Remember me escrita por Chubbs


Capítulo 15
Capitulo 15


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem voltou!
Amores obrigada pelos reviews, vocês são incríveis.

Sem mais delongas...



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Não houve tempo para colocar a confusão em ordem, pois no mesmo dia receberam a visita dos pais de Regina, envolvendo-a em mais uma onda de tristeza por não conseguir lembrar-se daquelas pessoas tão amorosas, tendo ainda a culpa como cúmplice ao ver o olhar abatido de seus pais por não recordá-los. E então assim se passou a semana, a casa o tempo todo recebendo as visitas dos pais, sogros, parentes e amigos do casal. Cada um chegava com a esperança de ser reconhecido, traziam álbum de fotos, DVDs de imagens em família e tudo mais o que pudesse ajudar Regina a lembrar, entretanto nada resultava deixando-a mais fechada e deprimida.

Apenas os filhos conseguiam o feito de distraí-la completamente. Muito afeiçoados a mãe, dormiam com ela na enorme cama do quarto do casal enquanto Emma havia se mudado para o quarto de hóspedes.

A convivência entre o casal era pequena desde o dia em que ela tinha sugerido que dormissem em quartos separados, por isso vacilava em pedir algo a loira, mesmo sabendo que Emma faria tudo o que ela desejasse em um piscar de olhos. Não obstante, a hesitação foi vencida em uma manhã, apesar de encarar o olhar surpreso de Swan ao pedir que a levasse para ver o túmulo que tinha seu nome.

***

Regina sentiu seus olhos arderem ao olhar aquela lápide, sua lápide...Oh, sentia seu corpo estremecer dos pés à cabeça. Mordeu o lábio se aproximando ainda mais até ajoelhar-se sobre a grama, inconscientemente elevou suas mãos até aquele metal tão frio e contornou as letras em tom de ouro envelhecido. “Filha, amiga, mãe e esposa”. Seu coração se apertou com a forma que aquelas palavras de certa forma tão simples podiam lhe causar uma tormenta de sentimentos em seu interior com aquela intensidade. Quantas pessoas haviam chorado sobre uma sepultura vazia? Quantas pessoas haviam sofrido por sua ‘morte’? Negou veemente, sentindo as lágrimas se aflorarem em seus olhos que estavam fixamente presos em seu próprio nome ali escrito, sua boca já fortemente avermelhada pela tentativa frustrante de conter o choro. Por que Deus lhe tinha feito isso? Não se lembrava, mas pelo que lhe haviam contado tinha certeza que havia sido boa filha, boa amiga, boa mãe e por todos os céus havia sido uma esposa maravilhosa como sua mulher mesmo tinha dito. Porque era isso que lhe restava, ver sua própria vida ser contada por outras pessoas, ouvir todo seu passado sair dos lábios de pessoas que nem conhecia direito, era irreal aquela situação. E agora ainda olhava para seu túmulo...Será que sua vida poderia fazer algum sentido ao menos por um segundo?

Emma há apenas alguns passos distante dela, sentia seu coração bater apressadamente. Queria tomá-la agora nos braços com força até espantar todos os medos e incertezas que sabia que habitava o interior daquela mulher, sua mulher. Se ela pudesse tocá-la...se pudesse. Cerrou os punhos sentindo como começava a suar frio, precisava controlar-se, tinha que controlar-se. Se sentia uma estúpida e impotente por nada poder fazer para que Regina se sentisse melhor. Respirou fundo ao ver como a esposa se levantava e então se aproximou com cuidado ficando logo atrás da amada. Lentamente, Regina se virou mostrando o quanto estava frágil, agitada e assustada com tudo aquilo. Por impulso tomou sua mulher nos braços em um forte abraço, sentindo como se rendia ao choro assim como ela.

― Quantas pessoas choraram, quantas pessoas sofreram... ― seu soluço adentrou pelos ouvidos de Emma, fazendo-a estreitá-la ainda mais em seus braços ― Você sofreu tanto...

― Não importa ― lhe beijou o rosto ― Está aqui agora, meu amor... só isso importa, me ouviu?

Mais uma vez a abraçou com toda força e carinho que possuía enquanto deixava que ela extravasasse toda a dor que sentia dentro de seu peito. Secou suas lágrimas com os lábios enquanto lhe acarinhava os cabelos e docemente lhe dizia palavras de calmaria.

― Eu sabia, sabia que tinha ido para um lugar melhor. ― sua respiração entrecortada a fez fechar os olhos tentando puxar ar para seus pulmões ― Mas, querida, eu daria tudo, daria até mesmo minha própria vida só para ver seu rosto novamente.

Minutos mais tarde, quando, por fim, ambos os choros cessaram, Emma a levou até o carro e com todo o cuidado a sentou no banco do passageiro. Caladas estavam e caladas ficaram até chegar em casa onde Regina subiu rapidamente para o quarto e lá ficou até anoitecer.

Nos dias seguintes, Emma saía para trabalhar pela manhã bem cedo, voltando apenas no final da tarde. Parecia uma ironia, pensou ao deixar o prédio da empresa, quando achou que a havia perdido mal aparecia na empresa e agora que a tinha de volta passava a maior parte do tempo longe. Mas isso tinha uma razão. Não podia aguentar ficar em casa tendo a esposa evitando-a o tempo todo, ver no olhar dela o pedido mudo para que se afastasse. Apenas quando as crianças estavam perto era que Emma tinha alguma chance de aproximação sem que ela não a olhasse com receio.

Regina admirava os filhos brincarem no jardim. As crianças haviam se apegado rapidamente a ela, como se nunca estivesse ficado longe dela um minuto sequer. Seus pequenos eram crianças meigas e carinhosas, pensou sentindo o amor de mãe transbordar em seu peito. Era incrível como bastou olhar para os seus bebês para que aos poucos os momentos vividos com eles voltassem aos poucos em sua mente. No entanto, refletiu com tristeza, não se lembrava de quase nada sobre sua esposa.

Baixou a cabeça. Sentia-se tão culpada pela distância que tinha empunhando sobre elas nos primeiros dias que havia chegado. E se agora Emma estava afastada era por culpa dela, mas o que fazer se não conseguia estar ao lado dela sem se sentir péssima por não lembrar? Atualmente Emma pouco procurava a sua companhia, a menos que seus filhos estivessem presentes. Regina apertou as mãos. Desejava que ela a tocasse, abraçasse, beijasse como faziam na ilha.

 

Emma entrou em casa notando o silêncio incomum no ambiente e logo foi informada por Granny que estavam todos no jardim. Quando abriu a porta de vidro da sala, indo para o jardim, um sorriso suavizou lhe a expressão ao ver os três brincando no gramado, embaixo da macieira de Regina.

As crianças assim que notaram sua presença correram para a mãe, fazendo com que ela caísse pelo gramado, dominada pelos pequenos que riam e gritavam.

Regina sorriu ao ver aquela cena e mais uma vez seu coração se encheu de amor por sua esposa, a mulher que amava e que amaria para sempre. Aquela era sua família e mesmo que nunca recordasse o passado, construiria novas lembranças e faria de tudo para que fossem felizes.

Ver Emma ali no gramado com os filhos foi o que lhe deu certeza que tinha que lutar por eles. Deixar seus medos de lado e parar de se lamentar. 

― Reginaaaa ― gargalhou ― Me ajudeee! 

Rindo bastante do jeito com que Emma estava à mercê das crianças, ela abraçou Lucille pegando-a no colo. Vendo como sua menina já estava corada de tanto rir.

Mais livre, Emma pegou Henry enchendo-o de cócegas, se deliciando ao ver o menino gargalhar pela brincadeira, adorando o delicioso momento familiar.

Quando o menino já estava vermelho e com os olhos brilhando de alegria, viu a mãe loira indo atrás de Lucille, que já havia descido do colo da outra mãe. Como ainda era pequenina foi facilmente capturada recebendo muitos beijos e cócegas. Assim que a pequena recobrou o fôlego os três olharam para Regina que apenas ergueu uma sobrancelha divertida, vendo o sorriso malicioso na face corada dos três.

― Um... ― disse Emma olhando dos filhos para a esposa.

― Emm! ― não contendo o riso ― Nem pense!

― Dois... ― ameaçou Henry.

― Até você, bebê da mamãe? ― questionou de forma brincalhona, dando um passo para trás.

― Tlês! ― gritou Lucille. 

Regina gritou tentando correr dos três e apenas deu uma única volta na árvore, pois Emma havia conseguido agarrá-la, fazendo com que deitasse no chão.

― Ninguém consegue escapar da Supergirl. ― disse o garoto divertido.

― Ah é? E o que pretendem fazer comigo?

― Agola te enchemos de cosquinhas, mamãe! ― a menina mexeu as mãozinhas gordinhas na barriga da mãe, fazendo-a gargalhar ― Tem que se render.

― Nãoooo ― rindo ofegante.

― E agora? ― disse Henry fazendo cócegas na mãe também.

― Ahhh ― se revirando ― Isso não vale!

― É só se render ― disse a esposa sorrindo ao lado dela.

― Se não se render a mãe vai usar a garra! ― Lucy confidenciou fazendo uma voz assustadora.

Como ela negou os pequenos se afastaram dando espaço para a mãe loira que começou a usar a “garra”. Em poucos segundos, Regina já estava corada de tanto rir.

― Eu me rendooo! ― gargalhando.

― Mesmo? ― zombou Emma, ficando por cima da esposa ― Tem certeza, majestade?

― Sim. ― disse puxando o ar. ― Pare.

― Muito bem, a mamãe pediu então vamos parar, pois a amamos e respeitamos. ― a loira disse aos filhos que assentiram e desviaram sua atenção para uma borboleta que passou por eles.

Emma sorriu tirando a mecha de cabelo do rosto da esposa, ouvindo o risinho mais distante dos filhos que agora entravam em casa. Permaneceram alguns segundos perdidas no olhar da outra até Regina passar suavemente a mão no rosto de sua mulher.

Swan sorriu abertamente procurando a boca da esposa, tomando-a de forma delicada, apenas brincando com seus lábios, para logo transformar em um beijo mais profundo abrindo caminho com sua língua até tocar a dela, deixando ambas ofegantes pelo calor delicioso que envolvia os corpos. Entregaram-se sem reservas, sem pensar em nada além do prazer do contato da outra.

De repente, o som de burburinho adentrou o ouvido de Regina. Ela piscou duas vezes quando seu olhar começou a se anuviar e então a cena começava a se desenrolar a sua frente...

 

Era ela, tinha certeza, deveria estar em uma escola, ou melhor, faculdade. Sentia a raiva e o ciúme apertando seu coração. Enrolava algumas folhas de papel com força e empurrava de qualquer jeito no tubo que usava para guardar os projetos. 

Está amassando seu trabalho.

Olhou para o lado e viu Emma com um sorriso indulgente, encostada em sua mesa. No momento não soube porquê, mas teve vontade de golpeá-la.

Vai ter que refazer. ― disse a loira apontando para uma ponta da folha que insistia em não entrar.

Isso não é da sua conta, estúpida!

Deu as costas para ela saindo da sala. Contudo, ao chegar no corredor sentiu ser segurada levemente pelo braço. Virou para a pessoa com o rosto vermelho de raiva.

O que quer? ― disse entre dentes.

Saber porque está assim comigo. Não fiz nada! ― disse fingindo inocência.

Claro que não fez nada! Além de exibida é uma fingida também!

Eu só estava ajudando a moça com o projeto.

E precisa ficar passando a mão pela cintura dela? ― estreitou o olhar ― Ficar miando no ouvido da garota como faz com todas as mulheres dessa droga de faculdade?

Miando? ― quase gargalhou pela comparação ― Acaso me chamou de gata?

Idiota! ― revirou os olhos ― Termine logo de falar o que quer, tenho aula de laboratório de modelos agora.

Você! Quantas vezes vou ter que dizer que é a única que quero, minha rainha?

E quantas vezes vou ter que dizer que não me interessa?

Sabia que fica mais linda com ciúmes?

Vai para o inferno, Swan!

Antes que ela terminasse de se virar para sair, Emma a trouxe para seus braços, sentindo-a ofegante e alarmada pela surpresa. Entretanto, no momento em que ela abriu a boca para protestar Swan a calou com um beijo.

Regina gemeu abandonada a sensação daqueles lábios cálidos e macios contra os dela. Havia imaginado que beijá-la seria bom, mas não tinha ideia que seria tão maravilhoso. Aquele era o primeiro beijo delas e a loira atrevida já lhe tinha rendida aos seus pés. Quase gemeu novamente quando Emma a soltou. No entanto, um acesso de raiva a arrematou ao vê-la com ar de triunfo e não evitou virar a mão na cara da abusada para apagar o sorriso arrogante na face cínica. Mas antes que baixasse a mão, Emma já a estreitava novamente beijando-a com mais ardor que da primeira vez.

 

― Regina? ― a loira já estava ajoelhada ao lado dela, vendo-a com o olhar perturbado ― O que houve?

― Nada...eu... ― sem encará-la ― Não houve nada.

― Me diga, meu amor. ― abraçando-a.

― N-não... ― desviando do abraço ― Eu vou ver as crianças ― indo depressa para casa.


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Notas finais do capítulo

Então, preciso me esconder? Me digam o que acharam do capitulo, please!