Love Kitsune escrita por BlackCat69


Capítulo 36
Capítulo: o rechonchudo




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Por insistência de Naruto, Fuso acabou usando um dos quimonos de Minato, pois o pequeno não achava os remendos bonitos no corpo da yokai.

O hanyou queria sua mãe adotiva bem bonita na festinha de aniversário.

O dono da casa crer que conseguiu ensinar o básico para Fuso se comportar em público.

Para quem perguntasse, Minato responderia que ela era uma cliente que sempre comprou muitos produtos dele e que sempre teve vontade de conhecer o filho do qual ele tanto falava.

Ele acrescentou na história, que aproveitou que ela estava por perto e a convidou. E que aconteceu um acidente com as roupas dela e ele emprestou um de seus quimonos. 

Aparentemente, ninguém duvidou da história. Fuso preferia ficar mais perto das crianças, do que dos adultos, então não se estendeu em conversas com nenhum deles. Mas ela estava avisada sobre o que Minato inventou sobre ela. 

Não era um problema exatamente descobrirem que ela era uma yokai. Especialmente, uma kitsune. Todavia, o artesão-camponês não queria que aquele assunto predominasse no aniversário de seu filho. 

Pela noite, a casa encheu de crianças e Naruto se distraía da dor da ausência da pequena perolada.

Na festinha, cada abraço o parabenizando aumentava sua alegria.

— Isso é um pedaço do paraíso.

Elogiou Fuso, mastigando o bolo, distinguia o gosto da gema na massa.

Naruto concordava de boca cheia, sentado ao lado dela.

Os dois faziam parte da roda de crianças que sentavam para comer.

— Ei. Psiu. Naruto. — Na roda, sentada do outro lado do hanyou, Tenten o chamava baixinho.

— O que é? — ele se inclinou para ela.

— Por que chama essa mulher aí do teu lado de okaa-san?

— Ué, por que ela é a okaa-san Fuso. — Ele continuou se deliciando com o pedaço de bolo. Quando terminou foi pegar mais e logo retornou para a roda da comilância.

Tenten olhou para seu outro lado, entregou uma expressão desentendida para Ashitaba, significando que não entendeu a resposta do amigo kitsune.

Os amiguinhos de Naruto seguiram sem entender o porquê de ouvi-lo se referir à ruiva de “okaa-san”, sendo que era de conhecimento geral que a mãe dele morreu no parto.

Todavia, não pensaram na duvida por muito tempo.

Mais tarde, com a criançada de barriga cheia, elas se organizaram para realizarem um campeonato de monta-monta.

Enquanto isso, os monges da terakoya de Naruto se reuniam no lado de fora da casa, com alguns pais das crianças presentes.

Os adultos aproveitavam a ocasião para conversar sobre a escola.

As orelhas do aniversariante tremularam, conforme chegava à sua adição apurada, quais das crianças na roda levariam bronca quando retornassem para casa.

Ficou indeciso se deveria avisá-las, não as queria preocupadas durante o seu aniversário.

Hiruzen compareceu, trazendo Konohamaru e Abiru, seus dois netos, para conhecerem o meio yokai.

Abiru se manteve agarrado à perna do avô.

Diferente do primo, Konohamaru avançou contra Naruto, encarando-o bem de perto.

Era mais baixinho que o hanyou, sua cabeça não alcançava os ombros.

Konohamaru colocou na cabeça que queria domar o meio yokai.

Naruto não entendeu o que ele quis dizer.

Hiruzen avisou para o hanyou não ligar para o que o neto dizia e assegurou:

— Se Konohamaru lhe fizer algo é só me avisar que ele será castigado. 

Ouvindo isso, o neto fechou a cara, cruzando os braços.

O hanyou mirou Abiru que se agarrou com maior força na perna do avô.

— Desculpe Naruto, Abiru tem medo de animais caninos.

As orelhas e a cauda balançante espantavam o pobre Abiru.

— Naruto é bonzinho. — Estendeu sua mão para o menino. — Vem comer bolo com Naruto.

— Vá, Abiru. Estarei aqui.

Dissera Hiruzen, segurando o neto pelos ombros e o desprendeu de seu corpo, empurrando-o levemente ao loirinho.

Konohamaru colocou as mãos atrás da cabeça e entrou na casa, sendo rapidamente recebido por Minato.

Abiru pálido tivera sua mão segurada pelo aniversariante que o levou para dentro de casa.

Minato serviu bolo para os netos do Sarutobi.

Penalizou-se vendo a tremedeira nas mãozinhas de Abiru.

— Naruto por que não se afasta um pouco dele, até ele se acalmar? — sugeriu o artesão-camponês: — Vá lá com seus amigos.

— Hai. — O meio yokai agradou o cabelinho de Abiru, em despedida. E correu para seu grupo de amigos.

— Humpf. — Konohamaru emitiu um som irritado, empanturrando-se de bolo.

Sua carranca foi se desfazendo, quando prestou atenção na brincadeira das crianças.

Não conhecia o monta-monta.

Na terceira rodada do campeonato, Naruto se afastou dos amigos e chegou à frente de Konohamaru, convidando-o:

— Vem participar do campeonato, Kono!

— Kono? Que história é essa? Me chame de Konohamaru-sama!

— Mas Kono não é nenhum ancião da aldeia.

— Se não me chamar, então eu não brinco. — Konohamaru cruzou os braços e deu as costas para o hanyou.

— Vem Naruto, é sua vez! — Tenten chamou, levantando a mão.

O pequeno N. Uzumaki esqueceu o neto do Sarutobi e animado foi se juntar à criançada.

Abiru largou um pouco da timidez e foi se aproximando da brincadeira.

Meia hora depois, não suportando todas as crianças longe dele, Konohamaru se aproximou delas, avisando-as:

— Vim ajudar meu primo. Abiru não está sabendo jogar. Eu saquei como se joga.

— Na verdade, Abiru está indo muito bem. — Kiba avisou.

Konohamaru se encaixou entre o primo e Kaede.

Corou um pouco ao olhá-la de perto e desceu o olhar para as peças de monta-monta. Dissera-os:

— Não precisam deixar Abiru ganhar só porque ele é neto de um ancião da aldeia.

— Konohamaru, eu sou muito bom em monta-monta. — Abiru afirmou, sorrindo. — No lugar de me ajudar é melhor você ter uma vez pra jogar por você.

— Bem, já que insiste. — Konohamaru aceitou participar da brincadeira, achando que ninguém percebia que escondia sua imensa vontade de brincar.

Minato após servir os adultos, sentou-se à mesa baixa e apreciou em assistir seu filho rodeado de crianças.

De boca cheia, Fuso se aproximou do artesão-camponês e se sentou de costas para Minato.

Assim, um sentava de costas para o outro.

— O que está comendo? — ele a perguntou, sem tirar sua vista da criançada. — O bolo acabou.

— Fui fuçar aquele treco que você puxa, achei esse negócio que vocês chamam de pau.

— Não é pau. É pão. E não deve mexer nas minhas coisas.

— Escuta. — Fuso esperou engolir o pedaço que mastigava. — Ise fez a votação entre os Uzumakis para saber se hanyous seriam proibidos ou não de entrarem em nossa área. E por cinquenta votos a mais, a proibição não se realizou. Meu bebê será bem vindo sempre que quiser nos visitar.

— Isso é bom, mas eu continuo sendo humano. E humanos continuam proibidos de pisar lá, não são? Não poderei levá-lo até vocês.

Fuso endureceu o maxilar.

Era uma infeliz verdade.

A possibilidade de levar galinhas para os Uzumakis era insuficiente para todos eles concordarem com a entrada de humanos.

Os cinquenta yokais a mais que votaram, fizeram vista grossa a favor da entrada de hanyous.

Porém, para humanos, a maioria dos cinquenta não deixaria passar.

Fuso sugeriu:

— Posso enviar Pain para buscar meu bebê.

— Quando Naruto for maior. — Estabeleceu o artesão-camponês. — Depois desse ano, não quero passar um único dia longe do meu filho. Pode ser que um dia ele vá para alguma missão. Até lá quero aproveitá-lo sempre quando eu chegar do trabalho.

Seriamente, Fuso abordou outro assunto:

— Pain contou a mim e a Ise que Naruto desenvolveu outra forma quando assass...

— Não fale isso aqui. — O artesão-componês a interrompeu, nervoso. — Não quero essa conversa no aniversário de meu filho.

— Eu não vou mencionar o ocorrido então. Mas eu gostaria que me permitisse treiná-lo. Eu ou qualquer outra kitsune é apta para treiná-lo. Entendo que seja difícil ficar longe do meu bebê, mas é o melhor para ele. Ele pode cair nas mãos de outro treinador perverso. O treinarei durante verão e primavera. E ele poderá ficar com você durante o outono e inverno.

— Por que não se oferece para ficar e treiná-lo por aqui?

— Eu não me sentiria bem em ficar muito tempo perto de humanos.

— Você está aqui agora.

— Estou, mas hoje mesmo vou embora. Vou assim que meu bebê dormir. Está na época de caça para estocar alimento para o inverno e preciso fazer minha parte. E também, acredito que o território Uzumaki seja mais adequado para treinar meu bebê.

— Agradeço a sua proposta, Sra. Fuso. Mas depois que meu filho tomar chá com o daimyo, será possível até mesmo conseguir uma equipe inteira para treiná-lo. O daimyo é quem fornece um grande exército para proteger Konoha.

— Uma equipe de humanos continuará sendo menos eficiente que um yokai completo.

— Bem, isso nós veremos no futuro. Eu confio que será o suficiente para meu filho.

— Como queira. Se mudar de ideia é só me avisar. — Fuso se afastou do artesão-camponês, avançando de quatro até as crianças para ficar ao lado de Naruto e torcer por ele.

No final da brincadeira, o hanyou se agarrou ao pescoço de Fuso. Feliz ele exclamava:

— Eu ganhei, okaa-san, eu ganhei!

Minato cerrou os punhos em seu colo.

 

~NH~

Manhã seguinte

~NH~

 

O artesão-camponês, quando acordou, a primeira coisa que sentiu, ou melhor, que não sentiu, foi Naruto.

Seu filho não dormia sobre seu corpo e nem ao seu lado.

Por um instante, acreditou que acordara tarde e que o hanyou havia ido para a escola.

Quando trabalhava no arrozal, perguntou para alguns dos camponeses se avistaram seu filho saindo de casa.

Nenhum deles disse tê-lo visto.

Preocupado, Minato deixou de ir vender seus produtos artesanais e ficou esperando o hanyou retornar da aula.

Demora.

Muita demora.

Constatou que seu filho não chegaria.

Logo pensou em Fuso, tendo a certeza de que ela tinha algo a ver.

Foi se trocar em seu quarto.

Pretendia se arrumar para conversar com os anciões.

Entretanto, interrompeu seu processo.

Sentou-se em sua cama de palha, pensativo.

Fuso levou Naruto, provavelmente, para treiná-lo.

Guiando-se pelo que ela o falou, ela traria Naruto na primavera.

Muito tempo sem seu filho!

Seria torturante.

Contudo, pedir ajuda para buscar pela região dos Uzumakis, tão distante de Konoha, sabendo que um dia seu filho voltaria, seria fazer os outros gastarem energia atoa.

Pois diferente da outra vez, Naruto não estava em perigo.

Minato praguejou, tendo certeza que odiava Fuso.

Não queria que seu filho continuasse a chamando de mãe.

Puxou as cobertas da cama, com a força do ódio.

Embolou-as e as arremessou no chão.

Foi aí que descobriu um papel arroz na cama de Naruto, antes ocultado pela coberta.

Ao pegar o material, reconheceu as letras tortas do filho:

“Otou-san, arigatou por permitir Naruto passar um tempo com a okaa-san Fuso. Aqui embaixo é o beijo e o abraço de Naruto pro otou-san usar antes de ir trabalhar e ir dormir.”

Tinha o desenho de uma boca e de mãos do hanyou.

A fofura da mensagem não apagou a raiva do artesão-camponês que entendeu que Fuso mentiu para Naruto e conseguiu convencê-lo a não acordar o pai antes de ela levá-lo embora.

Restava-lhe a esperança de que Naruto não se esquecesse de explicar para Fuso que o encontro com o daimyo era importante, e assim, convenceria ela a mudar de ideia e trazê-lo de volta antes da data do chá.

 

~NH~

 

Dezembro chegara.

Minato precisou ir pessoalmente ao daimyo explicar a situação, desculpando-se pela ausência do hanyou.

Novamente, na aldeia Naruto retornava a ser assunto, todavia pelo que a população entendia não era nada grave, visto que não se fazia necessário um grupo de resgate.

O Namikaze assegurava que o filho voltaria, despreocupando os demais.

Estando de volta à Konoha, Hinata visitou Minato, na companhia de Neji.

Todos os domingos, Hinata levava rolinho de feijão ao artesão-camponês.

Chegava a casa dele, sempre esperançosa de rever o meio raposo.

 

~NH~

Último mês anual

Dia 30

~NH~

 

Foi em uma tarde, após preparar o almoço, que Minato se decidia partir sozinho a procura do território Uzumaki.

Não queria incomodar ninguém de Konoha para acompanhá-lo.

Mas precisava fazer algo.

Não suportaria aguardar sem seu filho até a primavera.

Os primeiros flocos de neve caíam sobre a aldeia.

Queria seu filho de volta antes que o solo coletasse um mar de gelo.

Precisava preparar bastantes mantimentos antes de partir.

Entretanto, antes mesmo de terminar sua refeição da tarde, escutou-se:

— Otou-san!

Minato se desmanchou em lágrimas.

Não tinha duvidas de que era seu filho querido.

Saiu correndo para o fusuma e ao empurrá-lo, deparou-se com Pain segurando a mão de um balofo hanyou.

Naruto havia virado um balofo.

— Otou-san que saudades!

O meio kitsune abraçou as pernas do pai que ficou estático demoradamente.

O meio yokai tentou escalar o corpo do artesão-camponês, todavia ofegava muito e não conseguia força pra puxar seu peso.

Minato então o carregou, mas não conseguiu ficar meio minuto sustentando o hanyou que estava com a mesma quantidade de banha que o amigo Akimichi. Quem sabe um pouco mais.

Ao ser colocado no chão, o hanyou logo foi seduzido pelo aroma de comida.

— Cheiro de tataki! — Naruto lambeu os lábios e foi correndo para a mesa baixa.

O balanço do corpo do loirinho era uma amostra do esforço que fazia para movimentar o novo peso adquirido enquanto estivera longe.

Minato arrastou Pain para longe e bradou:

— O que fizeram com meu filho?!

— Perdoe a minha mãe, Sr. Namikaze. — Pain suspirou e tratou de explicar tudo o que aconteceu: — Ela não voltou para casa. Ela ficou com ele em um esconderijo nas redondezas do território Uzumaki. Tentou disfarçar o cheiro dos dois, mas quando eu consegui encontrá-los já era tarde demais. Ela tinha feito um grande estoque de alimento para durar o inverno inteiro, apenas para os dois. Ela me disse que queria treinar Naruto, mas como já estavam dias muito frios, não fizeram nada além de comer e dormir.

Em resumo, o hanyou foi submetido a um estilo de vida sedentário.

— Sua mãe é doente! E ela não será mais bem vinda se vier sozinha! Não importa se meu filho implorar pra vê-la, eu vou proibi-la de se aproximar sem alguém para vigiá-la!

Minato gritava, apontando o dedo na cara de Pain que não tinha coragem de contradizê-lo.

Pain concordava com tudo o que o artesão-camponês ditava.

Sua mãe era louca.

O Namikaze seguiu reclamando aos gritos, listando todos os problemas que a ausência de Naruto causou.

— Foi uma grande falta de respeito com o Daimyo! Estávamos contando com esse encontro importante para apressar o processo de encontrar algum treinador para meu filho! Os coleguinhas de Naruto terminaram o ano escolar e agora meu filho terá que repetir de ano! Avançar nos estudos é importante para se tornar um guarda de Konoha!

Minato só parou de bradar porque não teve mais fôlego.

O yokai em forma de humano ruivo o compreendia:

— Eu lamento novamente, Sr. Minato. Eu vou ficar de olho e meu pai ficará mais vigilante também sobre a maluca da minha mãe. Se serve para amenizar seu estado, saiba que se o lado kitsune do metabolismo de Naruto for predominante, ele pode recuperar a boa forma em pouco tempo.

— Hum... — Um pouco de esperança fluiu em Minato.

— Eu posso me despedir do Naruto?  Tenho que voltar o quanto antes, por causa do inverno.

O artesão suspirou e silencioso, permitiu.

Os dois voltaram para a casa e quando atravessaram o fusuma aberto, avistaram Naruto de costas no chão, dormindo com as mãos na gordura da barriga.

Minato tampou os olhos e começou a chorar, e Pain ficou dando umas tapinhas nas costas do artesão-camponês, na tentativa de consolá-lo.

 

~NH~

 

 

Empós o espraiar da notícia, de que o hanyou retornou para casa, quase todas as crianças da turma do pequeno N. Uzumaki combinaram de visitá-lo.

Ao mesmo tempo, Minato deixou as recomendações para seu filho se comportar, enquanto faria suas vendas de produtos artesanais pela aldeia.

Em casa, Naruto se animava ao rever quase todos os seus amiguinhos.

Kiba, Chouji, Leo, Ashitaba, Tenten, Fuki, Kaede e Yakumo rodeavam o loiro e começaram a fazê-lo várias perguntas.

— Onde esteve todo esse tempo?

— Por que está imenso?

— É apenas uma transformação?

— O seu pai falava a verdade ou você estava em perigo?

— O seu novo tamanho reduz suas habilidades de hanyou?

O meio kitsune não conseguiu se concentrar em nenhum dos questionamentos.

Suas orelhas felpudas se empinaram ao captar o cheiro da pequena perolada.

O seu imo foi preenchido de luz, impulsionando-o a abrir caminho na roda de crianças e correr ao fusuma.

— Olha como ele balança enquanto corre. — Lamentou Yakumo. — Pobrezinho, é muito peso para sustentar.

— Isso significa que ele não poderá ser um guarda. — Kaede entristecida, falou.

— Claro que poderá. — Interveio Chouji. — Na família Akimichi tem muito guarda.

— Mas os Akimichis estão acostumados a serem gordos. — Ashitaba comentou.

— Ele continua tendo as habilidades de meio yokai, elas servirão de alguma coisa para a guarda da aldeia. — Tenten punha fé.

— Naruto é forte, ele vai se acostumar rápido com seu novo peso. — Leo opinou, e em seu pensamento, concretizou: — “Só a gente que vai demorar pra se acostumar com essa aparência redonda.”

De fusuma fora do caminho, o meio yokai avistava a pequena perolada vindo em sua direção.

Hinata perdeu seu doce sorriso, assim que avistou aquele yokai rechonchudo.

Seria Naruto? Ela se perguntava.

Acompanhada de Neji, ela não parou de andar.

E após subir a escadinha, foi abraçada pelo filho do artesão-componês que a levantou.

Suspensa, a azulada espalmou suas mãozinhas nas bochechas rechonchudas do hanyou.

— Meio raposo, que bom que está de volta, mas por que está nessa forma?

O loirinho observou o modo diferente como ela o fitava, colocou-a no chão e virou as costas para ela, cruzando os braços. Respondeu-a, emburrado:

— Que forma? Naruto está normal.

Tivera que ouvir seu pai o dizendo o quanto estava preocupado com sua gordura e que agora teria que dá-lo uma comida mais saudável, com menos carne e mais legumes e verduras.

O meio kitsune não estava gostando nada daquilo.

Durante a volta para casa, Naruto achava que Pain exagerava ao dizê-lo que engordou muito, pois Fuso o dissera que não via nada de diferente nele.

Agora, após a reação do pai e dos amiguinhos, o hanyou encarava que algo realmente mudou.

— Não fica bravo, meio raposo. — Hinata o abraçou pelas costas. — Gosto de sua forma rechonchuda.

As outras crianças já estavam na porta aberta, assistindo a bela cena.

Neji se encontrava ao pé da escada, fixando uma profunda análise na nova aparência do meio yokai.

— É, Naruto. — Kiba dissera, aproximando-se do amigo hanyou e segurou o ombro dele. — Eu também gosto, pois agora dará para lhe ganhar na corrida. — Riu.

— Até eu posso ganhar. — Chouji concordou, também rindo.

— Jamais! Naruto continuará sendo muito mais forte e muito mais rápido! — o hanyou levantou as mãozinhas para o alto. — Já que estão todos aqui, vamos brincar!

As crianças concordaram, empolgadas.

Por causa do frio, optaram por brincar dentro da casa, com os brinquedos do hanyou.

Conforme a proximidade da noite vinha, as crianças se despediam.

Em duas, em duas, as crianças foram embora para não regressarem sozinhas para casa.

Hinata e Neji foram as últimas visitas a permanecerem.

No chão, Naruto se deitava de costas, de braços e pernas abertas, estando Hinata sobre sua barriga.

Ela se deitava de barriga para baixo, perpendicularmente, ao hanyou.

Eles ficaram naquela posição, enquanto a perolada falava o que viu nas terras Otsutsukis, elas também eram chamadas de “reino da lua”.

Lá o principal culto existente, seguindo o xintoísmo, era dedicado à divindade lunar, Tsukuyomi.

Contava ela sobre os festivais que presenciou e algumas das tradições.

E vê-la toda feliz falando de Otsutsuki, aos poucos apertou o coração de Naruto, aquela árdua lembrança de que eles se separariam no futuro, retornou.

Hinata rolou para fora do corpo do loirinho e foi se deitar ao ladinho dele, segurando a mão gordinha do meio kitsune.

— Agora é sua vez, meio raposo, conta o que esteve fazendo longe de Konoha.

Naruto se deu conta que se divertiu com os amigos e acabou se esquecendo de contá-los o que lhe aconteceu.

Eles próprios se esqueceram em retornar a questioná-lo, de tanto que se divertiram.

Todavia, o hanyou não teve nada de empolgante para contar.

Não participou de nada tão divertido quanto o que Hinata vivenciou no reino da lua.

A única coisa boa além de comer e dormir foi receber o tantão de carinho da mamãe Fuso.

Sobre a região onde os Uzumakis viviam, Naruto contara para Hinata nos domingos em que se encontraram antes de ela partir para Otsutsuki.

A única novidade foi revelá-la que hanyous estavam permitidos em entrar no território das kitsunes.

As orelhas de Naruto se sacudiram, e suas narinas tremularam.

Era seu pai quem chegava, tinha certeza.

Não demorou em o adulto passar pela porta.

— Entre Sr. Neji. — Minato trouxe o menino Hyuuga pela mão. — Já está muito frio, uma nova nevada vai cair.

— Eu suporto o frio, Sr. Namikaze.

— Mesmo assim, fique aqui dentro. Eu peço. — Minato soltou o menino e empurrou o fusuma. Sorriu ao se voltar para o hanyou e a Hyuuga. — Tiveram um bom dia?

— Hai. — Os dois pequenos se sentaram.

Naruto de quatro foi andando até as pernas de seu pai.

O artesão-camponês buscava acender algumas velas.

As noites de inverno eram mais escuras.

Após se arrastar para pôr as velas acesas pelos cantos da casa, Minato se abaixou para carregar o filho.

— Mais otou-san, mais!

Exclamou Naruto, quando momentos depois, foi colocado no chão.

— Não dá mais, filho. Meus braços já estão doendo. — Minato massageou os cabelos do loirinho.

O meio kitsune ficou cabisbaixo.

— Eu lamento filho. Mas depois que você se acostumar com uma alimentação mais saudável e fazer bastante exercício, recuperará seu peso anterior, e eu voltarei a carregá-lo mais tempo no colo.

Ouvindo aquilo, a perolada sorriu, tendo uma ideia.

— Sr. Namikaze. — Ela se levantou do chão e correu até o primo. Pegou-o pela mãozinha e o levou para perto do adulto. — Neji nii-san pode vim aqui todos os dias treinar o meio raposo, eu empresto o nii-san. Ele conhece vários tipos de exercício.

— Muita gentileza sua, Sra. Hinata. Mas não sei se seus pais permitiriam.

— Eles deixarão sim. — A menina falou confiante.

— Hinata-sama. — Neji se manifestou, seriamente, erguendo a vista ao teto. — Acho que está nevando. Temos que ir antes que o tempo piore.

A perolada assentiu, sabendo que não podia insistir para ficar, pois prometeu aos pais.

Ela se despediu do hanyou com um abraço, e com um breve curvar em direção ao dono da casa que correspondeu à despedida dela, também de modo formal.

Após a partida dos dois pequenos Hyuugas, Naruto ficou refletindo na possibilidade de passar mais tempo com Neji.


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