Gemini escrita por Gabriel Yared, Anabell Dulac


Capítulo 3
Guga - Acho que Eu Gosto de Você


Notas iniciais do capítulo

Oi amoreeees! Hoje completamos uma semana de Gemini, com poco movimento nos comentários no Nyah!, mas nas redes sociais, recebi vários comentários positivos sobre esta história, o que tem me feito bem animado e com vontade de continuar. Esperamos que gostem do capítulo de hoje que, embora curto, é essencial para a história.
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Desperto de um sono profundo após a longa conversa com o Gabriel. Era um sábado. Olho-me no espelho e recordo um rosto que estivera em seu estado normal, mas que agora está amarrotado. Meus cabelos formavam uma montanha em cima de mim. Era algo com o qual eu me impressionava. Como eles ficam tão rebeldes durante o sono? Teve alguma guerra mundial aqui enquanto eu dormia?

Deixei esses pensamentos de lado e resolvi checar o meu celular. Eram onze da manhã. Eu perdi uma manhã toda. Abro minhas conversas no celular sem esperar muita coisa. Então vejo 17 mensagens da Mariana me convidando pra um piquenique que aconteceria dali a algumas horas. Confirmo que estarei lá às quatro horas.

Depois de ter tomado banho e me vestido, desço as escadas e encontro meus pais e meu irmão sentados à mesa, Lucas está calado, mas meus pais conversam. Sento-me e sirvo-me. Começo a comer e Lucas, que está sentado paralelamente a mim, começa a dar leves, mas irritantes chutes na minha perna. Olho para ele sem entender, e ele sorri. Fico com raiva e saio da mesa, sem terminar de comer. Nem olho para trás, somente subo as escadas.

Deito então em minha cama e pego meu celular. Verifico as mensagens, não tem nenhuma. Quero mandar alguma mensagem para Gabriel, mas acho que devo dar espaço a ele, mal nos conhecemos e tal.

Pego um livro a começo a lê-lo. Mas me desconcentro várias vezes e olho para o meu celular, desejando que ele anuncie a chegada de uma mensagem daquela pessoa em especial.

Não posso mais me contentar e mando um “oi” para Gabriel. Mas ele está off-line e não me responde. Tento voltar a ler o livro, mas não consigo.

A comida do piquenique era agradável. Tinha suco de laranja. Maçãs, biscoitos. Sanduíches e bolo. O papo estava meio morto. Marina me apresenta suas novas colegas de teatro. Luana, Keytle e Alana. Elas ficavam rindo e falando sobre suas peças e apresentações. Não sabia o que dizer. Mas aquele papo só fazia com que eu me imaginasse em um palco.

Penso rapidamente em Gabriel e no que ele estaria fazendo neste momento. Então ouço uma mensagem chegar. Gabriel me manda a foto de um bolo de chocolate com um símbolo de Hermes feito de chantilly que acabara de fazer. Parece delicioso. Fiquei impressionado com sua capacidade de fazer bolos. Conversamos um pouco e eu fico andando em círculos sem prestar muita atenção no caminho até que sem querer resolvo cair por cima do bolo de Mariana. Ela grita.

— Onde você está com a cabeça, Guga? Alô, terra chamando! — ela estala os dedos como forma de chamar a minha atenção.

— Eu tava distraído, foi mal aí! — olho novamente para o celular e vejo mais uma foto do Gabriel segurando o bolo com um bigode de chantilly desenhado ao redor de sua boca.

“E agora? O bolo está apresentável?”

 

Eu rio muito disso. Mari e seus amigos me olham, meio irritados, meio assustados.

"Está quase tão gostoso quanto um Gabriel", penso, mas não tenho coragem de enviar. Em vez disso, respondo com um “kkk”.

Depois do desastre e de eu me desculpar com todos no piquenique e interagir com eles por algumas horas, volto para casa. Quando estou atravessando a sala, mamãe, que está pondo o jantar na mesa, me nota.

— Guto! Você tá todo sujo! — reclama ela.

— Foi um bolo — eu me explico.

— Como assim? A Mari jogou bolo em você?

— Não. Eu caí em cima do bolo dela — eu sorrio e continuo meu caminho para o quarto. Logo após subir as escadas, Lucas vem por trás de mim e me “atropela”.

— Porra! Toda vez você faz isso! — eu grito. Mas ele não me dá atenção. Como sempre.

Sigo então para meu quarto, tiro as roupas sujas e vou para o banheiro. Tomo um banho demorado, cuidando dos meus longos cabelos, pensando no dia bom que eu tive e em como são raros esses dias bons.

Enxugo-me vagarosamente, sentindo a toalha contra o meu corpo. Pela primeira vez, imagino Gabriel do jeito que estou. Do jeito que veio ao mundo. Tal imagem me deixa feliz, e eu me excito. Tento parar com esses pensamentos, mas eles não param de me vir à cabeça.

Volto ao meu quarto e me deito na cama, e olho meu celular.

Gabriel: Estou ocupado (comendo bolo), depois volto.

Sinto-me frustrado, queria muito conversar com ele. Melancólico, deixo o celular de lado. Logo depois, mamãe me chama para o jantar. Desço e sento-me no meu costumeiro lugar, à frente de meu gêmeo. Como mais cedo, ele ainda continua meio desligado. Mas isso não me incomoda. Pelo menos assim ele não me perturba.

Depois do jantar, lavo a louça. Ao terminar, subo de volta ao meu quarto. Pego meu celular. Tem uma mensagem de Gabriel, que está online no momento, o que me anima um pouco.

Gabriel:             Vc está aí?

Eu:         To sim. Como vc tá?

Gabriel:             Ah, eu estou bem. Vc?

Eu:         Mais ou menos.

Gabriel:             Pq?

Eu:         Nada. É sempre assim, a bad sempre bate de repente.

Gabriel: Tem certeza que é só a bad?

Eu:         Bem, não só isso.

Gabriel: O que mais?

Eu:         Ah, meio que... sei lá. As coisas por aqui.

Gabriel: O que têm elas?

Eu:         Meus pais. Meu irmão. Eles não me dão atenção. Ele me odeia.

Gabriel: Pq vc acha isso?

Eu:         Meus pais só falam comigo o necessário e meu irmão vive implicando comigo.

Gabriel: Ah, sinto muito.

              Queria poder te dar um abraço agora...

Eu:         E como está por aí?

Gabriel: Tá tudo ok.

Eu:         Vc tem uma boa relação com sua família, né?

Gabriel: Tenho sim. Moro com meu pai, madrasta, avó e irmãos. Só tenho problemas com a mulher do meu pai às vezes, mas não é nada.

Eu:         Eu queria que fosse assim por aqui.

Gabriel: Se é que eu posso reclamar de alguma coisa, eu gostaria que papai não ficasse me mandando indiretas.

Eu:         Que tipos de indiretas?

Gabriel: Que ele parasse de ficar me dizendo que embora me ame e tudo mais, aos olhos de Deus ser gay é errado.

Gay? Nossa, que surpresa! Demoro um instante para responder, pois fico nervoso.

Eu:         Vc é gay?

Gabriel: Sou sim. Bi, na verdade.

Eu:         Vc tem namorado?

Gabriel: Não

Eu me arrependo de ter perguntado. Talvez ele ache que eu tenha interesse nele. E talvez eu tenha mesmo. Então resolvi me abrir.

Eu:         Acho que se meus pais soubessem que eu sou gay, me expulsariam de casa.

Gabriel: Por quê?

Eu:         Eles são muito religiosos. Culto todo sábado, etc. Quem me dera que fossem que nem seu pai e só cutucassem de vez quando.

Gabriel: Não sei o que te dizer. Só tome cuidado.

Bloqueio a tela do celular. Olho para o teto. Reativo o celular e mando mais uma mensagem. E mais uma vez, me arrependo de ter feito isso. Desligo o celular, ainda pensando no que havia enviado.

“Acho que eu gosto de você”.


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Notas finais do capítulo

Então, é isso! Esperamos que tenham gostado. Por favor, não deixem de comentar o que acharam de bom e o que deve ser melhorado ao decorrer dos capítulos e ajudem a divulgar a fic da maneira que puderem! Abraços e beijos!



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