Expressão Psicopata escrita por AndyJu


Capítulo 10
Mansão




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Enquanto andava de bicicleta até o centro de Cerranilla, Andy pensava: “Será que a testemunha do caso de 1950 ainda está viva? Seria importante falar com o velho... Vou passar no cemitério, depois no hospício e então posso pedir para o Sr. Melo me ajudar a conseguir emprego”.

Andy chega no cemitério, indo à lápide de Astolfo. Deixou para ele umas flores silvestres que encontrou em um terreno baldio. Andy sentia-se triste pelo velho Astolfo. Era ele quem indicava os melhores livros da biblioteca para o garoto. Enquanto relembrava os momentos que tinha com falecido, uma lágrima deslizava pelo rosto do rapaz. Andy seca a face com a mão. Precisava ir ao hospício, ver se a testemunha ainda estava viva e se lembrava de algo da infância. Andy queria descobrir por que seus pais foram vítimas do espírito de Edgar, e impedir que ele deixasse mais mortos na cidade. Foi ao bebedouro para matar a sede, pegou a bicicleta e então foi para o hospício.

Andy chega no hospício cansado. Era um caminho consideravelmente longo até o local. Ele fala com o recepcionista:

—Com licença, eu gostaria de fazer uma visita a um paciente da clínica.

—Qual seria o nome dele?

—Edvan Magalhães.

O recepcionista procura no sistema o nome do paciente. Andy espera ansioso para ter pistas novas sobre os casos.

—Desculpe, o paciente Edvan morreu há cinco anos. Ele sofreu uma infecção geral e não resistiu, sinto muito.

—Ah... Poxa... Obrigado, então...

Andy se sentiu triste novamente. O fato de Jhonny ser preso prejudicou (e muito) a investigação, e agora, mesmo fazendo 18 anos, não tinha mais como conseguir pistas. Tudo isso por causa do maldito fantasma que criou a ilusão do incêndio.

Andy liga para Júlia enquanto volta para casa. Iria na casa do Sr. Melo assim que anoitecesse e terminasse o horário comercial, já que ele deve ser um homem muito ocupado, mesmo idoso. O garoto conta sobre a morte de Astolfo e da testemunha do caso, lamentando ter perdido as pistas. Ao chegar em casa, Andy e Júlia ficam conversando pelo computador enquanto jogam. O rapaz também cria um currículo para conseguir emprego se o Sr. Melo não pudesse fazer nada por ele.

7 horas da noite. Agora Andy iria ver o Sr. Melo. Ele pega a bicicleta novamente, indo até a casa do idoso. Era um lugar muito conhecido na cidade, pois a casa era a mais cara e luxuosa de toda Cerranilla. Não ficava muito longe. Ele fica deslumbrado com a mansão, com o jardim, com o portão, com todo o imóvel. Andy aperta o botão do interfone. O Sr. Melo atende.

—Olá?

—Oi Sr. Melo, sou eu, Anderson.

—Garoto, já disse que pode me chamar de Henrique! O que lhe traz aqui?

—Eu queria saber se você poderia me ajudar a conseguir um emprego...

—Ah, tudo bem, vou abrir pra você.

O portão é destrancado e Andy entra no pátio, andando até a porta da mansão. Sr. Melo abre a porta e o convida para entrar. A sala era enorme, com uma lareira de um lado, uns três sofás, duas poltronas, televisão gigante, tudo que uma casa luxuosa tem direito. Os dois sentam-se em um dos sofás. O Sr. Melo começa a conversar com o garoto:

—Então você quer que eu lhe ajude a conseguir um emprego...

O rapaz, um pouco envergonhado, responde:

—Sim, mas se não puder fazer nada não tem problema, eu já fiz meu currículo... Aliás, eu também gostaria de te perguntar uma coisa. Como o senhor ficou rico?

—Eu recebi a herança de meus avôs que eram agricultores. Eles deixaram todo o dinheiro acumulando e não usaram nada, no fim nem aproveitaram, morreram ricos, porém viveram pobres até o último momento. Quanto ao emprego, desculpe, não posso fazer nada.

—Ah... Eu pensei que você tinha uma grande empresa ou algo do tipo...

—Tudo bem, rapaz. Eu invisto em muitas empresas, por isso eu estou rico até hoje. Se eu fizer uma carta de recomendação, você pode conseguir um bom cargo. Você gostaria de trabalhar com o que?

—Hum... Eu sou bom em mexer no computador. Posso fazer planilhas.

Andy e Henrique ficaram conversando por um bom tempo, Henrique até convidou o jovem para jantar. Após o jantar, conversaram mais um pouco. Sr. Melo conhecia muitas coisas da cidade, e algumas informações poderiam ajudar Andy. Ele pergunta:

—Henrique, você vive há muito tempo aqui em Cerranilla, certo?

—Sim, desde meus 20 anos.

—Por acaso você sabe alguma coisa sobre os casos da Expressão?

Henrique olha para baixo, como se tivesse algo para dizer. Ele suspira.

—Meus pais morreram em um desses casos da Expressão. Parece que o assassino ainda não foi encontrado, né? Ele deve ser um velho como eu, ou então ele pode ter tido um filho ou alguém que segue com as mortes...

Andy fica surpreso. Até mesmo o Sr. Melo tinha perdido os pais por causa do fantasma.

—Ah... Eu sinto muito... –O rapaz estava um pouco envergonhado por ter perguntado aquilo. Ele continua:

—Eu queria entender por que meu pai se suicidou, ou então por que alguém forjou o suicídio dele. Henrique, talvez você pudess-

O garoto tem a fala interrompida pelas lâmpadas se quebrando. Os dois homens se assustam. A sala fica um breu. Cacos de vidro estão espalhados pelo chão, mas não é possível enxergar nada. Andy e Henrique estão com as mãos no ouvido, pois o estouro tinha sido alto. O garoto pergunta:

—O que aconteceu?!

Antes de Henrique responder, as luzes de emergência se acendem. A sala fica pouco iluminada.

—Quando terminar tudo eu te explico! –Henrique disse como se soubesse de algo importante. De repente surge um vulto na sala, se deslocando rapidamente para várias partes do local. Os homens ficam imóveis. Era o fantasma de Edgar. Ele para, ficando na frente da televisão. O fantasma levanta o braço devagar, como se fosse apontar para os homens na sua frente. Com o braço esticado, ele levanta o dedo indicador. Ao fazer isso, os dois homens voam para trás, batendo na parede, e depois caindo no chão. Andy e Henrique gemem de dor, o velho grita por socorro, mas parecia que nenhum empregado estava na casa. O fantasma exclama com uma voz de sufoco:

—Vocês vão pagar pelo que fizeram comigo!!

Andy, em um acesso de raiva, levanta rapidamente e grita, com os punhos cerrados:

—Para com isso!! A gente não fez nada para você, se você quer matar alguém, mate o seu assassino e não pessoas que não tem nada a ver com isso! Você não percebe que está fazendo com que as pessoas sofram?? Você é um monstro! UM MONSTRO!!

O fantasma começa a rir histericamente. Ele aponta para o Sr. Melo, que ainda estava no chão, e grita com aquela voz rouca e engasgada:

—Talvez você não tenha muita ligação, mas ele é um dos principais culpados!!

O fantasma levanta sua mão, e enquanto faz isso Henrique vai sendo levitado do chão. Andy corre para segurá-lo, mas não o alcança. Subitamente surge um clarão na sala. Uma figura de um homem-urso ataca o fantasma, e os dois espectros somem. Tudo acontece muito rapidamente. Henrique cai no chão, sem se machucar gravemente. As luzes se acendem. As lâmpadas estavam inteiras, o fantasma tinha criado uma ilusão novamente. Henrique começa a se levantar, com a mão na cabeça.

—Ai... Eu achei que Edgar não fosse mais me atacar...

—C-como assim? Ele já te atacou alguma vez??

Enquanto conversavam, os homens voltavam a se sentar no sofá.

—Sim, garoto. Desculpe por esconder isto de você, mas agora que tudo isso aconteceu, preciso te dizer umas coisas...

Andy, ansioso, pergunta:

—Que coisas?? E pra começar, o que era aquilo que atacou o fantasma?

O Sr. Melo suspirou, e falou com um tom de decepção:

—Rapaz, aquele era o Deus Artaius.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Obrigada pelos comentários, em breve mais capítulos!



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