One last Dance and One last song escrita por Bella


Capítulo 3
Don't look in his eyes


Notas iniciais do capítulo

;)



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Pov Austin (7 anos antes)

Podem me chamar de idiota. Eu estou repetindo sem sessar a palavra “otário”  na minha cabeça e irei continuar até me convencer que fui rude o suficiente comigo mesmo.

− Vamos lá Austin! Até parece que nunca viu uma garota na vida antes. – Griffin ria e dava leves tapas nas minhas costas enquanto terminava sua Coca. Imbecil.

Ok, talvez ele tenha razão. Afinal, que tipo de cara em seus 16 anos iria ter medo de falar com a vizinha nova?  EU!

Desde que Alexa, a linda garota, com longos cabelos negros e olhos escuros como a noite se mudou para a casa ao lado da minha há exatamente 2 meses, eu a fico observando andar de skate na calçada pela minha janela. Griffin, meu melhor amigo acha um absurdo eu ficar desse jeito besta por causa de uma menina. Qual é! Caras também tem o direito de serem inseguros.

− Então mané! Vai amarelar de novo? Você ta na cola dela faz muito tempo. E eu já fiquei cansado dessa novelinha, vai falar com ela! – Griffin levantou da minha cama, andou até a porta do quarto a abriu e apontou para fora me olhando como se estivesse dizendo “Ou você vai, ou eu te arrasto!”.

− Não é tão simples seu abestado. – exclamei revirando os olhos. Desde quando eu sou tão inseguro?! Arrg!

− Lógico que é! Bora, eu mesmo vou dar um jeito nisso. – Griffin colocou a Coca na minha escrivaninha e andou para fora do quarto.

− Hey! Onde você vai? – perguntei correndo para alcança-lo.

Quando cheguei à escada, ele já estava saindo para fora de casa. Droga! Se ele fizer qualquer merda, eu juro que vou arrancar os dentes daquela maldita boca. Griffin sempre foi um pouco esnobe e admito, um pouco metido. Porém é uma boa pessoa...pelo menos era o que eu achava.

Escorreguei pelo corrimão da escada e praticamente voei pela porta da frente. Meus olhos vagaram desesperados pela rua procurando Griffin. O avistei a poucos metros de Alexa, que fazia manobras invejáveis com seu skate verde.

Griffin viu que já o estava alcançando, deu seu melhor sorriso convencido e andou em direção a Alexa. Não costumo rezar muito, porém nunca pedi tanto a Deus para impedir meu amigo-cabeça-oca de fazer alguma bobagem.

Tentei chegar a tempo de impedi-lo, mas quando me dei conta, ele já estava bem próximo de Alexa. Parei de correr e somente observei em pânico o que poderia vir a seguir.

Alexa estava de costas para Griffin, ele aproveitou sua distração e passou ao seu lado, passando seu pé direito por baixo da roda do skate da linda morena. Ela perdeu o equilíbrio e caiu sentada  no jardim ao lado da calçada cimentada. Não pareceu ter doído muito pela expressão em seu rosto, mas não senti que foi agradável.

Fiz minhas pernas se moverem e corri até ela. Olhei para cima e vi Griffin acenando com um pequeno sorriso irônico, sua boca se moveu como se dissesse “De nada”, ele virou e seguiu em direção a sua casa. Imbecil.

Voltei minha atenção para a garota sentada aos meus pés, tomei uma atitude e agachei ao seu lado.

− Você ta bem? – perguntei a analisando. Alexa levantou seu olhar para mim e...wow! Ela é ainda mais bonita de perto.

− Acho que sim. O que foi aquilo? – ela perguntou enquanto eu a ajudava a se levantar pegando seus longos delicados dedos entre minhas mãos.

− Não ligue, ele é um idiota.

Ela limpou as graminhas presas em seus shorts branco, pegou seu skate do chão e voltou a me encarar. Seria um eufemismo dizer que seus olhos são somente belos. E como diabos eu sei o que é um “Eufemismo”?

Ela deu um sorriso caloroso para mim.

− Obrigada. Eu sou Alexa. – se apresentou estendendo a mão. Devo estar sorrindo como um completo abestado.

− Sou Austin. – disse pegando sua mão mais uma vez.

Pov Ally ( Hoje)

Nesse exato momento estou pensando em como matar a Lara. Como é que é?!

Trish continuava a me encarar esperando uma resposta, ainda estava estendendo o tal contrato para mim, mas eu não lembrava como se movia meus membros. Austin Moon? Coreografa? É alguma pegadinha do **programa da Ellen?

Comecei a rir de um jeito totalmente esquisito e com certeza nada atraente.

− Haha! Ta bom. Qual é a piada? – perguntei rindo. Trish levantou uma sobrancelha enquanto eu dava meu tique nervoso.

− Piada? Minha filha nesse momento eu estou com dois caras que, digamos, não possuem a virtude da paciência, me esperando. Eles estão considerando a ideia de cancelar a turnê devido a falta de coreografo. Teríamos de cancelar milhares de shows, devolver o dinheiro de cerca de 200 milhões de fãs que já compraram o ingresso, demitir todo o pessoal da produção, dispensar os dançarinos e os músicos sem contar a humilhação que o Austin iria enfrentar quando a mídia ficasse sabendo disso. E você chama isso de piada? – ela disse de novo tudo rápido demais, parou um pouco e respirou fundo. Voltou sua atenção para mim e sorriu simpática. – Agora , faça a minha vida de empresária mais fácil, e assine isso!

Depois de ouvir todas essas revelações, meu queixo caiu. Isso só pode ser um engano, Lara deve ter confundido alguma coisa. Não e possível que ela tenha pensado que eu, Ally Dawson, teria capacidade psicológica para ser a coreografa de um astro pop. De novo, maluquice! E afinal que tipo de empresa musical  contrata qualquer pessoa para um tipo de trabalho assim?! O desespero deve ser enorme.

O toque de um celular me fez voltar para a realidade, Trish pegou rapidamente o aparelho de dentro do bolso de sua saia com estampas de onça...leopardo talvez.

− Diga. Sim, é, é, já! Austin Moon não grite comigo, não lhe dei esse direito! Ok, está desculpado. Agora?! Ah, diga para o velho que eu mandei ele enfiar esse prazo no...TA! Já estou indo! – ela encerrou a ligação, sem dar chance a, pelo o que entendi, Austin Moon, de responder de volta. – Você vem comigo!

Novamente Trish pegou meu braço e voltou a me arrastar pelo prédio chique e enorme. O que uma pessoa racional faria: se recusaria a ir, exigiria mais explicações sobre toda essa confusão inclusive sobre esse tal contrato e se manteria firme. O que eu fiz? Me deixei levar pela pequena morena, pois eu não sabia como recusar depois de dois homens de terno altos e aparentemente importantes, terem se juntado a nós.

− Essa é a coreografa? – o moreno alto perguntou enquanto me encarava com seus olhos verdes penetrantes, esboçando um sorriso de dentes perfeitos. Seu olhar me analisava como se estivesse vendo uma exibição extremamente engraçada. – Você se superou dessa vez Triska!

− Cale a boca Robbert! E se me chamar de Triska de novo, vou fazer seus dentes ridiculamente brancos pararem no seu sistema digestivo. – Trish respondeu irritada, nunca soltando meu braço.

− Olhe, ela acordou de bom-humor hoje Rob! Pelo menos dessa vez você terminou com sua roupa limpa. – o outro moreno, com cabelo mais bagunçado e olhos âmbar ria enquanto brincava com os cachos de Trish. Deus, todos os homens que trabalham nesse meio são lindos assim? Porque os dois pareciam ter saído de uma revista de modelos.

− Eu sinceramente sinto uma enorme pena da mãe de vocês, imagino como deve ter sido difícil ter dado a luz a duas pestes insuportáveis ao mesmo tempo! – ela parecia estar bem irritada. Ah, então os dois são gêmeos? Afrodite abençoou esses dois com toda a sua glória.

Chegamos a um estacionamento enorme, o sol de Los Angeles brilhava majestosamente nos cerca de 15 carros que poderiam pagar os custos de um pequeno país da África, pareciam custar uma fortuna.

Paramos em frente a um luxuoso carro preto, não consegui identificar a marca, na verdade não conheço marca de carro nenhum...nunca fiz teste de direção.

Fui jogada para dentro, no banco de trás, Trish se juntou a mim enquanto digitava rapidamente algo em seu Iphone. Preciso me lembrar de nunca usar meu modesto celular, que ainda possuía botões, perto dessas pessoas. Espera, quem disse que vou vê-los de novo? Afinal, por que eu ainda não dei o fora enquanto ainda tenho tempo?!

Robbert e seu irmão foram no banco da frente, o irmão o qual ainda não sabia o nome tomou seu lugar no bando do motorista, ligando rapidamente o carro e saindo em alta velocidade do estacionamento.

− 500 dólares. – Robbert disse enquanto ligava o rádio.

− Sério? Que tal 800 dólares? – disse o outro irmão rindo animadamente.

− Fechado! A propósito, dessa vez vou dar um voto de confiança, ela parece durona. – Robbert sorriu para mim olhando para trás. Como é que é?!

− Há! Nunca ganhei uma aposta tão facilmente.

Minha curiosidade falou mais alto, olhei para Trish que ainda mantinha os olhos fixos na tela do celular.

− O que eles estão fazendo? – sussurrei para ela.

− Apostando se você vai conseguir não pedir demissão chorando. – ela respondeu calmamente ainda digitando.

Engoli um seco e arregalei os olhos. Pedir demissão chorando? Como assim? Será que esse trabalho envolve algo de resistência física? Será que eu vou acabar com o tornozelo quebrado como a Lara, quando tentou provar ao professor de dança contemporânea suas habilidades com saltos elaborados. Será que vão me fazer levantar pesos? Será que seria muito precipitado da minha parte me jogar do carro, talvez não haja muitos danos...

− A última coreografa pediu demissão por mímica, lembra disso Troy? Ela mal conseguia falar por conta dos soluços. – Robbert parecia achar engraçada essa história. Eu estava quase vomitando por conta do nervosismo.

O resto do caminho foi repleto de histórias dos irmãos de coreógrafos que saíram chorando, gritando e até quebrando vasos no processo. Não sei se eles sabiam, mas eu podia ouvir tudo, e definitivamente nem Robbert, nem Troy estavam ajudando. Tive de tampar os ouvidos algumas vezes, pois não sou obrigada a ouvir detalhes de como encontraram esse tal de Austin na cama com alguma dançarina. Pelo jeito, todas foram demitidas.

O carro parou na frente de, julgo ser o prédio mais luxuoso que já vi. Havia um caminho cimentado levando a enorme porta, em volta havia grama perfeitamente aparada. Havia uma placa no topo do prédio que dizia “L.A MUSIC STUDIO” , o prédio por fora era revestido de espelhos pretos, impecavelmente limpos. Alguém tem um saquinho de papel? Eu vou vomitar.

− Vamos. – exclamou Trish guardando pela primeira vez o celular de volta no bolso da saia. – Austin está nos esperando.

Saímos todos do carro, meus joelhos estavam tremendo e minhas mãos estavam geladas...acho que eu deveria ter tomado café da manhã, pressão baixa é o que menos preciso no momento. Ficamos todos de pé um do lado do outro.

− Tenta não olhar muito nos olhos dele, ajuda um pouco. – Troy disse enquanto colocava um chiclete em sua boca.

− E quanto menos você falar melhor, ah, e nunca diga “não” se quiser sair de lá com seu psicológico intacto. – Robbert sorria tranquilamente.

Achei que iria desmaiar, mas vendo que eu não iria sai do lugar, Troy e Robbert pegaram meus braços e me levaram para dentro.

Continua...


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Notas finais do capítulo

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