A Snake's Letter escrita por Mayfair


Capítulo 2
Capítulo 2 - O ego de Ron Weasley e a idolatria pós guerra


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Espero que tenham gostado do primeiro capítulo e muito obrigada aos que comentaram, gosto de saber que tem gente por aqui lendo.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/677172/chapter/2

— [...] e os Comensais da Morte... Merlin sabe como eles são terríveis! Lançavam feitiços e maldições imperdoáveis em qualquer um que cruzasse seu caminho! Muitas vezes escapei por pura sorte e...

— Pare de se gabar, Ronald, a guerra não é motivo para se colocar num pedestal e amaciar seu ego. – Hermione cortou o amigo e recebeu um olhar desgosto vindo de Ron e do aluno do quinto ano para quem ele se vangloriava com histórias da Grande Guerra Bruxa.

— Eu não estou me gabando, estou simplesmente afirmando os fatos.

— Claro que está. – Hermione deu um sorriso falso.

— Continuamos depois... – Ron sussurrou para o quintanista com quem conversava e em seguida fez um sinal com as mãos para que o garoto se retirasse.

Hermione já não olhava mais para Ron e agora estava concentrada em folhear um livro de História da Magia.

— O que foi isso?

— Isso? Explique melhor.

— Essa história de “pare de se gabar, Ronald...” – Ron afinou a voz imitando-a.

— Não foi nada. Continue se promovendo como um grande herói enquanto milhares de pessoas morreram.

— Como é?! – Ron agora tinha um tom de voz alterado, revoltado e um tanto desacreditado.

— Pessoas inocentes morreram, Ron! E tudo que você consegue fazer é falar sobre tudo que aconteceu como se fosse um motivo de comemoração!

— E é! O fim da guerra é motivo para comemorar! Voldemort foi derrotado!

— Eu sei! Mas isso não muda o fato de que tudo aquilo foi horrível... – Hermione fechou o livro juntamente com seus olhos, tentando conter as lágrimas que pareciam estar a caminho. – Você parece nem se importar com todas aquelas pessoas, seu emocional ainda parece com o de uma colher de chá, Ron Weasley.

— Eu não disse que não foi horrível, Mione, mas acabou, está bem? Acabou... – dizendo isso, Ron abraçou Hermione, que encostou a cabeça em seu peito, cansada.

— Desculpe se eu peguei pesado.

— Esqueça isso.

O casal ficou abraçado por mais algum tempo, até Harry Potter adentrar no Salão Comunal onde estavam e quebrar a atmosfera ali existente. Hermione logo se afastou de Ron e seu rosto ficou levemente avermelhado (mesmo após meses de namoro, ela ainda se sentia envergonhada de qualquer demonstração de afeto dela e de Ron perto de Harry).

— Ei, vocês dois, já estão sabendo?

Surgiram olhares confusos nos rostos de Ron e Hermione após a pergunta de Harry, até que a garota perguntou:

— Sabendo de que?

— Do discurso. – Harry parecia ainda acreditar que sabiam do que ele estava falando, ao finalmente perceber que não, continuou – McGonagall quer que discursemos sobre os acontecidos na Guerra, nada com um tom muito póstumo, ela disse, mas pediu para darmos boas notícias, esperanças positivas de que as coisas voltarão ao normal.

— Boas notícias? A boa notícia é que Guerra acabou! Isso sim! E, por Merlin, nada muito póstumo?! Francamente! – Hermione estava exaltada novamente, Ron quis matar Harry naquele momento, por trazer à tona um assunto que tinha acabado de gerar uma discussão – E, sinceramente, por que nós?

— Somos O Trio de Ouro, Hermione, somos os caras que estão sempre nos lugares onde há problemas, somos considerados heróis, você gostando ou não. – Ron disse calmamente, com a voz mais baixa do que o normal, numa tentativa de não deixa-la mais nervosa.

Em resposta ela apenas bufou.

— Não é obrigatório, Mione, além do mais, ela não chamou só a nós, chamou Neville, Luna, Gina... – Harry explicava, quando Hermione o cortou.

— Ótimo. Sendo assim, eu me recuso.

— Bem... Você tem certeza disso? Quero dizer, você é uma excelente oradora e gosta de escrever, pode até mesmo nos ajudar a escrever o que iremos falar.

— Você só quer que eu participe para não ter trabalho escrevendo um discurso, Harry. Desculpe, mas não, dessa vez estão sem mim.

— Certo.

Assim, Hermione saiu pisando forte e de nariz em pé, certa de sua decisão, e sua atitude deixava claro que não queria companhia.

A porta do Salão Comunal mal fechou e Harry soltou:

— O que há de errado com ela? Foi algo que eu disse? Ela está tendo uma daquelas crises de mulher?

— Não, Harry, você não disse nada errado – Ron respondeu com o olhar cansado – só o assunto errado na hora errada. Queria que fosse uma crise de mulher, mas o fato é que ela ainda está abalada após tudo, mas de uns tempos pra cá tem ficado quase paranoica, espero que melhore.

***

O que está havendo? De onde veio toda essa irritabilidade? Eu deveria estar plenamente feliz agora que tudo acabou e estamos em paz, agora que vou concluir meus estudos em Hogwarts! Mas tudo que sinto é um grande incomodo com toda essa atenção que estamos recebendo, mais atenção ainda do que quando éramos estudantes “pré-guerra”, está me deixando louca.

Os passos apressados e pesados de Hermione Granger faziam um som quase musical nos chão de pedra de Hogwarts. Ela nem sequer prestava atenção no caminho, já que o conhecia tão bem, era seu caminho favorito dentro daquele castelo, em direção à biblioteca.

Sentir o cheiro de livros antigos, folhear suas páginas amareladas e absorver toda aquela informação, isso era algo que tranquilizava Hermione de uma maneira única, e ali naquela mesa da biblioteca, com cinco livros gigantescos ao seu redor, ela conseguiu dissipar-se de todos os pensamentos que estavam ocupando sua mente exaustivamente.

Sua paz foi interrompida quando percebeu que havia alguém parada ao seu lado, era uma primeiranista, as vestes da Lufa-Lufa estavam arrastando no chão pois eram grandes demais para a pequena estatura da garotinha.

— Ei, você é Hermione Granger, não é?

— Hã? Ah, sim, sou eu. – sorriu confusa.

— Caramba! Você é ainda mais bonita do que nas fotos! E você é muito corajosa também! Li sobre você no Profeta Diário e meus pais me contaram muitas histórias de você e seus amigos. – a garota falava tímida, mas maravilhada somente com a presença de Hermione.

— Bem... Muito obrigada. – Hermione sorria e suas bochechas estavam vermelhas, não sabia como responder a uma menininha enchendo-a de elogios – Você também é muito bonita e tenho certeza que é corajosa.

— Eu espero ser como você um dia, sabe? Uma garota forte! E se houver outra batalha, eu lutarei e salvarei pessoas, assim como você! – os olhos da criança brilhavam de admiração.

Essa garotinha acabou de dizer que quer ser como eu? COMO EU? Ela me olha como se eu fosse algum ator famoso, isso não faz sentido algum. Mas acho que, de certa forma, eu a inspirei, não é? E isso é bom, não é? Mas ela espera lutar numa batalha?! Não! Isso foi só uma hipótese, relaxe, Hermione, relaxe e agradeça.

— Bem... Você parece bastante forte para mim!

— Sério?!

— Sim, é sério.

— Obrigada! Você é tão legal, e nem é uma Irritante Sabe-Tudo como já ouvi dizer! – Hermione bufou ao ouvir essas palavras.

DEPOIS DE TUDO EU AINDA SOU A IRRITANTE SABE-TUDO?

— Eu preciso ir, tenho aula de Poções, e não é uma matéria muito fácil para mim, todos aqueles ingredientes e... Esquece, desculpe-me. Tenho que correr! Tchau! Estou ansiosa pelo seu discurso! – depois disso a lufana saiu correndo, segurando a capa para não enroscar em seus pés e desapareceu em meio as estantes de livros.

Discurso? Mas eu disse ao Harry que não discursarei, não mesmo! Se ele disse alguma coisa diferente disso à McGonagall... Eu vou transformá-lo num mosquito!

— Eu não quero fazer uma droga de discurso! – não conseguiu manter suas palavras apenas no pensamento, teve que dizê-las alto e sentir pularem de sua garganta para o mundo, em meio a biblioteca supostamente vazia.

***

A algumas mesas dali, num canto da biblioteca, Draco Malfoy a viu sendo idolatrada por uma primeiranista da Lufa-Lufa e logo após viu seu rosto se contorcer numa expressão exausta e frustrada antes de gritar que não queria fazer discurso algum.

Para uma heroína de Guerra, ela não me parece muito feliz. Caramba, Granger, você está acabada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? Gostaram? Espero que sim. Por favor deixem comentários dizendo se gostaram ou dando opinião, sugestão, etc, são todos bem vindos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Snake's Letter" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.