A Love To Remember escrita por naatii_lopes


Capítulo 8
Capítulo 8




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O enterro foi silencioso. Apenas Bill fez um breve discurso, já que infelizmente não tive tempo de conhecer minha sogra. Todos choravam muito com a perda de uma ótima pessoa.

-Bill, vamos embora. Você não tá bem – falei, assim que o velório acabou.

-Vamos – ele disse, com os olhos encharcados de lágrimas. Abracei-o e fomos até o carro.

-Tchau Mih. Até amanhã – falei, entrando no carro. Ela apenas acenou e sorriu. – Mãe, deixa a gente na casa dele?

-Deixo sim filha. Mas e o seu carro?

-A senhora já sabe o modelo e a cor, precisa de mais?

-Não. Tudo bem.

Ficamos o caminho todo em silencio. Eu abraçava o Bill para acalmá-lo, e ele chorava em meu ombro desconsoladamente.

-Bom crianças, estão entregues.

-Obrigado dona Scarlett.

-De nada meu bem. Melhoras.

-Tchau mãe, também te amo.

Entramos em casa e ele se jogou no sofá. Eu já me sentia a vontade ali dentro, mesmo só tendo entrado ali duas vezes em toda a minha vida. Mas mesmo assim, tudo já era muito familiar para mim.

-Bom, agora é bola pra frente – ele disse, enxugando as lágrimas.

-Isso mesmo. Quer começar por onde?

-Pelo quarto dela. Tirar tudo. Tudo mesmo.

-Ok. Vamos – falei, indo com ele até o quarto de sua mãe. Tudo estava tão arrumado.

Começamos a tirar as coisas do guarda-roupa dela. Em cinco minutos, todas as roupas estavam empilhadas em cima da cama e todos os sapatos empilhados no chão. Colocamos as jóias em uma caixa, e ele separou apenas um colar.

Enquanto ele organizava as roupas, fui até o banheiro dela para pegar o resto das coisas. Dava até pena de se livrar de tudo o que era dela, mas era a vontade dele e eu não podia fazer nada contra isso. Em cima da pia, havia um porta-retratos de metal com uma foto dela abraçando o Bill quando ele tinha uns três anos, sentados em um jardim maravilhoso. Peguei-o e levei até ele.

-Você vai querer este aqui? – perguntei, entregando-o o porta-retratos.

-Vou. É a foto mais linda que eu tenho com ela. Foi meu pai quem tirou essa foto, quando viajamos para a Espanha. Foi uma ótima viagem em família.

-É eu imagino que tenha sido mesmo. Bom, já arrumou as roupas?

-Sim. Pegou tudo que tinha no banheiro?

-Peguei.

-Ótimo. Vamos por as coisas na mala do carro e depois a gente leva pra doar.

-Ok.

Pegamos tudo e fomos até o carro dele. Colocamos tudo na mala e voltamos para dentro.

Sentei no sofá toda encolhida; fazia muito frio. Ele, que estava sentado do meu lado, olhou para mim e disse:

-Quer chocolate quente? – assenti com a cabeça.

Ele levantou-se e foi até a cozinha. Eu estava começando a tremer. Acho que eu estava ficando gripada.

Cinco minutos depois, ele voltou com duas xícaras na Mao, e me entregou uma delas.

-Obrigada – falei, pegando a xícara.

-Anne, você tá bem? – ele perguntou, em um tom preocupado.

-Sim, por quê?

-Você tá pálida.

-Eu to bem, não se preocupe.

Após falar isso, minha vista ficou turva. Eu não conseguia ouvir nem enxergar absolutamente nada. Eu não conseguia mover um músculo sequer.

Quando finalmente consegui abrir os olhos, eu estava deitada na cama do Bill, e ele estava sentado ao meu lado olhando aflito para mim. Quando ele percebeu que eu abri os olhos, sua expressão mudou de aflição para surpresa.

-Anne! Graças a Deus! – ele me beijou. – Quase morri aqui de preocupação.

-O que aconteceu?

-Provavelmente você teve queda de pressão por causa do frio. Você me disse que tava bem. Por que não pediu para eu ligar o aquecedor?

-Não estava tão frio assim.

Sentei na cama, e ele me abraçou forte.

-Nunca mais me dê um susto desses, entendeu?

-Entendi – nos beijamos com a maior ternura e paixão existentes no universo. Ele é tão fofo e delicado. Apaixonante.

Levantei-me lentamente com ele ao meu lado, caso eu caísse ou sei lá. As coisas ainda não estavam muito claras para mim, minha vista estava um pouco embaçada. Eu nem sabia mais que dia da semana era. Era domingo?

-Bill, é melhor eu ir pra casa – falei, apoiando-me no vão da porta.

-Você não vai a lugar nenhum desse jeito.

-Então me leve pra casa.

-Deixa de ser teimosa Anne.

-Desculpa. Eu só fiquei preocupada comigo.

-É melhor você descansar Anne. Se você tiver outra recaída, eu me mato.

-Sério?

-Não, porque você não vai morrer né. Agora vamos deitar, porque eu também estou exausto.

Demos meia-volta do vão da porta até a cama, e nos deitamos juntinhos para nos aquecer. Não, nada aconteceu. Fechamos os olhos e dormimos.

Quando eu acordei, meu celular estava vibrando loucamente em cima da mesa da sala e parecia que estavam construindo alguma coisa ali. Corri para atender e quando vi, era a Layla. Por que ela tava ligando pra mim?

-Alô?

-Schön?

-Sim, sou eu. O que você quer?

-Onde está o Bill?

-O que você quer com ele?

-Onde ele está?

-Tá dormindo. Por quê?

-Quero falar com ele.

-Escuta aqui, sua quenga. Ele é meu namorado e ele estava dormindo comigo até você atrapalhar. Se não se importa, vou voltar para a cama antes que ele acorde. Tchau – desliguei o celular.

Quando voltei para o quarto, ele estava olhando para a porta.

-Quem era?

-Ninguém. Vamos voltar a dormir – falei, deitando novamente.

Quando acordamos já era fim de tarde, e eu novamente me levantei com o barulho do meu celular. Adivinha quem era? A quenga de novo.

-O que foi agora?

-Posso falar com ele?

-Ele tem celular, pra quê você tá ligando pra mim?

Ela desligou o celular. Estranho.


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