Love Kitsune escrita por BlackCat69


Capítulo 31
Capítulo: Obstáculos à vista


Notas iniciais do capítulo

Adiantando uma parte do capítulo no nyah, postarei no Spirit quando eu acrescentar a outra parte.



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De manhã, antes do nascimento do sol, Idate e Neji saíam da habitação dos anciões.

Um grupo de Hyuugas aguardava para escoltar o menino do clã de volta pra casa. 

Ninguém se situava nas ruas próximas da habitação jurídica dos anciões, todavia na noite que os meninos chegaram à aldeia, o que não faltou foi testemunha.

Foram horas de relato alternadas entre o Morino e o Hyuuga.

E nenhum dos dois soube dizer qual atitude os anciões tomariam, haja vista que os membros do Conselho decidiram encerrar a reunião assim que os meninos concluíram todo o relato.

Idate assistiu Neji subir nas costas de um dos guardas Hyuugas e após os membros do clã sumirem do seu campo de vista, voltou sozinho para sua humilde casa na aldeia.

Foi abrigado em Konoha por ser irmão de alguém famoso, sabia.

Presentemente, se a fama ruim de Ibiki se espalhar, poderia perder sua casa, considerou.

Entretanto, aceitaria seu destino.

O que mais lhe importava era as pessoas saberem sobre a desonestidade de seu irmão.

“Você me julgou demais, Ibiki. Dizia-me que nossos pais teriam vergonha de mim, porém é o contrário. Você não admite ser uma pessoa de coração ruim.”.

 

~NH~

 

No interior da habitação dos anciões, um minuto depois da saída dos meninos, Koharu Utatane se iniciou:

— Como abordaremos Ibiki Morino a respeito disso tudo?

Homura Mitokado transcreveu os relatos das crianças em dois pergaminhos.

Enrolava o último pergaminho usado, respondendo à idosa:

— Acredito que ele permaneçarepousando. Não entramos em contato com ele desde que ele chegou ferido aqui.

— Hum. — A Utatane pensativa, compreendeu: — É verdade, se ele se recuperasse estaria de voltainteressado em saber da situação. — Recordou-se de um juramento do Morino: — Se comprometeu a nos ajudar no que fosse possível.

— Ou talvez ele tenha se recuperado e resolveu se ocupar com alguma missão.

Hiruzen supôs.

Na posição de meditar, cruzava suas pernas.

Servia-se de chá.

Foi necessário muita água e chá para escutar os relatos no perdurar da madrugada.

— Sugere que ele nos evita?

Koharu o questionou. Seus olhos puxados se mantinham quase fechados. O arqueio de suas sobrancelhas expressava surpresa.

Homura inferiu:

— Ele falharia em se ocupar por muito tempo. Exceto se estiver em situação de guerra, qualquer outra missão seria perfeitamente interrompida para se solicitar a presença dele em Konoha. É um assunto grave. Ele continua sendo um homem de confiança do Daimyo, é possível que precisemos notificar o Senhor Feudal a respeito.

— Perdão, Mitokado. — Danzou interferiu, calmo. — Estamos nos apressando, a primeira questão que devemos tratar é se consideraremos o relato de duas crianças.

— A palavra de Hinata Hyuuga foi decisiva para nós concluirmos o caso do hanyou. — Koharu o lembrou. — Por que não escutaremos uma nova vez a palavra de outra criança?

— Neji Hyuuga segue os princípios do clã, entregando para nós a verdade. — Homura acrescentava. — Descreio que ele inventaria uma história dessas, sujando o sobrenome que carrega.

— Eu concordo. — O Shimura assegurou. — Na mente dele, não está mentindo, afinal ele é um membro do clã mais honroso da aldeia. — Tranquilamente, explicava-se: — Apenas acredito que exista um engano. Neji Hyuuga tem força comparável à de um jovem do que a de uma criança. Entretanto, escalar ao final de um penhasco... exige muito esforço até mesmo para um adulto. No momento da exaustão, a mente dele pode ter criado informações além das quais ele se lembrava.

Realizou um gesto, pedindo chá.

Hiruzen serviu uma porção e entregou o pequeno recipiente cerâmico para as mãos do Mitokado, que por sua vez, repassou para Koharu, ela colocou o objeto no tato do Shimura.

Danzou fitou o liquido verde claro e dissera:

— Sabemos que Idate Morino não tem uma relação próxima com o irmão, talvez esteja se aproveitando do testemunho, possivelmente, errôneo de Neji para atacar Ibiki Morino.

Deu dois goles de chá, e ao afastar o recipiente da boca, fitou a imagem do seu olho refletida no líquido quente.

Adicionou:

— Eu só quero que tenhamos a certeza das afirmações do Hyuuga, antes de envolvermos Ibiki Morino e até mesmo o Senhor Feudal. Sugiro enviar uma equipe de verificação à localidade dita pelos meninos.

— É uma ideia cabível. — Koharu concordou.

— Não se opõe que eu escolha a equipe? — Hiruzen se ofereceu.

— Claro que não, Sarutobi. Por acaso está achando que tentarei atrapalhar a situação? — Danzou se apresentava inalterado.

Com a mudez do Sarutobi, a reunião entre os quatro membros se encerrou.

 

~NH~

 

Por causa dos relatos tardios dos meninos, repassara-se o aviso ao povoado de que a habitação jurídica dos anciões estaria inativa durante aquele dia.

Danzou em sua casa distorceu sua face em fúria.

— “Sarutobi, seu desgraçado!”.

Hiruzen até poderia continuar acreditando que foi uma escolha aleatória de Danzou o nome de Ibiki Morino como candidato a treinador do hanyou, em contrapartida, Hiruzen se manteria atento ao Shimura, desconfiando que Danzou fosse capaz de obstruir tudo o que pudesse favorecer o meio yokai.

Danzou Shimura estaria sob a mira de Hiruzen Sarutobi.

 

~NH~

Dois dias depois

~NH~

 

Shigure Takuo junto com seus dois amigos, Baiu e Midari Kawamura, irmãos gêmeos, em meio aos outros membros da guarda, regressavam à aldeia.

Dispensados pelo chefe do grupo, os três foram procurar um lugar onde pudessem comemorar.

Os outros membros da guarda foram fazer o mesmo, dividiram-se em grupos e individualmente.

Alguns iam apenas descansar.

Realizaram a primeira missão com sucesso.

Shigure, Baiu e Midari mais felizes, foram elogiados por um renomado samurai.

Conforme os três avançavam, conversavam animados sobre os acontecimentos dos quais mais gostaram durante a missão.

Lentamente, o Takuo se desprendeu do assunto, reparando cada aldeão a cruzar seu caminho.

Na rua de barracas e tendas, atentou-se aos comerciantes.

Baiu e Midari encerraram o papo, notando a cara séria de Shigure, procuraram olhar aonde o Takuo mirava seus orbes escuros.

Era nítido o clima preocupante entre as pessoas.

Sussurros pra lá, outros pra cá.

Frequentemente se identificava ar de receio.

Uma tensão consumia grande parte dos aldeões.

A paz jazia abalada.

Duas mulheres conversavam, mantinham as vozes baixas, mas quando passaram ao lado de Shigure, ele escutou perfeitamente a palavra “hanyou” saindo de uma delas.

Imediatamente, o Takuo rangeu os dentes e deteve seus passos.

Baiu e Midari se entreolharam, estranhados.

— O que há Shigure? — perguntou um deles.

Nenhuma resposta viera.

“Eu não acredito que ainda estão falando nele!

Embravecido, o Takuo pensou.

Foi-lhe um dia feliz, quando descobriu que o meio yokai caiu no labirinto de buracos.

Com a demora de encontrarem o corpo do hanyou, acreditou que ele estava morto, talvez os restos mortais foram devorados por algum animal, o Takuo considerara.

Sua felicidade pela tragédia do hanyou se dava por que desde o kodomo no hi descobrira que aquela mulher ruiva era Naruto U. Namikaze.

No dia do festival, estava em meio à multidão, trabalhando na segurança do evento quando testemunhou de longe o loirinho se transformar em uma menina ruiva.

E quando soube que Naruto era amigo de Kiba e Chouji, não tardou em ligar os pontos.

O U. Namikaze se transformou na mulher ruiva para salvá-los, inclusive, crer que foi a partir daquele dia que os três se amigaram. 

Shigure se sentiu uma besta.

E até esquisito, por ter achado a mulher bonita.

Todavia, seu prazer viera com a ausência do hanyou.

Era o castigo por ele se enfiar onde não devia.

Nem mesmo a mudança de posicionamento do mestre dos monges foi o suficiente para mudar sua concepção a respeito do meio yokai.

Já o odiava com toda a sua alma e achava bem feito o que aconteceu com aquela criatura.

De cabeça quente, explodiu, atraindo a atenção dos habitantes de Konoha a passarem por aquela rua:

— Eu não acredito que continuam de luto por causa do hanyou! — partira em missão quatro dias depois da notícia sobre o meio yokai se divergir pela aldeia. — Não vêm que isso foi o melhor?! Esqueceram que ele atacou Ibiki Morino?!

— Mas... foi um acidente.

A voz feminina viera de uma tenda.

Shigure moveu o rosto, inquietante, até localizar a dona da voz.

Encaminhou-se até ela, sendo seguido pelos gêmeos.

Ayame, a filha de Teuchi Ichiraku, reticente fitava o rapaz, repensando se foi uma boa ideia responde-lo.

— Foi o que meu pai disse. — Ela acrescentou, como se devesse explicar-se, desgostando do olhar do Takuo. — Eu não estava presente, mas foi o que ele ouviu do próprio Morino que se preparava para partir de Konoha, ele foi embora descansar na casa dele.

— E ele esclareceu para quem o perguntou, que treinaria o hanyou novamente se fosse possível, quando se recuperasse. — Um homem sentado à tenda da Ichiraku, enfiou-se no assunto. — Entendemos que o hanyou precisa aprender a controlar sua força.

— É por isso que sentem pena daquela coisa? — Shigure se revoltou. — Ainda que tenha sido acidente, foi o melhor. Ele estaria prestes a conhecer o Senhor feudal! Imaginaram o que aconteceria se permitissem esse encontro e ele acidentalmente ferisse o Senhor feudal?! Pior, e se o matasse?! Não seria um pedido de desculpas que resolveria, sobraria para os aldeões de Konoha, por permitirem que uma criatura dessas vivesse normalmente conosco!

Ayame havia recuado três passos, temendo a cara nervosa do Takuo, na qual se destacavam veias grossas pela testa e até no pescoço.

— Por que tanta raiva, filho? — o homem questionou, um tanto assustado diante a reação de Shigure. Manteve-se sentado, tomou um pouco de sakê para se acalmar e falou: — Esqueça esse assunto, o hanyou não está mais por aqui.

— Não há como esquecer, cheguei a pouco tempo e já percebi que as pessoas só estão falando disso. — O Takuo retorquiu, irritadamente, cruzando os braços e observando em volta.

Algumas pessoas pararam e assistiam de longe seu comportamento.

Elas escutaram cada palavra proferida por Shigure.

— Ele não está mais aqui. — Ayame ressaltou, serena. — Chega de ódio. — Reaproximou-se do balcão da tenda. — O próprio mestre dos monges ora para o hanyou descansar em paz onde estiver, ent...

— É por isso que lamentam! — o Takuo interrompeu. E se afastou da tenda, atraindo mais atenção. — Estão escutando?! — formava mais aglomeração. — São uma piada! Só estão com medo de serem agourados por se sentirem bem com a morte da criatura, mas não podem enganar a kami! Entenderam?! São falsos, hipócritas! Só estão lamentando por que o mestre dos monges lamenta! Se ele nunca se pronunciasse, vocês jamais mudariam por si mesmos!

Pelas expressividades de quem parou para ouvi-lo, o rapaz esboçou sorriso malicioso, percebendo que tocou na ferida de uma penca de gente.

— Vamos. — Shigure chamou seus dois amigos, refazendo seus passos, sairia da aldeia. — Vamos comemorar longe desse pessoal.

 

~NH~

 

No anoitecer, Shigure se despediu dos amigos e foi para sua casa.

Encarou sua porta de correr, e realizou uma aprofundada respiração.

Deslizou o fusuma e no primeiro passo, no interior de sua casa, recebeu uma tapa de seu pai. 

O senhor Takuo soltou uma sequencia de esbravejo, revelando-se enfurecido por ser o último a saber que o filho regressara à aldeia. 

O rapaz suportou as broncas e mais tapas, até o pai se cansar e resolver beber na frente de casa, onde esperaria um amigo. 

Shigure de rosto todo vermelho, resolveu adormecer cedo.

Mais tarde, em um momento da noite, levantou-se de seu leito, indo beber um pouco de água.

A caminho se deteve, escutando a conversa vinda de fora da casa. 

Lentamente, se aproximou da porta de correr. 

— Ainda me custa acreditar que estamos usando tantos guardas para procurar o hanyou. — Falava o amigo do senhor Takuo. — Ainda bem que já se aposentou, para mim faltam cinco malditos anos. — Rangeu os dentes, rosnou feito cão. Jogou uma garrafa de sakê vazia contra o solo, e pegou outra cheinha. — Amanhã será meu turno e terei que acampar na floresta, merda. Tudo por causa de dois pentelhos.

— Bem, se uma dessas crianças não fosse um Hyuuga, eu não levaria a sério. — Contrapondo o péssimo humor do amigo, o senhor Takuo assumia ar descontraído. Muito diferente do homem repleto de brabeza manifestada na frente do filho. — Entendo que os anciões não quiseram ofender o líder do clã, tiveram que mostrar de algum jeito que consideravam a palavra do menino Hyuuga.

— Eu sei, eu sei. Mas dá raiva. Além de ficarmos na floresta, temos sempre que verificar aquela região perto do penhasco onde não tem merda nenhuma e...

A conversa se estendeu durante vinte minutos, até eles interromperem o assunto.

Shigure empalideceu, de ouvido quase encostado na estrutura do fusuma, pensou que havia sido descoberto. 

Nos minutos seguintes, aliviou-se.

Entendeu que alguns conhecidos se aproximaram de seu pai e do amigo dele. 

Não deviam ser guardas, por isso os dois homens descontinuaram o assunto.

Precisavam deixar em segredo.

Nem o senhor Takuo deveria saber, por ser aposentado. Porém o amigo confiava nele. 

Sobrecarregado de novas informações, Shigure se esqueceu de beber água e retornou ao seu leito.

O sono estava distante.

Repassava em sua mente as informações mantidas em segredo do povo de Konoha. 

Ficando inquieto, o que mais o incomodava era saber que os anciões solicitariam a presença de Ibiki Morino, uma vez que foi-se provada a veracidade do que foi testemunhado pelo menino Hyuuga e a outra criança a qual curiosamente era irmão de Ibiki, no entanto, não se ateve àquele detalhe. 

Seu ódio engrandecia, o ódio pelo hanyou.

A boca do povo de Konoha estava tomada pelo meio yokai. 

Deveriam estar falando dos novos guardas da aldeia que quando retornavam da primeira missão eram recebidos com clima festivo, o que não aconteceu.

— "Eu tenho que me encontrar com o senhor Ibiki..."

Não se importava se o Morino mentira, ajudaria-o no que pudesse. 

 

 

~NH~

 

Pela tarde, na cidade do Daimyo, um guarda de Konoha procurou pelo lar de Ibiki e o entregou a notificação dos anciões escrita em um pergaminho.

O Morino recebeu péssimo pressentimento, lendo o assunto que os anciões aguardavam tratar pessoalmente com ele.

Mostrando-se para o mensageiro estar recuperado, Ibiki não inventou nenhuma desculpa para se recusar a partir, até mesmo por que caso se ausentasse do encontro com os anciões, a mensagem esclarecia que os próprios viajariam para se reunirem pessoalmente com o Daimyo.

Inexistia possibilidade de ser um assunto sem importância, inadiável.

Só podia ser algo envolvendo o hanyou. 

No caminho, próximo da aldeia, Ibiki cruzou seu caminho com um rapaz.

Entusiasmado, Shigure abordou Ibiki, passou a andar ao lado do Morino, elogiando-o, mostrando-o o quanto conhecia a fama dele e o quanto admirava-o.

 — Sinto muito, estamos com pressa. — O guarda do outro lado de Ibiki, avisou ao Takuo.

— Perdão. — Shigure em despedida, segurou a mão do Morino com as suas e se curvou, afastou-se nervoso. 

O guarda arqueou uma sobrancelha, foi um contato íntimo demais. 

Deu de ombros e seguiu andando. 

Ibiki imóvel, sentia dentro da sua mão um bilhete que o jovem introduziu sem o guarda perceber. 

O guarda cessou sete passos a frente, e se virou, fitando a imagem do parado Morino. Falou-o:

— Não se incomode com ele, devia estar muito empolgado apenas. O que mais tem em Konoha é jovem querendo ser igual a você, é um ídolo. 

Ibiki seguiu andando, aproveitou a errada interpretação do guarda. 

Não se incomodava pelo modo como o rapaz segurou sua mão, e sim a surpresa pelo bilhete. 

Na expressão do jovem, notara que ele pretendia avisá-lo de algo, assim achava.

Enfiou a mão por dentro do quimono, fingindo se coçar, todavia apenas guardou o bilhete, escondidamente, do guarda. 

Leria-o depois.

Momentos mais tarde, reunido com os anciões da aldeia, Ibiki então recebeu as acusações pendentes.

Diante a confirmação de guardas que verificaram a região com os rastros de batalha descrita pelo menino Hyuuga, o Morino exigiu que fosse levado até lá, para analisar por si mesmo.

Com tal exigência, Ibiki se mostrava negar que mentiu.

Determinado, verbalizava:

— Eu quero ajudar na busca pelo hanyou, sabem que tenho experiência pra isso, coloquem uma equipe de guardas para me vigiar, se necessário, mas não me deixem fora disso. Tenho que entender o que está acontecendo, pois não condiz com o que me lembro daquele dia. 

— Sob vigia, você pode verificar o local onde há os rastros de batalhas, descritos por Neji Hyuuga. — Koharu dissera. — Mas quanto a participar das buscas, está fora de cogitação. 

Ibiki exprimia a perfeita reação de alguém acusado injustamente. 

Por outro lado, as provas e testemunhos o contradiziam, o que impedia o Conselho de permitir a liberdade do homem. 

O Mitokado avisou:

— Senhor Morino, terá que aguardar em Konoha, sob vigia. 

Ibiki evitou focar seu olhar no Shimura, evitando entregar que os dois tinham alguma ligação naquela história.

Com a falta de tentativas de Danzou interferir na reunião, para favorecer o acusado, Ibiki entendeu que o idoso se desprovia de alguma ideia que pudesse ajudá-lo a sair de tal situação.

No lugar de entregar o Shimura, Ibiki se dispusera a sacrificar seu estilo de vida.

Fingiu aceitar a decisão de permanecer vigiado em Konoha.

No meado da madrugada, o Morino escapava após deixar inconscientes os guardas responsáveis pela sua vigia. 

Oculto, Shigure testemunhou a fuga de Ibiki, e na floresta, longe de Konoha conseguiu atrair a atenção do Morino. 

Ibiki estava pronto para fazer o Takuo desmaiar, mas reconheceu-o sendo o jovem do bilhete.

Bilhete o qual esquecera de ler. 

Shigure se expunha de braços erguidos, mostrando que não tentaria impedi-lo. 

— Eu estou do seu lado. — O Takuo afirmou. — Eu deixei claro no bilhete.

O Morino parou três passos na frente de Shigure, e se virou para trás, buscando ver se não estava sendo seguido. 

Volveu o rosto pra frente, fitando o jovem mais uma vez.

O Takuo não se intimidava perante a presença do Morino e até exibia um sorriso ansioso. 

Ibiki enfiou a mão dentro do quimono e puxou o pequeno papel de arroz enrolado.

Ao desenrolá-lo, leu as palavras: "Também estou contra o hanyou". 

 

 

~NH~

 

Nono mês do ano

Décimo quinto dia

 

~NH~

 

Os dois viajantes pararam para dormirem e prosseguiram durante a manhã, cedo.

Pain achou desnecessária a parada, haja vista que avistavam a aldeia.

Todavia, foi por insistência do meio yokai que queria treinar uma transformação.  

O hanyou não queria correr o risco de ser reconhecido.

Seu objetivo se restringia a encontrar seu pai e se despedir dele; entregando-o também o dever de repassar uma mensagem de despedida para Hinata e seus amigos, até mesmo para os professores de sua escola.

Presentemente, o hanyou assumia a forma de um menino de cabelo liso e preto, em formato tigelinha.

Suas íris se esverdearam, e suas marcas nas bochechas sumiram.

Entregou um tom bronzeado para sua pele.

Sua roupa era um quimono preto de faixa azul, comprido, parecia-lhe um vestido sem mangas.

Usava calçados de pano que Pain costurou para ele.

As íris verdes do menino chamejaram avistando novamente as humildes habitações de Konoha.

Da distância de onde estavam elas pareciam um aglomerado de pontinhos coloridos.

De súbito, o mais velho parou de andar.

Ele se apresentava em sua forma de homem ruivo.

Naruto o estranhando, fitou-o aguardando que dissesse algo, todavia o silêncio se prolongou por dois minutos.

— Por que parou? — o moreninho se irritou, e com as duas mãos começou a puxar o braço do ruivo. — Estamos avistando a aldeia daqui, vamos indo!

— Por que há tantos guardas pela floresta? — Pain questionou, seriamente.

— Guardas? — o U. Namikaze arqueou as sobrancelhas negras e finas, surpreendido.

Pondo os orbes violetas na face do moreninho, Pain questionou:

— Na sua forma humana, não consegue manter seus sentidos de hanyou?

Naruto pensativo se concentrou durante cinco minutos, e no fim, seu rosto meneou em negativa.

Reforçou de modo verbal:

— Pior que não. — Sorriu, alimentando uma vontade. — Nii-san, me ensina a manter os sentidos de hanyou durante a transformação humana?

Pain não respondeu, atentando-se a uma região da mata, atrás da qual saiu uma pessoa que se aproximou até parar atrás do hanyou.

Uma sombra imensa recobriu todo o filho do artesão-camponês e parte do corpo de Pain.

As pálpebras do menor se espaçaram, as pupilas diminuíram.

Uma sombra tão imensa só podia pertencer a uma pessoa imensa e a única pessoa tão imensa que Naruto conhecia era a da qual queria se distanciar pra sempre.

Lentamente, o pequeno U. Namikaze se volveu e antes mesmo de fitar a cara da pessoa, reconhecera a metade do corpo dela.

Ibiki Morino.

Ele se trajava de preto, como seu habitual.

Na abertura do quimono, podiam-se enxergar algumas faixas no corpo.

O moreninho empalideceu.

E a audição de Pain detectou a celeridade do coração do hanyou.

O ruivo se manteve em alerta, mesmo não transparecendo.

— Eu posso ajudá-los em algo?

A pergunta do Morino fez o U. Namikaze se recordar que jazia na forma humana, sustentando a imagem de um menino, tirada da sua imaginação.

— Ohayo. — Pain cumprimentou o homem e pousou uma mão na cabeça do menor. — Estou apenas viajando com meu irmão, avistamos a aldeia e resolvemos pausarmos durante um dia.

O Morino balançou a cabeça de leve, avisando-o:

— Não é um bom tempo realizar uma parada em Konoha.

— Por que não? — Pain se interessou.

A largura do porte do Morino cobria toda a vista distante da aldeia.

— Há uma série de problemas afetando os aldeões, as pessoas estão inquietas. — Ibiki respondeu. — Não entrarei em detalhes, é apenas um alerta, para não estranharem caso sejam destratados ao andarem por lá.

— Então acho que não demorarei em Konoha, talvez somente uma hora, certo maninho? — espalmou sua mão nos cabelos do hanyou, incentivando-o a entrar na personagem.

O moreninho hesitante assentiu duas vezes, fixando a vista no solo.

— O que há com ele? — Idate se referiu ao baixinho.

Naruto engoliu a seco.

— Está cansado, somente. Ele detesta fazer viagens longas, mas já que insistiu tanto em vir comigo, tem que aguentar. — Pain puxou o menor pelo braço. — Vamos indo.

Passando ao lado do Morino sentiu a mão do homem pesar em seu ombro, estranhando, fitou-o de perfil e elevando bem suas íris, por conta da altura do homem.

Questionou-o:

— Algum problema?

— Por acaso avistou um hanyou?

Além da celeridade incomum no coração do moreninho, a respiração também desandou, abrangeu um ritmo desesperador.

Ignorando o estado do menor, Pain agiu com natural estranheza à pergunta do homem, e em um genuíno timbre curioso, perguntou-o:

— Hanyou, o que é isso? — virou-se de frente ao Morino que também se virou.

— É uma mistura de yokai com humano. O que procuro tem metade humana e metade raposa.

Entreabriu a boca, exibindo sua surpresa em saber de tal criatura.

Em seguida, esfregou o queixo, reflexivo, respondeu-o:

— Nunca ouvi falar, deve ser o primeiro hanyou do mundo.

— Algum viajante solitário pelo caminho? O hanyou pode assumir formas, eu soube que ele já assumiu forma de uma mulher ruiva. — A visão do Morino pousou nos cabelos espetados do viajante.

— Não vimos mesmo. — Pain respondeu, e notando o olhar do cara sobre seu cabelo, soltou uma curta risada antes de perguntá-lo: — Espera aí, acha que sou o hanyou?

O moreninho soluçou, não erguia a cabeça de modo algum.

Pain colocou as mãos nos ombros do menino e verbalizou ao Morino:

— Meu irmãozinho está cansado e com sede, a gente pode ir ou terei que passar por algum teste para provar que não sou um hanyou?

— Não se preocupe, não farei isso. — Ibiki Morino se afastou, andando em frente. — Sinto incomodá-los.

— Não por isso. — Pain puxou Naruto com mais pressa. — Vamos andando maninho, eu soube que Konoha tem várias correntes de água. Vamos matar toda nossa sede.

Naruto já se aliviava quando sentiu um empurrão, foi lançado para o mato.

Assustado, o hanyou sustentou a região superior de seu tronco, apoiando-se em seus braços.

Virou o rosto, assistindo Pain se desviar dos ataques de Ibiki.

O Morino apenas no soco tentava acertar alguma parte do ruivo.

E a força em cada soco se evidenciava.

Um único ataque daqueles seria o bastante para quebrar incontáveis ossos.

Naruto só deixou de prestar atenção na cena quando uma fumaça se espargiu ao seu redor.

Retornara a sua forma de meio yokai!

Uma corda envolveu o pescoço do pequeno.

Seu corpo foi arrastado para mais dentro do mato, distanciando-se do caminho de terra.

O barulho da batalha entre o Morino e o ruivo assustava vários pássaros.

— Olá aberração. — “Cumprimentou” Shigure observando a face amedrontada do hanyou.

O U. Namikaze puxando a corda conseguiu diminuir o aperto dela e aproveitou para questionar:

— Quem é você? Por que está ajudando o homem mal?!

— Você ainda pergunta? Aberração! Sua presença traz problemas para aldeia, vou sumir com você antes que seja apresentado ao Daimyo. — Ergueu sua perna e chutou o meio da cara do meio yokai. — E acha que eu já não sei que você era aquela mulher ruiva?!

O hanyou em meio à dor se lembrou de quem era aquele rapaz.

Desesperadamente, avisou-o:

— Naruto pretende ir embora, promete que não volta mais. Naruto quer se despedir do otou-san e dizer pra ele que Naruto ficará bem vivendo longe daqui!

— Esqueça! Eu jamais confiaria em sua palavra, e mesmo que tenha intenção de cumpri-la, ninguém mais viu o seu pai, ele provavelmente já morreu!

— Não... — Embranquecendo, o mais novo falou, de voz trêmula. — Otou-san é forte, ele não morre.

— Todo mundo da aldeia andou dizendo o quanto ele emagreceu.

Baiu comentou parado ao lado do irmão.

Os dois estavam cinco metros distantes, atrás do Takuo.

Aceitaram ajudar Shigure naquele plano de impedir que o hanyou chegasse a Konoha.

— Alguém contou pra ele que você chegou a cair no penhasco. — Acrescentou Midari. — Ele então foi procurá-lo por lá, alguns guardas tentaram impedi-lo, mas ele se fingiu de morto para conseguir escapar e continuar o procurando sozinho.

— Fazem tantos dias, seu pai não teria condições de se manter vivo sozinho e estando só osso. — Shigure reforçou. 

Nunca abandone seu pai, Naruto. Ele o ama, e se você partir, ele ficará mal e talvez perca a vontade de viver, isso sim dará azar para a vida dele.”

A doce voz de Hana envolveu a mente do hanyou que se ergueu, suas pupilas tremiam e suas íris quase saltavam das orbitas.

— Otou-san... não morreu...

O mato e as folhas próximos do meio yokai se agitavam.

A energia ondulava em torno do hanyou foi se colorindo no vermelho ao mesmo tempo em que as íris perdiam azul dando espaço para o escarlate.

Shigure ordenou que Baiu e Midari atacassem o meio yokai, mas eles não se moveram.


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