Would you fall in the name of love? escrita por mad hatter


Capítulo 3
Capítulo 3 - O dia seguinte


Notas iniciais do capítulo

Eu sou é doida mas to postando 3 anos depois sim, por favor alguém comenta o que achou depois de ler. Beijocas meus queridos, aproveitem.



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P.O.V SKY   

Demorei pra dormir porque não conseguia me acalmar, e tive pesadelos com meus pais a noite toda. Era tão difícil pra mim aceitar que assim, de uma hora pra outra, nenhum dos dois estava mais aqui. Como um sopro, um delírio, eu não tinha mais meus pais aqui, meus pais aqui comigo. Saí desses pensamentos e abri o olho, quase que me obrigando a voltar à realidade, e vi Isaac virando o rosto bruscamente tentando fingir que não estava me olhando.

Dei um breve sorriso, e dei um bom dia desanimado em sua direção. 

— Bom dia Sky... – respondeu ele meio sem graça. – Conseguiu dormir pelo menos um pouco?

— Até que dormi, mas tive muitos pesadelos, sabe, com o que aconteceu ontem...

— Entendo, não deve ser nada fácil perder os pais assim, os dois de uma vez, logo de cara. Vocês tinham uma boa relação, né? – Perguntou Isaac, receoso de que aquele não fosse um bom momento pra conversar sobre isso.

— Sim, com certeza. Sempre tivemos, e é por isso que eles vão me fazer tanta falta. – Respondi com um olhar vazio, sem esperança.

— Eu sinto muito Sky, sua dor agora deve ser enorme... – Isaac pensava muito bem no que falar, parecia não saber como continuar – Saiba que mesmo sem nos conhecer direito, nós estaremos aqui pra te ajudar caso você precisar.

— Obrigada Isaac, acho que vou mesmo precisar.

Nós descemos juntos pra tomar café, em silêncio. Chegando na cozinha, Scott estava fazendo café e colocando na mesa os pães e seus acompanhamentos, e assim que nos viu disse que levantamos bem na hora.

— Ah, oi gente, bom dia. Como passou a noite Sky? – Agora ele se dirigia diretamente à mim.

— Consegui dormir um pouco, obrigada pela cama improvisada.

— Não precisa agradecer, você precisava. – Scott respondeu terminando o café e colocando-o na mesa.

Nós três sentamos na mesa para comer, em silêncio. Depois de um intervalo, Scott virou-se pra mim novamente – Quase me esqueci, seu tio ligou, ele disse que já podemos te levar pra lá.

Assenti com a cabeça. Depois do café escovei meus dentes e troquei de roupa, devolvendo meu pijama nas mãos de Scott, que já me chamava pra dizer que Stiles já havia chegado com o carro. Então entramos todos, pra partir em direção a casa do meu tio desconhecido.

O caminho foi silencioso, eu permaneci olhando pra paisagem do lado de fora da janela se dissipando e se refazendo a medida que o carro se movimentava. Ás vezes eu percebia Isaac me olhando de canto, e me perguntava o que aquele garoto tanto me observava sem falar nada. Quando Stiles estacionou, os três amigos se entreolharam, como se algo estivesse pra acontecer.

— Bom, é aqui. – Disse Stiles se virando pra mim, que estava no banco de trás – Se precisarem de algo sei que Chris vai pedir nossa ajuda.

— Tudo bem, obrigada de novo por me acolherem meninos. – Eu disse passando a mão pelo banco do carro procurando minha bolsa, quando sem querer, minhas mãos se encontraram com a de Isaac. Senti um arrepio na espinha, e automaticamente, eu o olhei nos olhos, que tinham o mesmo pânico que eu. Num movimento súbito, nossas mãos logo se separaram tentando ignorar aquele momento constrangedor que teve até plateia.

— É isso aí então, Sky. – Disse Stiles rindo da situação, e logo depois levando um soco de Scott, que o olhava torto.

— Enfim, boa sorte Sky – Disse Scott descendo do carro para abrir caminho pra mim.

— Tchau Sky – Disse Isaac, ainda envergonhado pelo momento que havia acontecido.

— Tchau, Isaac – Eu respondi dando um sorriso amarelo.

Enquanto eles iam embora, eu estava parada em frente a um prédio, numa cidade de interior prestes a ter que encontrar e passar um tempo com um tio sozinho que eu nunca vi na vida. É, parece que meu fim de semana vai ser daqueles.

Subi de elevador até o andar do meu tio, e fiquei um tempo parada na porta, hesitando, pensando em como agir, refletindo sobre tudo que estava acontecendo na minha vida, que por sinal, estava um caos completo, virada de cabeça pra baixo. Finalmente tomei coragem e bati, e sem demorar meu tio atendeu.

— Oi Sky, estava te esperando. Entre, acho que temos que conversar.

— Oi tio Chris, pois é...- Respondi entrando.

A casa dele era chique, com um tom de que alguém que entendia muito de decoração havia pensado em todos os detalhes. Ele me guiou até seu escritório, onde nos sentamos para poder conversar. Aquele cômodo era um tanto quanto curioso. Eu sentia que havia muita história dentre as paredes.

— Eu sinto muito por seus pais Sky. Também não está sendo fácil pra mim, já que perdi meu irmão, mas sei que a situação pra você é a pior. – Ele disse, fazendo uma pausa. – Mas saiba que eu vou estar aqui pra tudo que precisar. Acredito que sua guarda fique sob minha responsabilidade, já que sou o parente mais próximo. Você pode ficar no quarto que era da Alisson, ele não está muito arrumado, mas prometo que vamos organizar assim que possível. Tudo bem pra você?

— Sim, acho que vai ficar. Olha, não quero tornar isso mais difícil do que já é, então vamos devagar, você sabe que não temos intimidade, essa é a primeira vez que nos vemos e eu não estou feliz com a situação. Então vamos construir essa relação bloco por bloco. – Eu disse, séria, observando a reação que Chris teria.

— Tudo bem, você tem razão, não vai ser fácil e não precisamos complicar ainda mais. O velório é a tarde, pode tomar um banho e descansar mais um pouco até lá se quiser.

Tomei um banho revigorante. Bom, revigorante na medida do possível, já que eu estava acabada. Fiquei sob a água quente, pensando sobre como tudo seria daqui pra frente. Depois deitei na que viria a ser minha cama permanente, e tentei dormir, para estar um pouco melhor mais tarde.

Tive muitos sonhos estranhos com criaturas místicas e essas coisas bizarras. Devo estar ficando louca com tudo que aconteceu. Depois que levantei, me arrumei e fui com meu tio para o velório.

— Quando você estiver se sentindo melhor, podemos voltar pra sua cidade pra pegar o restante de suas coisas, e os pertences de seus pais. – Tio Chris me disse enquanto dirigia.

— Entendi, mas acho que isso pode esperar por enquanto.

Quando chegamos lá, estávamos só eu, meu tio, e o grupo de amigos do meu tio. Cara, por que meu tio tem tantos amigos adolescentes? Será que ele não consegue falar com pessoas da sua idade?  Depois disso, percebi que era tão trágico que nenhum dos conhecidos dos meus pais conseguiram vir pra ao menos se despedirem deles.

— Eu vou sempre sentir falta de vocês. E saibam que eu os amo incondicionalmente. – Eu disse para os dois caixões que se localizavam à minha frente.

O grupos de adolescentes me olhava com pena. Mas só Isaac se aproximou. Ele ficou parado do meu lado durante um tempo, quando decidiu falar.

— De novo, sinto muito. Eu só repito isso porque não sei o que dizer, mas não quero ficar em silêncio.

Achei fofo da parte dele, mesmo estando nesse momento péssimo.

— Obrigada, Isaac. – Eu disse, pegando em sua mão. Sua mão era fria, e ele pareceu se assustar com meu toque, mas relaxou e envolveu minhas mãos também.

Num súbito, sem qualquer noção do que eu estava fazendo, caí em lágrimas no peito dele. Tinha sensação de que ele já esperava minha ação. Mas eu não me importava se estava chorando em um estranho, eu estava mesmo acabada, em um milhão de pedaços, partida em todos sentidos, eu tinha que me permitir ao menos chorar.

Ele me abraçou forte, tentando me confortar. Depois que o enterro foi feito, sentei na grama em prantos. Acho que a ficha das últimas horas tinha acabado de cair. Tudo estava às avessas na minha vida, e aqueles com que eu mais me importava no mundo tinham acabado de partir. O que seria da minha vida agora?

Isaac e meu tio vieram em minha direção, com a intenção de tentar fazer com que aquele momento não parecesse tão solitário. Nenhum dos dois sabia o que me dizer, mas estavam lá. Depois de um tempo, eles me levantaram, e me ajudaram a ir até o carro. Fui o caminho inteiro quieta, sem reação. Subi com meu tio até seu apartamento, onde ele me colocou na cama, pois eu não estava em condições nem de permanecer em pé.

Não queria nem pensar no dia de amanhã, e assim adormeci.


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Notas finais do capítulo

Eai, o que acharam? Não esqueçam de comentar viu?



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