One last Dance and One last song escrita por Bella


Capítulo 2
Really?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!! Voltei! Com um capítulo novinho em folha ;)
Muito obrigada May Cameron por favoritar a história! E obrigada Percabeth por comentar :3 vocês são uns amores!
Boa leitura ♥



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Pov Ally

− Muito bem gente! Chega de moleza e silêncio! – exclamava Jack, meu professor de dança contemporânea. Todos os alunos formaram um círculo em volta dele na grande sala espelhada. – Eu espero que vocês tenham ensaiado a dança que eu passei semana passada, lembrem-se de que a dança contemporânea também usa as leis da física, como a gravidade, força e peso do corpo a favor do movimento. E como vocês já devem ter notado, regras e padrões passam bem longe desse tipo de dança. Expressem sua individualidade! Usem o espaço a sua volta, sintam cada passo!

Eu ouvia com atenção o alto professor de 27 anos. Jack é moreno e forte devido a prática da dança, o que claramente resulta em suspiros e olhares abobados das universitárias. Sim, eu admito que ele é bonito, mas preciso aprender á dançar e não a fingir que não consigo fazer determinado passo dez vezes só pra ter sua atenção como 95% das alunas fazem.

− Eu poderia mostrar a ele como eu sinto cada passo se dançássemos juntos. – sussurrou Lara para mim.

Ri das falhas investidas que ela tenta com ele. Lara acha um absurdo ter 21 anos e ainda não ter desencalhado. Mas tenho a leve impressão de que Jack não da a mínima pras suas táticas. Quem sou eu para dizer alguma coisa, nesses meus gloriosos 18 anos de vida eu nunca tive um namorado, mas não por vontade minha. Mas desde que comecei a trabalhar com 15 anos dando aulas de dança para crianças pra conseguir um dinheirinho extra, estudando que nem louca e aprimorando minhas técnicas, não tive tempo para garotos.

− Senhorita Dawson, quer começar? – perguntou Jack dando um sorriso amigável que daria inveja a própria cor branca.

Eu? Ser a primeira a dançar com 20 alunos me encarando? Claro, por que não? Apesar de amar dançar, me apresentar para as pessoas sendo insegura, é algo que venho trabalhando desde que entrei aqui.

− Claro. – usei meu melhor tom de voz confiante.

Me posicionei no centro da sala esperando o professor colocar a música. Quando ela começou, iniciei a sequência de passos bem ensaiados que aprimorei ensaiando por horas e horas em meu apartamento. Deixei a música me levar e esqueci a presença dos outros. A dança para mim sempre foi algo incrível e mágico. Na minha opinião é a melhor forma de expressão que existe, toda vez que eu danço é como se eu flutuasse e saísse da Terra e entrasse no meu mundinho particular.

Minha mãe me disse que quando eu tinha 2 anos, toda vez que eu assistia a alguma apresentação de qualquer dança na TV, eu tentava imitar os dançarinos, ela diz que eu ria tanto com meus passinhos inexperientes e depois saía quicando pela casa tentando dançar...eles acharam que era coisa de criança, mas aos 7 anos quando eu dancei perfeitamente uma dança que  passava na televisão, meus pais decidiram me matricular em uma escola de dança. E foi a melhor coisa do mundo!

Finalizei minha dança, rezando para não ter errado nenhum passo. Os alunos bateram palmas inclusive meu professor, que parecia satisfeito.

− Muito bem! Eu sempre soube que você tem muito potencial, tenho certeza de que será uma bailarina excepcional. – falou sinceramente. Abri um sorriso gigantesco.

− Obrigada professor!

Depois de me trocar e pegar minhas coisas, estava saindo da faculdade quando escuto Lara me chamar.

− Hey Ally! Você vai procurar um emprego hoje? – perguntou soltando o coque impecável de seus cabelos loiros lisos. Lara é alta, tem um corpo bem cuidado e olhos castanhos claros. Enquanto eu sou mediana, tenho um corpo bonito, mas nada exagerado e cabelos enrolados cor de caramelo.

− Sim! Eu me despedi da lanchonete “fedorenta” ontem, preciso de um o mais rápido possível! – exclamei soltando os meus cachos com a mão tentando fazê-los perder o efeito do coque apertado.

− Então... – ela começou dando um sorrido enorme. – Eu acho que resolvi seus problemas! – disse animada me entregando um papel rosa. Peguei o papel, curiosa e li um endereço desconhecido.

− O que é isso? – perguntei tentando lembrar se conhecia esse local.

− É o seu passe livre para a riqueza! Só leva seu currículo mostrando os duzentos lugares que você já deu aula de dança, diga que está lá para tentar conseguir a vaga e pronto! Eu sou demais não sou? – Lara bateu palminhas animadas como uma garotinha que acabou de ganhar seu doce predileto.

Franzi a testa confusa.

− Que tipo de emprego é esse? – perguntei lendo novamente o endereço.

− Bléh você faz perguntas demais. Só confia em mim e esteja nesse lugar ás...ah olha que coincidência! Você rem trinta e cinco minutos para chegar lá. – disse olhando em seu relógio de pulso.

− Como?! Mas...eu nem sei aonde fica isso! Muito menos no que eu estou me metendo... – uns do problemas de Lara Clarck, ela sempre te faz fazer coisas malucas e sem noção.

− Eu te daria uma carona, mas meu carro está no concerto. Mas não se preocupa, você chega lá rapidinho, é só seguir reto a avenida do Starbucks.

−Mas...

− Seu tempo está se esgotando, se eu fosse você me apressava! – falou me empurrando.

Dividida entre confiar na minha amiga maluca e em ser racional exigindo explicações sobre esse tal emprego, lembrei de Bryan e em como ele precisa do tratamento. Minha mãe me mandou uma mensagem dizendo que ele piorou e que tiveram de dopa-lo ontem à noite.

Dane-se a razão! Saí em disparada para a rua do Starbucks que ficava a menos de 2 quadras da faculdade. Graças a Deus decidi experimentar vestido com all-star hoje e não coloquei minhas sandálias.

Recebi muitas buzinadas, alguns nomes não muito legais e até um dedo feio enquanto eu atravessava a rua correndo e esbarrava nas pessoas em meu caminho. Li o endereço novamente, parei um pouco para recuperar o folego e olhei meu relógio. Droga eu tenho cinco minutos! Voltei a correr como uma fugitiva do hospício, ofegando e nesse exato momento sei que meu cabelo não está um exemplo de volume controlado.

Finalmente cheguei no bendito endereço. Mas fique confusa assim que parei na frente do local que me papel rosa dizia ser o correto. Será que Lara me deu o papel certo?

Na minha frente estava um prédio enorme, espelhado e com certeza parecia ser um local de assuntos importantes. Pessoas de ternos e pastas saíam e entravam falando ao telefone e mulheres vestindo roupas que deviam custar o meu apartamento andavam pelo saguão segurando pastas de couro. Será que eu to precisando de óculos e li errado?

Mas não, era ali mesmo. Hesitante, entrei no prédio gigante e olhei em volta, uma moça passou por mim e me olhou de cima a baixo com um olhar de desprezo. Tentei abaixar o volume dos meus cabelos com as mãos, porém foi inútil. Pelo amor dos sorvetes aonde eu fui me enfiar!

Passei a mão pelo meu vestido florido tirando algumas folhas que prenderam nele durante minha “aventura”. Andei até a mesa da recepção, uma mulher vestida para um evento do Óscar estava sentada nela conversando com uma baixinha de cabelos enrolados que também estava bem arrumada.

−Err...com licença. – falei insegura. As duas me olharam na mesma hora. – Meu nome é Ally Dawson, eu ouvi dizer que estão contratando aqui...

− VOCÊ É A DANÇARINA?! – a baixinha praticamente gritou enquanto vinha ao meu encontro segurando meus ombros. Arregalei os olhos.

− Ahm...eu acho que s...

− Ótimo! Problema resolvido Mary! Não vou mais te incomodar, pode voltar a se arrogante sozinha. E você vem comigo! – ela pegou em meu pulso e me arrastou para longe da recepção.

Fui arrastada violentamente pela morena que continha uma força incrível fazendo meu corpo ir pra frente com um solavanco. Hein?!

Alguém poderia me explicar o que caçarolas estava acontecendo ali?! A baixinha me fazia correr enquanto passávamos por diversas pessoas carregando instrumentos, roupas e cafés.

−Você não sabe como está difícil fazer o meu trabalho sem uma de você no meio dessa salada! O Marcos está me matando, eu ainda dou um tapa naquele velho... Lucas! O violão fica encapado com plástico! Você não lembra como ele ficou quando o amado instrumento dele chegou em Paris com um arranhão minúsculo!

Eu observava tudo tentando entender o que estava rolando. O que ela quer de mim? O que eu estou fazendo no meio disso tudo pra começo de conversa! Eu to mais perdida do que cego em tiroteio. Voltamos a andar pelos corredores chiques e enormes até pararmos em uma sala grande com uma mesa de centro, estantes com cds e instrumentos musicais de todos os tipos.

− A propósito, meu nome é Trish. – falou a morena pegando um papel e uma caneta em cima da mesa de centro. – E o seu é...?

− A-Ally Dawson. – respondi com a voz trêmula.

− Ótimo Ally, aqui consta tudo o que você precisa saber, dias de trabalho, viagens, músicas, pagamento...posso ver seu currículo? – ela falava tudo tão rápido que era difícil de acompanhar.

Sem saber se era melhor obedecer ou questionar, peguei meu currículo rapidamente em minha bolsa marrom pequena e entreguei a Trish. Ela passou o olho muito rápido lendo por cima enquanto balançava a cabeça.

− Serve! Você parece experiente. Agora assina aqui e está contratada! – disse me entregando a prancheta com o papel e uma caneta chique. Sério, até as canetas?

Eu olhava os objetos em minhas mãos assustada, contratada? Como assim contratada Jesus?!

− M-me desculpe, mas eu não estou entendendo... – Trish revirou os olhos passando as mãos pelos cachos escuros. Depois deu um leve sorriso de falsa calma e me encarou.

− Ally, desde que o dançarino antigo se demitiu, o meu trabalho tem sido um inferno! Faz semanas que o “Deus” dessa bagaça junto com seu “Príncipe Intocável” estão me enchendo o saco pra achar outro! Isso aqui ta um caos por causa da falta de um coreografo! Se eu não apresentar um candidato até o fim dessa semana, o mundo vai explodir! – ela desabafou gesticulando desesperadamente.

Franzi a testa e assenti de vagar esperando ela recuperar o ar.

− Ok...eu seria a candidata para o que exatamente? – perguntei calmamente.

Trish me olhou como se eu fosse louca.

− Como assim “Para o que?”! Para ser a coreografa de Austin Moon! Aliás, sairemos em turnê daqui duas semanas e você vem também, assina logo isso! Precisamos ir encontrar o Marcos e te apresentar ao Austin...ele pode ser bem inflexível  e eu te desejo sorte. Mas precisamos de você ou “adeus turnê”. Então, o que me diz?

Continua...


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Notas finais do capítulo

Comentários? Gostaram? Me digam assim eu sei o que escrever e o que não escrever :3
Até mais!