Olicity - Lies escrita por Buhh Smoak


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oie amores.
Para variar eu não consegui deixar de postar e me concentrar em uma fic só... por isso aqui vai.

Esse capítulo é dedicado à pessoas que nunca me pressionam a escrever.
Né, Jhullie, Ana, Paty, Min, Dea, Maih? kkkkkkkkkkkkk

Boa leitura a todos. =***



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~ Oliver Queen ~

Os trinta minutos que eu tinha prometido a Felicity tinham se tornado duas horas. Tudo porque a lanchonete em que estávamos era de frente a um shopping e a Samanta achou que era uma boa ideia fazer compras antes de irmos embora. 

Eu estava do lado de fora esperando por eles. Não iria entrar e acompanha-los como disse a Felicity que não aconteceria. Mandei várias mensagens para ela dizendo o que estava acontecendo e quando não recebi resposta da última que enviei minha paciência com a Samanta se esgotou. Liguei para o celular dela e quando atendeu não dei tempo para ela falar. 

— Você tem dez minutos para sair desse shopping ou vou deixar vocês e vou embora sozinho. – desliguei do mesmo jeito sem esperar resposta.

É claro que eu não deixaria meu filho para trás, mas eu tinha que ter pulso firme antes que eu não tivesse mais controle de nada. A viagem deles não era a passeio e sim para resolvermos nossas vidas e a Samanta tinha que entender isso de uma vez.
 
— Oliver? 

Se tinha uma coisa que eu não tinha ultimamente era sorte. Olhei para o lado e dei de cara com Malcolm Merlin, a única pessoa nesse mundo que jamais poderia saber que eu tinha um filho. 

— Dando uma pausa na vida do crime, Oliver? 
— Quando os bandidos resolvem tirar férias não sobra muito para se fazer. – me referindo ao sumiço dele nos últimos meses. 

Ele estava a poucos metros do carro e senti meu coração parar na garganta quando vi pelo canto do olho a Samanta se aproximar com o Willian. 

— Finalmente. – dei a volta no carro para acelerar nossa saída. - Entrem logo no carro. – pela reação do Willian minha cara não era das melhores, porque ele entrou correndo. 
— Não vai me apresentar seu amigo, Oliver?

Estava prestes a entrar no carro quando ela fez a última coisa que eu esperava. Aos poucos eu começava a me lembrar quem era a Samanta de anos atrás. Até aquele momento eu só tinha contato com o lado passivo dela, mas pelo visto as coisas estavam mudando e eu não estava nem um pouco feliz com isso.

— Ele não é meu amigo para ser apresentado. – olhei por cima do carro e ela entendeu que não deveria continuar com aquela conversa. Entrando no carro em seguida. 
— Engraçado como esse menino se parece com você. É algum parente distante, Oliver?

O sarcasmo em sua voz fez com que eu sentisse meu estômago revirar. Entrei no carro batendo a porta e respirei fundo para não descontar na Samanta minha frustração, pelo menos não enquanto estávamos na frente do Will.

— A tia loira vai estar na casa nova? – Will perguntou alheio ao que tinha acabado de acontecer.
— Vai sim.
— Uhm.

Olhei pelo retrovisor e o vi brincando com o boneco do Arqueiro Verde que eu tinha comprado para ele. Ainda não tínhamos conversado sobre eu ser seu pai, mas as coisas logo tomariam aquele rumo e eu estava nervoso por isso.

— Desculpa por demorar no shopping e por agora pouco.

Não consegui responder sem despejar um monte de palavrões. Só assenti com a cabeça e continuei prestando atenção no caminho. Meu celular não tinha vibrado nenhuma vez o que me deixava ainda mais frustrado e eu nem podia culpar a Felicity por nem olhar na minha cara quando chegássemos.

Vinte minutos mais e eu estava estacionando o carro na frente da casa da Felicity. Will largou o boneco e se esticou na janela para ver onde estávamos.

— A tia loira mora aqui?
— Sim, aqui mesmo.

Desci do carro, já indo pegar as malas. Respirei fundo antes de começar a caminhar pela trilha que dava para a entrada. Samanta e Will seguiram logo atrás de mim. A porta foi aberta antes de chegarmos lá e minha irmã, com o sorriso mais falso do mundo, nos esperava.

— Olha quem resolveu aparecer, achei que só viriam mês que vem.
— Sempre engraçada, não?
— Oi Sammy. Como vai?
— Olá Thea, vejo que finalmente cresceu.

Das poucas vezes que minha irmã tinha me visitado na faculdade, ela não tinha gostado da Samanta, e isso só piorou quando descobriu que trai a Laurel com ela. Pelo visto a antipatia se mantinha em ambos os lados.

— Para dentro, Thea. – não ia deixar as duas sozinhas do lado de fora, esperei minha irmã entrar e a seguimos.

Eu só pensava em falar com minha mulher. Não precisei dar muitos passos para perder o rumo ao me deparar com a Felicity de pé apoiada nas muletas que ela nunca quis usar antes. Mas não era isso que tinha me feito paralisar, ela vestia aquele vestido vermelho, o que ela usou em nosso primeiro encontro e que eu nunca mais vi por achar que ela tinha dado o fim nele depois da explosão.

— Achei um parecido com o do nosso primeiro encontro e resolvi comprar. – lendo meus pensamentos.
— Fez muito bem. – a medi de cima a baixo e senti uma pontada no quadril.
— Onde estão os hóspedes? – sorrindo, só então percebi que a Samanta não tinha entrado, ao contrário do meu filho.
— Tia loira.

William entrou correndo em direção a Felicity. Eu ia gritar para que ele tomasse cuidado quando ele parou no último segundo antes de se chocar com ela.

— Desculpa, o tio Oliver disse que você está doente.
— Sim, mas estou me recuperando.
— Posso te dar um abraço?

Felicity olhou para mim, mas seus olhos foram para além de onde eu estava. Olhei por sobre o ombro e vi a Samanta observando a cena, mas seu rosto não demonstrava nenhum tipo de emoção que desaprovasse a atitude do filho.

— Claro que pode. – Felicity falou para ele, que com todo cuidado a abraçou.
— Essa é sua casa? – se soltando e olhando em volta.
— Sim, é minha casa.
— Olá Felicity. Obrigada por nos receber. – Samanta se colocou ao meu lado, mas me afastei deixando as malas do lado do sofá.
— Oi Samanta. Espero que minha casa agrade vocês.
— Tenho certeza que irá.

Fechei a porta e vi que a Thea observava tudo com um sorriso no rosto. Ela estava adorando o show e eu sabia que a conversa entre Felicity e Samanta era por pura educação.

— Oi. – Thea se aproximando do William, ajoelhando na frente dele.
— Oi.
— Sou Thea, a irmã mais bonita do Oliver. – estendendo a mão.
— Sou o Willian. – apertando a mão dela. – Amigo do Oliver.

Thea conversava com ele como se tivessem a mesma idade. Logo estavam os dois sentados no chão, de frente para o sofá, falando sobre quem era mais forte, o Arqueiro ou o Flash. Voltei a encarar a Felicity sentindo o perfume dela em toda a sala. Sabia que a demora no shopping ia me trazer problemas, mas ela se arrumar desse jeito para me punir era jogo sujo.

— Acho que vou levar a Samanta e o William para conhecer o quarto onde vão ficar. – disse Thea. Desviei a atenção para os dois, que agora levantavam.
— Levamos as malas? – Samanta perguntar com voz de insatisfação. Não sei o que ela esperava, mas com certeza era muito mais de atenção do que eu estava dando a ela.
— Não, eu levo depois.

Voltei meus olhos para Felicity. A cada passo que eu ouvia se distanciar da sala meu coração parecia prestes a sair pela boca. Cruzei a sala assim que ouvi a porta do quarto bater e fiz o que queria desde a hora que sai daquela casa de manhã. Enlacei sua cintura e a beijei.

Aquela atitude não era a mais sensata levando em consideração que não estávamos sozinhos em casa, mas ela estava com aquele vestido e a cada segundo eu tinha mais certeza que era para me enlouquecer.

— Isso é pelo vestido. – falei em seu ouvido quando interrompi o beijo para respirarmos.
— Não sei do que você está falando. – sorrindo quando a soltei, eu precisava me afastar para conseguir lidar com o que estava por vir, mas não fui para muito longe.
— Então quando eu não cumprir uma promessa é desse modo que você vai me tratar? Na base da tortura?
— Se você acha que fiz isso só por conta de quase duas horas de atraso, me aguarde quando você se atrasar e não me disser o porquê.

Ela estava retomando nossa relação aos poucos e eu estava adorando saber que ela estava disposta a isso. Fiz carinho em seu rosto, mas recuei com medo de ir longe demais.

— Vou conversar com o William, você fica comigo?
— A Samanta não vai gostar.
— Ela não tem que gostar. De hoje em diante ela tem que se conformar em ter tanto a minha quanto a sua presença na vida do William. Se ele é meu filho, ele tem que saber que você é minha mulher e que tem a mesma importância na vida dele quanto eu tenho. A não ser que você não queria participar de tudo isso.
— Eu quero. – se aproximando de mim, deixando as muletas apoiadas no sofá. – Eu não estou pronta para voltarmos de onde paramos, mas quero estar presente. Quero fazer parte de tudo e deixar que o tempo leve embora toda a mágoa que me impede de voltar para você por inteiro.
— Eu tenho todo o tempo do mundo, amor. – fiz carinho no rosto dela. – E quero que você tenha total liberdade de dizer o que te incomoda e o que posso fazer para melhorar.

Apoiando a mão no sofá percebi que ela estava perdendo a firmeza nas pernas. Ofereci meu braço para que ela conseguisse andar até o sofá, onde se acomodou. Antes de me afastar dei um cheiro em seu pescoço e roubei mais um selinho para somente então ir até o quarto chamar meu filho.

— Adorei o quarto, tia. – se jogando no sofá ao lado de Felicity.
— Olhe os modos, William. – disse Samanta, o repreendendo.
— Desculpa mamãe.
— Acho que está na hora de conversarmos. – olhei para Samanta, que se sentou na poltrona ao lado.
— Sim, acho que está.
— Vocês querem que eu saia? – Thea estava em pé atrás de Felicity, como um bom cão de guarda.
— Claro que não.
— O que vamos conversar? – Will olhou para a mãe e depois para mim. A hora finalmente tinha chegado.

Senti a Felicity apertar minha mão, me dando a coragem que eu precisava. Beijei sua mão antes de solta-la e me sentei na mesa de centro, de frente para meu filho.

— Lembra que sua mãe te contou que eu e ela nos conhecemos na faculdade?
— Sim, lembro.
— Acontece que nós tivermos um relacionamento. Depois eu fui embora e nunca mais a vi até o dia que te encontrei na cafeteria.
— E depois você foi me visitar muitas vezes.

Olhei para a Felicity e o sorriso dela me acalmou. A mentira já não pesava tanto entre a nós, mas eu tinha receio de voltar a falar sobre tudo isso e remexer na mágoa que coloquei em seu peito.

— Sim, fui. E você sabe por quê?
— Acho que sim tio.

Aquela não era a resposta que eu esperava ouvir, mas era esperar demais que ele não desconfiasse da minha aproximação repentina e quase constante.

— E o que você sabe?
— Eu sempre perguntei para a mamãe onde meu pai estava, só que ela dizia que ele era uma pessoa muito ocupada e que não tinha tempo para nós. Só que quando você começou a ir lá em casa e sempre dizia que tinha tirado uns dias de folga para me visitar eu comecei a pensar que talvez você fosse ele.
— E porque você nunca me disse nada, filho? – Samanta já estava com os olhos cheios de lágrimas.
— Porque eu tinha medo de não ser. E se eu falasse alguma coisa o tio Oliver podia não voltar mais.
— E porque você acha que eu não voltaria?

Ele abaixou o olhar e não respondeu. Não sabia o que fazer, não poderia culpar a mãe dele por eu não saber que era seu pai, mas antes que eu pudesse encontrar um meio a Samanta levantou e se ajoelhou na frente dele, segurando a mão do filho.

— Filho, a mamãe não foi totalmente sincera com você. Seu pai é uma pessoa muito ocupada, mas não ao ponto de não ter tempo para você. – o choro começava a atrapalhar, mas ela não parou. – Eu não pude ir atrás do seu pai para contar que ele tinha um filho lindo e inteligente como você, mas assim que ele soube que poderia ter um filho veio falar comigo. Um dia eu vou poder te contar toda a história e quem sabe você vai me entender. A única coisa que eu posso te pedir agora é que me perdoe por não ter contato desde o começo que o tio Oliver é mais do que somente um tio.

Tinha que admitir que eu estava surpreso com a sinceridade dela, mas minha atenção era toda dele. Eu podia ver a confusão em seus olhos, mas ele me encarou com um sorriso no rosto que eu jamais podia esperar.

— Então, o que você acha do seu pai ter muito tempo para você? – tentando ignorar o nó em minha garganta.
— Acho legal, pai.

Mais uma vez eu era surpreendido pela resposta dele, mas foi quando ele levantou e veio me abraçar que eu desabei, sem conseguir segurar mais o choro que apertava minha garganta.

— A tia loira vai ter tempo para mim também?
— Claro que vai, filho. – olhei para a Felicity que estava chorando assim como a Thea.
— Acho que eu vou... – ouvi a Samanta dizer e quando olhei em sua direção ela já tinha levantado e ido para o quarto.

Não fazia ideia de como as coisas ficariam a partir de agora, mas quando a Felicity estendeu a mão para mim eu sabia que tudo ficaria bem. Segurei sua mão, ainda com meu filho agarrado a meu pescoço. Parecia que tudo estava em seu lugar, mas tinha uma peça que não se encaixava e essa era a mãe do Will e algo me dizia que ela não aceitaria o afeto do filho por Felicity tão fácil assim.


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