Love Kitsune escrita por BlackCat69


Capítulo 27
Capítulo: Ongokukis/Quem é você?


Notas iniciais do capítulo

Capítulo alterado no dia 7 de junho de 2021



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Dois metros distantes de Akamaru, Kiba o seguia.

Hinata segurava a mão de Chouji, os dois andavam um pouco mais de três metros atrás do Inuzuka.

Repentino, o cachorro interrompeu seu farejo.

Kiba de imediato ergueu a mão realizando um sinal de alerta às duas crianças.

Chouji puxou Hinata à uma região contendo o maior volume de mato.

Abaixou-se com a Hyuuga, encobriram-se inteiramente. 

O Inuzuka também se escondera em uma região de muito mato, agachado, repreendeu um gemido de incomodo por que os lados de seu corpo roçaram em plantas espinhentas. 

Akamaru correu para perto do dono.

Kiba velozmente o carregou no colo, evitando que o animal se irritasse com os espinhos.

O Inuzuka se surpreendeu ao avistar um grupo de crianças atravessando, perpendicularmente, o caminho que ele seguia antes com Hinata e Chouji.

Kiba arregalou os olhos, percebendo um porquinho com eles, as crianças se atentavam ao pequeno suíno rosado.

— “Elas estão o seguindo?

As crianças pararam oito metros na floresta, após atravessarem o caminho pelo qual Akamaru farejou.

Kiba de mansinho, sem soltar seu amigo canino, movimentou-se abaixado pelo mato até chegar mais perto do grupo de crianças, escutou o que conversavam.

Leo jogou os braços pro alto, dizendo à menina de dois coques:

— Admita Tenten, estamos perdidos.

— Não estamos perdidos, eu confio no faro da Tonton. — Convicta, a baixinha falou. Cruzou os braços, fechando as pálpebras.

— Ela só fica procurando algo para comer. — Leo passou a mão no rosto. — Fomos iludidos, estamos desesperados para encontrar Naruto, por isso aceitamos essa ideia fácil.

Fuki e Kaede abaixaram seus rostos, amuadas.

— Lembram quando eu brincava com minha bola de lã aí eu perdi? Ela encontrou! — Tenten ressaltou.

— Shiii! — Leo em rígida expressividade exigiu silêncio, e olhou para os lados, temendo o surgimento de algum guarda.

Não estavam tão distantes da localidade onde os homens procuravam pelo hanyou.

Tenten em voz baixa, reforçou:

— Todos da turma me ajudaram a procurar, mas apenas Tonton encontrou.

— Foi uma coincidência. — Leo colocou a mão na cabeça, pesaroso. — Como o mais velho, eu não deveria ter concordado em vir, só estou alimentando uma falsa esperança.

— Mas e os pêlos, Leo? — Ashitaba perguntou. — Tonton conseguiu grudar vários pêlos do hanyou no fuço dela.

— Será que é mesmo dele? Quantas raposas acham que existem com essa cor? Ainda que seja... — Leo fechou os olhos, lamentando. — O vento pode ter levado para longe da região dos buracos. Ou Naruto perdeu os pêlos antes de chegar na área de treino... qualquer coisa. 

Ashitaba agarrou o quimono branco de Leo, e ficou na ponta dos pés para equiparar à altura do menino de oito anos, implorou-o:

— Onegai, não podemos sofrer com essa dúvida. Já que estamos aqui, vamos até o final.

— Ashita-kun está certo. — Tenten concordou. — Se fosse qualquer um de nós aqui, você não gostaria de verificar, apenas para ter certeza?

Leo silencioso, observou cada criança do grupo.

Ashitaba Keiskei, seis anos de idade. Seus orbes escuros fulgiam, em determinação.

Kaede Yoshino e Fuki Uruchi, ambas de seis anos, davam-se as mãos, de seus semblantes emitiam o sofrimento guardado pelo desconhecimento sobre o que aconteceu com o hanyou.

A maioria de Konoha acreditava que o meio yokai estivesse morto, mas até o momento, nada foi encontrado.

Bastou Tenten dizer que Tonton colecionou pêlos de Naruto encontrados pela floresta, longe da região dos buracos, que os coleguinhas salvaram um fio de esperança de reverem o meio raposo com vida.

Tenten Mitsashi, de seis anos, a menina mais baixa da turma, confiava no faro de Tonton, convenceu seus colegas e amigos de que deveriam segui-la pela floresta.

— Eu conheço os pelos do Naruto, fiquei nas costas dele por muito tempo. Via os pelos das orelhas de perto. E Ranmaru adora pegar na cauda dele, quando mostrei para ele os pelos que Tonton encontrou, Ranmaru reconheceu.

Argumentava Tenten, mantendo seus braços cruzados, decidida a estender sua procura pelo hanyou.

Leo espremeu os punhos, evitando em admitir que também queria seguir em frente, todavia seu lado racional o pedia para não incentivar uma ideia perigosa aos mais novos.

Precisava agir como um irmão mais velho.

Um responsável.

Escutaram alguma região do mato se sacudir.

Instantaneamente, as crianças correram para trás de Leo que se volveu em direção ao barulho.

O menino de oito anos abriu os braços, pronto para proteger seus amigos.

O espanto não durou tanto por que logo visualizaram um menino segurando um cachorro.

Kiba colocou seu amigo canino no chão.

Akamaru avançou em direção de Tonton.

A porquinha encostou seu focinho no do cãozinho.

— Eu não vou dedurar vocês. — O Inuzuka avisou, erguendo as mãos. — Vim acompanhado também, em segredo.

— Com quem? — Leo perguntou, desconfiado.

— Com duas crianças, pedi para elas se esconderem, posso chama-las?

Leo pensativo, volveu-se para seu grupo e pediu que aguardassem um momento, ele resolveu ir até o Inuzuka.

— Cadê elas?

— Estão mais para lá. — Apontou Kiba.

— Vá chama-las.

O Inuzuka assentiu e se distanciou, momentos depois, retornou seguido da pequenina Hyuuga e do Akimichi.

— Não temam, eles estão procurando pelo Naruto. — Kiba avisou aos dois. 

— Isso é muito bom. — Hinata segurava a mão de Chouji.

— É uma Hyuuga. — Kaede falou, deslumbrada.

— É a filha do líder do clã Hyuuga. — Fuki falou, mais deslumbrada.

— So-somos da turma do meio raposo. — Tenten se curvou, e em seguida, revelou seu nome.

Cada um se apresentou aos recém chegados, exceto Leo.

— É um prazer conhecer os amigos do meio raposo. — Hinata se curvou para ela.

— Estão matando aula. — Kiba mencionou, preocupado. — Isso não é bom, a essa hora o professor já sentiu falta de vocês.

— Estamos com tempo de sobra, na verdade. — Ashitaba esclareceu: — Nós planejamos ir à procura do Naruto essa semana. O dia escolhido foi hoje por que seria apenas desenho e pintura. 

—A gente mentiu para Ichigen sensei. — Keade se envergonhou. — Falamos que íamos nos reunir na casa de um de nós e levarmos o trabalho amanhã.

Ichigen Hini aceitou a proposta deles, quando soube que as famílias dos alunos uniram economias para comprar materiais de pintura e desenho.

Fuki tão envergonhada quanto Kaede, fez um acréscimo:

— O professor confia muito em nós.

— Nossas famílias pensam que estamos na escola, temos que nos apressar. — Ashitaba falou. Observou Leo, e pondo as mãos na cintura, questionou-o: — Como vai ser? Podemos continuar confiando no faro da Tonton?

Leo hesitante percorreu o olhar por todos, Kiba informou:

— Nós três estávamos seguindo o faro de Akamaru, ele também captou o odor de Naruto por esse lado da floresta.

— Ahá! — comemorou Tenten, a seguir, diminuiu seu tom, sem perder o sorriso: — Estamos no caminho certo.

Kaede, Fuki e Ashitaba sorriram, o fio de esperança no qual se agarravam, tornara-se uma corda.

— Tá legal, vamos continuar. — Leo dissera, derrotado.

Hinata apertou as mãozinhas, feliz por ver que os amiguinhos do meio raposo se empenhavam em procura-lo.

A viagem continuou, agora o grupo se compunha de oito crianças, uma porquinha e um cachorrinho.

 

~NH~

 

— A okaa-san estava catando frutas, eu segurava a cesta para aparar as maçãs que ela jogava, e então senti Tonton esfregar o fuço na minha perna, ela começou a grudar um monte de pelo na minha roupa. Quando prestei atenção na cor do pelo, eu logo pensei no meio raposo. — Tenten relatava, andando entre Kiba e Hinata. — Fora da sala de aula eu brinco com o meio raposo de várias coisas, quando brincamos de esconde-esconde, Tonton nos procura. Ela demora um pouco por que fica encontrando coisa pra morder, mas ela no final sempre nos encontrava. 

Hinata quanto mais ouvia, mais esperançosa ficava.

E pela cara de Kiba e Chouji, eles também apreciavam em ouvir.

— Atenção. — Leo dissera, preocupado. — Mais a frente sairemos da floresta, entraremos em um espaço a céu aberto.

— O horário da nossa aula já acabou. — Kaede comentou. — Agora sim nossa família já deve estar nos esperando.

— Vocês podem voltar. — Kiba dissera. — Chouji e eu não vamos pra escola. E nossas famílias sabem que andamos juntos.

— Verdade, aproveitem e levem a Sra. Hyuuga com vocês. — O Akimichi disse. — Confiaremos no Akamaru.

— Lie. — Hinata se agarrou no quimono do gordinho. — Eu não vou voltar agora, eu sei que vou levar uma bronca do otou-san e da okaa-san, mas eu quero estar com vocês quando encontrarem o meio raposo.

Chouji olhou para seu amigo Inuzuka, desencorajado a mandar a Hyuuga embora.

Kiba coçou a nuca, receoso.

— Eu também não vou voltar. — Ashitaba falou. — Vou levar uma bronca quando voltar pra casa.

— Eu também. — Tenten sorriu. — Minha okaa-san vai me bater com vara de bambu, mas vai valer à pena.

— Vamos levar uma bronca juntos. — Fuki falou, rindo de nervosa.

Leo suspirou, e assentiu duas vezes, complementando:

— Vamos indo pessoal!

O grupo de crianças festejou, seguindo Tonton e Akamaru que alternavam a liderança, mas sempre se mantinham na mesma direção.

A céu aberto, eles avistavam um penhasco, mas não chegaram à beira dele.

Uma música invadiu a audição de todos.

O grupo de crianças lentamente mudou de rumo e foram para leste, seguindo a direção da música.

Akamaru começou a latir, chamando a atenção dos pequenos, mas nenhuma das crianças o entregou atenção. 

 

~NH~

 

Idate Morino usava quimono curto, chegando-lhe na metade das coxas, seus braços inteiros se expunham pela ausência de mangas e sob a roupa apenas uma peça íntima de pano.

Em um dia daquela semana, escutou a Yoshino e a Uruchi conversando sobre o plano de procurarem pelo hanyou, desde então, o Morino ficou de olho nas crianças da terakoya.

Elas confiariam no faro de uma porquinha para encontrar o U. Namikaze.

Ao mesmo tempo em que achou absurdo, Idate ficou curioso para assistir de perto.

Então, naquele dia, o Morino se alertou quando o grupo de crianças mudou de caminho, em vez de seguirem para a terakoya, elas se introduziram na floresta e ele as seguiu, de longe.

Assistiu-as escondido quando encontraram mais três crianças e um cachorro.

No presente, todas elas caminharam a leste paralelamente ao penhasco.

Idate observou o desespero de Akamaru que contornava as crianças, latindo sem parar, tentando acordá-los.

Tonton seguia o grupo, já não ocupando sua função de farejadora, apenas ia aonde sua dona ia.

— Essa não... — Idate sussurrou, espantado ao considerar algo.

Quando as crianças saíram do espaço a céu aberto, introduzindo-se na floresta novamente, ele se embrenhou no mato e passou a observá-las escondido.

Testemunhou uma criatura humanóide verde, com um chifre na testa e portadora de um único olho.

Ela se punha meio curvada, uma armadura férrica protegendo o peito, em torno dos quadris, nas canelas e antebraços.

De suas mãos de quatro dedos, dos três maiores despontavam garras longas.

— “Como eu pensei.” — Idate confirmava. — “Jamais pensei que veria um.”

A criatura era um ongokuki, yokai que hipnotizava crianças através do som de sua flauta.

Somente crianças se envolviam pelo encanto.

O Morino completara treze anos recentemente, em sua nova idade, o encanto da flauta não lhe fazia efeito.

O ongokuki aguardou todas as crianças entrarem na caverna, percebeu o pequeno suíno entre elas.

Akamaru diferente do comportamento submisso de Tonton latia com ferocidade ao yokai.

O ongo apenas acenou para o pequeno canino e a seguir entrou na caverna.

Idate percebeu que o yokai guardava uma espada ao lado direito do corpo, do lado esquerdo, a flauta com a qual hipnotizou os pequenos.

Akamaru latindo para a escuridão da caverna, percebeu que as crianças estavam mais distantes.

O ongokuki não o considerava uma ameaça.

O Morino aguardou o ongo sumir com as crianças, e tratou de chamar o cachorro.

Akamaru se volveu de costas à caverna, e mostrou seus dentes ao Morino quem saiu do mato.

Idate se ajoelhou em uma perna, estendendo um braço, intencionando fazer carinho no canino branco.

O cachorro o reconheceu como alguém amigável, aceitou o carinho do Morino, sequentemente, retornou a latir para a entrada da caverna.

— Me leve até eles. — O Morino pediu, adentrando na morada do yokai.

Akamaru colocou seu focinho para trabalhar.

Com a presença de Idate, o cachorrinho aumentou sua segurança em enfrentar aquele ambiente.

Decorreram-se dez minutos.

Quando Akamaru percebia estar longe demais do Morino, parava e aguardava ele lhe alcançar.

O solo era pedregoso e cheio de desníveis, tropeços eram frequentes.  

Alcançando Akamaru novamente, Idate em voz baixa pediu para continuar farejando.

Com mais alguns metros, foi-se avistando uma claridade no final do caminho.

A luz possuía cor amarela alaranjada com um pouco de vermelho.

Fogo.

De mansinho, Idate se esgueirou pela parede da caverna, cessou antes do contorno de uma passagem, e espiou colocando apenas metade de sua cabeça.

Visualizou as crianças quietas, inexpressivas.

De pé, elas aguardavam em um canto daquele espaço cujo formato era de um circulo desregular.

Piorando a situação, enxergou dois ongokukis.

Um deles se cobria apenas com uma tanga marrom.

Sentava-se de pernas cruzadas, como os monges faziam.

De frente para um caldeirão, segurava um pedaço de pau com o qual mexia o conteúdo do recipiente férrico, e sua outra mão se apoiava em um joelho.

O caldeirão se sobrepunha nas chamas a se alimentarem de folhas e galhos secos, elas ferviam água a conter legumes.

O outro ongokuki foi o que tocou a flauta, ele se livrava da armadura e pendurava cada peça na parede.

Ficou apenas de tanga.

Chegando à vez de guardar a flauta e a espada, colocou-as em uma mesa de barro situada abaixo das peças penduradas.

Akamaru saiu de perto de Idate e retornou a latir ao ongokuki, querendo enfrentá-lo.

O ongokuki se deitou de lado no chão, apoiando a cabeça na palma da mão.

Sua outra mão se estendeu, querendo brincar com o cachorro.

Akamaru mordeu a mão do yokai pra valer, mas sua mordida à criatura não passava de cócegas.

O ongo o achara uma gracinha.

Respirando fundo, o Morino se abaixou, de quatro, moveu-se à mesa de barro. 

Torcia para que nem um dos ongos se virasse. 

O ongokuki a se divertir com Akamaru, dizia algo em sua língua monstruosa ao outro ongokuki que cuidava do caldeirão.

Uma garra perfurou cinco legumes de uma vez, o ongo comeu o que estava mais próximo da ponta, assentiu duas vezes, aprovando.

Emitiu um rosnado, avisando estar na hora de colocar as crianças no caldeirão.

O outro ongo deixou de brincar com o cachorro e se ergueu ansioso para comer.

A comida seria farta naquele dia, poderiam até guardar crianças para de noite e para a manhã seguinte.

Normalmente, o ongokuki da flauta só conseguia atrair uma ou duas crianças sem lares.

Seu único olho brilhara demasiadamente ao vislumbrar a chegada daquele grupo grande de crianças.

Ao se virar ao canto onde deixou as crianças, assustou-se.

Suas palavras rugidas significavam:

 “Eles foram embora!”

Akamaru notando a ausência das crianças seguiu o cheiro delas, deixou os ongokukis para trás.

Eles ignoraram o cachorro, o gosto que buscavam era apenas o da carne macia de um humano pequeno.

“Seu idiota! Eu disse para fatiá-los logo!” rugiu o ongo que cuidou do caldeirão.

“Você sabe que eu me divirto quando eles se despertam do encanto quando são jogados na água fervente.”

O outro ongo se afastou do caldeirão e empurrou seu comparsa ao se aproximar da mesa de barro. Ao vê-la vazia, rugiu novas palavras:

“Eles levaram nossa espada e nossa flauta! Você não hipnotizou direito, seu imbecil!”

Saiu correndo para fora da cozinha, enfurecido.

“Pra quê tanto estresse, vamos alcançá-las rápido, são somente crianças.” O outro ongo ultrapassou o comparsa, trataria de recuperar suas vítimas.

 

~NH~

 

Idate fizera as crianças segurarem as mãos umas das outras.

Ele segurava a mão de Ashitaba, sua outra mão se encarregava de segurar a espada e a flauta.

Aceleradamente, conduzia à saída a fileira de crianças.

Akamaru os alcançou, ao lado de seu dono, permaneceu.

Tonton corria avizinhada a Tenten.

Idate podia despertá-los com um belisco, todavia seria preferível fazer quando todos estivessem fora da caverna, bem longe dos ongokukis. 

Caso contrário, as crianças entrariam em pânico e daria trabalho explicá-las naquele momento o que acontecia.

A saída se tornou visível, contudo, dez metros antes, a Mitsashi tropeçou levando duas crianças ao solo.

A fileira se quebrou, arrancando praguejo do Morino que colocou a flauta na parte de trás do seu quimono, usando a faixa em torno da cintura para prendê-la.

Prendeu a espada ao lado do corpo, e ajudou a menina a se levantar.

Por causa do tombo, Tenten, Leo e Ashitaba se libertaram do encanto.

A Mitsashi confusa moveu o rosto para todo canto, questionando-o:

— Já anoiteceu? Onde estamos?

— Depois explico. Vocês precisam sair daqui! Vejam, a saída está logo ali, vão, vão, levem os outros com vocês!

Idate respondeu conduzindo as mãos de Tenten a segurarem as mãos de Keade e Fuki.

Ele buscou pela Hyuuga e a colocou no colo de Ashitaba.

E para Leo, restou conduzir Kiba e Chouji.

— Vão, estamos correndo perigo, há criaturas a caminho! Aquela ali é a saída, vão, vão! — desesperado, empurrava-os.

— Droga...

Leo murmurou meio tonto, obedeceu aquele garoto que lhe era familiar.

Por causa do quase total escuro não o reconheceu.

As crianças avançaram em pressa, para o alivio do Morino.

A claridade para elas engrandeceu, conforme se aproximavam da saída apontada pelo Morino.  

— O que há com vocês?

A Mitsashi perguntou para Kaede e Fuki, após conseguir visualizar as faces delas. As duas se apresentavam inexpressivas, quietas se permitiam serem conduzidas pela baixinha.

Idate se aliviou quando as crianças atravessaram a saída, acompanhadas dos dois pequenos bichos.

— Escondam-se na floresta, só saiam quando eu aparecer!

Gritou, orando para que eles escutassem.

Afastou seus pés, segurando a espada na frente do corpo, apontando a lâmina ao caminho cavernoso, pelo qual se repercutia o barulho da correria dos dois ongokukis.

As duas criaturas se distinguiram no campo de vista do Morino.

“Presa corajosa.”

Comentou um ongo ao outro que comentou:

“Ainda bem que não precisamos da espada para abater nossas presas.”

Suas garras se tornaram mais longas.

Idate recuou um passo, atento.

As garras não eram boas para cortar carne em fatias, eram mais úteis para espetar, furar.

A espada, os ongokukis utilizavam somente como utensílio de cozinha.

O Morino correu de costas à saída e os ongos avançaram.

“Ele é rápido mesmo correndo dessa forma.”

Comentou o ongokuki estendendo o braço para frente, suas garras mais crescidas, por um triz não acertaram o Morino.

Rugindo, por não acertá-lo, o ongokuki saltou na direção de Idate.

O Morino dobrou suas pernas, a parte detrás das coxas encostaram-se às canelas, seus joelhos deslizaram pelo solo, criando dois rastros fundos.

Jogou o peito todo pra trás, recuando seu rosto, vendo as garras passarem direto diante seus olhos.

Suas mãos posicionaram a espada com a lâmina para cima.

Assim, por cima de Idate o ongokuki passou direto com toda sua velocidade e força, enquanto a espada foi cortando seu corpo. 

No final, o ongokuki caiu no chão, reduzido a dois grandes pedaços.

“Essa criança tem muita força.”

O comparsa comentou.

“Bem feito, é o que dá se descuidar. Agora terei que ir à organização dos ongos para conseguir um novo parceiro, humpf.”

Nada lamentoso pela morte do outro ongokuki, fez crescer suas garras e se preparou para enfrentar o Morino.

Idate se levantou e recuou de frente focada para a ameaça.

Com a espada, bloqueou os ataques que o ongo o desferiu.

Mais alguns passos para trás, pisou fora da caverna.

O céu se mostrava no início do pôr do sol.

O yokai se admirava com a habilidade de luta do garoto.

Em um instante, o ongo preferiu enterrar as garras no solo, próximo dos pés do Morino, causando um imenso buraco, desequilibrando Idate.

Foi nesse momento que o ongo se livrou da espada, com suas garras, lançou-a para longe do alcance do Morino.

“Você me deu um trabalhão, usarei minhas próprias garras para acabar com você.”

O ongo falou, pisando na cabeça de Idate, esfregando o rosto dele contra a região funda que causou no solo.

Ergueu suas garras da mão direita.

O Morino fechou os olhos, esperando a morte.

A morte se ausentou em Idate.

Ao erguer a cabeça, o Morino testemunhou um menino cabeludo saltar contra o ongokuki e enterrar a espada contra o único olho da criatura.

O rugido doloroso espantou um bando de pássaros.

O menino apoiando os pés no peito do ongokuki empurrou a espada até ela atravessar a cabeça.

O corpo do yokai caiu para trás, com o menino por cima.

O menino retirou a espada vendo um liquido verde e gosmento jorrar para fora da região atravessada.

— É... um Hyuuga. — Idate reconheceu, o mesmo que venceu nos jogos do kodomo no hi.

As crianças saíram de seus esconderijos.

As que não estavam mais sob o encantamento yokai, assistiram os dois meninos enfrentando o ongokuki.

Tenten trazia Kaede e Fuki, seus imensos rotundos castanhos brilhavam em admiração pela coragem do Hyuuga e do Morino.

Ashitaba não carregava Hinata, segurava a mão dela, e com ela andava na direção do Morino e do Hyuuga. Notadamente, o Keiskei jazia espantado com o que assistiu.

Leo largou as mãos do Inuzuka e do Akimichi, percebeu que eles não se moveriam se não os puxasse.

E de punhos cerrados, correu até o Hyuuga e o Morino, chegou até eles primeiro que as outras crianças, e questionou-os:

— Mas o que está acontecendo aqui?!

 

~NH~

16 de julho

~NH~

 

Os orbes azulados se encheram de terror, a careca do Morino se revestia de deformidades, uma superfície rugosa e com várias tonalidades.

— O que está vendo é o resultado de um processo doloroso que não chega aos pés do que você sofreu hoje. Então seja grato por sua morte ser rápida, hanyou.

Deu uma cabeçada no pequeno e o arremessou dentro do penhasco, assim que viu o hanyou sumir na escuridão, respirou aliviado e se afastou dali, indo até sua montaria, deixando seu rastro de sangue.

~

O pequeno hanyou entrou em inconsciência assim que sentiu uma forte pancada em seu rosto.

Deu uma forte virada e quebrou vários ossos quando sua queda se findou.

Se não fosse sua natureza metade yokai, morreria na hora.

Entretanto, a morte não estava longe.

Com cuidados ganharia chance de sobrevivência, mas sem cuidados, morreria de fome e sede naquele lugar escuro.

Pois não conseguiria se mover, e devido ao nível de ferimento, sua recuperação seria lenta.

Sozinho, morreria antes da metade do seu corpo se renovar.

 

~NH~

Seis dias depois

~NH~

 

O despertar de Naruto aconteceu.

Em sonolência, a visão embaçada encontrou o azul de um céu da manhã.

Um leve balanço acontecia.

— Hum... Hum...

Ele gemeu, tentando compreender por que não se mexia.

— Está acordado? — uma voz veio atrás do pequeno hanyou. O silêncio se delongou, e a voz retornou a se manifestar: — Está sonhando de novo.

Naruto se sentiu balançar novamente.

O balanço continuava leve, e ele distinguiu ser carregado por alguém.

Com suas últimas memórias regressando à mente, um desespero se espraiou em seu imo.

— Ham! Ham! Ousan, ousan...

— Acordou mesmo. — A voz viera novamente.

O hanyou foi postado no chão, ele assimilou que antes estava sendo carregado nas costas de uma pessoa.

Um homem jovem de pele clara, tom pálido, cabelo laranja arrepiado e de tom escuro.

As íris eram violetas escuras, e as escleras, violeta claro.

Vestia-se em um longo quimono negro.

O sujeito pacientemente explicou sem denunciar alguma emoção:

— Evite falar, você não conseguirá formar palavras direito. A queda foi muito feia. Sua mandíbula saiu do lugar, tentei realocá-la. Perdeu todos os dentes da frente. Antes que se preocupe com isso, creio que todos os dentes novos terão nascido até o final do ano.

Naruto apavorado percebeu que não conseguia fechar a boca, e dela uma quantidade grande de baba escorria.

Lagrimando, sacudiu-se, tentando sair daquele negócio que envolvia seu corpo, deixando somente seus olhos e nariz expostos ao sujeito.

— Está seguro dentro desse casulo. É mais fácil de viajar com você assim. — O homem se afastou, e observou em volta, antes de retirar a faixa do quimono, precisava mijar.  — Acredito que um curandeiro Uzumaki possa aumentar seu processo de recuperação, só não será fácil convencer um, mas farei o possível.


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