Lucy acordou em uma cama confortável, com vários edredons, mas ainda estava com frio. Sentiu um balançado e logo deduziu que estava em um barco, só não sabia qual. Tocou seu pescoço e seu colar não estava mais lá. Desesperou-se. Passou a mão pela a cama tentando encontrá-lo, mas nada achou. Observou o local. Com certeza, estava em um navio.

Ouviu o ranger da porta a sua esquerda e viu um garoto de cabelos rosa e olhos verdes. Esse vestia uma calça quase branca, um casaco preto com botões amarelos, um cinto em sua cintura onde estava uma espada e um cachecol branco. A loira percebeu que estava só com o velho vestido branco e fino. Lembrou-se do acontecido.

— Quem é você? Onde eu estou? E como... – Foi interrompida por uma voz fina vindo de debaixo da cama.

— Oi eu sou Happy! – A primeira reação de Lucy ao ver o gato falante foi gritar. – Fiz alguma coisa de errado Natsu? – Perguntou inocente para o dono.

— Fez! – Disse e tentou acalmar a jovem, que já tinha parado de gritar. – Pode não ser a melhor apresentação, mas lá vai: Eu me chamo Natsu Dragneel e esse é o meu gato Happy. – A moça escutou um “aye” vindo do azulado. – Te achamos no mar e resolvemos te trazer para cá.

A loira se acalmou mais e puxou as cobertas por causa do frio. Ficaram em um silêncio estranho, ninguém se atrevia a falar nenhuma sequer palavra. Até que o rosado se estressou.

— Oe, não vai dizer seu nome? É assim que pessoas educadas fazem. – Os olhos achocolatados encontraram os verdes.

— Você é um estranho. Aliás, devolve meu colar! – Esticou a mão para receber o objeto, mas tudo que recebeu foi um olhar confuso. – Me dá! – Gritou.

— Que colar é esse? Você viu algum colar Happy? – O gato negou. – Quando te encontrei você não tinha nada no pescoço ou nas mãos. Estava só com o vestido. – A loira tentou se levantar, mas foi impedida pelo rapaz. – Você tem que comer algo, venha.

Os três caminharam até a cozinha do navio e se prepararam para comer. Happy estava com água na boca vendo seu dono preparando seu peixe. A barriga de Lucy roncava só de saber que pela primeira vez, iria comer de verdade. Natsu entregou um prato de sopa quente para a loira e entregou o do gato. Não comeu nada, pois não estava com fome. A jovem comia desesperada, parecia que a qualquer momento a comida iria desaparecer. O rapaz sentou-se à mesa e começou a fazer perguntas:

— O que aconteceu com o seu barco? – Acabando a sopa deliciosa, a loira virou a cara.

— Posso mesmo confiar em você? – O rosado assentiu e Happy falou um “aye” novamente. – Eu era uma das escravas do navio conhecido como Dangerous, - Natsu começou a prestar mais atenção quando ouviu aquele nome. – mas aconteceu um ataque no barco e parece que só eu consegui sobreviver. – Lágrimas se formaram no canto dos seus olhos quando se lembrou de da amiga que era apenas uma criança.

— E que colar é esse que você falou? – Perguntou o jovem de dezenove anos.

— Era a única lembrança que eu tinha da minha mãe, eu acho. As pessoas diziam que o colar veio nos lençóis que estava enrolada. – O gato se interessou mais na conversa.

— Como você foi parar nesse navio?

— Eu não sei exatamente, quase todos os escravos que estavam lá, metiam sobre a maioria das coisas. Graças a Deus que consegui sair daquele inferno, mas perdi meu colar.

Natsu e Happy se entreolharam e concordaram com a cabeça. Estavam pensando a mesma coisa. Eles precisavam de um grande tesouro, já ela precisava de seu precioso colar. Então era justo o que os mesmos iriam pedir.

— A gente deixa você ficar aqui e ajuda a encontrar sua joia, mas com uma condição. – Lucy olhou para os dois e assentiu. – Nós estamos à procura de um tesouro, então você vai ter que ajudar. – A loira pensou por um instante e, por fim, falou confiante:

— Eu aceito. – Os dois sorriram enquanto a jovem se levantava. – Você não tem nenhuma roupa de mulher aqui? É que esse vestido é muito fino e ainda estou com um pouco de frio.

— Claro. – O rosado se lembrou de que Lisanna às vezes viajava junto com ele, mas quando não tinha nada de missão, quando era apenas um passeio.

Caminharam até o quarto onde Lucy estava. Natsu pegou um vestido e mostrou a moça, que se impressionou com a beleza do mesmo. Era longo e sua cor era rosa claro. Tinha uma cinta de cor marrom e uma saia roxa longa também. Com certeza aquilo acabaria com seu frio.

— Acho que cai bem em você. – Entregou para a loira que ainda estava deslumbrada com a beleza da roupa. – Eu vou sair para que você possa vestir. – Saiu e trancou a porta.

Lucy o vestiu com muita delicadeza. Ainda tinha as botas de cor preta, que também eram lindas. Quando acabou se olhou em um espelho do lado da cama, estava muito bela. Só faltava um pequeno detalhe. Pegou umas pulseiras que estavam em cima da cama e colocou-as. Agora sim. Andou até a cozinha e viu os olhos surpresos, com certeza ela não estava mais parecendo aquela que estava com um velho vestido fino e branco.

— Você está linda! – Sorriu tímida com o comentário do rosado. – Mas está faltando uma coisa. – Natsu pegou um laço que estava em cima da mesa e deu a Lucy. – Amarre seu cabelo, aposto como vai ficar melhor. – Assim ela fez e ficou ótimo. – Viu? Está perfeita.

— Aye! Não parece mais aquela menina descabelada e suja que nós encontramos no mar querendo ajuda. – Aquilo foi o máximo para a loira perder sua paciência. – Opa! Eu não quis dizer isso.

— Você vai ver gato maldito, vou arrancar esses seus bigodes. – E começou a correr atrás do gato que voava desesperado buscando ajuda.

— Os bigodes não, por favor!

Aquilo era apenas o começo da aventura!