O Vampiro de Shadowstone: O Despertar escrita por James Fernando


Capítulo 1
Capítulo 1: Face a Face com a Morte


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...



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Brian Medina Fuller trabalhou o verão inteiro para conseguir comprar aquele ingresso. Seu cantor favorito, a estrela do rock, Vladimir, iria tocar essa noite na pequena cidade de Shadowstone, Maine.

Aquele ingresso lhe custou uma grana preta, estomago para suportar limpar os banheiros da pista de patinação, aguentar os seus “colegas” de escola enquanto servia lanches na lanchonete mais movimentada da cidade.

Ele trabalho por aquele ingresso. Ele suou para puder compra-lo, então por que seus pais estavam fazendo isso com ele?

Jane Medina Fuller e Rupert Fuller estavam comemorando vinte anos de casados, e decidiram sair para jantarem, então Brian foi proibido de sair, pois ele teria que ser a babá do seu irmão mais novo de dez anos, Alec Medina Fuller.

— Mas mãe, isso não é justo. Eu sou um bom aluno. Não entro em problemas, não tenho amigos, vivo praticamente em casa, arranjei trabalho e comprei o ingresso com meu próprio dinheiro, nunca pedi algo, e na única vez que eu quero sair para me divertir, vocês fazem isso?

— Desculpe Brian, mas esta decidido. Você vai ficar em casa, e cuidara do Alec! – Jane Fuller disse enquanto saia do quarto pondo o brinco.

Ela estava vestindo um vestido longo e verde. Ate parecia que estava indo a um casamento chique.

— Ah! Eu odeio vocês! – ele gritou entrando em seu quarto e batendo a porta.

Brian não fazia o tipo de adolescente revoltado. Ele era o completo oposto disso. Brian era quieto, sem amigos e recluso na escola. Na maior parte do tempo, era incomodado pelos valentões.

Ele não era nenhum estudante nota “A”, mas suas notas eram boas o suficiente para ir pra uma faculdade modesta.

Ele era um jovem adolescente que havia completado dezessete anos quase dois meses atrás, ainda nas férias de verão. Agora, já era outubro, faltando apenas alguns dias para o Halloween. O show de rock que Vladimir iria fazer era hoje, uma noite de sábado. Ele não era muito fã de rock, mas as musicas de Vladimir tinha algo que lhe chamava a atenção, e quando ele menos esperou, ele já havia comprado todos os CDs dele.

Ele se jogou em sua cama e ficou encarando o teto.

Brian vivia usando uma blusa de moletom com toca.

Seu cabelo, além de preto era liso e meio comprido. Ele cobria suas orelhas e uma parte de seu cabelo vivia cobrindo seu olho direito. Atrás dos óculos grandes de armação preta, seus olhos eram verdes. Quem reparasse tempo o suficiente no rosto de Brian, o acharia bonitinho. Sempre vestido como um nerd que tenta passar desapercebido por todos, Brian estava longe de ser um colírio para os olhos das meninas, não que ele se importasse com isso.

Ate o momento, ele nunca conheceu ninguém que fizesse seu coração acelerar, que lhe desse a sensação de borboletas no estomago. Brian estava preocupado de que ele era um sociopata, e naquele momento, ele estava se sentido bem irritado para todos de sua família.

— Isso não é justo! – ele murmurou contendo a raiva.

Ele se levantou em um pulo da cama e se sentou.

Aquilo não era justo. Ele trabalhou para conseguir aquilo. Ele merecia aquilo. Então por que seus pais estavam lhe privando de sua recompensa?

Naquele momento, ele teve uma péssima ideia.

— Alec já tem idade o suficiente para ficar sozinho por algumas horas. É mais fácil pedir perdão, do que permissão. – ele disse com um sorriso.

Alguns minutos mais tarde, ele ouviu sua mãe gritar no andar de baixo.

— Brian. Seu pai e eu já vamos! Desça aqui!

Com a cara de nenhum amigo, ele desceu.

Seu pai, um homem alto, um pouquinho acima do peso, de cabelos da cor de mel. Seus olhos eram verdes. Apesar de ter relaxado depois que casou, ele era um homem bonito, e estava elegante usando o terno preto.

Sua mãe era uma morena de olhos castanhos. Apesar de já ter os seus quarenta anos, ela estava em forma e bem bonita.

— O dinheiro para a pizza esta em cima da mesa. Alec deve ir dormir as dez. Nada de trazer amigos aqui! – sua mãe lhe disse.

— Agora eu sei que você não ouve uma única palavra do que eu digo.

Ele estava frustrado.

— Não comece, Brian. Ninguém esta a fim de ouvir sue drama. Amor, vamos, a reserva é para as sete. – Jane disse se virando para o marido que estava mexendo no celular.

Assim que seus pais saíram, Brian ignorou Alec que estava no sofá jogando no vídeo game portátil e correu escada acima.

No quarto, ele pegou o ingresso dentro da gaveta de seu armário de cuecas e meias. Pegou sua carteira em cima do criado mudo ao lado da cama, e desceu.

— Hey, pirralho, se estiver com fome, peça pizza. Vá deitar as dez! – Brian disse descendo a escada.

Alec tinha apenas dez anos. Ele era a cara do pai. Seu cabelo e seus olhos eram idênticos aos do Sr. Fuller.

— Aonde você vai? – Alec perguntou largando o jogo e se levantado.

— Aproveitar a minha recompensa!

— Não se eu ligar pra mamãe. – Alec disse.

Brian parou diante da porta e se virou.

— Dez dólares.

— Qual é mesmo o numero do celular da mamãe? – Alec fez cara de pensativo.

— Vinte dólares.

— Esta na ponta da língua. – Alec tentou se lembrar.

— Cinquenta dólares! – Brian já estava começando a ficar irritado.

— Acho que era nove...

— Cem dólares! – Brian exclamou abrindo a carteira. – É tudo o que tenho!

— É sempre um prazer fazer negócios com você, querido irmão. – Alec sorriu estendendo a mão.

Brian nada disse, apenas depositou as notas na mão do pequeno extorquista.

O show era em um galpão abandonado nos arredores da cidade.

Shadowstone era uma pequena cidade com no máximo trinta mil habitantes. Conhecida por ter raramente um céu limpo, em torno de trezentos e sessenta dias do ano é nublada. É difícil diferenciar o verão do inverno, exceto que no inverno neva em Shadowstone.

Brian pegou a sua bicicleta e pedalou por quase meia hora ate chegar ao local do show.

Haviam vários carros estacionados, pessoas ao redor e uma grande fila com um brutamontes impedindo qualquer um que não tivesse o ingresso.

O show começaria as sete e terminaria as dez. era tempo o suficiente para ele voltar pra casa antes de seus pais chegarem.

Olhando em volta, em um lugar distante, ele viu um rosto conhecido. Era Cohen Verrall.

Cohen, além de ser o cara mais lindo da escola, de acordo com as meninas, era popular. Ele e seus irmãos, Lyra e Rhys Verrall, eram conhecidos na escola como os intocáveis. Os Verrall eram lindos, os mais lindos e ricos da escola, mas não conversavam com ninguém. Eles viviam sempre juntos, e eram cheios de mistérios. Nem mesmos os valentões ousavam se intrometer com eles, pois apesar de serem quietos, eles emanavam um sentimento de perigo.

Brian não imaginou que Cohen era fã de Vladimir, ou que ele ia para shows. Cohen era o mais quieto dos irmãos. Os outros dois conversavam de vez enquanto com as pessoas, mas Cohen simplesmente não demonstrava emoção alguma além do tédio.

Cohen tinha a mesma idade que Brian, já seus irmãos eram gêmeos e tinha dezoito. Cohen tinha o cabelo preto e meio bagunçado igual ao de uma estrela de rock. Seus olhos eram castanhos claros, quase dourados. Ele não era cheio de músculos como os jogadores do time de futebol americano, mas parecia estar em forma. Ele vestia sempre uma jaqueta de couro e boa parte das vezes usava óculos escuros.

Brian tinha a maioria das aulas junto dele, mas eles nunca trocaram uma palavra sequer. Brian nunca trocou uma única silaba com nenhum dos irmãos Varrell.

Observando Cohen, Brian não pode deixar de pensar que o colega de classe não estava ali por vontade própria. Cohen estava parado em um canto apenas observando o palco. Ele parecia um pouco irritado.

Como se sentisse que alguém o observava, Cohen virou o rosto e olhou diretamente nos olhos de Brian. Sentindo seu rosto ficar vermelho de vergonha, ele decidiu ignorar o colega e tentar aproveitar o show que já ia começar.

Vladimir Anzeray era alguém que devia ter em torno dos trinta e três anos. Diferente de outros roqueiros, ele não usava nenhum piercing e não tinha nenhuma tatuagem aparente. Seu cabelo preto era bagunçado, e seus olhos eram azuis. Seu rosto era liso. Brian era homem, mas não podia negar que Vladimir era extremamente bonito, e tinha uma aura misteriosa. Olhando para aqueles olhos, Brian sentiu uma sensação de perigo, mas isso não foi o suficiente para impedi-lo de aproveitar o show ao máximo.

Quem o via não imaginava que ele era um jovem tímido e recluso.

Brian pulava e cantava junto com o público. Ele estava próximo ao palco, havia apenas umas três ou quatro pessoas entre ele e o palco.

Mesmo estando frio, Brian estava suando. Ele estava se divertindo mais do que imaginou ser possível.

Definitivamente, aquela era a melhor noite de sua medíocre vida.

O tempo foi passando e Brian se esqueceu completamente de seus pais. Quando o show acabou, ele estava disposto a ganhar um autógrafo, então ele entrou escondido nos bastidores e procurou onde era o camarim do seu astro.

Ele rapidamente encontrou o camarim de seu ídolo. Brian bateu na porta três vezes, mas ninguém respondeu.

— Com licença... – ele disse abrindo uma fresta e pondo a cabeça.

Não havia ninguém. Ele abriu a porta e entrou. Vendo todas as coisas de seu ídolo espalhadas pelo camarim improvisado, os olhos dele brilharam.

— Devo conseguir uma fortuna vendendo essas coisas.

Sua felicidade durou pouco tempo, pois ele ouviu o som de passos se aproximando. Brian fechou a porta e olhou em volta do camarim. Havia um antigo armário de metal.

Sem pensar duas vezes, ele correu ate o local e abriu uma das portas e se escondeu lá dentro.

Brian abriu uma fresta da porta e visualizou a porta do camarim. A maçaneta foi girada.

— Vladimir! – ele ouviu uma voz distante chamando. Era uma voz estranhamente familiar.

A maçaneta parou de girar e a porta não foi aberta.

— Olha se não é meu amigo de longa data. – Brian ouviu a voz sarcástica de Vladimir do outro lado da porta. – A que devo essa visita inesperada. Não vai me dizer que você é um fã meu. Se eu soubesse teria mandando ingressos para você e sua família.

— Desculpe, mas eu tenho bom gosto. – a voz da outra pessoa não tinha um pingo de bom humor. Ele parecia desgostar de Vladimir. – Estou aqui para saber do motivo de sua súbita visita inesperada em minha cidade.

— Nada demais. Apenas estava curioso para conhecer Shadowstone. Estava curioso para saber o que esta cidade tem de especial para trazer você e sua família pra cá. Devo confessar, ela ate que é agradável. Um ótimo lugar para nossa espécie viver, mas nada de especial.

Brian ficou confuso com esta conversa. O que ele queria dizer com espécie?

— Diga-me criança, – Brian notou que a voz sarcástica de Vladimir sumiu. Seu tom agora era frio e dava arrepios da espinha. – por que uma das famílias mais poderosas de vampiros esta vivendo em um fim de mundo como esse?

O corpo de Brian congelou. Vampiros? Ele disse vampiros? Não, deve ser algum tipo de gíria no mundo das estrelas de rock. Era no que ele decidiu acreditar, pois senão, ele estaria em uma encrenca mortal.

— Você esta completamente certo, Vladimir. Shadowstone não tem nada de especial, é apenas um ótimo lugar para se viver, seja humano ou vampiro. Minha família e eu estamos cansados da vida turbulenta de cidade grande, apenas isso. Agora, se você acredita ou não, problema seu. – a voz desta pessoa também estava fria e perigosa, mas Brian notou que Vladimir lhe pareceu bem mais perigoso.

No que eu fui me meter?”, ele pensou se arrependendo de ter comprado aqueles ingressos.

Vampiros não eram reais. Era nisso que ele acreditava, mas o fato de que ele não acreditava não mudava o fato de que eles poderiam sim existir. E se eles realmente existiam, e aqueles dois do lado de fora são vampiros, ele, literalmente, comprou sua passagem para o mundo dos mortos.

Eu quero a minha mãe.”, Brian choramingou em pensamento.

— Entendo. Bom, já me cansei desta cidade. Estarei indo embora o mais rápido possível. Mande lembranças para Nolan e Amelie. Diga que estarei aguardando um convite para conhecer a casa.

 A outra pessoa foi embora, e Vladimir entrou no camarim.

Assim que ele pôs os pés dentro do camarim, ele parou e olhou em volta. Vladimir farejou o ar, e Brian podia jurar que seus olhos pararam por um segundo no armário.

O cantor e possivelmente um vampiro fechou a porta.

— Vivemos em pleno ao século XXI, – o cantor disse como se estivesse conversando sozinho. – Você não acha que já esta na hora de sair do armário?

Mais rápido que um piscar de olhos, Vladimir desapareceu e reapareceu arrancando a porta do armário.

Brian estava sem reação observando o seu ídolo diante dele o encarando com olhos azuis gélidos. Seus olhos não eram aqueles olhos normais, eles tinha um certo brilho místico. Era como se fossem feito de pura energia. Eles eram mais frios que o gelo.

— Boo. – Vladimir disse simplesmente com um sorriso perverso mostrando seus dentes pontudos de vampiro.

Brian gritou apavorado. Ele ainda era muito jovem para ficar face a face com a morte.


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Notas finais do capítulo

Se encontrarem algum erro, não deixem de me informar.

Postarei o proximo o mais breve possivel.

É assim que eu imaginei o Vladimir:
http://4.bp.blogspot.com/-m6eZ_dKGtzQ/Vq6fcgSUKDI/AAAAAAAABTQ/YYAnTOqK8DI/s1600/Vladimir.jpg

Por favor, não deixem de comentar.

A minha outra fic, A Mutante em Forks, esta demorando por que estou transformando ela em uma original. Já as outras, estou com bloqueio pra falar a verdade. Perdi a vontade de continuar escrevendo elas, por isso pode demorar ainda mais tempo ate que eu volte a escrever.