O teste escrita por Agbenelli


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Hey girls, eu não disse que voltava super rápido? Então, está ai mais um capítulo!

Comentem e se for digno, recomendem! Me tornaram uma escritora super feliz!



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Aquilo não poderia ser fruto da minha imaginação, eu não era tão criativa assim.

Dean estava mesmo na porta do meu apartamento com uma caixa de pizza em mãos.

— Oi – ele falou, sua voz aveludada chegando aos meus ouvidos em alta frequência.

Pisquei furiosamente tentando deixar a minha mente menos nebulosa.

— O que você está fazendo aqui? – sussurrei com a educação que a minha mãe não tinha me dado.

— Será que eu posso entrar para conversarmos?

Dean Ackles no meu apartamento, quem diria? Dei passagem para que ele entrasse e fechei a porta com mãos trêmulas. Ele analisava o meu apartamento com uma expressão neutra, detendo-se rapidamente na cômoda com porta-retratos.

— Trouxe Pizza, não sabia que sabor você gostava, então...- ele me estendeu a caixa – escolhi calabresa, a minha favorita – ele colocou as mãos nos bolsos, um sinal que identifiquei como nervosismo – Espero que não tenha comido ainda.

— Não era necessário que trouxesse, já havia jantado – se ovos com leite define-se janta. O aroma da calabresa invadiu minhas narinas e minha barriga soltou um ronco escandaloso.

Dean levantou uma sobrancelha grossa e definida.

— Acho que não foi o suficiente, vou colocar a mesa – disse e saiu com a maior cara de pau vasculhar a minha cozinha.

Eu estava atônita demais com tanta informação. O cara dos meus sonhos, e que havia me chutado pela manhã como um vira-lata, estava no meu apartamento abrindo as portas dos armários como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Sem dizer nada peguei a toalha enquanto ele pegava pratos e talheres. Arrumamos tudo em silencio e servimos a pizza. Minha fome era maior do que eu imaginava, estava na quarta fatia e não me sentia satisfeita. Já Dean comia tudo com calma e elegância, não se sujando em momento algum enquanto eu parecia uma porca me fartando na lavagem.

— Fiquei preocupado quando saiu do estúdio, você dirigiu muito rápido para uma garota – ele comentou.

Levantei meus olhos da pizza e encarei seus olhos verdes.

— Costumo dirigir assim, e além de tudo, a última coisa que eu queria era ver a sua cara de novo – respondi curta e grossa.

Ele não pareceu se abalar.

— Não vim aqui só para comermos pizza Isabella – disse afastando o prato e cruzando os braços – Vim para pedir desculpas pelo meu comportamento imperdoável e também para que aceite o seu papel de novo, não há ninguém que possa fazer melhor do que você.

As palavras saíram em um tom suave e controlado, mas pareciam as de um robô bem programado.

Soltei uma risadinha involuntária, doida para jogar a pizza e tudo o que estivesse ao meu alcance na cara dele.

— Porque está rindo?

Dei mais uma mordida, controlando a raiva que ameaçava romper.

— Foi o Eric ou o Sam que te mandaram aqui?

— Desculpe...? – disse com cara de desentendido. Não era a toa que era um bom ator.

— Me poupe do teatrinho, é óbvio que você levou uma mijada e mandaram você dizer essa merda toda.

Fiz minha cara de diaba e o vi trincar o maxilar bonito.

Ele levantou-se da mesa e se aproximou de onde estava sentada, mais desfilando como um modelo do que qualquer outra coisa. Levantei também para encara-lo nos olhos.

— Você é muito esperta Isabella...esperta até demais. Porque não faz como todas as outras e aceita de uma vez?  Sei que estava esperando que alguém viesse até aqui e implorasse pela sua volta, mas claro, só depois de você fazer uma cena pelas coisas que eu disse. Esteja amanhã as nove no estúdio e podemos fingir que nada aconteceu. Eu faço a minha parte, você faz a sua, gravamos os episódios, você ganha o dinheiro e a fama e tudo volta ao normal, que tal?

— Vou repetir o que disse esta manhã: você é um idiota! – cuspi furiosa, sentindo espasmos de raiva tomarem o meu corpo. Sua expressão tornou-se fria como o gelo e por um momento o temi.

— Posso ser um idiota, mas você é como todas as outras: gananciosa e ardilosa, mas se acha que vai ganhar alguma coisa em cima de mim está muito enganada!

— Tirar proveito de você? Mas de que diabo está falando?! – gritei enfurecida.

Ele me encarou pelo que pareceu uma eternidade – os únicos sons vindos unicamente da minha respiração alterada - para logo em seguida me dar às costas. Sentou-se no sofá e fez um sinal para que eu me sentasse também. Como se a casa fosse dele!

— Vamos conversar civilizadamente, pois tenho a impressão que vai me tacar alguma coisa se eunão ficar atento – deu um sorriso amarelo – Você bateu no meu carro de propósito, vai negar?

Lá vem o Impala idiota de novo. Levantando o meu queixo em uma vã tentativa de dignidade, sentei o mais longe que o sofá empoeirado permitia. Puxei minhas pernas para cima do sofá e fiquei na posição de índio.

Ele quer a verdade, vamos à verdade.

— Bati sim, mas não foi na intenção de destruir o seu carro – disse olhando naqueles magníficos olhos verdes... Foco Bella! - Acordei atrasada, sai às pressas e o seu carro estava “rastejando” ao invés de andar. Buzinei várias vezes, mas não surtiu efeito. Eu acelerei apenas para assustá-lo e sair do meu caminho, mas jamais imaginei que você jogaria o carro em direção ao poste... E quando passei por você acelerei demais e acabei raspando a traseira... mas eu juro que quando isso aconteceu pensei na hora em te reembolsar se eu ganhasse o papel...

— E se não conseguisse? – me cortou, encarando os meus olhos de uma forma quase incômoda.

— Compraria com o resto da minha grana uma passagem só de ida pro México. – disse sem pensar e me surpreendi ao ouvir uma risadinha.

— Fico feliz que tenha conseguido o papel então, não a acharia depois da fronteira.

— Foi o mesmo que pensei – rimos juntos, para meu espanto.

Dean se aproximou no sofá já minúsculo para nós dois. Nossos ombros quase se tocavam.

— Confesso que me assustei quando a vi acelerar e meu reflexo ruim me jogou contra o poste – deu um meio sorriso, sem graça –Liguei na mecânica e eles conseguiram as peças de imediato, começam os reparos amanhã. A conta continua sendo sua. – falou sério, mas seus olhos brilhavam de divertimento.

— Pagarei até o ultimo centavo.

— Ainda vamos conversar sobre a forma de pagamento.

Concordei com a cabeça meio confusa com a “forma de pagamento” e encarei as unhas curtíssimas da minha mão. Ficamos em um silencio leve.

— Desculpe.

Levantei a cabeça rápido demais, surpresa. Dean me olhava com intensidade, e eu retribui seu olhar. Seus olhos aguçados pareciam ler a minha alma e temi o que ele poderia ver ali.

— Está se desculpando pelo que exatamente?

Ele deu um sorriso e eu senti meu batimento cardíaco ir às alturas. Foco Bella. Ele não é para você, ele te detesta!

— Por ter sido tão rude com você, pelas coisas que disse... Não me lembro de ter me alterado tanto como hoje de manhã, nem quando Sam jogou uma balde de gelo nas minhas costas durante a gravação.

Sorri para ele, meio boba, afinal de contas ainda era muito surreal Dean Ackles estar conversando comigo na minha sala minúscula. O sofá não era digno dele, mas bastou ele sentar para parecer um trono. Ok, eu estava exagerando demais.

— Que tal esquecermos a manhã de hoje e recomeçarmos? – sugeri, engolindo a mágoa - Olá, meu nome é Isabella Swan, mas pode me chamar de Bella. – estendi a mão e depois da risada dele (que me deixou um pouco mais retardada) senti seus dedos longos envolverem a minha mão.

— É um prazer conhecê-la Isabella, bem vinda ao seriado. - conclusão, continuaria me chamando pelo nome completo.

Ficamos nos encarando e o momento pareceu muito intimo, o que não deveria ter acontecido.

Soltamos as mãos e Dean olhou para o relógio com alça couro em seu pulso.

— Já está tarde, é melhor eu ir. Amanhã temos reunião as 8 da manhã, sabe disso, não é?

— Recebi uma mensagem do Sam – respondi e ele fez uma expressão zombeteira.

— Muito prestativo da parte dele.

Não entendi a acidez da sua fala, então concordei com a cabeça vendo-o se levantar e passar a mão pelo cabelo revolto.

Será que eram tão macios quanto aparentavam...?

— Nos vemos amanhã, então? – perguntou meio inseguro.

— Estarei lá as oito, fique tranquilo – Ele assentiu e andou até a porta. Franzi a testa ao sentir um vazio preenchendo o meu peito a medida que seus passos iam se afastando. – Dean...

Ele parou e ficamos a uma distancia mínima. Caramba, ele era muito alto. Devia ter 1,85m e eu tinha os meros 1,62m! Passei discretamente meu olhar pelo peitoral largo e obviamente definido, seus braços fortes e por fim um rosto que faria artistas suspirarem diante de tanta beleza...

— Se quiser, pode ficar um pouco mais... ainda não são dez horas...-senti minhas bochechas pegando fogo, o que eu estava fazendo? – Posso fazer um café, sei lá...

Dean estendeu a mão em minha direção e quando achei que ele tocaria meu rosto, seus dedos ficaram tensos e se afastaram. 

— Isabella...- ele fechou os olhos e soltou um suspiro pesado – Não costumo passar a noite tomando apenas um café com uma mulher bonita.

Idiota, convidar um cara daquele para tomar apenas um café.

— Ah, tudo bem – falei sem graça e ele sorriu.

— Até amanhã Isabella.

— Até.

Ao fechar a porta encostei-me a ela, mortificada pela minha estupidez.

Ele continua sendo Dean Ackles, o cara dos meus sonhos, e eu continuo sendo a mesma Bella-sem-graça de sempre. Bem, pelo menos a questão daquele carro assassino está acertada.

Pego Shakespeare no colo e o arremesso no teto várias vezes, feliz, afinal eu tinha um emprego de novo e não estava mais falida, tecnicamente.

— Amanhã comprarei a sua comida enlatada como prêmio.

Shakespeare me olhou desconfiado, a cara de tédio nítida do tipo “sua existência me enjoja” e foi para o meu quarto rebolando.

Desligo as luzes e deito no sofá mesmo, sem sono, sentindo uma inconfundível fragrância masculina...


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