Concrete Heart escrita por Carolina Muniz


Capítulo 13
Capítulo 13 - Statements NEVER have a happy ending


Notas iniciais do capítulo

E aí???
Mais um capítulo! ♥



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Os dias se passaram, minha visões com James ficavam cada vez mais objetivas. Ele estava se decidindo.

— Eu tenho um plano – eu disse.

Carlisle me encarou.

— Ele está juntando força. Sabe que eu não vou deixar Victor sozinho, mas também sabe que eu não vou estar lá sozinha.

— E o que ele está armando? – meu pai perguntou.

— O que você quis dizer com “juntando força”? – Rose perguntou.

Emmett havia saído com Victor, Esme estava vigiando Charlie, Jasper e Alice continuavam na Flórida. Nada havia mudado e isso me irritava. Eu queria agir, fazer as coisas do meu jeito. Sabe, atacar sem medir consequências, mandar bala... Acho que já entendeu, né? Porém, Carlisle não deixa. E Victor é a voz da razão em minha cabeça. Ele não para de ver a amiguinha dele, mas também não para de me fazer sentir culpada com “se alguma coisa acontecer com você...”. Na família Cullen, eu sempre fui a que agia, a que fazia as coisas acontecerem; os outros já são os mais racionais, eles operam no modo de pensar antes de fazer as coisas. Os dois lados tem grandes utilidades, mas ás vezes o meu é o melhor.

— Ele também tem vampiros do lado dele...

— Tipo um exército? – ela perguntou, sem acreditar.

— Eu não diria um exército, mas, sim, é por aí – respondi.

Ela suspirou, seus pensamentos turbinando.

— Que tal nós esperarmos? Vamos esperar ele decidir realmente – Carlisle disse.

— Ele já se decidiu – eu disse.

— Não vamos atacar, sem antes ele atacar – ele insistiu.

— Ótima ideia – eu disse. – Mas a minha é melhor. Vamos detonar, tipo, acabar com ele e arrasar com os outros também.

Os dois me encaram, horrorizados.

— O quê? Eu assisto filmes – eu disse. – Vamos fazer igual aos caras de Os Mercenários – sorri. – Mas sem armas e coletes, é claro. E também não vamos derrubar um helicóptero... Bom, vocês entenderam.

— Nós criamos um monstro – Rose disse.

Revirei os olhos e peguei o celular.

— Jasper! – eu disse quando ele atendeu ao primeiro toque.

— O que foi?

— Então...

Contei o meu plano a ele, mas ele achou duvidoso, não achou seguro e pediu para analisar mais.

— Ok – eu disse, deliguei o celular e sai da sala.

— Onde vai? – Rose perguntou.

— Eu já volto, mulher – falei.

A clareira não parecia tão grande assim, era como se uma nave espacial tivesse pousado e feito um círculo. Não dá para uma briga de vampiros.

— Isso não vai dar certo... – eu disse, distraidamente.

— O que não vai dar certo? – alguém perguntou.

— Ef! – eu disse e me liguei que o chamei de Ef. Que mierda! – Quer dizer... Oi, Ephrain.

Sorri.

— Hã... Bem, tem umas coisas acontecendo – tentei dizer, mas saiu como “ascendo”.

— Quê?

— Você quer explique, não é?

— Por favor.

— Bem, tem uns vampiros...

Eu tentei ser o mais curta e rápida possível, mas mesmo assim fiquei pelo menos quinze minutos inteiros falando.

— Onde Victor está? – ele perguntou.

— Com Emm...

Meu celular vibrou.

 

“Victor está na reserva. Ele disse que só volta à noite. – Emmett Gostosão”

 

— Bom, agora ele está na reserva – eu disse, revirando os olhos para aquela mensagem.

— Tudo bem? - Ephrain perguntou.

— Sim, é que eu tenho um irmão muito idi... Não! Nem começa. Não pode. Não pode! Onde já se viu? Vampiros e lobos!?

— Odeio que você leia mentes – ele suspirou.

— Bom, eu leio. E eu já disse que não.

— Você não...

— Mando sim. Imagina se algum de vocês se machuca?

— Nós fazemos isso. É a nossa natureza, Angel!

— Ah – gemi quando vi a visão desaparecer totalmente.

— O que foi?

— Vocês! Eu não consigo ver vocês! Isso é uma droga! Agora não sei se vai ficar tudo bem... Ou talvez todo mundo se machuque.

— Angel, se acalma...

— Todo mundo vai morrer. E se Carlisle e Rosalie morrer? E o Victor!? Ah, Deus! Agora não sei mais de nada.

Eu andava de um lado para o outro, e Ephrain me observava a cada passo.

— Eu tive uma ideia enquanto você estava tendo seu ataque de pânico... – ele começou a dizer.

— Eu sei que você teve e talvez possa funcionar.

— Não é tão ruim assim você ler mentes.

 

***

 

— E você acha que isso vai dar certo? Pode ser perigoso – Victor perguntou. - E se ele vir atrás dela?

— Acredite, nenhum vampiro iria atrás desse cheiro – eu disse, com nojo.

Ele revirou os olhos.

Nós estávamos na floresta, no percurso da campina esperando Jane voltar.

Eu e ela juntas não é algo saudável. Já houve tantos xingamentos que até Victor parou de tentar nos fazer calar a boca.

— Vocês podiam pelo menos tentar se darem bem – ele disse. - É cansativo, sabia?

— Ela é apaixonada por você. Eu sou apaixonada por você. E você acha que pode ficar com nós duas. Sério? Acha que nós podíamos ser “amigas”!? Eu, você e Jane. Isso está parecendo um programa mexicano – eu disse.

Ele se aproximou de mim e nossos rostos ficaram a centímetros um do outro. Sua mão tocou minha cintura e devagar ele me puxou até que seu corpo colocou ao meu. Seu cheiro era tão bom que eu estava hipnotizada. Seu cabelo ainda estava úmido, o que fazia o cheiro fluir pelo ar.

Mas então ouvimos os passos de Jane pela floresta e nos separamos imediatamente.

— Atrapalho? - ela perguntou, enquanto Victor dava um passo para trás.

— É claro que não. - ele disse, sorrindo para ela.

— Eu já mencionei o quão inconveniente sua existência é? - perguntei e ela me encarou.

— Hoje, ainda não. – ela respondeu.

— Bom, ela é – deixei claro.

Victor me encarou, cruzando os braços e levantando uma sobrancelha.

— O quê? Eu não podia deixar hoje passar. É questão de controle - eu disse.

— Você realmente é muito irritante - Jane disse.

— Deixe os adultos conversarem, OK?

— Então por que você ainda está falando?

— Chega! - Victor disse, mais alto que o necessário e nós duas olhamos para ele. - Eu já estou cansado de vocês duas brigando.

— É, eu também - Eprhain disse, aparecendo de repente entre as árvores. - Vamos focar no que é importante.

— Ah, que ótimo. O chefe chegou - Victor disse, irônico e Jane segurou o riso.

— Eu estava olhando o perímetro – Eprhain respondeu.

— Eu não perguntei - Victor disse.

— Criança, não queira me irritar hoje. Não estou bem.

Victor revirou os olhos.

— E depois fala de nós duas. - Jane suspirou, tirando o cabelo loiro do rosto.

— Eles são piores - eu disse.

— Eu também acho - ela concordou e os dois nos encararam, surpresos.

— Vocês estão concordando uma com a outra? - Eprhain perguntou

— Claro que não. Eu e essa daí? Nunca - eu disse

— É recíproco, vampira.

— Caramba! Você me chamou do que eu realmente sou? Pegou pesado, hein. Mais algum insulto cruel, Hannah Montana?

— Você precisava perguntar... Elas estavam quietas! - Victor murmurou para Eprhain e suspirou.

Até mesmo ele teve que admitir que Victor estava certo.

— Tudo bem, vamos focar nisso? – Ephrain disse.

Carlisle chegou junto com Emmett. Os dois nos encararam, sabiam que nós estávamos brigando e ficaram aliviados por terem participado de mais uma discussão.

 _ O cheiro de Jane é o suficiente para deixar qualquer vampiro fora da reta e com certeza cobre o cheiro do Victor – Carlisle disse.

— Lobos dão enjoo – Emmett comentou.

— Você não ficou enjoado – eu disse.

— Talvez por que ela não é loba. Ou lobo... Lobi... Como se chama?

— Emmett, fica calado – eu disse e todo mundo balançou a cabeça.

— Filha, consegue ver pelo menos onde ele está? – Carlisle perguntou.

— Só vejo a campina – eu disse, me concentrando. - É dia... Sem Sol. Agh, não vejo mais nada. É o cheiro do Victor. Enlouqueceu eles. Vão chegar mais cedo do que James pretendia. Acho que ele não controla realmente os outros vampiros.

— Isso é uma vantagem, não? – Jane perguntou.

— Ele não os controla. São recém-criados, eles são fortes e imprevisíveis. Sem ninguém para controla-los é pior ainda – respondi.

— Isso não é bom – Emmett disse o óbvio.

Jane puxou Victor para se sentar ao lado dela numa pedra. Eles ficaram conversando em voz baixa enquanto Carlisle e Ephrain me faziam mais perguntas. Eu tentava responde-las, mas logo eles perceberam que eu não estava tão concentrada. Meu pai foi trocar de lugar com Esme, para que eu pudesse contar a ela o plano e também avisar à Jasper e Alice que eles precisavam voltar.

— O que você quer dizer com cedo? – Victor perguntou a Jane.

— Tente não fazer julgamentos, tudo bem? – ela disse.

Ele balançou a cabeça cautelosamente.

Eles falavam sobre o imprinting de um lobo, alguém da matilha sofre por uma criança. Depois que Jane descobriu que todas as histórias que seus avós contavam eram verdadeiras, tudo para ela entrou em perspectiva.

— Claire tem dois anos - ela disse ao Victor.

A chuva começou a cair. Odeio a chuva!

Jane esperou em silêncio pela resposta de Victor. Ela não estava usando casaco, como sempre; a chuva deixou uma trilha de pontos escuros na camisa preta dela, e encharcou o seu cabelo que estava pingando. O rosto dela estava sem expressão enquanto ela observava o dele.

— Quil... teve um imprinting.... com uma garota de dois anos de idade? - ela finalmente perguntou.

Emmett se aproximou de mim enquanto esperávamos por Esme e Rose.

— Já viu esse jogo? – ele perguntou, me mostrando seu celular.

O encarei e balancei a cabeça.

— Não – respondi.

— Isso acontece – Jane continuou. - Ou pelo menos isso é o que as histórias dizem.

— Mas ela é um bebê – Victor protestou.

— Quill não vai envelhecer – ela o lembrou. - Ele só vai ter que ser paciente por algumas décadas.

— Isso é... – ele não terminou de falar e me encarou.

Eu estava fazendo o meu melhor pra não demonstrar qualquer emoção, mas, na verdade, eu não estava numa boa com eles tão perto um do outro. Até agora, nada sobre estar tão perto dela havia me incomodado tanto do que ver eles dois juntos.

— Você está fazendo julgamentos – ela disse, trazendo a atenção dele de volta.

Era apenas isso o que ela queria. Virei o rosto de lado e olhei para Emmett que ainda jogava o tal jogo.

— Mas isso soa muito esquisito – Victor disse.

— Não é bem assim, você entendeu tudo errado – Jane disse muito gentilmente e eu quis vomitar. – Eu sei como é, Ephrain me contou. Você está levando para o lado “Angel e Ephrain” – ela realmente fez aspas nos nomes, sorrindo sem graça por ter me colocado no meio. - Não há absolutamente nada romântico nisso, não pra Quil, não por enquanto. - Ela respirou fundo. - É difícil entender. Não é como se fosse amor à primeira vista, como com a sua vampira. Ephrain disse que é mais como... ação da gravidade. Quando você vê essa pessoa, de repente não é mais a terra que está te segurando aqui. Essa pessoa quem te segura. E nada importa mais do que ela. E você faria qualquer coisa por ela, seria qualquer coisa por ela... Você se torna qualquer coisa que ela precisa que você seja, seja o protetor dela, ou um amante, ou um amigo, ou um irmão. Eu sei que ele e Angel é mais complexo, eles tiveram... Algo diferente. Mas Ephrain disse que com eles não há nada de romântico também. É como se ele fosse o melhor irmão mais velho e o mais gentil que alguém já teve. Não existe uma pessoa que seja mais bem protegida do que a sua vampira. E é a mesma coisa com Quill e Claire. Sabe, depois, quando ela for mais velha e precisar de um irmão, ele será mais compreensivo, confiável e presente do que qualquer pessoa que ela conheça. E aí, quando ela for adulta, eles serão tão felizes quanto Emily e Sam. Como Angel e Ephrain seriam se ela não tivesse se transformado.

— Então a Claire não tem uma escolha aqui? – ele perguntou.

— É claro. Mas porque ela não escolheria a ele, afinal? Ele será o par perfeito pra ela. Como se ele tivesse sido inventado só pra ela. Que garota não quer alguém assim?

Ele não respondeu.

Esme e Rosalie chegaram e os dois se viraram para elas. Ephrian chegou ao mesmo instante, com os outros. Esme tentava manter todos tranquilos depois de Emmett fazer uma piadinha sem graça que na verdade eu achei graça. Mas é claro que não demonstrei.

Ouvi Victor suspirar.

—  Quando você acha que isso vai acontecer com você? - ele perguntou a Jane.

A resposta dela foi imediata.

— Nunca.

— Isso não é uma coisa que você pode controlar, é?

Ela ficou em silêncio por alguns minutos, pensando em como aquilo seria para ela, já que não foi com ele.

— Não deve ser - ela admitiu. - Mas você tem que ver essa pessoa, aquela que supostamente foi feita pra você.

— E você acha que só porque você não o viu ainda, que ele não está por aí? - ele perguntou. - Jane, você não viu muito do mundo, menos que eu, até.

— Não, eu não vi - ela disse baixando mais a voz. Ela olhou nos olhos dele. - Mas eu nunca vou ver mais ninguém, Victor. Eu só vejo você. Mesmo quando eu fecho os meus olhos e tento pensar em outra coisa... Pergunte a Quill e a Kim. Isso deixa eles loucos.

Ele desviou os olhos dos dela e me encarou. Ele sabia que eu tinha escutado. Qualquer um ali havia escutado. Ela ficou vermelha quando percebeu isso. Todo mundo ficou em silêncio. Ela meio que havia acabo de literalmente se declarar para ele. Dizer “eu te amo” teria sido menos óbvio.

O único som vinha das ondas se batendo nas costas de rochas, do outro lado da floresta. Eu não consegui ouvir a chuva acabar com o seu ronco.

Mordi o lábio e senti a mão de Emmett segurar a minha. Até Ephrain se aproximou. Ele tinha a mesma expressão que Carlisle sempre tinha, era aquela quando ele achava que eu ia socar alguém. Mas, honestamente e surpreendentemente, eu não queria machucar ninguém. E não é crédito por controle, é apenas reação. Mas até mesmo assim, eu preciso me afastar.

— Hã, eu preciso... Eu já volto – eu disse rapidamente.

— Aonde você vai? - Ephrain perguntou, ele sabia, de algum modo, ele sempre sabia.

— Só preciso me concentrar... Com os lobos por perto, não consigo ver nada, você sabe.

— Posso ir com você – Rose disse.

— Não, tudo bem. Sem ouvir os pensamentos de ninguém também é mais fácil – eu disse encarando Jane com raiva, e saí.


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Notas finais do capítulo

Cara!!!! Angel tem que dar umas porradas na Jane e pronto!
XOXO



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