Love Kitsune escrita por BlackCat69


Capítulo 21
Capítulo: A verdade espalhada




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Neji procurava pela prima, percorreu todas as ruas principais da aldeia, pelas quais se estendiam as barracas e retornou ao campo pelo qual se espalhavam as tendas.

Começou a perguntar para as pessoas.

Um menino um pouco mais alto que ele, apontou ao outro lado do campo, respondendo:

— Vi ela sentada com o hanyou debaixo daquela cerejeira.

— Arigatô. — Neji se curvou, rumou à árvore de pétalas rosadas.

Chegando lá, contornou o tronco da cerejeira e visualizou Naruto dormindo de cabeça repousada nas coxas da Hyuuga.

A mãozinha de Hinata acariciava lentamente a orelha do U. Namikaze.

O pequeno sorriso dela floresceu ao notar o primo, evitando acordar o meio raposo, disse em voz baixa:

— Nii-san.

— O mestre dos monges realizará a cerimônia final do dia.

A menina assentiu, recordada que seu pai disse que retornariam para casa após a cerimônia de término.

Delicadamente, balançou o meio yokai pelos ombros, dizendo-o:

— Acorde meio raposo, acorde.

Gradualmente, as pálpebras do U. Namikaze tremularam e se espaçaram.

O loirinho bocejou enquanto desgrudou a cabeça do colo da menina.

Sentando, suas pálpebras se mantiveram semicerradas.

Após o segundo bocejo, esfregou seus olhos e sua visão se desembaraçou. Notando ao redor, as tendas se desfaziam.

Chateado, perguntou:

— O festival acabou?

— Está quase, falta a cerimônia final do dia. — Hinata respondeu.

O meio yokai se levantou e ajudou sua amiga a ficar de pé.

— Oh, olá Neji, parabéns por ganhar a carpa. — O hanyou deu dois tapinhas no ombro do menino.

Neji se curvou, em agradecimento ao meio yokai.

E o U. Namikaze fez um bico, aborrecido.

Gostaria de conversar com ele, mas o menino continuava muito caladão.

O meio yokai segurou a mão da Hyuuga, e os três começaram a andar.

Naruto se guiava por Neji que ia na frente. 

— Os pés da Hinata estão engraçados. — Durante o caminho, o hanyou reparou.

— São meias. — Ela sorriu, usava-as nas chinelas de madeira. — Não gosto delas por que quando chego em casa, tenho que tirá-las, elas ficam com chulé.

— O que é chulé?

— É fedor de pé.

O hanyou se concentrou em seu olfato apurado, discordou:

— Elas não estão fedendo.

— Mas elas fedem. — Hinata insistiu.

Enquanto discutiam, não soltavam as mãozinhas, sacudiam-nas pra frente e pra trás.

~NH~

Em uma planície vizinha à aldeia, situava-se um templo.

Na esplanada na frente do templo, o publico de meninos de seis a doze anos de idade, organizava-se em grupos de fileiras a comporem forma retangular.

Assim sendo, existia espaço para circulação entre os retângulos de fileiras.

Ao redor da esplanada, as famílias dos meninos se aglomeravam, ansiosas pelo começo cerimonial.

A figura do mestre dos monges era muito importante para elas.

Toda família se orgulharia de ver seu filho participar de uma cerimônia dirigida pelo Nakagi. 

— Chegamos a tempo. — Hinata falou, contente.

— Hiashi-sama está do outro lado.

Neji avisou aos dois, apontando na direção direita da esplanada, a uma localidade a dispor de uma vista lateral da cerimônia.

A Hyuuga sorriu ao distinguir a figura de seu pai.

O líder do clã Hyuuga usava quimono e hakama pretos, faixa na cintura completamente branca, mas o que destacava o homem no publico era o longo manto verde claro sobre os ombros, o tecido chegava no meio das pernas.

Hana quem fizera o manto para o marido, ela sabia que cores vivas contrastadas às cores comumente usadas por Hiashi, seria uma combinação a ajudar a filha a encontrá-lo.

— Estou indo, Hinata-sama. — Neji se despediu, afastando-se do hanyou e da prima.

— Boa cerimônia, nii-san! — a menina desejou.

O meio yokai soltou a mãozinha da pequena, jogou os braços pro alto e abriu as mãos, balançando-as de um lado a outro, desejando:

— Boa sorte Neji!

O menino Hyuuga olhou rapidamente, por cima do ombro, vendo a alegria dos dois, assentiu-os. 

Encontrou um lugar na quarta fileira horizontal, do penúltimo grupo de meninos, situado na metade direita da esplanada.

Assim ficou visível ao tio.

— Como será esse jogo? — perguntou o meio raposo.

— Não é jogo, a cerimônia é como uma festinha. A gente vai ouvir musica e vai bater palma, escutaremos o mestre dos monges desejar sorte e felicidade aos meninos. — A Hyuuga explicou.

— Aaaa eu deveria ter desejado boa cerimônia e não boa sorte ao Neji.

— Está tudo bem, é algo bom de qualquer jeito, meio raposo.

Hiashi observava o sobrinho, até notar a aproximação de sua filha.

Ela guiava o hanyou segurando-o pela mão.

Alegre, os dois pequenos pararam na frente do adulto, a menina cumprimentou:

— Olá otou-san.

— Não andem de mãos dadas. — Hiashi ordenou, rigidamente.

Notava o quanto de pessoas convergiam olhares aos dois menores.

A menina segurou o pulso do hanyou estendendo a mãozinha dele pro alto, explicando ao pai:

— Está tudo bem otou-san. O meio raposo tem cuidado para não me machucar com as unhas compridas.

— Esse não é o problema. — Hiashi disse, embravecido. — Não é para andarem de mã...

A atenção do líder do clã foi sugada pela chegada de Bansai Nakagi vestido em seu roupão de monge.

Os adultos trocaram cumprimentos formais.

O mestre dos monges cessado entre os dois pequenos e o senhor Hyuuga, sorriu ao hanyou. Deu leves tapinhas nos cabelos loiros, dizendo-o:

— U. Namikaze que maravilha estar presente. Veio com seu pai? Eu gostaria de conhece-lo.

— Hihihi — Apreciando o contato carinhoso, o meio yokai sorriu fechando as pálpebras, seus olhinhos se tornaram como os de um felino. — Não, o otou-san está viajando a trabalho, mas quando Naruto chegar vai contar tudo de legal que aconteceu no festival.

— Que bom, escolha seu lugar entre os meninos, daqui a pouco começarei a cerimônia. — Bansai afastou a mão do meio yokai.

Hiashi dilatou as pálpebras.

E Hinata abriu um sorriso de boca aberta.

O hanyou “choqueado” quis confirmar se escutou direito, questionou-o:

— Naruto pode participar da cerimônia?

— Claro. A cerimônia é para dar sorte e felicidade aos meninos, você é uma parte menino, não é?

O meio yokai se animou e abraçou Hinata antes de se afastar dela.

A menina deu pequenos pulinhos de felicidade, gritando boa cerimônia ao hanyou. 

— Você viu aquilo? O mestre dos monges agradou a cabeça do hanyou.

— Eu vi, ele vai permitir que o hanyou participe da cerimônia.

— Além de ser amigo da filha do líder do clã, o hanyou foi aceito pelo senhor Nakagi.

Da cacofonia de vozes, Hiashi entendia alguns trechos da parte do público as suas costas.

— Como está sua filha mais nova, senhor Hyuuga. — Bansai quis saber, pousou sua mão nos cabelos azulados.

Hinata ficou rosadinha ao receber o carinho.

— Bem... — Hiashi fincou o olhar no sobrinho.

Neji como sempre, comportado.

O líder Hyuuga se recordou quando estava ansioso para a vinda do kodomo no hi, por que se imaginara carregando um filho menino nos braços, enquanto assistia o sobrinho.

Aquela dor visitava constantemente seu coração, mas também abria espaço para visualizar a criação de uma segunda filha.

Complementou:

— É uma menina saudável.

— Isso é maravilhoso, senhor Hyuuga. Desejo-a que continue com perfeita saúde e que seja tão bondosa e honrada quanto a irmã.

Hinata corou mais, tornando-se um tomatinho.

Bansai seguiu desejando uma série de bons desejos e depois se despediu de pai e filha, indo tomar seu lugar na cerimônia.  

~

Animado o loirinho procurava um lugar.

A empolgação novamente o fazia alheio em como os outros o olhavam.

ZenzaMeiso andando entre dois retângulos de fileiras, enxergando o hanyou do outro lado, acenou para ele:

— Por aqui Sr. U. Namikaze!

As orelhas de raposa se sacudiram, contornou o retângulo de meninos, sendo seguido pelos rostos dos pequenos.

Como nenhum adulto gritava assustado ou tirava as crianças de perto do hanyou, os meninos não se moveram, reservaram-se curiosos sobre a presença do meio yokai.

Testemunhavam o próprio monge ajudando o hanyou, então continuaram quietos.  

O Meiso posicionou o meio yokai na terceira fileira horizontal composta de oito meninos, em um dos grupos centrais da esplanada.

Zenza observando a situação do Uzumaki, pediu-o:

— O U. Namikaze poderia parar de mexer a cauda? Está afastando o menino detrás.

Preocupado, o filho do camponês-artesão tentou acalmar sua cauda, mas falhou. Jazia agitado demais.

— Puxa vida, não dá, Naruto não consegue. — Falou nervoso.

A mão de Zenza pousou na cabeça do pequeno, avisando-o:

— Vou te pôr no último lugar, assim não atrapalhará ninguém.

As sobrancelhas do loirinho se arquearam, e um sorriso brotou. 

O U. Namikaze assim que foi posto no cantinho do grupo, avistou o Hyuuga, acenou para ele.

Neji mantinha o rosto para frente, então não correspondeu ao aceno do meio yokai.

Diferentemente, outros meninos a comporem o grupo do Hyuuga prestavam atenção no meio raposo.

E um pequenino acenou ao U. Namikaze.  

Imediatamente, os azuis do hanyou chamejaram.

— “O menino cumprimentou Naruto!”.

Fechou seus olhos esticadinhos, sorrindo.

Abraçou seu próprio corpo se remexendo todo.

Ao se aquietar, olhou para seu outro lado e reconheceu o menino que o observava curioso.

— Olá Id...Id...Idate!

— Como me conhece?

— Ih. — Naruto se lembrou que o conheceu como Kuna. — É... sabe... a Kuna...

— Conhece ela? — Idate sorriu, animado. — Kuna é amiga de um hanyou, que irado. Ela está nos assistindo? — moveu a cabeça, procurando-a em volta.

— Está. — Naruto respondeu, ainda receoso de falar a verdade.

— Diga a ela que estou com sauda...

Idate parou de falar quando os meninos começaram a cantar o hino do kodomo no hi.

O loirinho observou ao redor, curioso. Alegrando-se de novo, deixou-se guiar por aquele clima festivo.

Abria e fechava a boca, mas não saía voz, pois não conhecia a letra, imitava os outros. 

O mestre dos monges andava pelas fileiras jogando água nas cabeças dos meninos, através do seu hishaku.

Zenza seguindo o Nakagi, levava o recipiente de água pela alça.

Conforme a cantoria prosseguia, o hanyou deixou de ser a atenção principal do público.

Os aldeões se entregavam ao ritual importante para seus meninos.

Agradeciam pela presença do mestre dos monges.

E no final do hino, uma salva de palmas repercutiu.

O filho do artesão-camponês realizou suas melhores palmas.

Bansai se colocou no topo da escada, no aguardo das palmas cessarem.

Assim que chegou a vez do silêncio, ergueu sua voz:

— Que continuem tendo uma bela semana de kodomo no hi. Que assim, a felicidade e sorte abranjam os meninos de Konoha.

Uma nova sequencia de palmas se estabeleceu.

E mais uma vez, o Nakagi aguardou o silêncio, para seguir sua fala:

— Esse ano tem algo a mais de especial, pois estou contando pela primeira vez com a presença de Naruto Uzumaki Namikaze.

— É o Naruto! — gritou o hanyou. As orelhas de raposa se balançaram. A cauda se empinava, sacudindo a ponta no alto.

Os olhares se convergiram ao meio yokai.

— Esse ano eu recebi a prova de que raposas não trazem azar, como acreditamos em todos esses anos. É maravilhoso que quem me mostrou essa novidade, tenha sido uma criança que estendeu uma mão para um hanyou. — Dirigiu seu doce olhar à primogênita Hyuuga. — Somente a alma pura de uma criança para me elucidar. Como humano, de modo esperado falhei, peço um dia que Naruto Uzumaki Namikaze me perdoe.

— Tá perdoado, jii-san! — o hanyou exclamou, levantando as mãos, esperando ser avistado.

Bansai Nakagi se permitiu rir um pouco. 

Hinata de bochechas rosadinhas, segurou as mãos na frente do peito.

De face toda enrijecida, Hiashi mirou a imagem do meio yokai.

— Meu novo plano para esse ano será a construção de um santuário de raposas próximo do templo. Para quem quiser fazer doações para nos ajudar nesse novo projeto sabe onde encontrar os monges de meu templo. Que todos sejam bem vindos a ele, desejo-lhes um bom dia.

Bansai Nakagi finalizou a cerimônia. 

Os meninos da esplanada começaram a se dispersar, alguns permaneceram imóveis, assistindo a imagem do hanyou.

Idate se volveu ao meio yokai, perguntando-o impressionado:

— Qual seu lance com o mestre dos monges?

— Naruto não lançou nada no jii-san.

— Não foi isso que eu quis dizer, eu quero saber se... — O Morino se calou notando a proximidade da Hyuuga.

Hinata timidamente se curvou para Idate que todo sem jeito a correspondeu na mesma formalidade. Ela pediu licença ao Morino e se focou no hanyou, avisando-o:

— Eu tenho que ir, meio raposo.

As orelhas de raposa despencaram e a cauda se tornou imóvel.

Fizeram tantas coisas juntos naquele dia, ainda sim parece que o tempo saiu voando.

O hanyou observou o céu, a cor alaranjada indicava o pôr do sol, e concordou:

— Naruto também tem que voltar pra casa. 

Os dois se abraçaram forte.

Idate admirado assistiu as mangas largas do quimono do hanyou cobrirem inteiramente as costas da menina.

Ela enterrava a carinha no peito dele.

Hinata tristinha se afastou do meio raposo.

Distante, Neji ao lado do tio a esperava para irem embora.

— Que demais, você é mesmo próximo da filha do líder do clã. — Idate comentou quando ela estava longe.

— Sim, Naruto e Hinata são amigos.

Repentinamente, o loirinho com sua boca fez um “o”, arregalando os olhinhos, lembrando-se de algo interessante: 

— O segundo nome do Idate é Morino!

Agora sabia o porquê de achar familiar o sobrenome do seu futuro treinador.

Idate sorriu:

— Kuna lhe contou?

— Não precisou. — O U. Namikaze respondeu tristinho. — Naruto é a Kuna. — Suspirou, não podia continuar mentindo pra ele.

— Que?

— É o lado kitsune do Naruto. — Optou por mostra-lo, seria mais rápido para convencê-lo.  

A fumaça envolveu o corpo do meio yokai, os meninos que assistiam, recuaram mais.

Quando a fumaça se dispersou inteiramente, o U. Namikaze se apresentava com os cabelos ruivos compridos, as pontas alcançando os tornozelos.

— O engraçado é que Naruto se transformou em um menino de cabelo ruivo e longo, mas todos que viram Naruto pensaram que era menina. — O hanyou se explicou, sorrindo envergonhado.

Idate Morino se paralisava, ao tempo que os meninos a assistirem faziam uma cara de surpresa, soltavam um som de “o” em tom admirado pela habilidade de transformação.

O rosto de Idate se azulou.

— Naruto sente muito, Naruto não queria chamar atenção na forma de hanyou.

O Morino colocou uma mão na barriga, e meneou o rosto em negação. Deu as costas para o meio yokai, sem querer pensar em algo para dizê-lo. Jazia enjoado.

— Não era intenção do Naruto mentir! — o meio yokai exclamou.

Idate não retornou, e o hanyou suspirou.

Indo para casa, o U. Namikaze acenou para os meninos ao redor, sorria às pessoas.

Elas não o repeliam, mas se demonstravam receosas.

Os aldeões ainda assimilavam a novidade sobre kitsunes não serem mais criaturas amaldiçoadas.

 

 


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