Pecadores ocultos (Reescrita) escrita por Lobo Alfa


Capítulo 5
Cap. 05 Desejos da carne e da alma




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Eu a encostei contra a parede, a beijava intensamente, passava a mão em seu rosto, em suas pernas, trocávamos olhares e sentimentos, foram necessários dez anos para que o nosso primeiro beijo acontecesse logo eu agia como se fosse pôr em dia todo aquele tempo. Esta noite era nosso terceiro encontro, me convidar para entrar me indicou que ela estava pronta.

—Senti sua falta. Ela me falou entre os intervalos de nossos beijos.

—Eu também senti a sua. Respondi subindo as escadas para o quarto dela que ficou com a porta aberta.

Está noite Donabella iria dormir fora, até parecia coincidência, mas Helena havia pedido um encontro para hoje, do jeito dela...

—Pensei em você todos esses anos. Falei quando entramos no quarto dela.

—Eu te amo. Ela me disse ao tirar sua blusa.

Por um momento eu parei e fui aos poucos me perdendo naqueles olhos negros, que me levavam ao desconhecido, mas eu não tinha medo de me perder neles. “Ela disse que me ama isso era tudo o que eu queria ouvir.” Pensei.

—Quer namorar comigo? Perguntei ainda empolgado de tantas emoções.

Ela sorriu surpreendida com a pergunta, entretanto, respondeu rapidamente:

—Eu quero!

Beijei-a com um sorriso e caímos juntos na cama. Depois do que o senhor pode imaginar padre, nós ficamos abraçados e conversando.

—Você lembra como nos conhecemos? Perguntou Helena abraçada à mim.

—Lembro. Foi graças ao seu cachorro que fugiu. Respondi a aconchegando em meu braço.

—No dia do meu aniversário. Ela complementou.

—Como ele se chamava? Perguntei curioso.

—Pluto. Porque eu adorava o Mickey.

—É legal ter um cachorro. Comentei olhando em seus olhos e sentindo sua mão passando pelo meu rosto.

—Eu queria, mas agora não tenho tempo. Talvez depois.

Ela então me beijou.

—Você estava com um lindo vestido vermelho.

—Raramente eu não uso vestidos.

—Verdade.

—Helena! Gritou Donabela lá debaixo.

—Mas você me disse que ela não iria dormir em casa hoje. Perguntei estarrecido.

—Ela me disse que não iria. Argumentou Helena que saltou da cama e começou a se vestir.

Ainda deitado e um pouco relaxado falei tentando agir como um adulto maduro:

—Já não somos adolescentes, sua mãe pode compreender isso de uma maneira normal.

—Eu não quero que ela compreenda nada! Comece logo a se vestir! Falou Helena assustada.

—Helena?! Chamou novamente Donabela desta vez mais próxima as escadas.

—Eu estava dormindo mãe. Respondeu a filha para sua genitora.

—Dormindo? Você nunca dorme neste horário. Estranhou Donabela.

Vesti a blusa, mas não me importei com o fato dela está amarrotada.

—Eu não estou me sentindo bem. Mentiu Helena que deixava entreaberta a porta apenas o suficiente para sua cabeça passar.

—Quer que eu faça um chá?

—Seria ótimo! Eu desço já- Ela fechou a porta e continuou- Aproveite que vamos estar na cozinha e vá embora.

—Eu quero mais um beijo.

—Agora? Ela perguntou sorrindo, mas ainda com uma expressão de preocupada.

Eu apenas roubei o beijo que já era concedido.

—Já chega- Falou Helena se apartando de mim- Vamos logo.

—Não! Roubei outro.

Ela sorriu, gostava daquilo, mas se preocupava demais com a mãe.

—Não demora -Disse ela abrindo a porta e descendo as escadas, dobrou a direita e já na cozinha falou- Vai funcionar mesmo este chá?

Enquanto Helena distraía a mãe eu desci silenciosamente as escadas, encostado na parede divisora da sala e da cozinha, olhei cautelosamente. Donabela procurava por algo no armário e Helena me percebendo acenou desesperada para que eu passasse logo. Rapidamente aproveitei a situação, abri a porta e sai, mas pisei em uma lata fazendo um grande barulho, me assustei e me virei de frente à porta esperando pelo pior. Percebi que um vizinho que estava saindo de casa estava me vendo. “O que eu falo?” Pensei comigo mesmo.

—David. Mas que surpresa agradável. Falou Donabela que me viu ao abrir a porta.

—Donabela- Sorri descaradamente não me contendo com aquela situação- Eu já estava para tocar a campainha. Disse a primeira desculpa que apareceu na minha cabeça.

—Eu ouvi um barulho. Ela comentou.

—Eu pisei nesta lata de refrigerante. Expliquei-me como se aquilo fosse uma acusação para mim.

—Sua blusa esta amarrotada. Reparou a senhora.

—Ah! Foi porque eu caí, pensei que não daria para perceber.

—Tudo bem. Entre. Ela gesticulou me concedendo a entrada.

—Obrigado.

—Helena! David está aqui querida. Chamou a filha.

Ela então veio da cozinha e ficou sem reação, ela com certeza não sabia como eu tinha contornado a situação.

—Oi David. Falou Helena visivelmente desconcertada.

—Então David o que o te traz aqui à esta hora? Perguntou Donabela. Talvez desconfiando de algo.

Respirei fundo e pensei no que dizer, mas não demorou muito e falei a primeira ideia que veio a minha mente:

—Vim lhe fazer um pedido.

—Um pedido? Estranhou a senhora que se sentou no sofá próximo a nós.

Nós a acompanhamos e eu me sentei do lado dela, Helena ficou na poltrona não participando da conversa, mas prestando atenção.

—Sabe Helena e eu já estamos saindo há algum tempo e eu acho que já está na hora de dar um passo maior. Então eu gostaria de saber se você me permite namorar sua filha? Perguntei seriamente olhando nos olhos dela.

Helena levou a mão ao rosto e se conteve para não rir, mas era possível perceber que ela estava envergonhada também.

Donabela nos olhou por alguns instantes, analisou o comportamento estranho da filha e se curvou um pouco mais próximo de mim e falou:

—Vou lhe confessar David: Sempre torci para vocês estarem juntos. Por mim tudo bem, porém é minha filha que deve aceitar e não eu.

Lembrando-me que ela não sabia o que tinha acontecido antes, me virei para Helena e perguntei:

—Quer namorar comigo?

Ela ainda surpresa de como eu fui capaz de contornar a situação e histérica com isso, fingiu que este tinha sido meu primeiro pedido e respondeu:

—Claro que eu quero!

Depois desta difícil situação, consegui sair ainda confuso. Como isso tudo foi acontecer? Será que fui rápido demais? Era nosso terceiro encontro, mas vivemos uma grande, bela e trágica história do passado. Não quis pensar muito nisso, estava muito feliz. Ao chegar em casa me deparo com meu irmão dormindo de bêbado no sofá com a televisão ligada.

—Leandro!-O balancei pelo braço tentando acordá-lo- Acorde! Leandro?!

—Já é de manhã? Perguntou-me confuso.

—Não, mas você está dormindo no sofá.

—Estava apenas descansando a vista. Ele me respondeu sentando-se no sofá.

—Sei. Limpe tudo e vá dormir.

—Só mais algumas cervejas. Ele respondeu pegando outra latinha.

—Quantas você já tomou? Perguntei retirando a latinha de sua mão.

—Dez, quinze, eu não sei. Larissa ligou novamente, disse que se sente melhor sem mim. Acho que vou virar divorciado a qualquer momento.

—Se continuar bebendo vai se tornar um paciente meu. Arrume tudo e chega de cerveja.

Ele levou a mão na cabeça e fez uma expressão de dor, mas confirmou.

Eu tinha plantão de meia-noite em diante, antes de sair conferir se meu irmão dormia em seu quarto. Chegando ao meu trabalho, me encontrei com Rute pelos corredores.

—Rute! Espere por favor.

—Sim David? Atendeu-me Rute atenciosa como se nada tivesse acontecido.

Fiquei sem jeito para falar, mas não tínhamos todo o tempo do mundo então fui direto ao ponto:

—Peço desculpas por ter te tratado daquele modo. Sei que só está tentando me alertar.

Rute gesticulou com a cabeça para que eu a seguisse e ao caminhar ela falou:

—Tudo bem, sem ressentimentos. Mas você é jovem e sonhador, principalmente sonhador- ela levantou o dedo indicador para mim o balançando- só quero que você lide bem com isso.

Paramos na recepção, Rute assinou alguns documentos e eu perguntei:

—Como foi sua primeira morte?

—Um menino de doze anos caiu de um prédio, ele ainda estava vivo quando chegou, mas em pouco tempo não resistiu e eu ouvi seu último suspiro de vida. Senti-me a pior médica do mundo. Porém meu marido me ajudou a superar isso.

—Como? Perguntei disposto a ouvir.

—Ele me disse que não somos os donos da vida e que tudo que fazemos é para tentar prolongá-la por alguns dias, talvez alguns meses e se tivermos sorte mais alguns anos.

—Isso vai ser útil para mim também. Comentei.

—Você é um bom profissional David. Trata seus pacientes com carinho, faz seu trabalho com vontade e não por obrigação.

—Obrigado.

—Já chega! Não vou ser uma quarentona dando lição de vida. Disse-me Rute sorrindo alegremente.

—Tem razão. Concordei com ela.

—Estou exausta! E queria está em casa com meu marido.

—Ele é um homem de muita sorte.


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