Nem todo mundo é quem diz ser.

Sarada  P.O.V (Point Off View)

Havia acordado cedo e estava treinando no campo de treinamento sete, uma área vazia e arborizada, bonita até. A Uchiha parecia calma, mirava nos alvos a sua frente e acertava-os com precisão e rapidez inacreditáveis. Ela saltou jogando suas Kunais e Shurikens habilmente, quando voltou ao chão e olhou para frente, todas as armas estavam no centro dos alvos, fincadas hábil e firmemente.

Sarada sorriu de canto, mas seu sorriso sumiu rapidamente. Apenas uma coisa não saia de sua mente, o maldito bilhete do correio. Ela havia acordado cedo, mas mesmo assim quando passou em casa para falar com o pai ele já tinha saído, sua mãe se preparava as pressas para ir para o hospital e mal teve tempo de conversar com ela.

Sarada não queria se sentir culpada, mas sabia que havia pegado uma coisa que não era sua e não sabia como devolver. Ela não devia ter pegado o bilhete, mas poxa! Seu pai nem olhava o correio mesmo. Era provável que ele nem visse aquele bilhete de qualquer forma. Ela tentava tirar a culpa de si mesma, mas não conseguia fazer isso por completo. Nada mudava o fato de que ela não deveria ter pegado sabendo que não era para ela. Sarada bufou: O que diabos faria agora?

Sua vontade era pegar aquele bilhete idiota e tacar fogo nele, fingir que ele nunca existiu. Mas não podia fazer isso. Suas opções não eram muitas, entre elas estavam destruí-lo, contar a verdade ao pai assim que o visse independente do que ele faria com ela depois, e por ultimo ir sozinha ao lugar marcado.

A ultima opção não parecia má ideia: Não poderia ser tão ruim assim, não é? Era um lugar publico e ninguém poderia fazer mal a ela lá. Sem contar que ela ajudaria e muito o seu pai se descobrisse de quem era.

Ela suspirou e continuou seu treinamento, em parte porque ela precisava extravasar a sua raiva e incerteza,  por outro porque o teste Jounin seria em alguns meses. Focou em seu treinamento a maior parte do tempo, tentando esvaziar a mente. Só percebeu que havia passado um tempo considerável quando notou que estava soando e que o sol já estava a pino no céu. Afinal, quanto tempo tinha passado sem ela nem perceber?

Ela então decidiu que era hora de dar um tempo, descansar um pouco. Além disso, tinha que decidir o que faria com o tal bilhete. Pegou suas coisas rapidamente, desfez o estrago que causou a área de treinamento e saiu de lá às pressas. Seus passos firmes não denunciavam a insegurança que sentia por dentro. Em pouco tempo ela estava no centro de Konoha, ela sentia-se a vontade perto de todas aquelas pessoas, mas estava em duvida sobre parar para comer ali mesmo ou ir para casa tomar um banho e comer em casa. Olhou o relógio; Era 12;55.

Bufou, não faltava muito para as duas horas. O que ela faria com relação ao bilhete?

‘’Sarada!’’ Chamou alguém atrás de si. ‘’Que coincidência te encontrar por aqui!’’

A Uchiha quase bateu a mão na própria cara. Mas achou que seria mais útil bater no garoto a sua frente. Porque sempre esbarrava com Boruto?  Parecia que só tinha ele naquela maldita Vila.

‘’Como a vila é pequena, não?’’ Murmurou o garoto com um sorriso.

‘’O que quer? Tenho coisas importantes para fazer e não tenho tempo para conversa.’’

‘’Credo! Você sempre tão grossa-[Da]ttebasa!’’ Murmurou. ‘’ O que eu te fiz, hein?’’

Sarada bufou. ‘’Nada, mas agora eu tenho que fazer uma coisa, não tenho tempo para você’’

‘’Ah, não por isso. Eu vim te perguntar se você sabe do Mitsuki, ele tava comigo ontem, mas desde então não sei nada doque houve com ele. Meu pai me deixou de castigo, acredita nisso? Como se eu fosse criança!’’

Sarada levantou uma sobrancelha. ‘’Desde quando você acha que eu me importo?’’

‘’Credo. Uhunm’’ Murmurou.  O loiro percebeu que Sarada parecia apreensiva.  ‘’O que você tem?’’

‘’O que quer dizer?’’

‘’Quero dizer que você parece estranha hoje! Quero dizer, mais do que o normal, sabe?’’

As veias da testa da Uchiha pulsaram. ‘’Estranho é você, seu tapado! Agora me deixe em paz, pode ser?’’ Murmurou com muita raiva.

Boruto podia jurar que viu um brilho vermelho nos olhos da amiga, então afastou-se dois passos para trás. ‘’Certo, certo. Já vi que você não quer papo. E olha que coincidência, Shikadai e Inojin estão bem ali’’ Disse apontando. ‘’Então Tchauu’’ disse antes de entrar por entre a multidão e sumir.

Sarada suspirou se acalmando. Agora que Boruto se foi ela podia pensar melhor no que fazer. A Uchiha pegou o bilhete no bolso e releu. A ideia de ir até o lugar marcado agora lhe parecendo tentadora. Mas e se não fosse a coisa certa?

Ela expirou firmemente. Tinha que se decidir logo, já se aproximava da hora marcada.

‘’Sadara-Chan’’ Murmurou alguém. ‘’Precisando de mais armas?’’ A Uchiha virou a cabeça. Era Ten Ten da loja de armas bem a sua frente.

‘’Não. Estou bem com as que estou usando, talvez quando estiver se aproximando mais do teste Jounin...’’ Disse forçando um sorriso.

‘’Tudo bem então. Até mais...’’ Acenou.  Sarada acenou de volta. Ela era uma das compradoras mais frequentes da loja de TenTen. O mundo não era mais tão violento quanto antes, e a loja vivia fazia, mas Sarada fazia questão de sempre se manter preparada...

Ela suspirou, era melhor ir para casa, tomar um banho comer, talvez encontrasse um de seus pais lá, caso contrario, ela iria até o lugar do bilhete, pronto, estava decidido...

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

A morena estava em frente ao lugar indicado no bilhete. Ela estava quase impaciente, sabia que não deveria estar lá, mas ela havia ido para casa e não encontrou nenhum de seus pais, pensou em colocar a nota no correio novamente e fingir que nunca o pegou, mas isso seria uma mentira. Então ela iria até o final naquilo...

Não estava muito cheio e o dono da loja perguntou-lhe varias vezes se ela queria comprar algo, educadamente ela negou-lhe, não gostava de doces. Além disso, a espera a deixava nervosa e insegura. Pessoas passavam de um lado para outro, mas até então ele não avistou ninguém suspeito em nenhum momento. A menina suspirou, talvez estivesse errada. Talvez não devesse estar fazendo isso, mas ela procurou o pai e não achou, além disso, ela nem tinha o numero do celular dele... Era provável que ele mesmo nem fosse aquele lugar, pois ele nem acharia o bilhete no correio, pensava, mas isso não a deixava mais segura.

Sarada suspirou. Olhou o papel por alguns instantes novamente até que de repente alguém tomou-lhe das mãos em segundos.

‘’O que é isso?’’

‘’BORUTO’’ Berrou. ‘’Eu já não mandei você sumir?’’ Disse pegando o papel novamente.

‘’Oque é isso? É de algum namorado?’’

‘’Ah, cala a boca, mas é claro que não! Isso é de meu pai’’

‘’E o que faz com você?’’ Perguntou.

Sarada soou cabisbaixa. ‘’Não importa...’’

‘’Então? Quem esta esperando?’’ Disse olhando para os dois lados.

Sarada olhou o relógio, já passava das duas. Eram 14;47. Fosse quem fosse estava atrasado. Sem contar que essa pessoa nem a abordaria, pois estava esperando o pai e não a filha. Não havia nenhum movimento suspeito, então ela nem tinha hipóteses de quem podia ser.

‘’Eu não sei’’ Murmurou baixo.

‘’Nossa genial!’’ Disse o loiro de olhos azuis de forma irônica. Mas Sarada não gostou do comentário e socou-o.

‘’QUEM FOI QUE PEDIU SUA OPINIÃO, HEIN???’’

A morena percebeu alguém se aproximando, mas se conteve quando viu que era Mitsuki. ‘’O que estão fazendo?’’

Ambos olharam-no. ‘’NADA’’ soou em uníssono.

‘’Ah, desculpe-me, não queria atrapalhar o encontro de vocês...’’

Era o fim da picada, Sarada já não estava com paciência, mas de repente soou triste. Tudo tinha dado errado. O que ela falaria para seu pai agora?

‘’Ei, isso não é encontro nenhum, eu só segui a Sarada que estava... Estava... Espera! O que você estava fazendo Sarada?’’

A garota suspirou resignada. Talvez não fizesse mal contar, além disso, ela já estava no fundo do poço, não tinha com ficar pior. ‘’Esta vendo esse bilhete aqui? Era do meu pai, eu peguei para ver se descobria alguma coisa, mas não deu em nada...’’ Murmurou. Com os olhos lagrimejando Sarada fitou o papel pela ultima fez antes de amassa-lo em suas mãos. Ela havia tentado, certo? Então por que se sentia tão mal?

Sabia a resposta apesar de tudo. Conseguir o afeto te seu pai já era uma coisa difícil, de alguma forma ele não conseguia expressar seus sentimentos como deveria. Ela podia aceitar isso, mas nada mudava sua ideia de faze-lo enxerga-la melhor, talvez se ela provasse seu valor ele se sentisse mais há vontade entorno dela e sua mãe, sentisse-se orgulhoso da família que tinha. A verdade era que ela se tornou insegura sobre se seu pai importava-se realmente com as duas(ela e a mãe). Sua frieza e indiferença muitas vezes a fazia duvidar das coisas que ele dizia. Afinal, porque seu pai era tão diferente dos demais?

‘’Depois eu sou o encrenqueiro’’ Falou Boruto à Mitsuki. Mas quando notou a expressão chateada de Sarada achou melhor se redimir. ‘’Do seu pai, né? Escuta, eu ouvi meu pai falar alguma coisa do seu, e sobre uma cabana também...’’ Murmurou. ‘’Se isso ajudar em alguma cois-‘’

‘’Isso não importa.’’ Murmurou a menina. ‘’Eu não devia ter mexido no que era dele, agora só me basta contar a verdade, ou então essa historia vai virar uma bola de neve...’’ Disse sabendo que era verdade. Independente do jeito de ser de seu pai, ela não deveria se intrometer nas coisas dele. Era tudo culpa dela, pensava.

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Sasuke P.O.V (Point Off View)

Chegou em frente a sua casa não muito tarde, Sakura ou Sarada estava em casa, ou ambas, ele notou, pois as luzes estavam acesas. Respirou fundo antes de entrar, não estava no clima de conversas e nem de família. Sua cabeça pulsava e ele não sabia o que fazer. Sentia-se incrivelmente traído.

Kakashi perguntou-lhe se ele iria ou não entrar na DIIA, mas ele disse que precisava de um tempo para pensar, depois tentou esfriar a cabeça. As horas pareciam passar rápido aquele dia e ele sentia-se cansado e enraivecido por muitos motivos.

Ele ainda ficou horas conversando com Naruto, ele tentou convencer o loiro a lhe contar o que sabia e Naruto tentou persuadi-lo. O Uzumaki queria que ele entrasse na DIIA, só assim lhe passaria as informações que tinha. Sasuke socou a mesa do Hokage com tanta raiva que a fez rachar... Então o amigo mandou que ele descansasse um pouco e conversassem outra hora.

Sasuke então foi para casa resignado. Desde que chegou a vila notou que estava envolto de mentiras, havia muita gente lhe escondendo coisas que deveriam ser contadas. Não muito para o final da tarde alguém lhe mandou uma mensagem;

║Pensei que estivesse curioso, mas enganei-me. Nunca pensei que mandar crianças fazer seu trabalho fosse de seu feitio Uchiha Sasuke... ║

Depois disso não demorou muito para ele entender a mensagem. Da outra vez havia sido Sarada que encontrou o Bilhete, era provável que a filha tivesse encontrado novamente. Sasuke grunhiu, justo o bilhete que marcava um encontro ele não teve acesso...

Só havia uma palavra que podia descrever o sentimento do Uchiha neste momento; Ódio. Ódio de tudo a sua volta. Ódio por não saber, Ódio por não entender o que se passava...

Para investigar ele passou no centro de controle de Konoha e acessou as câmeras de segurança sem problemas. Viu a hora em que sua filha parou em frente à loja de doces, de uma coisa ele sabia sobre ela; A menina odiava doces assim como ele. Observou o vídeo por horas intermináveis, viu quando Boruto chegou e depois um garoto estranho, mas ele conhecia-o, era Mitsuki, filho de Orochimaru.

O Uchiha passou horas na sala de controle investigando vários vídeos, buscando nomes no sistema de segurança, dentre outras coisas; juntou uma pequena lista de suspeitos até sair de lá com a cabeça pulsando. Ele foi para os cantos mais afastados e vazios de Konoha para tentar colocar sua cabeça em ordem. Ficou horas sozinho, pensando em como proceder a partir de agora. Era obvio que sua conduta não estava surtindo efeito, então ele teria que ser um pouco mais radical...

Kakashi não parecia estar mentindo, mas vai saber... Naruto sabia de algo, mas não queria lhe contar dizendo que não podia quebrar o código de conduta só porque eles eram amigos e incentivou-o a ficar com o cargo de Hatake. Tsunade era um mistério... Havia tantas pessoas suspeitas que ele não sabia em quem confiar, mas já sabia por onde começar a investigar, ou menos.

Horas mais tarde ele entrou em casa, batendo a porta com mais força do que precisava. Andou até o centro da sala com uma carranca estampada na face, sua cabeça ainda estava cheia embora tentasse se acalmar. Não havia nenhuma maneira dele conseguir dormir em paz essa noite.

‘’Sasuke’’ Murmurou Sakura indo até a sala. Sua esposa se aproximou e fez o primeiro o movimento para se aproximar dele e beija-lo, mas a expressão estampada na face do Uchiha a fez desistir. ‘’Tudo bem?’’ Murmurou incerta, parando na frente dele.

‘’Não’’ Ele grunhiu.

Sakura vacilou em seus movimentos e mordeu o lábio, sua mente cheia de incertezas. ‘’Sarada me contou que pegou algo que era seu e ela esta no quarto morrendo de remorso e eu-‘’

‘’Isso não importa mais...’’

‘’Ela não teve culpa, você sabe que tudo o que ela faz é para te ver orgulhoso dela, ela pensou que estivesse te ajudando’’

‘’Mas não estava’’ Murmurou. ‘’Ela não é mais uma criança, sabe muito bem o que deve ou não fazer’’.

‘’Você sabe como ela é. Esta carente por atenção e afeição, nós passamos tanto tempo fora de casa qu-‘’

‘’Isso não é desculpa. Você tem que parar de mimar essa garota, as coisas não são assim. Ela tem que arcar com as consequências do que fez’’.

‘’Sim, eu sei’’ Disse suspirando. ‘’Mas, mudando de assunto; Naruto disse que você passou lá. Então, você aceitou o cargo na DIIA?’’

‘’Não. Eu já disse que não aguento aquele lugar...’’ Murmurou raivoso, sentando-se no sofá e colocando as mãos no rosto, escondendo-se. Sua cabeça latejava fortemente...

Sakura suspirou. ‘’Você parece mal. Tem algo que queira? Uma aspirina, uma massagem um conforto...’’ Sussurrou.

‘’Só uma coisa’’

‘’O que?’’

‘’Descobrir essa historia toda. Sei que estão me escondendo algo grande. Eu posso estar longe de saber, mas guarde minhas palavras Sakura, eu irei descobrir, seja lá o que for. E quando eu descobrir é melhor as pessoas que me escondem a verdade estarem preparadas...’’ Ameaçou.

Sakura mordia a boca tão fortemente que podia sentir o gosto metálico de sangue fresco. Sasuke parecia estar uma pilha de nervos a sua frente e Sakura não sabia o que fazer. Sabia que o Uchiha tinha sangue quente e vê-lo instável não era uma das melhores coisas que ela gostava de fazer... O que faria a rosada agora?

‘’Sasuke, sei que esteve no hospital... O que lhe contaram?’’

O Uchiha estreitou os olhos. ‘’Não muito. Mas Tsunade estava lá...’’ Ele murmurou ainda na mesma posição de antes, mesmo sentado seu corpo parecia rígido demais. ‘’Você sabe alguma coisa?’’ Perguntou-a sério, tirando as mãos do rosto e olhando-a fixamente. ‘’Ela ainda foi sua mestre, ela lhe contou algo? Deixou escapar alguma coisa, por menor que seja?’’ Indagou com tanta frieza que fez o sangue da esposa gelar. Sakura respondeu-lhe com o silencio: O que deixou-o mais convicto de que ela sabia de algo. Ele levantou-se do sofá e segurou-a pelos braços. ‘’Sakura, você sabe de algo, não sabe?’’

Ele estava muito perto dela agora. Sakura não sabia o que fazer, mas sabia que aquela situação estava indo longe demais, era melhor ela contar a verdade a ele agora do que esperar pela ira do marido depois. Ela sabia que não deveria contar e que só quem estava autorizado podia saber: Entendia também que estaria violando um código de conduta. Ela jurou não falar para ninguém... Ela não era fraca, mas, precisava contar a Sasuke. Não podia continuar ocultando isso dele, não agora que ele voltou...

Ela encarou aqueles olhos escuros a frente dela, e ele a encarou de volta esperando a resposta. Ele esteve envolto de mentiras por boa parte da vida, Sakura sabia que as mentiras e coisas que lhe ocultaram antes o fizeram se tornar alguém frio e indiferente, sabia que não podia fazer o mesmo agora. Não ela.

Os olhos de Sasuke pareciam implorar pela verdade e ela tinha que dizer. Tinha que lhe contar a verdade. Tinha que dizer sobre o outro Uchiha: O que ela cuidou no hospital por quase dois meses, o que a fez olhar com horror o fato de estar vivo, embora todos acreditassem estar morto. Ela não sabia o que pensar, ele estava em coma e havia uma doença progredindo rapidamente em seu sistema imunológico, apenas ela e Tsunade poderiam ajuda-lo. Ela o fez sem questionar, ainda manteve o sigilo de todos como ordenaram. Mas quando ele acordou foi mais difícil mantê-lo escondido e sob controle, até o dia em que ninguém o viu mais: Ele passou por todas as defesas de Konoha sem ninguém conseguir conte-lo e impedi-lo de sair, Havia uma grande hipótese de que alguém o ajudou... Mas...

Sasuke ainda encarava-a e esperava uma resposta, a rosada até podia sentir a impaciência do marido crescer...

‘’Ele esta vivo, Sasuke’’ Disse por fim.

Ele olhou-a confuso. ‘’Quem?’’

‘’Seu irmão. Uchiha Itachi’’

Por um momento ele olhou-a incrédulo. Minutos se passaram e ele ainda a encarava duvidoso... Ele até sorriu de canto de forma paranoica. ‘’Você... Você esta brincando, não é?’’ Ele murmurou baixo demais, mas ela lhe escutou claramente.

‘’Não Sasuke, eu não estou mentindo. Ele esta vivo’’ Afirmou firmemente, como se estivesse lendo sua mente e entendendo a indignação. Se bem que era provável que a incerteza estivesse estampada em seu rosto claramente.

O Mundo parecia parar, Sasuke só escutava as batidas de seu coração batendo fortemente em seu peito. Sua respiração rasa tornou-se mais difícil e ele podia jurar que estava ficando sem ar... Só havia um questionamento em seu ser; Seu irmão? Vivo?

Mas era a coisa mais absurda que ele já tinha ouvido. Ele o matou, além disso, ele o viu voltar com o Edo-Tensei... Não havia como seu irmão esta vivo. Que absurdo! Ele mataria o idiota que falasse tal asneira... Não era possível em nenhum sentido...

‘’É VERDADE SASUKE’’

‘’Oque?’’ Perguntou-lhe atordoado. Por um momento sentia-se anestesiado.

‘’Eu não sei como, fizemos todos os exames e tudo indicava que era ele. Era ele de verdade, como eu não sei, mas era ele Sasuke...’’ Murmurou Sakura rapidamente, Sasuke parecia estupefato e tonto, como se fosse cair a qualquer momento.

Então era isso que lhe escondiam? Não podia ser. Só podia ser engano. Não era possível que seu IRMÃO estivesse vivo depois de tanto tempo, não é? Se ele estava mesmo vivo, a quanto tempo lhe escondiam isso?

Não era possível isso estar acontecendo... Ele só acreditava vendo. Aqueles olhos escuros olharam para Sakura ferozmente. ‘’Onde ele esta?’’

Sakura ficou quieta, sem saber se dizia ou não. Ela não queria que Sasuke ficasse afoito, descontrolado e transtornado, mas escolheu dizer, ela já tinha dito tudo até aqui mesmo...‘’Não Sabemos. Ele estava em coma, mas quando acordou fugiu...’’

Sasuke sentou-se no sofá, sua respiração ficando rasa, seu coração batendo forte em seu peito. Ele não sabia o que dizer, não sabia se era ou não verdade, mas só tinha uma coisa a fazer agora, tiraria toda a informação que precisava de Sakura e depois... Depois ele iria atrás de seu irmão, caso isso fosse verdade, se fosse tiraria todas as respostas que queria dele...

Ele olhou para o nada por um tempo interminável. Seu irmão... Vivo. Mesmo que isso fosse possível...

Itachi ainda guardava muitos segredos que Sasuke queria saber. Segredos que ele planejava deixar sem resposta... Ele podia se lembrar da batalha em que vingou o Clã Uchiha, ele tinha o sangue de seu irmão mais velho entranhado em si mesmo e via-o a seus pés morto. Depois viu-o voltar com o Edo-Tensei e lhe esclarecer a historia toda do massacre. Mas se na verdade ele estava vivo mudava muita coisa...

Mudava TUDO. Como diabos seu irmão conseguiu essa façanha?

Sasuke sentia-se estranho. Por anos ele tentou enterrar o passado, esquecer tudo e viver sua vida em paz. Ele vivia como podia, mas sentia algo crescer dentro de si... Depois de tantos anos seu ódio diminuiu ou ele ainda cultivava-o em seu coração, indagava-se. Ele conseguiu manter-se são, mas agora, será que deixaria seu ódio domina-lo quando visse seu irmão frente a frente novamente? De uma coisa ele estava certo; Itachi não fugiria novamente de sua ira. Ele teria que lhe explicar essa historia toda bem direitinho, caso tudo isso fosse verdade.