Duty, Love or War?- Interativa escrita por Ice Queen


Capítulo 5
Os Herdeiros- Como eles as esperam


Notas iniciais do capítulo

Oi minhas queridas do coração ♥ Tudo bem com vocês? Ai eu estou feliz hoje, depois de um fim de semana todo longe do meu amado notebook (E dos meus arquivos do word por isso que o capítulo está saindo hoje ao invés de sexta como eu planejei ç.ç) eu tenho de volta, terminei meu trabalho de geografia sobre a ONU e ainda o Dicaprio ganhou um óscar! Ai eu adoro ele, sério eu adoro aquele cara e estou super feliz dele ter FINALMENTE ganhado o prêmio ♥

MAS GENTE EU GANHEI UMA RECOMENDAÇÃO ♥ ♥ ♥ CANDY QUERIDA DO MEU CORAÇÃO MUITO, MUITO OBRIGADA! Ai, estou emocionada aqui, obrigadíssima minha querida ♥ E você me chamou de simpática, ai nem sei como te agradecer Candy, não sério estou muito feliz quase tive um ataque quando vi a recomendação! Muito, muito obrigada ♥

Ain estou muito feliz pra falar mais aqui sem parecer uma louca então até as notas finais (Que eu já tinha escrito então estão dignas de uma pessoa sã e.e)


EDIT (O nyah está comendo minhas notas finais de novo ç.ç): Ah uma coisa que eu VIVO esquecendo de falar sempre que vou responder as fichas de vocês: Meninas a Irlanda do Norte é território inglês! Eu até pensei em incorporar a Irlanda, mas eu decidi manter a formação atual do Reino Unido então a Irlanda do Norte está sob o controle da família real inglesa, por isso eu gostaria de pedir as meninas que se confundiram que concertem somente as perguntas referentes a opinião da selecionada sobre o príncipe e os reis, mandem a resposta correta na ficha mesmo. Não tem problema nenhum, então não fiquem preocupadas kay?

Outra coisa, o próximo capítulo pode demorar um pouquinho porque eu vou mudar as selecionadas apresentadas, eu tinha planejado (e começado) escrever sobre as norueguesas mas vou mudar para as meninas da Irlanda do Norte e País de Gales já que essas vagas foram fechadas! Mas não deve passar de uma semana kay?

Beijos minhas queridas ♥



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“Que medo alegre, o de te esperar.”

Clarice Lispector

Fall Out Boy- Centuries

Londres, Inglaterra

Uma enxurrada de palavrões escapou dos lábios do rapaz de cabelos escuros, nada refinados e definitivamente nada que um príncipe como ele deveria pronunciar- Que os céus impeçam sua mãe de sonhar que ele está falando desse jeito-, mas honestamente perder três vezes seguidas? Isso ultrapassa os limites da já não muito longa paciência de Anthony. Imperturbável por sua linguagem seu companheiro lhe estendeu a mão para tirar-lhe do chão sujo, a expressão sóbria como sempre, mas seus lábios claramente lutavam para permanecer em uma linha fina e não revelar um amplo sorriso:

—Será que está satisfeito agora? Acho que é melhor pararmos por hoje- Comentou o rapaz de pele escura enquanto o outro limpava a poeira das calças (Jeans nada apropriados para um príncipe).

—Parar? Por que meu caro amigo?- Anthony respondeu com uma careta- Eu preciso de alguma coisa para fazer ou meus nervos vão me matar, tem um certo limite de tempo que uma pessoa pode passar encarando lições de economia sem perder a cabeça. A menos é claro que você esteja assustado de cruzar espadas comigo.

Um sorriso arrogante e malicioso, marca registrada do príncipe, selou com perfeição a provocação feita a seu amigo, mas esta caiu em ouvidos surdos. Sinceramente se Charles não soubesse resistir ás táticas de Anthony para conseguir o que quer a bela face de seu amigo estaria estampada na primeira página de muito mais tabloids, mas só dessa vez o jovem guarda decidiu ceder à clara estratégia de mantê-lo interessado:

—Assustado com o que? A menos que seja com a possibilidade de acabar te matando, eu tenho muita certeza que nós deveríamos estar usando muito mais equipamentos do que isso- Não resistiu em repreender o outro, mas continuou com um sorriso malicioso próprio- Caso não tenha percebido você perdeu todos os nossos duelos até agora majestade.

O título de nobreza saiu carregado de ironia e Anthony não pode conter a própria gargalhada, apesar de um olhar desafiador e ofendido logo se estabelecer em seus olhos. Oh amigo ou não, Charles vai pagar por aquilo. Sem mais nenhuma palavra segurou o sabre com mais firmeza e fez um movimento de ataque que o outro desviou-se por puro instinto, revirando os olhos Charles ajustou a pegada na espada e os dois retornaram a prática de esgrima- Bem, não exatamente uma correta, tinham afinal descartado o material de proteção fora o casaco e lutavam cada um com sua arma preferida, o príncipe com o sabre e o guarda com o florete.

Tony se permitiu sorrir com mais suavidade enquanto bloqueava um ataque do amigo. Esgrima sempre lhe foi um hobby entre a atarefada vida de príncipe, algo no qual podia se perder por horas e gastar toda sua energia nervosa, e nesse instante está servindo para lhe aliviar o nervosismo perante a ideia de que em algum lugar do castelo estará sua futura esposa. Não estivera nervoso com essa noção até que Sienna entrara animadamente em seu quarto para contar que as selecionadas já estavam chegando- E isso foi a boas três horas atrás- e se ele passara o dia todo ansioso com essa perspectiva a revelação da menina só o lançara ainda mais no precipício, tentara se entreter com outras coisas, mas com Lyna fazendo companhia a Ed, Harry servindo de guia aos irlandeses e David estando sabe-se lá Deus onde só conseguira pensar em Charles -Ocupado com seu treinamento- para lhe entreter e depois de um rápido argumento com o encarregado ganhara permissão de interromper o amigo e carrega-lo consigo para lutarem juntos e assim liberar essa energia nervosa. Anthony Ainsworth não é alguém que fica neurótico com preocupações.

Mas aparentemente ele é alguém que não consegue ganhar uma partida contra seu amigo plebeu se o fato que seu traseiro real acabou novamente no chão é uma indicação.

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A biblioteca do palácio inglês é imensa e muito bem iluminada, disso Dimitri tem certeza mesmo estando no cômodo a pouco mais de dez minutos, mas estranhamente diferente daquela em sua própria casa, claro ambas compartilham similares prateleiras, altas e largas, que acomodam incontáveis volumes cuidadosamente arrumados- As prateleiras do palácio de Moscou são em madeira branca, as inglesas em uma madeira envernizada e escura-, mas fora isso e as pequenas escadas espalhadas pelo ambiente tudo é incrivelmente diferente. O príncipe russo está acostumado o carpete bordô que abafa a todos os passos, uma única mesa circular localizada próxima a uma das janelas equipada com cinco cadeiras e uma poltrona mais para o fundo do cômodo, luzes artificiais fortes que podem incomodar os olhos, afinal para que se preocupar com decoração quando ninguém fica ali? Sua mãe não lê mais, seu pai o faz em seu escritório então somente Dimitri utiliza aquele espaço vez ou outra- Mesmo que prefira a conforto de seus aposentos.

Mas como está rapidamente percebendo tudo em Londres é, apesar de incrivelmente elegante e de bom gosto, caloroso. O chão não possui cobertura alguma e vez ou outra ele ouve seus passos ressoando, a iluminação provém de um grande lustre e algumas luzes alojadas nas próprias paredes de um modo quase antiquado, perto de uma das imensas janelas que iluminam o cômodo foi montado um espaço destinado a leitura com direito a um sofá creme de quatro lugares, duas poltronas, duas mesas retangulares da mesma madeira das prateleiras com lugar para cinco cadeiras cada e uma espécie de banco acolchoado encostado na parede. Um tapete rosa claro está localizado naquela área em especial e quando se aproximou das mesas ele pode reparar em rabiscos em suas superfícies, nomes, datas e desenhos que devem significar algo para alguém, achou mesmo um livro em grego com uma caneta servindo de marca página, folhas de desenho com o que ele supôs serem esboços interrompidos e um caderno com o que parecem lições de economia. Um sorriso quase imperceptível tomou conta de seus lábios, é tão claro por aquelas coisas que o lugar é palco de coisas maravilhosas ás quais Dimitri só pode sonhar em presenciar ou participar, uma parte egoísta em seu coração se inveja da aparente felicidade daquelas pessoas, por que elas podem ser tão felizes e unidas quando sua própria vida é um desastre após o outro? Mas a maior parte está simplesmente feliz, feliz porque outros têm a felicidade que ele deseja para si, porque não compartilham de seus fardos e dores.

Deixou-se cair em uma das cadeiras, um livro de aspecto antigo em suas mãos- Alice no País das Maravilhas, já ouviu falar sobre a obra anciã mas esta não é popular em muitos países fora aqueles que compõe o Reino Unido-, disposto a gastar com a leitura as horas que tem vagas até ter que se preparar para o baile daquela noite e sua primeira conversa com as selecionadas. Qualquer coisa para espantar o suor frio que lhe toma conta das mãos sempre que pensa no evento.

Dimitri não sabe interagir com pessoas, não consegue manter longas conversas sem soar de forma totalmente errada para qualquer tipo de padrão social e Deus sabe que ele não tem a mínima ideia de como se deve flertar com garotas- Viveu isolado no palácio sua vida toda! O máximo que falou com o sexo oposto foi durante as festas e reuniões diplomáticas realizadas em Moscou, mas poucas tinham uma idade próxima a sua e nenhuma situação lhe pareceu adequada para tentar. Ele vai ser um desastre, já tem certeza disso e está odiando tudo, não quer pensar em desapontar nenhuma das garotas justo na primeira festa delas no palácio, mas para quem pode pedir conselhos? Natalya é tímida demais, os pais estão fora de cogitação, Daren ficou na União e não tem nenhum pingo da intimidade necessária com qualquer outra pessoa. Como sempre esse é um problema que vai ter que lidar sozinho.

As reflexões de Dimitri e sua leitura foram interrompidas por sons de riso se aproximando do lugar que tomou na mesa, logo pode reconhecer as figuras de um dos príncipes do Reino Unido- Qual deles não sabe dizer, ambos são parecidos demais e ele nunca os tinha visto pessoalmente até dois dias atrás- e de uma garota- Reconheceu-a de sua chegada ao palácio, os cabelos coloridos chamaram a atenção o bastante para isso-, quando ambos estavam perto o suficiente para vê-lo levantou e fez uma mesura educada que foi respondida por ambos quando estavam mais próximos:

—Príncipe Dimitri, é um prazer encontra-lo aqui- O inglês o cumprimentou com um sorriso amigável e continuou em bom humor- Eu sou Edmund, caso esteja se perguntando, a maioria das pessoas não consegue me diferenciar do meu irmão tão cedo.

—É para mim igual prazer encontra-lo alteza- A jovem se pronunciou, um aceno informal marcando o fim de sua frase- Sou Ellyna Savernake, meu pai é o duque de Lancaster.

—O prazer é todo meu, príncipe, lady- Fez outra mesura, mesmo que desnecessária- Obrigado por tão generosa hospitalidade.

—O prazer é nosso- O outro riu levemente e se sentou na cadeira diretamente em frente aquela ocupada por ele- Espero que esteja gostando de nossa biblioteca, se precisar de alguma coisa ou quiser um volume específico tenho certeza que poderei lhe ajudar.

—Não, obrigado pela oferta- Replicou e continuou em um tom mais incerto- Desejam que eu me retire? Já encontrei aquilo que vim procurar e posso deixa-los a só se for melhor assim...

—Ah não!- A jovem lady replicou de onde estava mexendo em uma prateleira próxima a eles- Por favor fique a vontade alteza, se qualquer coisa acho que somos nós que vamos lhe perturbar.

—Eu só quero terminar minha lição de mandarim, com toda essa história de Seleção eu acabei deixando que se acumulasse- Edmund confessou e completou em um tom propositalmente mais alto- Normalmente eu faria isso em meus aposentos, mas alguém bateu o pé dizendo que não queria ir lá. Só porque ficou com a tarefa de tutora acha que pode ficar desprezando os amigos, sabe?

—Por favor Ed, parece que passou um furacão no seu quarto! Será que você nunca deixa alguém arrumar aquilo não? Até Sienna tem um quarto mais arrumado que o seu meu amigo, sua irmãzinha de sete anos é mais organizada- Ela riu balançando a cabeça em falsa reprovação- Que vergonha, e ainda quer que uma dama entre em um lugar daqueles!

Dimitri assistiu com certo fascínio o olhar significativo e o revirar das orbes esverdeadas que o outro príncipe lançou a garota antes de voltar a encará-lo com cumplicidade, o sorriso em seus lábios indicando que não tomara ofensa nenhuma com as palavras. Lhe é tão estranho ver duas pessoas interagindo de forma tão familiar, sem títulos de nobreza ou qualquer formalidade. Perguntou-se se é assim que amigos de verdade se tratam. Depois de alguns segundos a mais de hesitação retomou sua posição e abriu o livro, mas não estava realmente focado nas palavras, queria simplesmente ver mais daquela interação.

Edmund dirigiu um último sorriso amigável ao tímido russo antes de abrir o livro de mandarim e fechar a expressão automaticamente, seu ponto forte sempre foram as matérias de exatas, é um pesadelo ter que aprender tantas linguagens diferentes. Mas pelo menos é mais fácil do que pensar em escolher uma esposa entre cinco garotas, quase estremeceu ao se lembrar do baile e do que vai acontecer nele, o nervosismo sempre presente em si desde o começo de tudo aquilo está atacando com força total hoje, sorte que tem com quem conversar, mesmo o alheio David parou para lhe dar algumas palavras de encorajamento mais cedo como se para confirmar que é, ele não está fazendo um trabalho muito bom em esconder o que sente então deveria simplesmente parar de tentar fingir. E claro, sempre existe a possibilidade de recorrer a Lyna, romântica como é ela está mais que disposta a lhe ajudar:

—Decidiu fazer suas lições também?- Provocou quando ela retornou para a mesa com dois livros moderadamente grossos

—Não- Replicou com um sorriso condescendente- Esses são dicionários para você meu querido Ed, eu já sou fluente em mandarim esqueceu?

Claro que não esqueceu, como poderia? O que Lyna não tem de aptidão para economia ela compensa com linguística, a amiga é melhor do que qualquer um deles quando se trata de aprender novas línguas- Pelos céus ela aprendeu até alguns dialetos porque estava entediada!- o que causa a certeza de que ela vai se sair bem no cenário internacional, enquanto Harry tem um ducado para herdar- E muito provavelmente uma posição no conselho do rei, porque vamos ser honestos ele tem a aptidão e a confiança necessária para tal- Ellyna tem que visar outras metas para si, Edmund quase riu da ideia da amiga sendo a esposa troféu de alguém de tão absurda que soa, é como imaginar Niklaus agindo timidamente ou Anthony completamente parado.

Tentou focar-se no texto em mãos, sério ele tentou, mas foi impossível manter lá sua atenção quando tem tantas coisas o distraindo- Está morrendo de vontade de falar com o príncipe russo, de todos os convidados reais Dimitri é o único que Edmund nunca viu pessoalmente, mas tem a impressão de que o outro está imerso em sua leitura e não deseja ser perturbado, também está ansioso com o baile e em saber quem são as garotas inscritas por ele, até mesmo o som de Lyna abrindo um de seus pirulitos de cereja, que Edmund tem total certeza que ela conjura a partir do ar já que sempre tem um com ela mas nunca parece guarda-los, o está distraindo dos caracteres chineses e sua para lá de confusa disposição. No fim depois de apenas 20 minutos ele desistiu, fechou o caderno e reunindo coragem dirigiu-se ao russo sentado a sua frente:

—Está ansioso para hoje à noite?- Quase deu um tapa na própria testa ao reparar o que havia falado, simplesmente deixou escapar a primeira coisa que lhe veio a mente

—Ah sim, pode-se dizer que estou- O outro disse abaixando o livro e dando-lhe um sorriso desconfortável- Não é alguma coisa que acontece todo dia e não ajuda que as selecionadas são um tipo de surpresa.

—Nem me fale!- Exclamou encorajado ao saber que o outro o entende em parte- Estou uma pilha de nervos com toda essa situação e ainda me surge essa de casamento, quer dizer eu entendo que é necessário e que as coisas andam muito complicadas, mas uma Seleção? Tio Lud ferrou com a minha vida.

—Foi realmente inusitada a proposta do rei alemão, mas deve-se dar seus méritos- Concordou o loiro em tom quase impessoal, mas quando continuou a voz caiu para um sussurro nervoso e seu rosto corou levemente- Mesmo assim não estou confortável com tudo isso, não tenho muita experiência quando se trata da arte da conquista.

—Então somos dois príncipe Dimitri, somos dois- O inglês concordou com um suspiro dramático- Eu já estou até vendo o desastre quando eu não souber como elogiá-las! Como eu vou saber reconhecer quando elas colocaram esforço na sua aparência ou não? Quer dizer, a única garota com quem eu convivo regularmente é a Lyna.

—Obrigada pela parte que me toca Ed- A garota em questão comentou revirando os olhos claros e desviando a atenção do livro em grego a menção do seu nome- Mas só para você saber garotas amam ser elogiadas. Dica para o futuro, se achar que ela esta bonita então a elogie.

—Mesmo que ela não tenha se esforçado para parecer bonita?- Dimitri não pode evitar perguntar

—Especialmente se ela não tiver se esforçado, alteza, mostre que a acha bonita mesmo sem quilos de maquiagem- A jovem lady sorriu encorajadora para ele ao mesmo tempo que acertava o braço do amigo com um tapa pelo pseudo insulto.

Se Lyna não fosse uma completa romântica ela estaria morrendo de rir do nervosismo dos dois- Deus sabe que Harry definitivamente estaria-, mas ela é então simplesmente acha incrivelmente adorável. E é reconfortante ver Edmund tentando formar amizades com as pessoas, tão carismático quanto seu amigo é ele tende a colecionar conhecidos, nunca chegando ao ponto de realmente firmar uma relação de amizade e, a menos que esteja muito errada, o rapaz russo precisa de um amigo.

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Existe provavelmente uma lista de coisas as quais Patrick preferiria estar fazendo ao invés de passear pelo palácio inglês e seus incontáveis cômodos. Não fora sua ideia essa espécie de tour pela propriedade e nem mesmo desejava fazê-lo- Saber onde está localizado seu quarto, as entradas para os abrigos e o salão principal é mais do que o suficiente em sua opinião- porém não tivera a coragem de recusar o convite de sua tia quando ela o procurou mais cedo, toda sorrisos e olhar esperançoso perante a ideia de vê-lo atualmente interagindo com alguém em algo mais casual. É somente pelo peso na consciência que tem por fazer seus tios tão preocupados sobre seu estado mental que concorda em fazer muitas coisas, se dependesse simplesmente da vontade de Patrick sua vida se resumiria a cuidar da política de seu país e nada mais- Não parece haver no mundo nada que valha a pena afinal de contas, a única coisa de importante para ele agora é seu povo, tudo mais simplesmente não importa.

Talvez seja por esse avassalador sentimento de vazio que o ruivo não se importe com o baile ao entardecer. É somente mais um evento, uma atração para saciar um continente apavorado e passar uma falsa imagem de leveza e camaradagem, não tem nada de novo nesses joguinhos políticos em sua opinião, a imagem de um governante é simplesmente isso- Patrick sabe quando deve sorrir, quando deve fingir um interesse que está longe de sentir, quando deve soar feliz ou simpático, nesses dois anos se tornou um mestre em falsificar suas emoções está confiante que pode passar uma imagem positiva o suficiente esta noite. Não seria bom se as pessoas soubessem como realmente anda seu interior, se conhecessem toda a culpa e desejo pela morte em seu interior não o considerariam um líder viável, sem contar que isso quebraria o coração de seus tios e primos e Patrick não suporta a ideia de vê-los chorando por sua causa, é ruim o suficiente saber que eles estão constantemente preocupados.

Para fingir que tudo está bem, que ele é somente um rapaz de 20 anos normal e ansioso para o evento que vai definir uma parte importante em sua vida e, muitos pensam, felicidade forçou sua atenção aos seus arredores e aos luxuosos corredores ingleses- Não pode deixar de notar quanto vermelho foi usado na decoração, um tom mais escuro e elegante foi usado nas paredes de todos os corredores e alguns cômodos, parece que quem decorou o lugar esqueceu que existem cores além do vermelho e dourado e Patrick quase sente falta dos tons pastéis de sua casa. Seu tio anda ao seu lado, usando uma roupa totalmente informal que o faz mais parecido com um turista do que com um regente, olhos castanhos esverdeados analisando os quadros de antigos pintores- Alguns datados de séculos atrás- com um fascínio completo, Aeron sempre foi um amante das artes. Sua tia anda um pouco mais a frente conversando com o jovem a quem o rei inglês havia pedido que os acompanhasse- Henry? Harry? Patrick não prestara atenção ao nome dele, só ao fato que é herdeiro de algum ducado de renome- sobre os cômodos por onde passavam, foi só quando se aproximaram de uma escadaria que o rapaz loiro se virou para os dois:

—O palácio conta com cinco andares como já lhes informei, apesar de ser relativamente novo segue o estilo feudal então temos um andar inferior que abriga além das cozinhas várias salas destinadas ao depósito de diferentes materiais ou espaços de trabalho especiais além das acomodações dos criados e guardas que escolhem por viver no palácio, não acredito que vão existir razões para vossas majestades se aventurarem lá então vou pular essa área. O primeiro andar, ou térreo se o preferirem, abriga o hall de entrada, o maior dos salões de jantar e salas destinadas ao exército não é o andar mais cheio como podem imaginar. Nós estamos no segundo andar aqui ficam localizados os dois salões de bailes, o menor dos salões de jantar, a sala de reuniões e a sala do trono, a biblioteca real, além de três salas que servem para fins informais. Se me seguirem irei lhes mostrar os andares superiores, que incluem aliás seus aposentos enquanto aqui estiverem.

—É claro- Aeron sorriu ao rapaz e iniciou a subida das escadas- O que fica no terceiro andar?

—São principalmente cômodos direcionados ao lazer na verdade- Explicou o inglês gesticulando para enfatizar seu ponto- Uma sala de cinema, uma sala com brinquedos para a princesa, uma outra sala para os príncipes que contém alguns jogos modernos, outra para o rei e uma para a rainha onde estes recebem seus amigos íntimos para informalidades, bem como outros cômodos com praticamente o mesmo fim. Os escritórios pessoais de suas majestades estão localizados no quinto andar, próximos ao solar.

—É inusitado tanto espaço para atividades casuais- Patrick comentou não conseguindo esconder a descrença- O palácio me parece silencioso para que seja palco de algo assim.

Não estava mentindo, desde que chegou ao palácio londrino Patrick encontrou um estranho silêncio e ausência de pessoas aonde quer que fosse. Os criados silenciosos e na maior parte do tempo se mantinham longe da vista dos convidados e além da própria família real ele não viu mais nenhuma pessoa que possa fazer uso de tais instalações por isso lhe pareceu estranho um andar inteiro dedicado a coisas que se faz com amigos. Pode ter soado rude ao estrangeiro, mas se o fez o rapaz não demonstrou reação, em fato somente balançou a cabeça e riu levemente:

—Na verdade isso é proposital- O loiro sorriu um tanto mais abertamente em sua direção, o tipo de sorriso de quem sabe alguma coisa a mais que você- Normalmente isso tudo é um turbilhão de atividades, mas os criados estão se mantendo ocupados com as preparações para o baile e a vinda das selecionadas e o restante de nós está apenas sendo mais contido que o normal. Mas eu garanto que isso não vai durar muito, Niklaus chega ainda hoje e nenhum lugar onde ele, Anthony, David e Lyna estão pode ser considerado silencioso.

—O príncipe herdeiro alemão? Ele é sobrinho da rainha se estou correta- Tara questionou e prosseguiu quando o rapaz confirmou- Suponho que David e Lyna sejam amigos dos dois príncipes?

—Sim alteza- Harry lhe sorriu também- Lyna é minha irmã caçula, acredito que a senhora a tenha visto na recepção ao palácio, ela é a jovem de cabelos tingidos de roxo que está quase sempre ao lado de Edmund, David é o atual duque de Albany, é fácil reconhece-lo, cabelos arruivados e inúmeras sardas.

—Entendo- O herdeiro respondeu com um aceno de cabeça- Os últimos andares são dedicados aos aposentos eu suponho.

—Exatamente, o quarto andar vai ser utilizado para as selecionadas e os quartos que ficarem vagos para eventuais convidados, as famílias reais convidadas bem como os Ainsworth estão alojados no quinto andar.

Essas informações alojadas Patrick deixou de prestar atenção ao que veio a seguir, não precisa saber sobre os demais cômodos- Qualquer outra localidade pode ser encontrada quando for necessária- e nem sobre as preparações para o baile ou vinda das 25 garotas, mesmo tentando com todo o seu ser se convencer a tentar se afeiçoar aquelas cinco que foram escolhidas para si, a pelo menos formar um laço suficientemente forte com uma delas para se casar quando todo esse circo acabar simplesmente não consegue achar em si a força necessária- Enquanto continuava a andar e fingir prestar atenção ao que era dito Patrick tentou não pensar em cabelos ruivos e braços finos envolvendo seu pescoço num último abraço, no som de um “eu te amo” carregado de sotaque estrangeiro.

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Alberich deixou um suspiro frustrado lhe escapar e resistiu á vontade de puxar os cabelos em frustração ao encarar o relatório em suas mãos, ele sabe que tem que focar sua atenção nas informações ali contidas, que tem que analisar as estatísticas e tentar pensar em um modo de resolver os problemas de longo prazo causados pela tragédia- Tragédia essa que os jogou nessa bagunça que estão agora vale lembrar, o ataque na Islândia que o mundo ainda desconhece-, mas isso é mais fácil dito do que feito. Não é uma pessoa ansiosa por natureza, pelo contrário ele tem é extrema dificuldade em sentir essa emoção e sinceramente não está preocupado com a ideia de casar-se com uma desconhecida em prol de uma aliança política, sempre soube ser esse seu destino e não se vê no direito de reclamar. Se sua irmã nunca reclamou de ter sido prometida ao príncipe dinamarquês quando ainda tinha meros 4 anos para evitar um desastre como ele pode se queixar de ter que escolher uma esposa entre cinco jovens? O que ele detesta é outra coisa.

Não consegue se acalmar perante a ideia de ter que atualmente escolher entre cinco jovens que se inscreveram por sabe-se lá Deus que motivo, esperando provavelmente muito mais do que ele pode dar a elas, Alberich não nutre nenhuma fantasia de que é um romântico ou que sabe como cortejar uma dama como elas merecem, nunca teve mais que relações de uma noite com desconhecidas e prefere assim- Se elas não criarem expectativas então não vai ter que viver com o peso de tê-las desapontado. É por isso que odeia a ideia da Seleção por mais que entenda porque ela precisa ocorrer, que entenda que eles precisam dessa distração.

Deixou o relatório cair na mesa de pedra que ocupa nos jardins ingleses e apoiou a cabeça nas mãos deixando uma respiração profunda escapar em ordem de manter em cheque suas emoções- Nada de bom surge quando perde o controle delas. Depois de alguns momentos assim endireitou a postura decidido a não deixar seus pensamentos voarem a direções perigosas e retomou a leitura do papel, sublinhando com uma caneta vermelha as partes mais importantes ou que necessitam de mais aprofundamento- Quase fez uma careta com a escassez de informações, como alguém espera que ele faça uma proposta de orçamento viável quando não falam de forma clara a extensão dos danos?-. Novamente sua concentração foi quebrada, mas dessa vez pela chegada de alguém inesperado, a pequena figura da princesa inglesa se fez presente a sua frente e com um sorriso que Alberich tem certeza garante qualquer coisa que ela quer apontou para o banco vazio a sua frente:

—Posso alteza? Os outros ficam na chuva.

O norueguês apenas acenou positivamente e voltou a atenção aos documentos enquanto a menina se ajeitava no lugar, mas com o canto dos olhos viu-a deitar a cabeça sobre os braços apoiados na mesa, olhos claros como joias nunca parando em lugar nenhum. Tentou e conseguiu ignorar as olhadelas na sua direção por quase 20 minutos, mas não conseguiu se segurar por mais tempo:

—Precisa de alguma coisa princesa? Se deseja, por favor, sinta-se livre para falar.

—Eu só estou entediada- A menina confessou, a voz abafada pela cabeça ainda repousar nos braços- Não tem ninguém com quem conversar.

—Seus irmãos não estão disponíveis? Se não me engano o príncipe Anthony estava vagando pelos corredores- Recostou-se melhor na cadeira para poder ver a menina, sua expressão não hostil, mas não muito aberta ao diálogo também.

—Tony está treinando esgrima com o Charlie, o Ed está na biblioteca com a Lyna e o príncipe Dimitri- Começou a menina se endireitando e contando nos dedos as pessoas- O Harry está mostrando o palácio aos irlandeses, a mamãe e o papai foram recepcionar o tio Lud, a tia Kathy e o Nik, e o David está ocupado falando com alguns duques sobre Albany. Todos os criados estão ocupados com as preparações então não tenho ninguém com quem falar

—Entendo- Replicou, mas logo voltou sua atenção a seus afazeres.

Mas a presença da menina continuou o incomodando, não por ela estar fazendo alguma coisa para irritá-lo ou mesmo por estar ali, mas simplesmente Albeich está se sentindo mal pela menina e sua solidão, deve ser difícil crescer sem ninguém de sua idade por perto- Não nega que foi também uma criança solitária, ainda hoje o é de certo modo, mas não pode esquecer que a diferença de idade entre ele e sua irmã é de apenas 3 anos, sempre teve ela ao seu lado. O príncipe lançou uma olhadela a menina encarando as flores com uma expressão tristonha e encarou o relatório por alguns segundos antes de suspirar pesadamente e fechá-lo:

—Por que nós dois não conversamos então?- Perguntou e arriscou um leve sorriso para ela

—Sério? Você não está ocupado?

—Não é nada que não possa esperar- Decretou empurrando os papéis para o lado- Então princesa, o que pode me contar sobre a vida em Londres?

Alberich sabe que vai ter que trabalhar nisso depois do baile, tem que apresentar uma proposta a seu pai até amanhã, mas não é nada que não tenha feito antes e o sorriso imenso que a criança lhe dirigiu faz valer a pena o esforço.


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Notas finais do capítulo

Então queridas gostaram de ter mais um gostinho dos príncipes lindos (Que não vou chamar de meu porque dá briga kkkk) e do que aguarda as selecionadas? Pois foi divertido começar a escrever sobre as interações deles, já estou planejando as amizades futuras!

O esquema do palácio inglês é bem tosquinho, não sou boa em arquitetura geral como devem ter percebido kkkk É só para vocês terem uma noção dos cômodos que vão ser mais citados ç.ç

Outra coisa que me deixou mega feliz e eu tenho que mostrar pra vocês. A Candy (Que é uma fofa,ai nem sei como posso te agradecer o suficiente querida!) fez uns vídeos super fofos de algumas selecionadas, olha só que gracinhas:

https://www.youtube.com/watch?v=SjNMmnXm5XY
https://www.youtube.com/watch?v=JLs3wACMBaE&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=eX_LcurnVqA&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=LCjITIhjXN0&feature=youtu.be

Eu amei