O Vampiro de Shadowstone: O Despertar escrita por James Fernando


Capítulo 5
Capítulo 5: Campo do Luar


Notas iniciais do capítulo

Mais um...



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Brian Fuller não estava preparado para viver apenas de sangue. Já que ele tinha mais doze dias antes da lua cheia, ele decidiu pensar com cuidado e aproveitar a vida ao máximo. Era hora de gastar que nem louco em porcarias.

Brian e Cohen passaram o resto do intervalo conversando. Cohen lhe explicou que a cada dia a sede de sangue iria aumentar. Seu corpo lutaria para sobreviver. Brian não era humano nem vampiro durante a transição, por isso o sol lhe deixaria fraco, mas não mataria. Os vampiros eram parecidos com os da lenda, com pequenas diferenças.

Cohen pediu para Brian lhe explicar em detalhes tudo o que aconteceu na madrugada de sábado depois da aula. Ele também lhe disse que o ajudaria a passar por aquilo. Os dois não queriam que Brian saísse por aí atacando qualquer um e revelando a existência dos vampiros.

No final da ultima aula toda a escola não tinha outro assunto a não ser Brian. De certa forma, naquele dia ele era o mais popular da escola.

Brian apenas viu de relance os irmãos de Cohen, já que ambos eram do ultimo ano.

Na hora de ir embora Brian ligou para a mãe avisando que iria demorar para o trabalho e iria de carona com um amigo.

Brian achou que sua mãe iria negar já que ele estava de castigo, mas ela consentiu e lhe eu não precisaria ir trabalhar hoje. De acordo com ela, "Meu bebê fez um amigo!", era o motivo.

Brian decidiu fingir que ela nunca disse aquilo. Ele sequer olhou para Cohen.

Ele acompanhou Cohen ate o carro dele, uma maquina que custava mais que a casa dele, um Murciélago LP-670-4 SuperVeloce preto fosca. Brian se sentou no banco do passageiro tentando ignorar os olhares de todos.

Os irmãos de Cohen foram embora em outro carro caríssimo, um Audi R8 branco.

— Vocês por acaso são ricos, ou coisa do tipo? – a pergunta saiu da boca de Brian antes que ele pudesse pensar.

— Quando se tem mais de duzentos anos, acumular uma fortuna não é difícil.

Os dois já estavam dentro do carro, e Cohen havia acabado de sair do estacionamento da escola.

— Quantos anos você tem?

— Duzentos e setenta e oito.

— Uau... Você é velho. – mais uma vez ele disse sem pensar.

— Isso não é nada. Meus pais tem um pouco mais de seiscentos anos. Já conheci vampiros com mais de oitocentos anos.

A Ferrari havia passava pelas ruas da cidade um pouco acima da velocidade permitida.

— E Vladimir?

— Ele...? Eu não sei sua idade exata, mas sei que é mais velho que meus pais. E no nosso mundo, quanto mais velho for, mais forte é.

Nenhum dos dois falaram por alguns minutos.

Brian estava pensando naquela noite. Se o que Cohen era verdade, então o que ele tinha na cabeça para peitar Vladimir. Ele lembra-se perfeitamente que a voz de Cohen não tinha um pingo de medo enquanto conversava com Vladimir no lado de fora do camarim.

Em instantes as casas e prédios foram substituídos por árvores e mato. Eles já estavam fora da cidade. Brian não fazia ideia de onde estava indo.

Ele começou a se preocupar. E se Cohen decidiu que o mundo era mundo grande para ter mais um vampiro?

— Então, onde estamos indo?

— Em um lugar afastado. Você precisa ter conhecimento de suas próprias habilidades para não fazer alguma burrada.

As árvores que cercavam a estrada eram altas. A floresta parecia bem mais assustadora do que antes. Cohen dirigiu ate um caminho que adentrava na floresta que se não fosse por seu novo amigo, Brian jamais iria saber. Como se pra confundir visitantes, o caminho parecia uma árvore cheia de galhos.

Cohen segui o caminho sem hesitar. Brian notou que aos poucos, eles pareciam estar subindo. Depois de dez minutos, a estrada de terra passou próximo a um campo com grama meio seca e cercado de árvores altíssimas. Aquele campo era maior que um campo de futebol profissional. Não parecia ser o tipo de lugar conhecido pelo povo.

— Aqui ninguém vai nos incomodar. Pouquíssimas pessoas sabem deste lugar. – Cohen disse estacionando a Ferrari em baixo de uma árvore.

O campo era escondido no alto de uma enorme montanha. Havia uma nevoa fraca ao redor das árvores.

— Que lugar é esse? – Brian perguntou saindo do carro.

— Campo do Luar. – Cohen respondeu surgindo ao lado de Brian. – Durante a noite de lua cheia, esse campo emana uma atmosfera mística. Bom, vamos começar?

— O que? Hey! E-Espere! – Cohen pegou Brian com apenas uma mão e o lançou a mais de dez metros de altura sob o campo.

— AHHHH!!! – Brian gritou apavorado voando pelo céu.

Quando ele atingiu o pico, Cohen gritou:

— Gire o seu corpo se não quiser cair de cara!

Brian engoliu o grito de pavor e inclinou seu corpo para frente e assim ele girou em pleno ar e caiu  no meio do campo em pé. Ele sentiu seu corpo todo vibrar com o choque. Suas pernas tremeram de dor, mas não foi o que Brian achou.

Ele pensou que iria quebrar as pernas ou pior, mas apenas uma pequena dor passageira foi sentida, mas apesar de tudo, ele sentiu seus olhos molhados.

— Então, o que achou? – ele ouviu a voz de Cohen lhe perguntar atrás dele.

Brian se virou bruscamente. Cohen estava apenas a alguns passos dele.

— Que você é um psicopata igual aquele maldito que me mordeu! – ele exclamou furioso.

— Acredite em mim. Existe uma grande diferença entre mim e Vladimir. Agora, conte-me em detalhes o que aconteceu na noite em que você foi mordido.

Brian segurou a vontade que ele tinha em dar um soco naquele rosto perfeito. Enquanto narrava os eventos que levaram a sua mordida e como conseguiu escapar, ele pensou no que Cohen disse. A forma em que ele disse que Vladimir era diferente dele soou meio macabra. Era como se ele quisesse dizer que Vladimir era pior, muito pior do que ele poderia imaginar.

Depois de terminar de narrar tudo, Brian viu e ouviu algo que ele achou que não fosse possível. Cohen estava rindo, melhor, gargalhando. Ele acabou se contagiando e riu junto. Brian tinha que concordar, a forma com que conseguiu escapar era de certa forma engraçada. Chutar um vampiro onde mais doí em um homem?

— Fazia tempo que eu não ria assim. Eu gostaria de ter visto. – Cohen disse limpando uma lagrima imaginaria.

Brian perguntou por reflexo:

— Vampiros choram?

— Claro. As pessoas tem uma imagem meio distorcida de nós. Não estamos mortos.

E assim, Cohen deu uma explicação resumida do que eram os vampiros.

Os vampiros tem veneno em algum lugar na boca. Quando eles mordem, eles tem total controle desse veneno, podendo assim apenas sugar o sangue, ou se querer, injetar o veneno pelos dentes para transformar a pessoa em vampiro.

A pessoa tem ate a meia noite da próxima lua cheia para beber sangue e completar a transição, se não ela morre. A meia noite, o veneno deixa de fazer efeito e o torna humano novamente. O veneno se torna o mais mortal dos venenos. A meia noite e um, o veneno já destruiu todos os órgãos do hospedeiro e o mata instantaneamente.

Apenas madeira é capaz de matar os vampiros ao perfurar o coração.

Prata machuca, queima e retarda os movimentos dos vampiros.

Apenas prata pode matar os vampiros se for por meio de arrancar a cabeça fora. Se não tiver sido cortado por prata, o vampiro não morre.

A luz do sol queima e mata os vampiros.

Fogo só é efetivo se a cabeça tiver sido decepada e o vampiro ainda estiver vivo, somente assim o fogo matara o vampiro.

Prata enfiada no coração de um vampiro irá paralisa-lo.

Qualquer outra coisa, além de madeira e prata enfiada no coração de um vampiro, irá apenas machuca-lo.

Também pode matar um vampiro arrancando seu coração e o queimando.

Água benta queima, mas não mata.

Alho tem o mesmo efeito da água benta.

Cruz de madeira ou prata impede que um vampiro lhe toque. É como se houvesse um campo de força em volto do portador.

Não é obrigatório, mas alguns vampiros preferem dormir em caixões.

Um vampiro é mais rápido e forte que um humano. Os seus sentidos são três vezes melhor do que os dos melhores animais.

Sangue animal também pode ser consumido, mas não deixa o vampiro tão forte quanto um vampiro que bebe sangue humano.

Quanto mais velho, mais forte o vampiro é.

Vampiros podem hipnotizar humanos, mas não podem hipnotizar outros vampiros.

Vampiros tem um alto fator de cura.

Sangue de vampiro pode curar quase qualquer doença ou ferida em qualquer outro ser que não seja vampiro.

Uma pessoa com alguma doença terminal irá morrer mesmo se tomar sangue de vampiro. Se esta pessoa se transformar em vampiro, ela não irá morrer. A doença continuara lá, mas não terá mais nenhum efeito sobre a pessoa.

Espelhos, vídeos e fotos são apenas mitos.

Lobisomens são os inimigos naturais dos vampiros.

A mordida de um lobisomem é veneno para um vampiro. Ela causa alucinações e tormenta para o vampiro. Ele irá morrer depois de 48 horas. Não existe uma cura conhecida.

Lobisomens, se não tiverem um auto controle, perdem a razão durante a lua cheia e se transformam e atacam qualquer um que cruzar seu caminho.

Basta uma mordia ou um arranhão para um humano se transformar em lobisomem na próxima lua cheia.

Sua aparência é a de um lobo grande, maior que os lobos normais.

Na forma humana, eles ainda detém as habilidades dos lobos. Assim como os vampiros, eles podem fazer seus dentes crescerem de forma animalesca, assim como suas garras. Seus sentidos são tão bons quanto aos dos vampiros.

Em forma humana, não são tão rápidos quanto os vampiros, e nem tão fortes, mas em forma de lobo, a história é diferente. Eles se tornam um verdadeiro perigo para os vampiros.

Eles podem se transformar em lobo quando quiserem, ou quando perdem o controle.

A lua cheia os afeta a ponto de fazer os novatos a se transformarem em lobos irracionais. Os veteranos ficam mais sensíveis e podem perder o controle se ficarem irritados.

— Além de vampiros, também existem lobisomens? – Brian estava estupefado. Aquilo era muita coisa para digerir.

— Também existem bruxas. Deve existir muitas outras coisas por aí, mas só tenho conhecimento desses. – Cohen respondeu tranquilo.

Os dois estavam sentados na grama. Brian suspirou. Não havia por que ficar pensando naquilo. Aquela era sua nova realidade.

— Na nossa escola tem algum lobisomem ou bruxa?

— Lobisomens eu sei que tem, mas bruxa eu nunca vi nenhuma. Lobisomens tem um cheiro peculiar. Você simplesmente vai saber quando se deparar com um, o mesmo vale pra eles.

Brian passou o resta da tarde aprendendo lidar com suas habilidades. Apesar de parecer um sádico, Cohen era um bom professor.

***

Enquanto isso, na cidade, Claire, Patrícia e Elena saíram nada felizes da lanchonete ao constatarem que Brian Fuller não apareceu. Ao perguntarem para a dona, ficaram sabendo que ele havia saído com um amigo.

Claire se sentou no banco do motorista no Porsche rosa enquanto Elena se sentou no banco do passageiro e Patrícia no banco de trás. Claire ignorou ate mesmo o namorado. Com um olhar frio, ela pisou fundo e saiu cantando pneu pra longe da lanchonete.

— Maldição! – Claire praguejou. – Cohen Varrell vai acabar estragando nossos planos. Maldito vampiro!

— Temos que impedir que Brian Fuller tome sangue humano. A transição não deve ser concluída. – Elena disse seriamente.

— Não podemos nos dar ao luxo de esperar mais uma lua cheia. Esta será nossa ultima chance. Não sei quanto tempo nosso feitiço manterá Shadowstone invisível para eles. – Patrícia informou.

— Estou bem ciente disso. – Claire disse. – O que temos é sorte. Eles não encontraram nenhuma outra bruxa tão forte quanto nós para burlar nosso feitiço de camuflagem.

Claire tirou a mão direita do volante e a girou fechando em um punho ao mesmo tempo em que murmurava algumas palavras em uma estranha língua. Parecia latim.

O carro e as três desapareceram em uma fumaça negra sendo dissipada pelo vento. Ela havia usado uma magia de teletransporte.


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Notas finais do capítulo

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