo os jogadores treinarem, aguardava a pessoa que recebera a mensagem. 

—Hey... Aconteceu alguma coisa com a Yuu-chan? — Reo perguntava para o restante do time durante a pausa, tendo todos secando-se com as toalhas seus suores e bebiam água de suas garrafas — Já fazem mais de duas horas que ela está ali, apenas assistindo-nos... Isto não é do feitio dela... 

—Talvez ela esteja com dores, você sabe, ela ainda é uma garota — Kotarou comenta, recebendo a negação e os olhares sérios de Akashi: 

—Não, não é isto — Ao pronunciar estas palavras, escuta a suas costas, alguém adentrar correndo no ginásio procurando pela Hikari: 

—Capitã! — Ao virar-se para ver o dono da voz, vê um rapaz mais alto que 1,70 de cabelos curtos e platinados com olhos verdes fortes que demonstravam preocupação, vestido com o uniforme do colégio que não era da região: Seirin. 

—Tsubaki! — Hikari exclama ao vê-lo, levantando-se para rapidamente aconchegar-se em seu abraço. Recebendo a retribuição do rapaz que permanecia encharcado de suor e com a respiração ofegante, dando indícios que viera correndo do aeroporto. 

—O que houve? — Ele vai diretamente ao assunto, recebendo os olhares medrosos de sua Capitã que apenas o puxou para fora do ginásio e pediu-o para levá-la para casa — Surpreendi-me ao receber sua mensagem, não expliquei nem a minha irmãzinha que viria aqui. 

—Desculpe-me... Mas é que... — Antes mesmo que ela pudesse responder, Tsubaki interrompe-a: 

—Já entendi a situação — Ele sentia a presença de alguém, mas não conseguia identificar onde o homem escondia-se na escuridão daquela noite — Vamos apressar nosso passo — Ele diz puxando-a de leve, aumentando a velocidade do caminhar para analisar se a pessoa em que seguia-os faria o mesmo. Acertando nas palavras, ele convida-a para correr e virando vários quarteirões aleatoriamente para despistar o perseguidor. 

—É aqui — Hikari diz apontando ao seu apartamento no terceiro andar. 

—Parece que subestimei o perseguidor — Tsubaki comenta ao ver o perseguidor a frente do prédio onde a garota morava. Abraçando-a pela cintura, caminham calmamente e mantendo a postura sobem as escadas e vão sem problemas ao apartamento dela. Enquanto o perseguidor fitava ambos com olhares paranoicos, não gostando nem um pouco da situação — Desde quando você está nesta situação? — Tsubaki pergunta fitando-a sério, porém, demonstrando preocupação com a garota que mantinha-se sentada no sofá, após trancar a porta de sua residência. 

—Um mês... 

—Um mês?! Yuuki, por que não ligou para a polícia? — Pergunta inconformado com as escolhas que sua Capitã tomara, sempre acreditando que ela tomava as decisões mais corretas. 

—Eu liguei... Eu fui a delegacia... Mas não acreditaram em mim... — Ela não continha as lágrimas, estava totalmente assustada, não queria que aquilo estivesse ocorrendo a ela. Tsubaki não aguantava vê-la daquela forma, aconchegava-a novamente em um abraço forte. 

O rapaz passara sua noite no apartamento da garota, dormindo no sofá, e logo no amanhecer, pegaria o primeiro voo para regressar a Tóquio. Hikari agradece-o pela ajuda e por aquela noite, que pudera dormir normalmente, sem receber nenhuma mensagem em seu celular. 

Enquanto o rapaz ia em direção ao aeroporto, a garota caminhava em direção ao colégio. Sendo sempre uma das primeiras a chegar no colégio, permanece em sua carteira lendo um livro até o começo de suas aulas. O sinal ressoa e dá início as aulas, que prosseguiu normalmente até o momento em que o diretor bate na porta e anuncia: 

—Yuuki Hikari-san? — Ele pergunta, recebendo a atenção da mesma — Acabaram de ligar-me e pediram que avisasse-a sobre seu colega Yuzuki Tsubaki-kun— Ela surpreende-se ao escutar o nome do seu colega que fazia poucas horas que ele saíra de sua companhia, enquanto as garotas de sua sala cochichavam entre elas sobre o modelo — A irmã dele pediu para avisa-la que ele sofreu um acidente de carro. 

Sem pensar duas vezes, levanta rapidamente, arruma seu material e retira-se da sala sem a permissão dos superiores, ignorando suas palavras. Liga ao seu motorista particular dizendo ser uma emergência para rapidamente virem, liga a irmã de Tsubaki para confirmar o hospital onde ele estaria internado e reserva uma passagem do próximo voo para Tóquio. Demorando mais de duas horas para conseguir pousar em seu destino, onde pega um táxi para o hospital. 

—Yuzuki Tsubaki, por favor — Pede a recepcionista que rapidamente indicou-lhe seu quarto, sem cerimônia apressa—se para ir a companhia do rapaz. Bate algumas vezes na porta e adentra o quarto, com a presença de seus pais e sua irmã mais velha— É bom revê-los — Cumprimentando-os, logo indo ao lado de Tsubaki que ainda mantinha-se inconsciente — Desculpe-me... 

—Fora apenas um acidente... — Dizia Makoto, sua irmã que havia as mesmas características que seu irmão, com a exceção de seu cabelo que são longos e escuros. Ela dizer estas palavras faziam-na sentir mais culpada do que já sentia, pois no fundo, sentia uma enorme culpa pelo ocorrido. 

—Hum... — Tsubaki resmunga ao abrir com dificuldade seus olhos, fazendo todas da sala alegrarem-se com seu despertar. "Como você está se sentindo?", "Está sentindo alguma dor?", "Você irá melhorar logo" eram as coisas que diziam-lhe, mas sem responder a nenhuma destas perguntas, diz — O médico disse que não houve nada de grave, apenas alguns arranhões. Mas terei de permanecer por alguns dias para exame e mais observações. 

—Mas você vai conseguir se recuperar até o começo dos jogos? — Makoto pergunta, sabendo que ele estava ansioso para participar das eliminatórias para a InterHigh. 

—Vou sim, não se preocupe irmãzinha — Ele responde com a voz fraca, roubando um sorriso de seus pais e de sua irmã — Irmãzinha... Pai, mãe... Podem-me deixar a sós com a Yuuki? — Recebendo um "Claro" dos três, mantém apenas os dois no quarto — Eu não contei a ninguém sobre ontem a noite... 

—Perdoe-me Tsubaki, eu... — Hikari pedia, sendo rapidamente interrompida: 

—Por favor, não diga nada a Makoto... Ela pensa que melhorarei até o começo dos jogos, mas não é verdade... — Ele diz com um sorriso de canto — Os médicos disseram-me que fraturei meu braço esquerdo e que não dará tempo de eu retornar antes das férias de verão. 

—Por favor... Para... — Hikari não aguentava escutar aquelas palavras, já não bastando a culpa que tanto sentia. 

—E mais uma coisa... — Ele continua — Não fora um acidente...  

—Como? 

—Eu estava caminhando em direção ao aeroporto, faltando apenas alguns quarteirões para chegar, o sinal havia fechado para os pedestres, e foi neste momento que senti alguém empurrando-me para a rua — Aquelas palavras já haviam sido o suficiente para faze-la entender a situação em que ela envolveu-o, deixando que as lágrimas escorressem e as únicas palavras que conseguia lhe dizer eram desculpas. 

Hikari teve de retornar naquela mesma noite, chegando próximo das 22h  em seu apartamento, já estando cansada daquele dia, avista um bilhete colado em sua porta: "Achou divertido?". Não aguentava mais sua rotina de ser perseguida, ter de passar medo em todos os lugares, até mesmo em sua casa; ela apenas tira o bilhete e o amaça, jogando o prédio abaixo e logo entra em sua casa para tentar descansar para o próximo dia. 

Fora como o de costume, fora ao colégio que para sua surpresa, o professor havia faltado, fazendo-a admitir a si mesma que adorou aquela manhã e tarde sem ele. Passou o dia todo pouco mais animada, esquecendo-se por um tempo de seu medo e aproveitou-se para desafiar Akashi novamente — que acabou perdendo novamente no basquete com sua frase: "Desisto". 

Caminhava sem preocupações de volta a sua residência, sem ter nenhum sentimento de alguém que a seguia ou os calafrios, mas todos estes sentimentos veio à tona quando pisou em seu apartamento. 

—Gostou? — A voz do homem ressoava pelo apartamento escuro, logo após o som da porta sendo fechada atrás de si. Hikari paralisou-se, não conseguindo mover nenhum de seus músculos ou mesmo soltar um grito por ajuda, apenas deixou que o desespero a consumisse e as lágrimas correrem por seu rosto — Gostou de ver seu amigo em uma cama de hospital? 

Ele aproximava dela, dando-lhe um abraço por trás, sussurrando em seus ouvidos palavras ameaçadoras, caminha calmamente ao quarto da garota. Jogando-a na cama com força, onde ela imediatamente sentara e encostara na parede, vendo-o aproximar-se dela. 

—Não precisa ficar com medo — Ela tentava afastar-se o máximo possível de seu rosto, dando desgosto ao homem a sua frente que já não fitava com olhares pervertidos, fitava-a com olhares paranoicos e em um rápido ato, encurrala-a na parede. 

Narrativa: Akashi 

Reo não era o único a achar que Hikari estava agindo estranho, sendo que eu era o único a ter a certeza de que ela havia realmente mudado, principalmente ao ver um dos Irmãos Yuzuki adentrar no ginásio as pressas procurando pela garota. 

—Continuem o treinamento por mais alguns minutos e encerraremos por hoje — Digo aos outros, indo em direção ao vestiário para trocar de roupa. 

—Está preocupado com a Yuu-chan? — Reo pergunta-me, recebendo apenas meu silêncio como resposta. 

Após vestir meu uniforme novamente, já havia ligado ao meu motorista para que viesse um pouco antecipado com condições limitadas, vou em direção ao carro simples ao meu olhar e aconchego-me, logo pedindo ao meu motorista que seguisse o determinado endereço. Eu havia descoberto o endereço de Hikari ao responsabilizar-me por ela no dia de seu desmaio, onde os médicos deram-me todas as informações que eu necessitava; chegando em frente do prédio da garota, mando-o estacionar ali mesmo e manter-se quieto. 

Aguardei o homem para certificar-me do que eu havia visto no ginásio: o professor responsável por minha sala agachado ao lado de Hikari, admitindo que não consegui escutar o que diziam, porém, utilizando o Olho do Imperador, prever seus futuros movimentos eram fáceis. De apenas lembrar daquela cena de ambos no ginásio, a raiva subia a cabeça. 

—Parece que eu acertei — O professor aguardava Tsubaki e Hikari em frente do prédio, sem perceber minha presença. Após ter minha certeza, ordenei que levasse a minha residência. 

O dia amanheceu normalmente, com a exceção da falta do professor, fazendo com que o diretor substituísse-o durante todas as aulas. Após dias que não recebendo um desafio da garota, neste dia recebi e que acabou perdendo como o de costume.  

—Até amanhã! — Despedia-se de todos do grupo, com a exceção de mim que fitara fria e séria, dando as costas e logo retirando-se. 

Sem despedir-me do time, aconchego-me na limousine e novamente, vou a frente do prédio de Hikari. Causava-me estranheza, vendo que até mesmo ela havia estranhado o carro como esta em frente ao seu prédio, enquanto não havia sinais da presença de meu professor. 

—Isto está estranho... — Murmurava, perdendo a calma, vendo-a adentrar em seu apartamento. Espere um momento...! — Ligue para a polícia — Ordeno enquanto eu saía do carro, correndo ao apartamento da garota sem hesitar. Abro a porta sem esforços por estar destrancada e não perco tempo em outros cômodos, vou diretamente ao quarto da garota, espantando-me com a cena que via: o professor estava com suas mãos no pescoço de Hikari, que já quase perdia sua consciência. Admitirei que ver aquela cena, não com contive-me, meus olhares de espanto tornaram-se sanguinários e não medi esforços para o ato. 

—Akash... — Antes mesmo que ele pudesse pronunciar meu sobrenome, dei-lhe um soco em seu rosto, fazendo-o solta-la e cair no chão. Ele colocava sua mão sobre a pancada e fita-me, levantando-se rapidamente com os punhos erguidos para dar-me um soco; que foi facilmente desviada e dou-lhe outro. 

—Você está preso — Digo, vendo os policiais adentrarem o cômodo para logo imobilizarem e prenderem-no. Enquanto eu direciono a garota que permanecia deitada em sua cama com olhos e o rosto vermelhos por causa das lágrimas, pego-a em meu colo e retiro-me do apartamento. 

—Como... Como você sabia...? — Ela perguntava-me com a voz fraca, recebendo minha atenção — Eu não... Havia dito... 

—Eu vi — Respondo-a sinceramente. Sabendo que se ela não estivesse naquelas situações, estaria surpresa com estas palavras e que tentaria disfarçar com uma risada. Suas ações, noites mal dormidas por um mês, não seriam normais a uma garota como ela; principalmente seu olhar de medo e desprezo ao ver o professor de nossa sala que fazia de tudo para ficar próximo a ela, e o que mais intrigava-me eram as mensagem que ele deixava sob sua carteira todos os dias com palavras ridículas e desprezíveis tentando elogia-la — Não se preocupe, levarei você a um hospital e... 

—Yuuki! — Sem ao menos poder terminar minha fala, surpreendo-me com o rapaz alto de cabelos esverdeados que aproximava-se as pressas de nós. 

—Shinta... — Ela dizia ao vê-lo, deixando que as lágrimas tomassem conta novamente. 

—Shintarou — Digo ao vê-lo, recebendo apenas olhares de desgosto sobre mim, entrego a garota no colo do outro e despeço-me, mas antes que eu pudesse adentrar novamente em minha limousine e deixar o caso com as autoridades, escuto Shintarou: 

—Obrigado — Nunca pensara que escutaria estas palavras vindo dele, ou mesmo de Hikari em seu colo, que com um sorriso fez-me ler seus lábios. 

Passando-se algumas semanas, já próximos aos torneios finais das eliminatórias para o começo da InterHigh, fazendo-se muitos dias que Hikari não frequentava a aula, que já não era dada por aquele professor e sim, por uma professora. Mas, em um dos dias em que fazíamos um pequeno jogo entre nós titulares, sou surpreendidos pela fala da garota que acabara de entrar na quadra: 

—Cheguei, Ak...Akashi...sa...ma — Hikari dizia corada de vergonha.

Flash Back Off