Remember me escrita por Chubbs


Capítulo 16
Capitulo 16


Notas iniciais do capítulo

Hey, olha só quem deu o ar da graça! Culpem minha internet pelo breve sumiço.
Vou atualizar de uma vez, pois sei que estão ansiosas pelo capitulo.
Boa leitura...



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A tarde caiu dando lugar à noite. O jantar teria sido silencioso se não fosse pelos pequenos que não paravam de comentar sobre as atividades do dia, fazendo com que as mães dessem alguns sorrisos sinceros, embora o casal não houvesse trocado mais que poucas palavras.

Regina estava tão perdida em seus pensamentos tendo as vozes e os flashes atormentando sua mente que nem percebia seu comportamento. Já Emma, não aguentando mais a situação, resolveu se entregar ao trabalho no escritório após o jantar para não ter que lembrar mais dos olhos assustados e dos gestos nervosos da esposa para rechaçá-la no jardim.

...

Lucille se aninhava a mãe morena na cama enquanto esperava o irmão trazer o livrinho de historinha que a mãe sempre lia para eles antes de dormir. Regina sorriu ao ver seu pequeno se aproximando da cama com o livro na mão, estava tão lindo de pijama xadrez e calçando pantufas que não pôde evitar enche-lo de beijos quando Henry subiu na cama.

― Qual historinha vocês querem, bebês?

― Do gato de botas. ― opinou Henry.

― Ah, não quelo essa!

― Qual você quer, princesa? ― acariciando os cabelos da menina.

― Da plicesinha que tem a tlança enorme assim ― abrindo os bracinhos gordinhos.

― Rapunzel de novo não ― reclamou o menino cruzando os braços ― Mamãe já contou três vezes essa história.

― Mas eu quelo ― fazendo beicinho.

― Você é muito chata, Lucy!

― Mamãe ― choramingou escondendo o rosto no pescoço da mãe.

― Não fale assim com sua irmã, querido. ― repreendendo-o suavemente ― Você também já teve o seu livro preferido essa semana e...

Se interrompeu quando sentiu uma fisgada lhe atingir a cabeça. A vista foi nublando e, mais uma vez um flash lhe abateu...

Estava na cozinha, sentada sobre o balcão de mármore, sorrindo travessa enquanto furtava uma generosa fatia de bolo de morango com cobertura de chantili.

― Regina! Não acredito. ― Emma a encarou com um olhar repreensivo. ― É para a sobremesa!

― Amor, não pode achar que uma mulher grávida vai resistir a essa delícia. ― pôs um pedaço do doce na boca e fechou os olhos, saboreando.

― Por mim você pode comê-lo inteiro. ― disse se colocando entre as pernas da esposa ― Mas vai ter que se alimentar direito no jantar, só a vejo comer bobagem.

― Ah, mas como outra coisa também. ― chupou o dedo, limpando o chantili. ― Que é igualmente deliciosa...

― Você me tenta porque sabe que não podemos agora. ― indicou Henry brincando na sala ― Só deixe-me avisá-la, senhora Swan Mills, que essa noite, vai pagar por cada provocação.

― Oh, mal posso esperar.

Regina a puxou para um beijo acalorado, sentindo as mãos da esposa lhe erguer a saia, acariciando as coxas nuas e subindo lentamente para lhe tocar o sexo. No entanto, antes que a loira fizesse um contato mais íntimo, sentiu algo, ou melhor, alguém se manifestar entre elas, cortando o clima.

― Acho que certa princesinha acordou reclamando por atenção. ― falou a loira, erguendo a camiseta da esposa para depositar um beijo no ventre dilatado.

― Emm creio que já está na hora de contarmos a ele.

― Não sei, linda. ― beijou novamente a barriga ― Poderíamos esperar mais um pouco, preparar nosso pequeno para entender que vai ganhar uma irmãzinha.

― Querida, já estou com cinco meses. ― sorriu para esposa ― Você quer esperar nossa filha nascer para dar a notícia ao irmão dela? Não acredito que está com medo da reação de um menino de três anos!

― Seu filho vai dificultar, amor. ― fez uma careta engraçada ― Você sabe disso tanto quanto eu, afinal ele puxou todinho o seu gênio.

― Quando convém, ele é só meu filho, não é, Swan? ― ergueu uma sobrancelha ― Anda, me ajuda a descer.

― Às ordens, majestade.

Em pé, Regina a puxou pela mão e, ao olhar para trás, sorriu de lado ao ver a esposa acompanhar seu rebolado até a sala, onde Henry brincava encaixando alguns bloquinhos coloridos.

― Olha, mamães, eu fiz um cavalinho.

― É lindo, igual ao do rancho do seu avô. ― disse a morena se sentando ao lado do menino que sorriu satisfeito. ― Querido, podemos conversar um pouquinho?

― Aham. ― o garoto se acomodou no colo da mãe morena.

― Então, filho ― Emma se pronunciou ― Você sabe que quando as pessoas se amam, elas formam uma família.

― Igual nós tlês.

― Isso mesmo, querido. ― Regina passou a mão no cabelinho dele ― Sua mãe e eu nos casamos e ganhamos o presente mais lindo do mundo, que é você. ― Henry sorriu para elas ― Mas o nosso amor é tão grande que achamos que seria legal aumentar mais um pouquinho a nossa família. ― o menino franziu o cenho.

― Eu vou ganhar um cachorro?! ― ambas arregalaram os olhos.

― Não, amor. O que sua mãe quer dizer, é que nós vamos te dar uma irmãzinha. ― proferiu tocando a barriga da esposa ―E ela está bem aqui.

― Tem um bebê na barriga da minha mamãe? ― se levantou rapidamente.

― Isso mesmo, querido. ― Regina disse sorridente.

― Mas eu não quelo irmãzinha! ― protestou ― Devolve, mamães! Não quelo!

― Filho, escute a mamãe. ― Emma tentou pegá-lo no colo. ― Venha aqui, Henry!

― Não! ― choramingou ― Só eu de bebê. Nada de irmãzinha.

Regina encarou a esposa que lhe devolveu um olhar que dizia algo como “Eu te avisei”. A morena revirou os olhos e tentou se levantar para ir atrás do menino.

― Amor, você não pode se esforçar. ― falou beijando a testa da mulher ― Deixa comigo.

Quando o garoto viu que a mãe se levantava, começou a correr para não ser pego. Emma só conseguiu tirá-lo debaixo da mesa depois de ter percorrido toda a sala.

― Henry, não faz assim. ― disse a loira sentando novamente ao lado da esposa, com o filho no colo.

― Achei que vocês me amavam muitão, do tamanho do universo.

― É claro que amamos muito você, filho. ― Emma falou, acariciando o rostinho tristonho.

― Já tem eu de filhinho. ― encarou as mães ― Não plecisa de outlo.

― Henry você será nosso príncipe para sempre ― a morena beijou a testinha do filho ― Irmãozinhos são legais, pois você terá alguém para brincar em casa.

― E se vocês gostarem mais dela do que de mim? ― cruzou os bracinhos.

― Isso nunca vai acontecer, pois amaremos você e sua irmã do mesmo jeitinho.

― Tudo bem. ― ele as olhou desconfiado, mas acabou rindo quando recebeu vários beijos das mães.

 

― Mamãe, mamãe! ― Henry a segurava a mão da morena, balançando-a.

A morena despertou, enxergando os rostinhos dos filhos encarando-a.

― Oh, meus amores. ― passou a mão no rosto, piscando seguidamente ― Desculpe.

― Você estava domindo? ― Lucy perguntou curiosa.

― Não, querida, só estava pensando. ― se ajeitou na cama, sentindo a cabeça latejar ― Então, já que os dois não escolhem, mamãe vai escolher. ― falou pegando o livro e virando as páginas ― Humm os três porquinhos...

Rapidamente os pequenos se mostraram interessados na história, ainda mais com a atuação da mãe que, mesmo sentindo a cabeça quase explodir de dor, fazia as vozes dos personagens deixando tudo mais divertido. Aos poucos os olhinhos foram se tornando pesados e as crianças vencidas pelo cansaço acabaram adormecendo. Regina parou de ler ao notar a respiração leve dos anjinhos e suspirou com satisfação inalando aquele cheirinho delicioso de seus bebês.

Ouviu o som de passos, sabendo muito bem de quem eram e, não soube o porquê, mas sentiu a necessidade de se fingir adormecida. Pressentiu que Emma a olhava, que se aproximava da cama. Uma onda de estremecimento sacudiu seu corpo com a aproximação dela e rezou para que a loira não tivesse percebido que ela estava acordada. Emma cobriu as crianças e a ela antes de passar os dedos cálidos em sua face em uma delicada caricia, deslizando das bochechas aos lábios, onde depositou um leve beijo, fazendo com que Regina deixasse escapar um suspiro.

― Durma bem, minha vida. ― sussurrou.

O nó na garganta de Regina não diminuiu nem um pouco ao ouvir os passos distantes da esposa indicando que ela já havia saído do quarto.

Pelo amor de Deus, o que estou fazendo? Ela conseguiu sussurrar encarando a penumbra do quarto. Havia prometido para si mesma lutar pela sua felicidade e de sua família, mas parecia que apenas estava se afastando mais da esposa. Aquela tarde tinha ficado tão impressionada com a intensidade da lembrança que nem ao menos notou o que havia feito e agora tinha consciência da estupidez cometida. Fechou os olhos se maldizendo em pensamento para logo em seguida olhar o teto tendo plena certeza que seu sono havia esvanecido. Acomodou melhor as crianças na cama, deixando-as mais confortáveis e se ajeitou também esperando o sono milagrosamente aparecer, porém meia hora depois, se levantava da cama indo em direção a cozinha para preparar uma xícara de chá e tomar um analgésico.

Desceu as escadas com cuidado, prestando atenção nos degraus, já que podia contar apenas com a leve iluminação de um ou dois abajures da sala. Já estava próxima quando viu no corredor uma pequena luminosidade que vinha da sala de vídeo. Aproximou-se ouvindo burburinhos. Talvez alguém tivesse deixado o televisor ligado. Contudo, antes de entrar no cômodo, escutou alguns sons abafados.

Emma estava sentada no sofá, olhando para a televisão onde passava algo que a morena nem ao menos olhou, pois havia prendido sua mirada apreensiva na esposa.

A loira estava de cabeça baixa, com os ombros pendendo para frente e...chorava. Preocupada, Regina olhou para a tela do aparelho e sentiu os olhos marejarem, colocou as mãos sobre os lábios para conter um soluço.

Aquela era a filmagem de seu casamento! O filme mostrava o momento em que estavam cortando o bolo. A mão da esposa sobre a dela segurando a espátula, os olhos brilhando, sorrisos alargados de felicidade e os beijos apaixonados fizeram com que as lágrimas que ela lutava para segurar escorressem pela face. Quase desabou quando a próxima cena mostrou a hora de jogar o buque, estava no colo da esposa com o braço que segurava as flores erguido enquanto Emma girava com ela fazendo-a soltar uma sonora gargalhada pela brincadeira.

― Por que você não se lembra? Como pôde ter esquecido tudo, meu amor?

Regina encostou a cabeça no batente da porta. Ela não sabia o que fazer. Céus, escutava os soluços da loira e sentia que a cada lágrima que a esposa derramava era uma dura punhalada em seu coração. Olhava desesperada para a tela e não se lembrava de nada, era como se outra pessoa tivesse vivido tudo aquilo por ela. Seu olhar percorreu a sala até se fixar novamente a esposa. Daria tudo para lembrar novamente, daria tudo para apagar todo aquele sofrimento. Deu um passo para frente quase se revelando, entretanto parou sentindo uma pontada seca na cabeça. Tocou a fronte, ofegante pela dor sabendo que não se confiava a fazer algo aquele momento, sua mente estava muito embaralhada talvez acabasse por estragar tudo mais uma vez. Com medo de desmaiar devido à intensa dor, saiu se apoiando nos moveis, mas só conseguiu chegar até a sala de estar antes que a vista escurecesse por completo e perdesse os sentidos.


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Notas finais do capítulo

Então, povo lindo, pretendo atualizar o mais rápido possível dessa vez.
Deixem seus review (carinhosos) por favor kkkkkk
Beijão!