Limites de Forks - Agora.

POV Isabella.

 Afundei a cabeça mais fundo no banco do volvo de Edward enquanto via a sempre nublada Forks ficar para traz. Faziam algumas semanas desde que Victoria liderara um exército de recém criados contra nós. Ainda podia ver a bola vermelha que um dia fora sua cabeça rolando para longe do corpo. Apesar de não termos sofrido baixas durante a batalha todos ficaram abalados e algumas semanas atrás Esme teve a brilhante ideia de que todos deveriam viajar para "espairecer".

*Duas semanas atrás

Estava deitada numa poltrona qualquer na grande sala da família enquanto Rosalie e Alice programavam compras, Edward e Emmet falavam sobre um carro e Jasper conversava com Esme.

— Acho que seria uma ótima ideia viajarmos, todos juntos. - Esme disse alto me chamando atenção.

— Viajar? - perguntei de sobre salto. Os Cullen nunca me pareceram do tipo que viajava. 

— Isso, como uma família, poderíamos visitar os Denali , ou quem sabe sua mãe Bella! - Minha mãe? Esme estava enlouquecendo? E os Denali? Seria com certeza muito agradável ficar na companhia da ex namorada de Edward.

— Bom, minha mãe... - Pense em uma desculpa Bella - Ela... Tem estado bem ocupada na verdade, Phill está jogando fora e ela o está acompanhando.

— E não tenho certeza se os Denali seriam uma boa... Opção - Edward falou - Você sabe, a dieta deles...

— Ah claro, não havia pensado nisso querido. - Esme refletiu triste. 

— Você não tem nenhum parente pra visitarmos Belinha? - Emmet perguntou.

— Não sou muito próxima dos meus parentes - Admiti tentando me lembrar a última vez que falara com algum parente - Bom, na verdade tem uma prima na Virgínea, os país dela morreram ano passado, fui pra lá com Renée para o velório. Éramos amigas quando éramos pequenas... Eu acho. - Forcei minha mente a buscar lembranças da infância mas nada veio.

— Virgínea? - Rosalie fez uma careta - O lugar é meio caido. Se bem que as praias são legais. 

— Acho que seria legal conhecer mais da família da Bella. E outra, vamos a outros Shoppings - Alice deu pulinhos - Já enjoei de Seattle e Port Angels.

* Agora

"Bem vindos a Mystic Falls - Virgínia" 

Mystic Falls é realmente parecida com Forks, se você desconsiderar o sol, é claro. O que talvez fosse um pequeno empecilho para os Cullens. Me pergunto se eles pensaram nisso quando decidiram que viriamos para cá.

Fui tirada de meus devaneios pelo som do freio do carro. Paramos frente a uma enorme casa que segundo Edward ficava afastada alguns minutos do centro da cidade. 

Descarregamos os carros e todas as 13 malas de Alice. Sim 13 malas. Para duas semanas. Eu quase trouxe tudo em uma mochila.

Disquei o número da minha prima para pegar o endereço certo da casa dela.

"- Alô?! - A voz feminina que eu mal me recordava atendeu.

— Ah oi, Elena? É a Bella, sua... prima.

— Bella! Já estão na cidade? Como foi a viajem? Não se perderam não é? - Ela riu

— Nao, meu namorado tem um ótimo... Senso de localização... - Eu ri de leve - Foi tudo tranqüilo, alugamos uma casa... Pode me passar seu endereço? 

— Alugaram? Não precisava, tem vários quartos vazios lá em casa... Eu to na casa do meu namorado agora, o Stefan, onde é a casa que vocês Alugaram? Posso ir buscar vocês - Ela se ofereceu.

— Não precisa, só... Vou passar o celular pro Edward e você explica a ele o caminho certo? 

— OK, até daqui a pouco Bells." 

Elena explicou onde estavam e então Edward e eu fomos até lá enquanto os outros ficaram organizando a casa, já que o sol havia nublado.

Estacionamos em frente a uma casa enorme com estilo colonial e logo vi Elena parada na porta de mãos dadas com um garoto loiro, que arrisquei ser o Stefan e ao lado dele um outro garoto, mais velho aparentemente e de cabelos pretos. Sem palpites para quem seja.

Desci do carro e sorri timidamente para ela.

— Bella! - Ela veio até mim com os braços abertos - Quanto tempo!

— Pois é - Ri sem graça - Esse é meu namorado Edward - Apresentei.

— Prazer - Eles trocaram um aperto de mão - Esse é o Stefan, meu namorado - Ela disse apontando para o loiro - E esse o Damon, meu cunhado - Apontando pro moreno. 

— É um prazer Bella, Elena tem falado muito de você - Stefan me cumprimentou e fiquei ainda mais sem graça, ele então trocou um aperto de mão com Edward e quase instantaneamente lançou um olhar para o irmão, quase como um alerta. Estranho.

Damon apenas deu um aceno de cabeça parecendo nos analisar, bom, não a mim, na verdade, ele estava analisando Edward 

—  Vamos entrar, vocês devem estar cansados. - Elena convidou. 

A casa era deslumbrante, com móveis antigos, uma grande escadaria.

—  Bebidas? - Damon ofereceu enquanto nos sentávamos.

— Não, obrigado. - Edward recusou.

— Damon, será que pode me ajudar aqui? - Stefan gritou do que parecia ser a cozinha e o irmão foi até lá.

— Vou ver o que eles estão aprontando, fiquem a vontade... - Elena sorriu parecendo envergonhada fazendo o mesmo caminho que o cunhado.

— Tem alguma coisa errada - Sibilei baixo para Edward que balançou a cabeça e pôs o indicador na frente dos lábios em sinal de silêncio. Após alguns segundos os olhos dele se arregalaram.

— Eles sabem o que eu sou Bella. - Ele disse num sussurro quase inaudível.

 POV Edward

Haviam 5 pessoas naquela casa e a não ser pelos meus pensamentos e os da prima de Bella eu parecia estar sozinho. Não conseguia nenhum sinal da mente dos dois caras. Estranho. Mais estranho ainda era a inquietude da mente de Elena, como se houvesse algo errado. A casa cheirava a Bourbon e um odor ferroso que me remeteu imediatamente a... Sangue?

— Damon será que pode me ajudar aqui? - O loiro, Stefan, chamou de um dos cômodos da casa. E então Elena e Damon deixaram a sala quase que depressa de mais.

Apurei minha audição para ouvir a conversa.

— O que deu em vocês? - Elena brigou num sussurro. 

— Tem alguma coisa errada - Bella murmurou e fiz sinal para que ela fizesse silêncio.

— O que ele é? - A voz de Stefan perguntou.

— Um frio - Damon respondeu e eu congelei. Como era possível que eles soubessem o que eu era? 

— Um o que? - Elena perguntou de sobressalto.

— Uma espécie diferente de vampiro. A décadas não via um desses.

Espécie diferente? Havia outra espécie de vampiros?

Bella me olhou desesperada por informações sobre a conversa qual sua audição não alcançava.

— Eles sabem o que eu sou Bella. - Disse alto o suficiente para apenas ela ouvir.

— O que? Como? - Sua voz era tomada de espanto. Apenas balancei a cabeça. 

Eles não estavam mais falando. A mente de Elena estava tomada por várias imagens aleatórias. Ela estava evitando que eu a le-se? Forcei novamente a mente dos irmãos.

— Só vai conseguir uma grande dor de cabeça com isso, purpurina - Damon disse saindo da cozinha.

— O que vocês são? - Perguntei me pondo de pé. 

— A mesma coisa que a sua namorada. - Ele disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Humanos? Então como sabem o que Edward é? - Foi a vez de Bella se levantar.

O moreno a olhou com certa confusão e trocou um olhar com o loiro. 

— Posso ser tudo, menos humano - Ele disse e então sua gengiva se retraiu expondo longas presas, os olhos ficaram pretos e as veias ao redor deles arroxearam elevando-se da pele. Nunca havia visto nada parecido. Puxei instintivamente Bella para traz enquanto o rosto dele voltava ao normal.

— Somos vampiros. - Concluiu Stefan - Mas de uma espécie diferente da sua.

— Nunca ouvi falar em nada desse tipo - Disse ainda mantendo Bella atrás de mim.

— Como nunca viu nada assim? Sua namorada é uma vampira da nossa espécie. - Stefan disse confuso.

— O que?! - Bella gritou ponhando-se ao meu lado - Não, sou humana, eu nem sabia que existiam duas espécies de vampiro.

— Temos problemas de identidade aqui. - Damon zombou.

— Não tenho problemas de identidade. Sei o que eu sou. E sou humana.

— Aé e esse anelzinho de lápis lazúli no seu dedo? Já tirou ele alguma vez? - O moreno alfinetou.

— Eu... É um presente, herança de família... Eu acho... - Bella agora era quem estava confusa. 

— O que o anel dela tem a ver com isso? - Perguntei.

— Bom sem ele ela viraria churrasquinho - Damon disse e levantou a mão onde havia um anel com a mesma pedra azul do anel de Bella.

— Isso não é possível. Eu não posso ser uma vampira. Edward, eu saberia se fosse... Não saberia? - Ela começou a andar desnorteada com o olhar perdido.

— Deve haver algum engano. Bella é humana. 

— Posso provar que não. - Damon disse, e numa velocidade que eu quase tive dificuldade de acompanhar pegou um pedaço de madeira de cima de uma mesa e cravou na barriga de Bella forçando- a contra a parede. Mal o vi concluir o movimento e me atirei para cima dele.

— O que você fez - O segurei pelo pescoço e então senti Stefan me segurando.

— Se acalme Edward, isso não vai machuca-la... Bom, um pouco talvez.

— Eu disse. Vampira. - Damon falou e então olhei para Bella. Ela estava com a boca aberta em uma careta de dor, as veias do rosto salgadas e a pele num tom cinza arroxeado. Ela então pos a mão na estaca de madeira e a arrancou de seu corpo urrando de dor em seguida. 

— E não é das mais novas - concluiu Damon.

— O que você fez. - Bella berrou pra ele - Edward o que ta acontecendo comigo? 

Eu estava perplexo de mais para responder, corri até ela e passei a mão em sua barriga, a ferida que a pouco estava ali cicatrizada quase que completamente 

— Você realmente não fazia ideia de que era uma vampira? - Elena perguntou. 

E então os olhos de Bella foram inundado por lágrimas e ela balançou a cabeça em negação. Abracei-a pelos ombros e a sentei no sofá.

— Vai ficar tudo bem. - Sussurrei em seu ouvido.

— Como vai ficar tudo bem Edward? - Ela gritou se afastando - Você viu o que acabou de acontecer? Como vai ficar tudo bem se eu nem sei o que eu sou!

— Bella se acalma.

— Stef, pergunto, alguém poderia ser compelido ou enfeitiçado para esquecer sua própria natureza. - Damon perguntou imerso em pensamentos. 

— Vou ligar pra Bonnie. - Elena disse e saiu da sala.

— OK Bella. Preciso que você se acalme pra que possamos entender o que está acontecendo aqui. - Stefan se sentou a nossa frente. - Vamos explicar como nossa espécie é e tentar descobrir por que você não se lembra do que é. 

— Diferente da espécie do seu namorado, nós, - Damon começou com um tom de... Desprezo? - Que não somos feitos de purpurina, queimamos no sol.

— Purpurina? - Arqueei uma sobrancelha.

— É, sabe, vocês brilham e toda essa viadagem. - Ele fez pouco caso - Nossa espécie é mais antiga, mais forte e mais aprimorada que a sua. - Disse um tom mais alto que o necessário.

— Isso foi uma ameaça? - O encarei me pondo em pé.

— Não. Foi uma constatação. - Ele se aproximou mais um passo para me encara de cima, já que era quase um palmo mais alto.

— Ei, ei - Stefan nos afastou - Estamos querendo entender o que está rolando e não arrumar confusão, certo?

— A Bonnie ta vindo - Elena disse voltando para a sala.

— Quem é Bonnie? - Bella perguntou.

— Uma bruxa amiga nossa, acho que ela vai poder ajudar - A prima respondeu.

— Bruxa? - Eu e Bella dissemos em uníssono. 

— Nunca viram uma bruxa? - Stefan perguntou.

— Já ouvi as lendas sobre elas mas só, lendas...

— E nós? Não somos apenas lendas também? - Damon sorriu irônico - Vampiros, bruxas, lobos, magos, o homem aranha...

— O que mais preciso saber sobre a sua... a nossa espécie? - Bella perguntou.

— Bom, sentiu como a madeira dói, né? Se acertar no seu coração já era. Existe uma planta chamada verbena que nos enfraquece. - Bella ouvia tudo atentamente. - Nos alimentamos de sangue e comida humana comum, precisamos dormir, mas não tanto quanto humanos. Não podemos nos reproduzir, mas adoramos tentar. - Ele deu uma piscadela para ela e eu trinquei audivelmente os dentes.

— E como é a transformação de vocês? Da gente? - Ela ignorou a citação anterior.

— Precisamos morrer com sangue de vampiro no organismo - A explicação foi de Stefan - Quando voltamos a vida precisamos nos alimentar de sangue humano para concluir a transição. 

— Por que eu não consigo lembrar disso? - Minha namorada perguntou aflita.

— Não sabemos Bella, apostamos em algum feitiço ou compulsão.

— Compulsão? - Foi minha vez de perguntar.

— Vampiros tem o poder de compelir humanos a fazer o que quiserem, mas só conseguimos isso em humanos - Stefan começou - Os Vampiros Originais, A primeira família da nossa espécie, eles podem compelir qualquer um, humano ou vampiro.

— Então algum deles compeliu Bella para esquecer que era vampira?

— É uma hipótese

Olhos de Bella de repente se arregalaram em uma expressão de pânico.

— Quantos anos eu tenho? - A voz dela saiu num sussurro e Damon irrompeu em uma risada.

—Está preocupada com sua idade, sério? - Stefan tentava não rir - Não podemos ao dizer certo, mas diria que não é muito nova. Damon te empalou e você teve força para arrancar a estaca. Deve ter algumas décadas, no mínimo.

— O que eu perdi? - Uma garota morena de cabelos pretos entrou pela porta.

— Uma vampira que não sabe que é vampira e namora um vampiro que é o filho da Tinker Bell - Damon sorriu irônico pra ela - Junte-se a festa bruxa boa do oeste.

Esse cara era decididamente a pessoa mais irritante que eu já havia conhecido em toda minha existência.

— Essa é a Bonnie - Elena apresentou a garota bruxa.

— Oi - Ela cumprimentou de longe - Não liguem pro Damon. O tempo fez com que os neurônios dele atrofiassem - Gostei da bruxa.


POV Isabella.

A bruxa de quem eles haviam falado chegou e eu fiquei realmente surpresa, não que eu tivesse imaginado uma velha com nariz torto e verruga. Mas também não tinha pensado em uma garota da minha idade que parecia bem mais uma modelo que bruxa.

— Então... Bella né? - Ela perguntou se sentando ao meu lado e eu acenei com a cabeça

— Qual a primeira coisa que se lembra na sua vida? 

— Me lembro de estar em Phoenix com minha mãe, Renné.

— Quantos anos você tinha? 

— Não sei, uns 16 ou 17, talvez menos.

— E não se lembra de nada antes disso? Sua adolescência, infância? 

Forcei minha mente a voltar ainda mais mas nada além de uma grande dor de cabeça. Balancei a cabeça negativamente para Bonnie.

— Acho que tive uma ideia... - Ela disse e seu rosto se iluminou - Você não se lembra de se alimentar não é?

— Não, nunca.

— Mas, se um vampiro fica sem sangue por um longo período ele fica fraco e começa a dissecar.

— O que significa que você se esquece que se alimenta - Elena terminou o raciocínio de Bonnie.

— Tem bolsas de sangue aí? - Bonnie perguntou e do nada Damon já estava de volta com uma bolsa de sangue em cada mão.

— Vocês não acham que eu vou beber isso né? - Perguntei e senti Edward trancar o fluxo de ar ao meu lado.

— Você vai gostar, vai por mim - Damon deu um meio sorriso - Prefere O+ ou AB-? 

— Bella não tem que fazer nada que não quiser - Edward garantiu do meu lado e eu percebi o quanto aquilo o estava incomodando.

— Eu preciso descobrir o que está acontecendo amor. - Ele apenas acenou que sim e fechou as mãos em punho quando Damon abriu um dos pacotes e me entregou.

— Lá vamos nós - Murmurei enquanto ponhava o pacote na boca. Assim que o líquido vermelho encostou em minha língua senti minhas gengivas se retraírem, o gosto do sangue descendo por minha garganta era indescritível, não conseguia pensar em nada além da sensação de saciedade que aquilo me proporcionava. A cada gole eu ansiava por mais e em questão de segundos deixei a bolsa cair vazia no chão.

— E então, o que achou? - Damon perguntou e o olhei confusa.

— O que achei do que? - Perguntei e ele me olhou com expressão conturbada, a expressão dele se refletia em cada rosto na sala.

— Bella, descreva o que aconteceu depois que eu cheguei - Bonnie se aproximou mais de mim.

— Você entrou, tirou uma com a cara do Damon, me pediu que te contar sobre minhas memórias, aí teve a ideia das bolsas de sangue e o Damon foi buscar. Foi isso. Não foi? - A expressão deles indicava que não. 

— Compulsão. - Damon concluiu - Bella você acabou de tomar uma bolsa de sangue. - Ele apontou para uma bolsa vazia que estava aos meus pés.

— Eu tomei isso? Tipo, agora?? - Perguntei mais pra Edward que para os outros e ele apenas balançou a cabeça em afirmação.

— Vou buscar os grimórios da vovó. - Bonnie disse indo em direção a porta.

— E eu vou ligar para o Carlisle. 

Eu havia tomado uma bolsa inteira de sangue e ao menos lembrava disso. 

Passei meses implorando a Edward que me transformasse e esse tempo todo eu já era uma vampira. Eu já era um monstro.


Nova Orleans Agora.

POV Elijah 

" - Vem Elijah - A garota morena rodopiava a minha frente. 

— Como consegue ficar tão... feliz assim apesar de tudo o que tem acontecido? - Perguntei maravilhado por seus gestos inocentes e livres.

— Bom... Eu estou com você - Ela deu de ombros sentando-se em um tronco caido - Não tenho muito o que me preocupar sabendo que você está bem. Todo o resto é só... Resto. - Ela sorriu doce e repentinamente o mundo ao nosso redor parou e só ela importava. Ela era o que me movia. O motivo de eu estar aqui."

Acordei arfando com o rosto molhado de suor.

— Mais um sonho com a garota misteriosa? - Rebekah pediu do outro sofá.

— Preciso descobrir o que significam. - Disse enquanto levantava.

— Talvez só signifiquem que os anos passaram e te deixaram maluco irmão. - Ela sorriu debochada - São só sonhos.

— Eu e você sabemos muito bem que em nosso mundo sonhos não são só sonhos Rebekah - Subi as escadas até o meu quarto. 

Faziam 50 anos que sonhava esporadicamente com a garota de cabelos castanhos. Nas últimas semanas havia sonhado com ela todos os dias, as vezes mais de um sonho por dia. Era no mínimo perturbador.

Talvez Rebekah estivesse certa e eu estivesse enlouquecendo. Mas havia uma pequena parte em mim que dizia que não, que afirmava que, por alguma razão aquela garota era real e que eu precisava encontra-la. Mas por que? 

— Não vai desistir disso até acha-la não é? - Rebekah entrou no quarto quando eu abotoava meu paletó.

— Por que diz isso?

— Por que te conheço a mais de mil anos Elijah e o que você tem de honra tem de teimosia. 

— Sinto que a um motivo para isso Rebekah.

— Então vá procura-la, o mundo não é tão grande assim quando se tem a eternidade. - Minha irmã sorriu sincera.

— Encontre sua felicidade também. Me prometa. - Segurei suas mãos e seus olhos enevoaram por lágrimas 

— Eu irei - Ela piscou repetidas vezes para afugentar o choro - Tem alguma ideia de por onde começar? 

— Acho que procurar uma bruxa é um bom começo. Uma Bennett quem sabe.

— Mystic Falls, sério?

— Sabe que não confio nas bruxas daqui. Além do mais as Bennett sempre foram uma linhagem... Melhor.

Depositei um beijo em seu rosto e sai.

— Apenas diga a Niklaus que passarei um tempo fora. - Disse antes de chegar a porta.

Em algumas horas estaria em Mystic Falls. Algumas horas mais perto de encontrar a garota que talvez não existisse ou talvez mudasse minha vida.